Addicted to you escrita por beckscas


Capítulo 17
Capítulo 17




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– Você vai ver que eu volto bem rápido. E durante todo esse tempo, bom, eu vou estar sorrindo para você e você vai estar sorrindo para mim, certo?

– Siiiim! – Sofia subiu no colo do pai e envolveu seus braços no pescoço dele, depois deu um beijo estalado na sua bochecha - Eu já estou com saudades.

– Eu também, mas não esquece que eu estou do seu lado. Para tudo. Sempre.

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Os dias rapidamente se transformaram em semanas. Castle e Beckett se desdobravam para conseguir bater os horários a fim de Sofia falar com o pai todos os dias, sem falta. Os dois sabiam que esse contato - mesmo que por chamada de vídeo - valia a pena.

O fato é que a distância deveria separar as pessoas, pelo menos é isso o que a maioria acredita. Mas quando sentimentos estão envolvidos, o que acontece é o contrário. Nada pode unir mais as pessoas do que a distância quando se tem amor. Verdadeiro, claro.

Enquanto Sofia contava para Castle sobre suas novas aventuras e descobertas, o escritor sempre arranjava alguma desculpa para incluir a detetive na conversa e dessa forma, os três passavam vários minutos e até mesmo horas, perdidos em um falatório sem fim.

O clima entre os dois não estava mais pesado como antes, na verdade, estava tão leve que Castle já conseguia arrancar gargalhadas de Kate de vez em quando.

Mas por trás das conversas descontraídas, um não parava de pensar no outro. Kate tentava lutar contra os seus próprios sentimentos e já havia perdido a conta de quantas noites passou acordada pensando nele. De algum jeito estranho e escondido, ela ainda o amava. Já Rick reconhecia para si mesmo que não podia continuar mastigando as dores e remoendo o passado. Ele ainda a amava.

– Eu estou com saudades dela, mamãe. Toda vez que vou falar com a Sofia e ela está junto, me dá uma vontade louca de voltar no tempo. Estou com saudade do jeito que ela me abraçava, brigava comigo e até do jeito que ela me odiava.

– Oh, querido, você tem que lutar por ela.

– Acho que nós dois viramos um vício. Eu me viciei na Kate. Me viciei nos seus sorrisos, nos seus abraços, nos nossos beijos... Durante o tempo que nós ficamos separados, tudo sobre ela ficou aqui, pairando nas minhas memórias, escancarado nas minhas lembranças, apertando o meu coração.

– O que você vai fazer? Esperar mais quatro anos? - Martha envolveu suas mãos nas do filho. - Ligue para a Gina e desmarque a sessão de autógrafos de amanhã. Passe o final de semana em Londres com Kate e sua filha. Você volta na segunda para cumprir os seus compromissos.

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Era um sábado à noite e Kate estava preparando o jantar enquanto Sofia assistia desenho com o celular da mãe na mão. Ela não conseguia deixar de se comover com a ansiedade da filha para conversar com Castle.

Sofia sentiu o celular da mãe vibrando e perguntou se poderia atender a ligação, antes de autorizar, Kate foi para o lado da pequena e não se surpreendeu ao ver quem era.

– Oi, Rick! – a garota atendeu, toda animada.

– Ei, minha princesinha! Está um pouco frio aqui fora, se importa de abrir a porta para mim? – Assim que ele terminou a frase, a menina saiu correndo para abrir a porta, deixando a mãe confusa.

– Sofia, o que você... – Mas antes de concluir a frase, viu o escritor entrando na sua casa. – Ah, oi, Castle. - Kate não sabia como ele tinha conseguido, mas estava ainda mais bonito. Sua barba estava rala e a camisa azul evidenciava os seus olhos. Ela esqueceu de respirar por alguns segundos, até que abriu um sorriso único para ele, fazendo Castle, que já estava com a filha no colo, não conter o impulso de abraça-la.

O contato não foi tão grande quanto os dois gostariam já que a filha estava no meio, mas aquele era o primeiro abraço deles em muito tempo, o que fez o coração de ambos disparar. Nossa, como ele estava com saudades daquele cheiro de cerejas!

– Gostou da surpresa? – ele perguntou para a filha que o enchia de beijinhos no rosto.

– AMEI! – ela gritou, não conseguindo conter a empolgação.

– E a sua turnê? Não iria acabar só daqui há duas semanas? – a detetive questionou, enquanto ia para a cozinha, sendo seguida por Rick e Sofia. Ela olhava para baixo, tentando esconder as bochechas rosadas.

– Sim, mas eu estava morrendo de saudades dessa mocinha. – ele falou colocando a filha sentada no balcão e lhe dando um beijo na testa. – Volto amanhã para NY.

Castle estava tão entretido matando a saudade da filha que não percebeu um imenso sorriso se formar no rosto de Beckett. Era típico dele atravessar o oceano só para passar um dia com a filha.

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Eles já haviam jantado e agora os três estavam deitados no tapete da sala, tentando montar um quebra-cabeças das princesas. A detetive não conseguia controlar as mãos e impedir que elas tremessem quando Castle a encarava. Já ele gostaria de passar imune pela voz suave de Kate que estava quase o levando à loucura.

Durante as últimas horas, Castle não tinha desgrudado de Sofia e os dois não conseguiam fazer outra coisa a não ser sorrir. Ao perceber o amor que um sentia pelo outro transbordar a cada gargalhada, Beckett chamou o escritor para um canto da sala.

– Acho que está na hora de falarmos para ela.

– Eu já ia te pedir isso. Não consigo mais esperar... Mas confesso que estou com um pouco de medo de qual vai ser a reação dela, Kate.

– Ela só tem três anos, Rick. Além disso, ela te ama.

O escritor agradeceu silenciosamente com um sorriso e os dois se sentaram de frente para a menina.

– Filha, sabe a pessoa especial que a mamãe sempre fala para você? – Kate começou, prendendo a atenção da garota nas suas palavras.

– Sei sim, é o Rick. – a menina falou inocentemente, como se a resposta fosse óbvia. Os dois adultos trocaram um olhar cheio de significado e a detetive continuou.

– Sim, meu amor, é o Rick. Mas ele quer te contar outra coisa. – Sofia olhou atenta para Castle e Kate lhe lançou um olhar, o encorajando.

– Sofia, eu não sou só a sua pessoa especial, eu também sou o seu pai. – ele falou com a voz um pouco entrecortada pela emoção.

– Como o vovô é da mamãe? E o tio Colin do Harry? – a pequena perguntou.

– Isso mesmo. – Beckett confirmou, com os olhos cheios de lágrimas.

Tendo uma reação completamente diferente do que os pais imaginavam que ela teria, Sofia abraçou Castle. Um abraço forte e cheio de amor.

– Eu sempre quis ter um papai. E você é o papai mais legal do mundo. – O escritor não conseguiu se controlar ao ouvir aquelas palavras e envolveu ainda mais a filha no seu abraço. - Vem abraçar eu e o papai, mamãe. – Sofia pediu, já com a mãozinha estendida para Kate. A detetive se aproximou e os dois a incluíram naquele abraço cheio de emoção.

Para quebrar aquele momento tão aguardado, o celular de Kate começou a tocar e ela se desvencilhou dos braços de Castle e Sofia para atender.

– Beckett.

– Kate, achamos o suspeito, mas ele já sabe que estamos na cola dele. – Anna avisou, como a detetive havia pedido caso o localizassem.

– Temos que pegá-lo antes que ele fuja. – ela disse, determinada.

– Vou te enviar o endereço por mensagem.

Percebendo que ela teria que sair, o escritor logo se adiantou.

– Não precisa ligar para Emma, eu fico com a Sofia.

– Obrigada. Mas não dá besteiras para minha filha, Castle! E nem deixa ela ficar acordada até tarde!

– Certo, detetive! – ele lhe lançou um olhar brincalhão.

– Ei, princesa, a mamãe vai ter que sair, mas o Rick vai ficar com você, tudo bem? – ela falou se dirigindo à filha, antes de pegar a arma e a chave do carro.

– Tudo bem, mamãe. Eu vou gostar de ficar com o papai.

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– Kate, você tem que esperar reforços. – Anna a alertou. Beckett havia chegado primeiro ao local e agora estava do lado de fora de um galpão, onde possivelmente era o esconderijo do criminoso.

– Esse desgraçado já matou três pessoas, eu não vou deixar ele escapar! – Desligou o celular e entrou no galpão, contrariando as instruções da sua parceira.

– Ei, quietinha, solta essa arma. – Ela havia sido surpreendida. O homem, que estava atrás dela, apontava a arma para sua cabeça e ela viu que não tinha escapatória.

– Você não vai querer fazer isso. Não vai querer matar uma policial. – disse enquanto jogava a própria arma no chão.

– É o que nós vamos ver. – Ele soltou um sorriso sarcástico. – Agora entra dentro desse carro antes que eu te mate agora mesmo.

A detetive fez o que o homem mandou e entrou no banco traseiro do carro que ele havia apontado. Antes de assumir seu lugar no banco de motorista, ele amarrou as mãos dela e com a arma ainda apontada para Kate, deu partida.

Beckett sabia do que ele era capaz. Era um assassino calculista e tinha o sangue frio, não iria hesitar em matá-la.

Ela sentiu um aperto no peito. Já tinha passado por tantas coisas e tantos casos durante todos os seus anos como detetive, já tinha enfrentado a morte tantas outras vezes. Mas sabia que dessa vez era diferente. Além de não terem como saber seu paradeiro, ela não estava acompanhada do seu parceiro. Castle não estava lá para protegê-la ou para arriscar a sua vida para salvar a dela.

A detetive já sentia lágrimas se formarem, deixando sua visão embaçada, mas não o suficiente para ela não perceber que ele estava a levando para uma parte deserta da cidade.

Não. Isso não poderia estar acontecendo. Ela não podia morrer agora. Ela tinha Sofia. Quem iria cuidar da sua filha? Mas em um estalo ela se lembrou de Castle novamente. A detetive tinha certeza de que, enfim, sua filha tinha mais alguém que a ama incondicionalmente e é capaz de fazer qualquer coisa por ela. Ele a protegeria.

Mas ela não poderia morrer. Não agora. Richard tinha acabado de reaparecer na sua vida! Ela nem ao menos teve tempo de admitir que ainda o ama.

Beckett percebeu que estavam passando por uma avenida movimentada e em um ato irracional, ela conseguiu desamarrar as mãos e em um milésimo de segundo, abriu a porta do carro e se jogou no asfalto.


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Notas finais do capítulo

E agora, o que vocês acham que vai acontecer?!
Não esqueça de deixar seu comentário :D
beijos



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