Atualmente

P.O.V Effy

Eu queria tanto de alguma forma ajudar Daryl, claro, nunca pensei que ele iria se apaixonar – principalmente agora – até porque estamos todos em um apocalipse zumbi, quem em sua sã consciência de apaixona?

Mas não o julguei pois estou no mesmo momento que ele, mas ainda confusa a verdade é que eu sabia do efeito de Rick sobre mim, mas não queria admitir, não queria virar aquela menina frágil apaixonada, eu não queria que ele me visse assim, eu queria que Rick me visse como eu era, sei lá, eu meio que me acho uma droga mesmo, eu sou uma idiota que só se importa consigo mesma até chegar aqui, sou uma garota que não dá a mínima até chegar aqui e ver todas essas pessoas, a menina que faz besteira e trouxe a amiga junto, a menina que se arrepende de ter arrastado a amiga para seu mundo, é essa é a verdadeira Effy.

– No que está tanto pensando? – Me perguntou Daryl curioso.

– Uma vez uma pessoa me contou que eu tenho o sorriso da Effy – Falei e ele me olhou confuso.

– Como assim? – Perguntou confuso.

– Essa pessoa disse que quando eu pequena, eu sempre ganhava nos jogos e essas coisas e dava um sorriso do tipo: “Você não me conhece e nunca irá conhecer” – Falei lembrando automaticamente da Emilly e logo meu olhar baixou, eu senti aquilo.

– O sorriso da Effy – Daryl falou consigo mesmo – Eu sei quem disse isso.

– E quem seria, Caipira? – Perguntei.

– Emily – Falou ele e ele resolveu parar para me encarar.

– Ela era muito importante – Resolvi me abrir para ele.

– Eu vejo isso em seu olhar – Falou Daryl compreensivo.

– Você mudou – Falei analisando sua reação.

– Como?

– Você está diferente, Dixon. Não é mais aquele cara que eu conheci anos atrás – Falei e ele deu um sorriso de lado.

– Como você se sentiu? – Ele me perguntou quebrando o silêncio que se cessara ali.

– Me senti onde? – Perguntei receosa.

– Quando você perdeu ela – Falou e eu acabei me lembrando que ele falava logo de Emilly.

– Destruída – Falei a verdade, ele abaixou a cabeça.

– Sinto muito – Falou baixinho.

– Já acabou, não se preocupe – O tranquilizei.

– Eu imagino o que deve ter sentido – Falou Daryl tentando se abrir, ele não era bom com palavras.

– Eu sei, sinto pelo Merle, ele era meio meu irmão também, e você já pediu desculpas, não se preocupe apenas não dói tanto o quanto doía antes – Falei e ele abaixou a cabeça.

– Você já se apaixonou? – Ele me perguntou depois de um certo tempo calado.

– Não – Falei convicta.

– Eu digo agora – Ele insistia.

– Eu não sei o que eu estou sentindo – Resolvo confessar.

– Você ama ele - Falou Daryl convicto.

– E você ama a Beth – Retruquei.

– Não seja criança – Falou irritado.

– Ah, agora sou eu que estou sendo a criança da história, não é? – Perguntei.

– Ah, pare com isso, Beth é uma...

– O quê? Criança? Olhe para si, você é uma criança, Caipira – Falei e ele me olhou.

– Teimosa – Falou

– Por favor, Daryl...

– O quê? – Perguntou estressado.

– Fale o que sente – Falei olhando para ele

– E se eu gostasse? – Perguntou e eu o olhei com um olhar e um sorriso sacana.

– Eu sabia! Eu sabia! Ah Caipira, você engana a qualquer um menos eu! – Exclamei e vi que Daryl ficou constrangido pela primeira vez na sua vida.

– Não fale besteiras garotinha! – Daryl tentou se esquivar

– Ah, agora eu também sou uma garotinha? – O perguntei colocando no meio da conversa de novo pois sabia que ele tentava mais que tudo se esquivar.

– Eu não quis dizer isso...

– Vá atrás dela, soube que ela gosta de você também – Falei o interrompendo.

– Como sabe disso? – Perguntou curioso e esperançoso.

– Digamos que alguém muito, mas eu digo muito próximo mesmo me contou – Falei e ele me olhou com um certo brilho nos olhos mas logo os apagou.

– Diga logo quem é, pequena – Falou irritado e curioso.

– Mas eu prometi...

– Eu não conto! – Falou me interrompendo exageradamente rápido.

– Calma, promete? – Falei e ele bufou

– Apenas fale! – Falou estressado.

– Ok, foi a própria – Falou e ele arregalou os olhos chocado com o que eu havia dito – Como eu disse você não soube por mim e nem por ninguém, você não irá contar mas como eu disse também você irá conversar com ela.

– NÃO, NÃO, NÃO! – Falou nervoso quase gritando.

– Ah, vamos lá, não seja uma garotinha – Brinquei com ele mas ele me olhou e riu do meu rosto.

– Eu não vou falar, se ela quiser, ela que fale comigo, e ponto final. Droga você é uma garota muito insistente – Falou irritado comigo mas eu sabia que no fundo ele estava feliz, radiante por saber que a garota que ele ama, ama ele de volta. Ele se levantou provavelmente envergonhado porque tocamos no assunto: Amor. E eu nunca havia feito isso antes, ele me deixou lá sentada sozinha e vi Carl passando.

– Hey, garotão – O cumprimentei, Carl me deu um meio sorriso mas eu achei estranho aquilo parecia um sorriso distante e frio – Por que não vem sentar um pouco para conversarmos? – Falei tentando manter a calma e sendo o mais normal possível.

– Não posso – Ele respondeu simplesmente e frio.

– O que há de errado com você, Carl? – Perguntei estressada pois nunca o vi me tratar com tanta frieza.

– Nada, apenas quero fazer meu trabalho, posso? – Perguntou irônico e saiu. Aquilo havia sido demais, havia acontecido uma das coisas que eu temia, ele estava me odiando, não por completo mas sentia que já estava chegando no completo. Me levantei estressada e triste e adentrei dentro da prisão vendo Rick com Judith, dei um meio sorriso daquilo, Rick me olhou preocupado querendo se aproximar mas balancei a cabeça, não queria o preocupar por nada. Segui até Beth que ainda estava triste com o acontecido, e me abraçou.

– Eu tenho uma boa noticia – Falei e ela me olhou esperançosa.

– O que aconteceu? – Perguntou do seu jeito amável.

– Ele gosta de você, ele gosta de você de volta! – Falei e ela me deu um grande sorriso, não havia visto ela com aquele sorriso desde ontem, sorri com aquilo. É, eu ajudei alguém.

Aquela noite foi pacata não teve muitos mistérios, foi igual as outras noites, Rick sempre me olhava e sorria, e eu sorria de volta. Carl dormiu cedo, ou seja me olhou dentro da prisão e resolveu não entrar no meu caminho, aquilo me entristeceu, até demais.

Falei com todos e dei um boa noite, Maggie me deu um abraço e disse que depois iria conversar comigo pois fazia tempo, recebi abraços de Carol e Beth e fui para a cabana de Daryl, mais uma vez ele foi para seu lugar, mas dessa vez nos dois não falamos nada, eu sabia o que ele sentia mesmo com o silêncio assim como ele sabia como eu estava naquela hora, pensávamos muito sobre o nosso futuro e o futuro de todos.