POV BRUCE

O que aquele maldito Deus, queria com a minha Diana e minha filha? Saber que ele tinha tocado nelas duas, me deixava com raiva e com mais vontade de soca-lo.

Deixei Gaia com Diana e desci para a Batcaverna. Queria extravasar minha raiva em alguma coisa. Comecei a socar o saco de areia com tanta força que não percebi minhas mãos sangrando.

– Se continuar assim, vai perder a sua mão. – diz Diana atrás de mim.

– Não preciso de sua opinião. – respondo sem me virar para ela.

Eu estava com raiva. Muita raiva. Não queria conversar com ninguém, porque eu sabia que iria ser rude em todas as minhas respostas. Mas o que eu disse não abalou Diana e ela veio andando até mim, me abraçando por trás.

– Você quer conversar? – pergunta ela apoiada em minhas costas.

– Não. – respondo.

– Posso ficar aqui com você? – pergunta.

– E Gaia?

– Ela está com Alfred.

Me viro para Diana e ela abre um sorriso para mim.

– Bruce, nós vamos dar um jeito nisso. – diz ela me puxando para si.

Passo meus braços em torno dela e lhe dou um beijo na testa.

– Não vou deixar nada e nem ninguém nos separar. – digo firme

– Confio em você. – ela responde me dando um beijo.

Só espero não falhar com isso.

...................................................................................................................................................

Diana estava se arrumando para ir visitar Shayera e eu fiquei encarregado de dar banho na nossa filha. Na verdade, Gaia implorou para que eu desse banho nela e eu não pude negar. Eu faria de tudo por ela.

– Papai, quero banho com muuuita espuma! – diz ela já na banheira do meu quarto.

Sorrio para ela e faço o que ela pede.

Minha filha se anima com a quantidade de espuma na banheira e começa a bater os bracinhos na água, fazendo com que me molhe. Ela olha para mim e ri fazendo com que eu a ame mais ainda.

Nunca tinha me imaginado na posição paterna antes. Nunca me imaginei sendo pai, mesmo adotando Dick e Jason, eu não me via como pai deles e sim como um mentor. Meus pais morreram quando eu era apenas uma criança, convivi muito pouco com eles, mas sempre tive Alfred cuidando de mim. Ele é a figura paterna mais próxima de mim. Mesmo que eu não tenha dito isso em voz alta... Eu amo ele. Alfred é como um pai para mim e eu vou ser sempre grato por ter ele na minha vida.

– Papai! – chama Gaia me tirando dos meus pensamentos.

– Sim, meu anjo. – digo sorrindo para ela.

– Entra aqui comigo! – diz ela empolgada.

– Não sei não... Essa água está muito fria...

– Vamos papai!

– Só se você der um beijo no papai, ai eu penso.

Ela sorri e me da um beijo na bochecha.

– E agora? – pergunta animada.

– Não sei...

– Por favor!

Ele me puxa um pouco forte demais e eu acabo cedendo. Na verdade ela já tinha me convencido desde o inicio.

Tiro o sapato e entro na banheira ainda com a roupa do corpo que já estava molhada.

– Oba! Vamos fazer guerra de água! – grita ela animada.

Gaia começa a guerra de água e eu começo a brincar com ela também. Molhamos todo o banheiro nessa brincadeira, mas não paramos até ver Diana na entrada no banheiro nos observando.

– Então é assim que você dá banho na nossa filha? – diz ela cruzando os braços tentando não sorrir.

– Mamãe! Vem brincar com a gente. – diz nossa filha.

– Mamãe já está pronta para sair, só está esperando filha e pai se arrumarem. – diz ela vindo até a gente.

Chego perto do ouvido de Gaia e falo:

– Vamos puxar sua mãe para brincar...

– Sim!

– O que vocês estão falando ai? – pergunta Diana.

– Um... – digo.

– Dois... – diz Gaia.

– Não estou gostando disso. – diz Diana indo se afastar.

– TRÊS! – gritamos eu e Gaia juntos enquanto puxamos Diana para a banheira.

Diana cai no meu colo e Gaia começa a jogar água nela.

– Vocês são impossíveis! – diz Diana rindo.

– Agora você pode brincar! – fala Gaia feliz.

Diana sorri e se aconchega no meio das minhas pernas. Não posso deixar de notar o quanto ela está sexy com esse vestido grudado em seu corpo perfeito.

– Daqui a pouco, nós dois vamos brincar. – digo em seu ouvido, deixando ela arrepiada.

Ela olha para mim e dá um sorriso.

– Mal posso esperar.

.........................................................................................................................................................

POV DIANA

Depois de nos divertir com nossa filha no banho e depois de uma diversão a mais com Bruce na banheira, fomos para o carro. Bruce queria ir junto comigo visitar nossos amigos e queria poder se desculpar com eles.

Gaia estava sentada na cadeirinha que Bruce tinha mandado entregar essa manhã, empolgada porque ia sair.

Sento na frente ao lado de Bruce e ele começa a dirigir pelas ruas.

Ele e Gaia ficam conversando e brincando e eu fico ouvindo tudo feliz. Gaia estava se dando muito bem com seu pai e Bruce já a amava. Tudo estava ótimo, mas a visita de Ares me perturbava. E muito. Não tinha contado a Bruce ainda de como eu fui acordada essa manhã, para não irritá-lo. Sabia que quando ele soubesse a verdade, ele daria um jeito de se meter em confusão e eu não queria isso. Então guardaria isso por enquanto.

– Em que você está pensando? – pergunta Bruce pondo a mão em minha coxa.

– Em nada. – minto.

– A dona da verdade, mentindo?

Não sabia mentir perto dele e ele sabia disso.

– Me conte. – pediu.

– Não quero falar disso agora Bruce. –digo.

– É sobre Ares né? – diz ele apertando com mais força o volante.

– Bruce...

– Não é?

– Sim.

Ele resmunga coisas que eu não entendo e para o carro no acostamento.

– Preciso de um momento. – diz ele fechando os olhos.

Olho para trás e vejo que Gaia está dormindo.

– Bruce... – digo chegando mais perto dele.

– Sempre acontece alguma coisa para nos separar. – diz com raiva.

– Nós sempre ficamos juntos no final. – digo.

– Até quando? – pergunta ele.

– Como assim?

– Até quando vamos ficar juntos? Não sabemos. Sempre há alguém para nos atrapalhar. Já te perdi uma vez, não quero te perder de novo. – diz ele me olhando nos olhos.

Me solto do sinto de segurança e subo no colo de Bruce. Seguro seus rosto e lhe dou um beijo apaixonado.

– Escute, pois eu só vou falar uma vez. – digo e ele assenti – Nada e nem ninguém vai nos separar, as coisas podem parecer impossíveis no momento e sempre vai ter alguém para tentar nos separar. Sendo os seus inimigos ou os meus. O que nós temos é especial, importante e imortal. Ficamos separados esse tempo todo e estamos juntos agora. Temos uma filha linda que nós amamos. Vamos ficar os três juntos e o que vier para nos atrapalhar, vamos enfrentar. Eu te amo Bruce, não se preocupe tanto. Já lutei com Ares antes e acabei com ele. Posso fazer isso de novo. – digo lhe dando um beijo e depois o abraço.

– Eu te amo agora e te amarei para sempre até morrer. Vou lutar por nós Diana. – diz ele me apertando forte.

– É só disso que eu preciso. –digo.

.........................................................................................................................................................

Depois de ter aquela conversa com Bruce, ele ficou um pouco mais calmo. Seguimos o caminho todo em silêncio com ele segurando a minha mão, só soltava ela para mudar as marchas.

Chegando ao prédio de John e Shayera eu fico nervosa.

– Não fique nervosa. – diz Bruce.

– E se ela não me reconhecer? – pergunto.

Bruce ri.

– Acho isso meio impossível. – diz ele.

– Ok. Eu posso fazer isso. – digo saindo do carro.

Bruce sai e abre a porta do passageiro para pegar Gaia no colo.

Subimos até o andar de Shayera e eu começo a suar.

– Diana, calma. – fala Bruce.

– Preciso segurar Gaia. – digo.

Bruce me entrega nossa filha e batemos na porta.

– Acho melhor eu ficar atrás de você. – digo.

– Por quê? – pergunta Bruce.

– Porque sim! Não faz pergunta difícil. – digo.

Bruce ri e ouvimos barulho da porta sendo destrancada.

Me escondo atrás de Bruce com Gaia e ouço a voz de John.

– Bruce? – diz ele surpreso.

– John. – diz Bruce.

– Que surpresa... – diz a voz de Shayera.

– Eu vim fazer uma visita a vocês junto com uma surpresa. – diz Bruce animado.

John e Shayera devem está se perguntando sobre essa atitude de Bruce.

– Que surpresa? – pergunta Shayera.

Saio de trás de Bruce e paro do seu lado. Shayera abre a boca chocada e John arregala os olhos.

– Essa é a surpresa. – digo sorrindo.

– Surpesa! – grita Gaia no meu colo animada.

Shayera sai do seu estado de choque e me abraça forte.

– Diana? É você? Como...? – diz ela sem entender.

– Longa história. – digo.

Ela começa a chorar e eu a abraço mais forte.

– Eu estou aqui e vou explicar tudo. – digo feliz.

.........................................................................................................................................................

POV BRUCE

Diana tinha contado tudo o que tinha acontecido com ela durante esse tempo para Shayera e John, que tinham escutado tudo com bastante atenção.

E eu fiquei com minha filha e Rex.

Que saudades eu sentia daquele menino. Lembro até hoje do dia em que ele nasceu e de quando eu virei padrinho dele. Tinha sido um péssimo padrinho durante esses anos, mas eu iria recompensar isso.

Gaia e Rex tinham virado melhores amigos em pouco tempo. Brincavam e riam por tudo e eu ficava sorrindo que nem um bobo para eles dois.

Sai de perto deles e fui me sentar do lado de Diana no sofá.

– Eu queria me desculpar por tudo o que eu fiz e por ser tão ausente para Rex. – digo para John e Shayera.

– Nós entendemos Bruce. – diz Shayera.

– Você só precisava de um tempo para você. – diz John.

– Pretendo recompensar isso em breve. Eu prometo. – digo.

John levanta e vem até mim.

– Nós te desculpamos. – diz ele estendendo a sua mão.

Pego sua mão para apertá-la, mas ele me puxa e me dá um abraço.

Fico surpreso mas retribuo.

– Obrigado. – digo para ele.

Shayera levanta e me dá um tapa na cabeça.

– Eu te desculpo Morcegão. – diz ela me dando um abraço.

Diana sorri para nós e se levanta para ficar do meu lado.

– Diana, será que você não pode vir me ajudar na cozinha? – pergunta Shayera.

– Claro. – responde Diana.

As duas saem da sala e eu e John ficamos conversando.

– Como eles crescem né? – diz John sobre os nossos filhos.

– Não quero que Gaia cresça. – digo.

– Uma hora ela vai crescer Bruce e você não vai ter que se preocupar só com os vilões, mas sim com os garotos que irão dar em cima dela. – diz John.

Olho para ele com raiva e ele ri.

– Só estou te alertando amigão!

.........................................................................................................................................................

POV DIANA

Shayera liga a torneira da pia e olha para mim.

– Desembucha. – diz ela.

– O que você quer que eu fale? – pergunto confusa.

– Sei que aconteceu alguma coisa. – diz ela.

Sento na cadeira e suspiro.

– Ares apareceu. – digo.

– O que?!

– Ele apareceu na mansão. Bruce ficou com raiva e abalado com isso. – digo.

– O que ele foi fazer lá? – pergunta ela.

– Veio dizer que eu e Gaia seriamos dele.

– Meu Deus!

– Essa não é a pior parte. – digo.

– Qual é a pior parte então? – pergunta ela.

– Ele veio no quarto de Bruce, onde eu estava dormindo. Virei pro lado e pensei que era Bruce que estava ali, por isso nem abri os meus olhos enquanto ele veio me beijar. Depois que ele ficou em cima de mim me beijando eu abri os olhos e levei um susto. Eu o empurrei para longe e lhe dei um soco.

Shayera ficou chocada e não disse nada. Então continuei.

– Ele disse que eu seria dele. Que nós iriamos nos casar. E eu disse que ele estava louco, que eu não iria nunca me casar com ele. E então ele disse que os preparativos do casamento já estavam praticamente prontos, que só faltava uma coisa.

– Que coisa? – perguntou Shayera.

– Meu sangue.

– Ele quer o seu sangue?

– Sim, para que esse casamento seja eternizado.

– Ele é maluco! E agora?

– Eu vou me encontrar com a minha mãe e me reunir com o conselho.

– Bruce sabe disso? – pergunta ela nervosa.

– Não e nem pode saber. – digo.

– Então você ia esconder isso tudo de mim? - pergunta a voz dele.

Droga!

........................................................................................................................................................

POV BRUCE

Diana iria esconder o que tinha acontecido com Ares naquele quarto de mim. Não acredito que ela iria fazer isso comigo. Não sabia se iria conseguir conter a minha raiva naquele apartamento, tinha que sair dali.

– Não me siga. – digo com raiva para Diana.

Ando furiosamente até a porta, ignorando todos que me chamam, inclusive a minha filha. Bato com força a porta e desço correndo as escadas para não ter que esperar o elevador e ter que ver Diana indo atrás de mim.

Saio do prédio e entro no carro. Diana já está aqui embaixo e eu tranco as portas do carro e ela bate no vidro com força.

– Bruce! Me deixa explicar! – grita ela.

Mas a ignoro e acelero.

Dirijo em direção aonde eu vou quando eu preciso pensar nas coisas. Vou para onde os meus pais estão enterrados, em busca de respostas.

.........................................................................................................................................................

POV DIANA

Segui Bruce pelo ar e acho que ele não percebeu que eu estava fazendo isso.

Por Hera, eu esperava que ele não fizesse nenhuma besteira.

Ele para no cemitério e eu o sigo de longe.

Ele para em frente e duas lápides e se ajoelha. Pouso na árvore mais próxima para poder ouvi-lo.

– Eu não sei o que fazer pai... Me sinto tão perdido. – diz ele e meu coração se aperta.

– Queria que tivesse um jeito de que todas essas coisas parassem de acontecer comigo e com Diana... Mas parece que é impossível... – diz ele.

Tudo o que eu quero é abraça-lo e beijá-lo. Mas fico observando de longe.

– Tenho medo de perder ela de novo. E nossa filha... Ah, pai ela é linda. A cara de Diana. Espero que ela seja mais como a mãe. Sinto sua falta e da mamãe todos os dias. – diz ele.

Não aguento mais ficar longe e vou até ele.

Fico do lado dele e ele se assusta.

– O que você está fazendo aqui? – pergunta.

– Te segui.

– Eu não quero...

Impeço que ele fale porque eu não quero brigar, quero só beijá-lo.

– Diana...

– Shhh – digo pondo o meu dedo nos seus lábios.

– Deixe eu falar, antes que eu perca a coragem. – diz ele.

Tiro meu dedo dos seus lábios e ele se aproxima de mim.

– Vamos lutar contra Ares juntos, assim como todos os obstáculos que irão vir. Mas antes quero te fazer um pedido. – diz.

– Qual? – pergunto.

– Quer casar comigo?

Continua...