POV Autora

Dentro do galpão as coisas ainda seguiam em uma estranha paz, Gajeel meio perdido em seus devaneios se permitia olhar um pouco mais para o corpo delicado de Levy enquanto ela calmamente tentava se concentrar em uma nova leitura.

No começo ele realmente não continha nenhuma impureza em mente, apenas.... era reconfortante poder olha-la de novo, suas memorias ainda não continham uma boa ordem ou faziam muito sentido, e agora que o diário havia sumido talvez sua melhor chance de lembrar de tudo tivesse sumido junto, mas ele não se importava... não enquanto pudesse olhar para ela mesmo que apenas mais um pouco.

Enquanto seus olhos vagavam pelo corpo dela algumas lembranças iam aos poucos se formando em sua mente, lembranças que ele não resistiu a lembrar...

A postura dela, uma pouco inclinada para frente com o rosto enfiado no livro o fazia lembrar-se dos tempos de escola, no tempo em que eles não podiam se falar pra não levantarem suspeitas, mas que nem por isso o impedia de lhe lançar discretos olhares. E era sempre a mesma postura, do mesmo jeito... ela parecia uma bonequinha pra ele, sempre pareceu e continuava a parecer.

Seus pensamentos e memorias foram quebrados quando um pequeno gato negro de asas se pôs a frente dele quebrando o contato visual com Levy.

Isso o irritou.

– O que quer Lily? – disse entre dentes.

– Gajeel..- ele cruzou os braços nos ar enquanto tentava não transparecer a irritação que sentia no momento.- ... será que da pra parar de olhar pra ela assim?!

O demônio por sua vez não tinha entendido a pergunta.

– Assim como? – rosnou, não gostava se de sentir perdido.

O exeed bateu a pata na própria cabeça enquanto uma gota se formava na testa “o quão burro esse cara pode ser?!” pensou.

– Ora Gajeel, parece até que você quer devora-la. – Lily tentou manter a voz baixa para não chamar a atenção da anja, não queria fazer escândalo pela lerdeza de Gajeel.

Por sua vez o demônio ficou estático.

– ...- tentando se manter o mais sério possível diante daquela situação.

– Não estou brincando Gajeel, olha... você ta babando? – o gato arqueou a sobrancelha, mas é claro que ele estava brincando, oque não impediu que o demônio levasse rapidamente o braço a boca tentando limpar a baba não existente.

O exeed teve que ter uma grande dose de autocontrole pra não se matar de rir depois disso, Gajeel ainda tinha aberto a boca mas nem era preciso, o olhar “você morre hoje” já dizia tudo.

Llily não era burro, sabia quando era hora de sair voando bem rápido dali, porem o gato queria irrita-lo um pouco mais...

Assim o exeed voou rumo a Levy e sentou se na frente dela distraindo-a do livro.

–Hm? – ela abaixou o livro. – Tudo bem Lily?- perguntou ela fechando o mesmo.

O gato olhou mais uma vez para Gajeel que murmurou um “não se atreva!” com a voz tão baixa que só Lily conseguiu ouvir, porem o exeed estava começando a se divertir e com isso esquecido a noção do perigo...

– Nada de mais Levy...- por um momento Gajeel relaxou, mas bem nessa hora. -... Eu apenas estava dizendo ao Gajeel o quanto é grosseiro ele ficar te...- Com isso, Llily foi arremessado pro outro lado do galpão por um soco muito forte fazendo Levy soltar uma pequeno grito de surpresa.

– Gajeel! – brigou, ela se levantou e foi correndo ver o estado do animal.

O que o demônio não podia ter previsto é que tinha arremessado o gato dentro de uma das caixas de Sr.Mc... e não era numa caixa qualquer dela...

Assim que a anja abriu a caixa, que agora continha um grande buraco devido a queda de Llily, tentou puxa-lo para fora.

Ainda meio tonto ela colocou o gato sentado em cima de uma caixa próxima enquanto Gajeel se aproximava rindo.

–Gi hi hi – ele ria alto enquanto Lily ainda meio desorientado tentava tirar as roupas da caixa que haviam ficados presas nele.

–Gajeel, não tem graça!- brigou Levy que tomou a frente para ajudar o gato a se livrar das roupas.

– Claro que tem...- e assim ria mais, ele colocou a mão sobre a barriga que já doía de tanto que ele gargalhava.

Aos poucos, Lily estendeu os braços levando as pequenas patinhas a cabeça para tirar a ultima peça que tinha sobrado, mas quando essa desceu sobre o rosto e ele pode ver oque era...

– M-meu D-deus...- o gato ruborizou totalmente, chamando a atenção de Gajeel.

–Oque foi que.... M-mas q merda é e-essa?!

Os dois ficaram olhando boquiabertos a estranha pesa que tinha se enroscado na cabeça de Lily...

Se tratava de nada menos, nada mais do que um belo sutiã.

Todo rendado de preto e com pequenos laços laranjas nas suas alças, ele tinha algumas partes trabalhadas em ferro e um fecho frontal, fecho que paresia um tanto gasto mas que de forma nenhuma diminuía a beleza da peça.

Levy que estava distraída dobrando as roupas que tinha catado de Lily, que notoriamente se tratava de calcinhas, meias e tops não notou os dois pimentões que estavam petrificados atrás dela.

Lily que ainda segurava o sutiã não tinha movido nem ao menos um musculo, ele apenas fez uma força a mais para conseguir fechar a boca e engolir seco.

Já com Gajeel a situação foi mil vezes pior, ele conhecia aquele sutiã, ou melhor, tinha uma vaga lembrança de tê-lo visto... rapidamente ele levou uma das mão ao nariz “mas que droga!” pensou.

Em um movimento calculado os dois viraram lentamente a cabeça para Levy, ela iria virar a qualquer minuto... eles entraram em pânico, não conseguiam pensar direito depois daquilo.

No meio disso Lily jogou desesperado o sutiã nas mãos de Gajeel, que jogou de volta pra ele na mesmo velocidade... e no meio desse vai e volta, vai e volta, vai e volta a anja se virou.

A peça tinha parado com Gajeel que rapidamente escondeu as mãos atrás das costas.

– Oque vocês dois estão fazendo? – perguntou confusa.

– N-nada! – respondeu Lily que tinha a reação mais rápida que a de Gajeel. – Olha Levy.... – tentou pensar em algo.-... porque você não me ajuda a achar uma coisa, em? – o exeed rapidamente voou até ela e começou a empurra-la pra longe do demônio congelado.

–Ahh... – ainda meio confusa ela apenas seguiu o gato. – Tudo bem então...

Enquanto isso Lily virou para traz e murmurou num tom que só Gajeel ouviria um “Se livra disso!” "e rápido!" e voltou a arrastar a anja dali.

O demônio não sem mexeu até que perdesse os dois de vista em meio ao enorme galpão, quando isso acontecei ele tentou fechar as mãos em punho mas acabou sentindo o tecido a pouco esquecido em suas mãos.

Ele o olhou ainda um pouco nervoso, suas mão tremiam com o contado do tecido e podia sentir o coração aceleram... Foi quando ele ouviu um pequeno barulho, provavelmente apenas uma caixa caindo, mais foi o suficiente para fazer ele dar um pulo, com isso ele guardou a peça no bolso largo do casaco... teria que pensar sobre isso depois, porque paresia ser uma memoria... muito importante.