POV Autora

– Não acredito que você fez isso Lisanna! – Mira estava realmente zangada, não achou que sua irmã pudesse ter ido tão longe. – Você tem noção do mal que podia ter feito?

Lisanna estava chorando cobrindo o rosto com as mãos.

– Me perdoem ...- disse entre os soluços. - ... eu não tinha ideia de que tinha posto Levy em perigo...

Elfman se aproximou da mais nova e a abraçou.

– Oque você fez não foi coisa de Homem! – disse sério. – Mas não faz mal, Gajeel vai voltar pra ela e é isso que importa, ele é um homem!

Lisanna riu, porque seu irmão tinha que por a palavra homem no meio de cada frase? Mas Mira ainda não estava calma.

– Elfman! – disse chamando o irmão. – Estou preocupada, antes aquele assassino não podia sentir nem Levy, nem Gajeel, mas agora que são parte humanos é só uma questão de tempo... - agora sim, Lisanna voltou a chorar desesperada. - ...e infelizmente graças a Lisanna os dois estão em lados opostos, Gajeel vai ter que ser muito rápido.

– Não tem nada que possamos fazer? - A menor secou as lagrimas e tentou olhar para a irmã sem chorar. - A culpa é minha, eu cruzei os caminhos de Gajeel e Levy sem consultar vocês, por minha culpa ele...

– Interferir não é coisa de homem! E muito menos de cupido, oque você fez no passado foi uma violação muito séria maninha... mas no final você estava certa, Levy e Gajeel eram mesmo predestinados- disse Elfman. – Se alguém aqui é culpado, sou eu, aquele homem, não era a pessoa certa para Levy, mas eu não soube interpretar os sinais e...

Mira caminhou para mais perto dos dois, ainda com um olhar mortal no rosto.

– Não, nós não soubemos... o destino dos três esta ligado, graças a nossa interferência, não só da Lisanna, mas de todos nós... – Mira parecia mais calma, mas não totalmente. -...desculpe Lisanna, mas mesmo assim você será punida...

Antes que percebesse, Elfman a abraçou com mais força, impedindo-a de se mover, Mira estava cada vez mais perto, a albina menor começou a lutar desesperadamente para se soltar, quando a maior colocou o dedo indicador na boca, e quando chegou a hora... deu um cotonete molhando na irmã casula!

–Haaaa que nojo!!! – a cupido menor não parava de se contorcer. – Para Miranee-chan! Que nojo!!!

– Isso é pra você aprender Lisanna. – A maior se afastou dando um tapa na cabeça da irmã – E lembre-se: CUPIDOS NÃO INTERFEREM!

Elfman a soltou e riu da irmã casula, as punições de Mira eram estranhas, mas sempre funcionavam!

– Não ria de mim... – mas isso só o fez rir mais alto, oque deixou Lisanna bem irritada . – Você lembrou de pegar o diário de volta?

Ele congelou “Merda...” pensou antes de se sair correndo e se matando.

–x-

Mesmo sendo “escoltado” pela aura de Juvia, Gajeel já tinha se decidido a não mudar de direção e embora ainda estivesse zangado consigo mesmo, ele só não sabia que das sombras alguém o observava.

– Hun...então ele vai voltar... – o homem continuava sério, apesar de pontada de irritação que sentia. – Você pode ter tirado ela de mim uma vez Gajeel, mas não vai tirar de novo... - ele se misturou, desaparecendo na escuridão. - Aproveite enquanto pode...

–x-

Sem demorar muito Gajeel chegou ao galpão, mas quanto tempo ele ficou fora ele não sabia o que disser. Estava torcendo pra que ninguém tivesse percebido a sua ausência quando abriu a porta de casa, só que estava muito errado.

– Gajeel! – foi recebido por um belo chute de Lily, mesmo em sua forma pequena o gato ainda sabia bater com muita força. – ONDE ESTAVA IDIOTA?

“Como posso explicar?” era isso que ele teria pensado se fosse uma pessoa normal, mas como era Gajeel o que ele pensou na verdade foi “vou te matar gato idiota!”

Fazer oque, não é?

Os dois começaram a brigar, cadeiras estavam voando e não paravam de gritar um com o outro, isso poderia ter durado muito tempo, mas não, Gajeel estava prestes a jogar outra caixa que madeira na cabeça daquele maldito gato, mas dessa vez era um baú velho que acabou se abrindo no caminho e prendendo Lily.

– Me tira daqui! – gritava enquanto o ex-demônio trancava a caixa.

– Não é mais tão valentão agora? Gi hi hi... – mesmo depois de tudo aquilo Gajeel ainda estaria com sorte se só Lily tivesse notado que ele sumiu, mas novamente hoje não era seu dia de sorte...

– Que barulheira é essa Lily? – a última pessoa que ele queria que o visse apareceu, Levy.

Ele ficou estático, não sabia oque fazer, ela parecia igual. Mas e agora? Oque Gajeel ia dizer? Ele novamente não tinha uma boa desculpa, ele podia falar a verdade porém “esta maluco?” essa era a resposta imediata do seu cérebro, ele também podia inventar uma mentira “ ela vai descobrir...” mas isso também não ia dar certo. “ Merda! Pra que fui escutar aquelas doidas.” Ele nem tinha certeza se culpava a Juvia ou a cupido, mas o fato era que ele ia ter que mentir, não podia mostrar o diário para ela.

– GAJEEL BAKA! – um grito da anja o acordou. – ONDE VOCÊ ESTAVA?

Ele ainda não tinha uma resposta, mas parece que ela estava preocupada, pois chorava, ela colocou as mãos no rosto tentando afastar as lagrimas e ficava se batendo mentalmente “Não chore Levy, você prometeu que não ia mais chorar!” por sua vez Gajeel não sabia oque fazer, ele estava em sua própria luta interna “Inútil! Você só sabe fazer ela chorar?” ele tinha que fazer alguma coisa, mas nada lhe parecia certo.

– Há foda-se! – pensar antes de agir não estava funcionando, então ele ia fazer oque sempre fazia, agir por impulso!

Ele foi até ela o mais rápido que pode e a abraçou, só pensando no qual idiota ele podia ter sido, não só agora, mas como antes, ele a deixou escapar uma vez, não ia mais cometer esse erro.

–Gajeel...- não importando-se com o que ela ia falar ele a cortou.

– Desculpe baixinha...- ele a apertou com força, tinha tanta coisa que ele queria falar e não podia. – Eu.. eu te perdoo tudo bem, mas me desculpe... me desculpe por tudo...

Ele queria tanto disser o que tinha lido no diário, mas não podia. Não ia por esse peso sobre ela, então tudo que ele podia fazer era abraça-la o mais forte que podia, pra nunca mais soltar.

Mesmo sem entender Levy o abraçou de volta, achou que era o certo.

– Oque aconteceu...? – ele gelou, não podia responder e não podia mentir. -... com o Lily? – ele apontou para o baú, deixando a a anja com uma cara de desaprovação e uma gota na sua cabeça.

– O idiota estava me irritando. – Lily resmungou fazendo o baú sem mover, porém sem conseguir se soltar.

– Gi hi hi!

Levy se soltou dos braços de Gajeel, fazendo ele resmungar, ela riu.

– Não vai ganhar nada até soltar o Lily! – ela tinha seu trunfo, sabia disso e sorria muito.

Gajeel suspirou e foi até o baú e o destrancou, mas quando Levy achou que ele fosse abrir... Gajeel o jogou pra fora do galpão com toda força que tinha, mandando o baú com o gato pra bem longe, enquanto dava sua típica risada, Levy estava irritada.

– Por que fez isso? – ela estava morrendo de dó de Lily, o gatinho era sempre muito bom pra ela.

O demônio não respondeu, apenas se aproximou dela.

– Eu o soltei certo? – antes que a anja pudesse responder ele rapidamente lhe roubou um beijo, o primeiro de muitos, quando se separaram ele lambeu os lábios “doce.” - Eu só não quero ele aqui atrapalhando.

Levy sentiu seu rosto ferver, nunca tinha se sentido assim na vida, ou pelo menos não nessa vida. Pro seu azar Gajeel tinha se lembrado de como provoca-la, agora ela teria muita coisa pra aturar dele “será que isso é tão ruim?” pensou irônica, de fato ela estava se tornando humana, anjos nunca poderiam ter esse tipo de pensamento, mas ela já não ligava mais, porque agora ela tinha Gajeel consigo e mesmo sem saber o motivo, também queria que nunca mais fosse embora.