Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 12
Problemas & Discursos engolidos.


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Eu resolvi que não posso ficar postando todos os dias, pois minha inspiração está se esgotando... Sabem como é difícil, não é? Para acumular ideias e tal, postarei todos os finais de semana, variando entre sábado e domingo, entendem?



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O dia estava passando tão rápido quando o horário de desenhos animados para uma criança.

Ally, Trish, Dez, eu e Cassidy havíamos feito do último dia da garota loira em Miami inesquecível. Iríamos até a piscina mais tarde, pois a praia realmente havia nos esgotado por completo; ainda mais, Ally queria mostrar uma coisa a mim, Trish e Dez antes de sairmos mais uma vez.

Enquanto o resto de meus amigos estavam dormindo, muito provavelmente se recuperando das brincadeiras feitas no mesmo dia, sentei muito próximo ao piano, pensando em alguma letra que poderia descrever uma situação romântica.

–Eu sei que é muito irresponsável, mas o quê eu posso fazer? Não irei matá-lo por um erro que eu acabei cometendo. Isso é horrível, é insano. Não, eu não deixarei. Nem por cima de meu cadáver. - escutei acidentalmente um trecho de conversa ao telefone. Me parecia uma voz familiar... como a de Trish. Não consegui conter meus pensamentos em volta da conversa macabra. - É errado. Nos falamos mais tarde. Meus amigos estão dormindo. Não farei aquilo novamente, e nem o colocarei em perigo. Eu não deveria te dizer isso, mas... obrigada. Por me ouvir. Mas não por ter sugerido aquilo. ouvi um som sinalizando o fim da chamada. Tive de me conter para não ir atrás de Trish e lhe pedir explicações.

Porém ela era minha amiga. E se houvesse ocorrido algo muito horrível com ela? E se, por algum acaso, Trish estivesse envolvida com algum tráfico, ou em alguma confusão? Eu poderia salvá-la, não poderia?

–Trish! - decidi-me. A baixinha virou-se para mim extremamente séria, e acabei por notar seus olhos marejados, que logo se arregalaram com o choque de me ver por ali. - Desculpe. Eu sei que não tinha nenhum direito, porém... Acabei ouvindo sua conversa. E você vai ter que me explicar.

–Somos amigos, não donos um do outro, Austin. - proclamou ela, após minutos de silêncio; seu rosto permanecia rígido, tenso, e seu corpo acompanhava. - Não devo satisfações a ninguém.

–Você estava dizendo algo sobre matar alguém, Trish! Isso é sério! Sabia que eu poderia ir até a polícia agora mesmo e prestar queixa? Eles podem detê-la, podem acessar seus dados e saber sobre tudo, Patrícia!

–Não me chame de Patrícia, Austin Moon! - Trish me encarava, perplexa, inutilmente afastada de mim. Me parecia tão frágil que tive de me segurar para não abraçá-la e deixá-la ir. - Você... só... não entende.

–É claro que eu não entendo, Trish. - aproximei-me mais cautelosamente. Contudo, Trish deu outro passo para trás, recuando até encostar em uma das paredes. - Você nem se dá ao trabalho de me explicar.

–É particular, Austin...

–Matar alguém. É crime.

–Não é crime se você souber do que eu estou falando.

Um certo pânico parecia irradiar de seu corpo, até que eu mesmo fui acometido por aquela sensação arrasadora. A compreensão começou a fazer parte de mim conforme fui absorvendo as palavras proferidas.

Mantive minha cabeça baixa enquanto fitava os olhos vidrados e assustados de Trish. Puxei-a para um abraço, fazendo-a retribuí-lo, passando os dedos por seus cabelos pretos. Eu havia passado tanto tempo preso em meu drama romântico com Ally que havia esquecido-me de que meus amigos também poderiam estar metidos em coisas piores.

–Quem é o pai? - sussurrei. O corpo frágil de Trish tremeu em meus braços.

–Jace. Eu estava... falando com o pai dele. Sugeriu aborto. - sussurrou de volta. Minha boca escancarou-se com a ideia do avô do bebê sequer nascido. - Eu não quero matá-lo, Austin, ele é parte de mim agora. Foi um envolvimento, eu não deveria ter permitido.

–Shh. - eu a abracei mais forte conforme suas lágrimas caíam e molhavam a minha camiseta fina. Trish estava acabando-se com o choro compulsivo, e eu podia sentir sua dor. - Por favor, não chora. Vamos dar um jeito, está bem?

–Meus pais vão me matar, Austin. Eles me deram toda a liberdade, e veja só onde paramos.

–Eles não precisam saber. Não ainda. - Trish me encarava confusamente, enquanto eu passava os dedos por seu rosto, limpando as lágrimas restantes. Podia ver a esperança se acendendo dentro dela. - Vamos levar isso mais um pouco, OK? Vou armar um plano, conversar com Dez, veremos o que...

–Não! - seus olhos estavam cheios de pânico, constrangimento e... algo a mais, que eu não pude identificar. - Eles não podem saber. Foi difícil o suficiente desabafar tudo para você. Eu não suportaria se mais alguém soubesse.

–Ei, tudo bem. - comecei a balançar-nos um pouco quando Trish recomeçou seu choro; não pude negar que eu mesmo estava enlouquecendo com seu problema. Não queria sequer imaginar como a garota estava interiormente. - Eu vou armar um plano muito bom, entende? Seus pais vão te ver e você nem vai precisar dizer nada sobre a gravidez, eu prometo. - beijei o topo de sua cabeça. Se alguém nos visse, pensariam que éramos namorados, porém não ligávamos; éramos amigos, melhores amigos, e amigos ajudam uns aos outros quando mais precisam.

Ficamos sentados próximos à porta que dava para o salão da Sonic Boom. Havia um banquinho que, muito provavelmente, o pai de Ally havia deixado para quando quisesse descansar, e estávamos sentados nele. Ou melhor, Trish estava, eu permanecia com o braço apoiado no banco e ajoelhado no chão.

–Você acha que vai dar tudo certo, Austin?

–Prometo que vai. Não se preocupe muito com isso agora. Darei um jeito de não fazermos muitas atividades pesadas hoje, tudo bem?

–Você é o melhor amigo que eu poderia ter.

–Todos nós sabemos disso, não é? - rimos. - Brincadeira. Você é a melhor amiga que eu poderia ter, Trish.

Ficamos em silêncio, aproveitando-o e pensando em como nossas vidas pareciam ter mudado. Desde que viemos para Miami, eu apenas conseguia pensar em mim e em como conquistar Ally novamente, porém agora... pareço estar revendo minhas prioridades, ainda mantendo Ally e meus amigos em primeiro plano.

Dei uma rápida olhada ao relógio, sentindo meu coração acelerar enquanto pensava em Ally de novo, talvez pela milésima vez durante estes minutos arrastados. Estava quase na hora marcada, e muito provavelmente o despertador de Ally já havia tocado.

–Austin, você pode me deixar sozinha por alguns minutos? - Trish perguntou-me, de repente.

–Você tem certeza?

Ela sorriu.

–É claro.

Dei um pequeno aceno e um último abraço, acariciando seu braço por fim. Eu só queria que Trish ficasse bem, porém não me sentia seguro deixando-a sozinha naquele cômodo.

Tentei afastar os meus pensamentos de Trish por um momento, embora não achasse certo; a imagem da mesma segurando um pequeno bebê, embalando-o em seus braços não me saía da cabeça. Era estranho, porém confortante.

O pai daquele menino... Trish precisaria contatá-lo, ao invés do pai, em algum momento. Imagino-a refletindo sobre seus futuros problemas e sobre esse assunto naquele exato momento.

Prendi minha respiração ao olhar para a escada; estava em êxtase. Os meus pensamentos sumiram. Minha boca ficou seca. Ao soltar o ar, percebo como minha respiração agora está mais agitada e incerta.

–Austin? Trish? - Ally descia as escadas meio correndo meio cuidadosa; eu sabia que era medo de tropeçar e cair da escada. Seu rosto se iluminou e um suspiro aliviado escapou de seus lábios quando me viu. - Meu Deus, você me deu um susto! Onde ela está?

–Trish queria ficar um pouco sozinha. - minha resposta não agradou-a, pois pareceu-me que agravou sua preocupação. O perfeito semblante de Ally obteve uma expressão confusa e preocupada. - Mas ela está bem. Está cansada e meio triste porque recebeu uma carta agora do chefe da loja de velharias.

–Demissão?

–Óbvio. - rimos. Mas nenhum dos dois estava sentindo-se confortável em rir sobre aquilo - era como se Ally me conhecesse e soubesse que eu estava escondendo algo relacionado com o motivo de Trish estar solitária em uma sala. - Então, o que você queria nos mostrar? Vou chamar a Trish.

–Tudo bem. O Dez já está lá em cima nos esperando; eu meio que o acordei... cedo demais. - seu rosto corou, e eu não consegui encontrar nenhuma razão para tal ato. Mais tarde eu perguntaria. - Vai para a sala de ensaio, por favor, quando falar com ela. Quero mostrar... uma música.

–Você ainda escreve? - eu queria abraçá-la. Agarrá-la. Ela estava me surpreendendo mais. Compor era um hobby antigo de Ally, e saber que ela ainda o praticava fazia-me relaxar.

–Eu... tive umas dificuldades para compor esses anos, mas quando vocês estão por aqui sai tão facilmente. - ela balançou a cabeça negativamente.

–Ally... - ela não me ouviu. Engoli todo o meu discurso dramático, que eu queria dizer em momentos mais íntimos, quando estivéssemos tendo algo romântico rolando entre nós. Eu queria admitir que a queria... mas não era a hora.

Observei-a subir com a respiração presa, alternando entre a tristeza e o estado apaixonado. Não consegui desviar meus pensamentos de Ally enquanto ia até a sala onde Trish havia se instalado durante o curto tempo de agora, e vi-a ali, ainda na mesma posição em que deixei-a.

–Trish? - bati na porta levemente enquanto chamava-a, despertando-a de seu transe. Ela sorriu e assentiu, já sabendo o que eu queria.

–Vamos acabar logo com esse mistério. - disse, enquanto abraçava-me de lado. Brincamos um pouco enquanto subíamos os degraus. O cheiro do perfume de Ally, baunilha com rosas, permanecia impregnado no ar, deixando-me drogado.

Entramos na sala de ensaio, e eu me apoiava levemente em Trish, ainda sentindo o grande aroma de Ally. O cheiro começou a ficar mais forte conforme nos aproximávamos do local onde ela estava, com Dez.

–Então, qual a música que irá agitar todo mundo, Ally?


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Notas finais do capítulo

Eu estou muuuito brava! Eu sei que esse capítulo foi muito grande, desculpe se foi enjoativo T.T enfim, só postarei aos finais de semanas e muitas vezes postarei dois capítulos, ok? O que acharam? Obrigada :D



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