Walkers (Hiatus) escrita por Sarah Alves


Capítulo 2
The Proposal


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Esse capítulo tem uma narração de um certo alguém bem especial. Resolvi escreve-lo para mostrar como está sendo a realidade de outro grupo enquanto a ''família'' da Cath está vivendo razoavelmente bem.
Boa Leitura e desculpe pelos possíveis erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522155/chapter/2

''Se quer saber, estamos todos no mesmo barco. E ele está afundando. ''

O menino do pijama listrado

*Narrado por Carl Grimes

Pelas contas de Maggie, devemos estar dentro desse vagão a uns dois dias. Ainda é difícil acreditar que reencontramos nosso antigo grupo e que todos estão juntos mais uma vez. Eu mesmo já não tinha mais esperanças de encontrá-los vivos, apesar de acreditar na capacidade da maioria. Desde que esse apocalipse começou, não me dou muito ao luxo de ficar esperançoso por alguma coisa.

No inicio, pensei que o Terminus fosse um lugar seguro, onde poderíamos finalmente viver em paz. Agora percebo o quanto estava errado. Mais uma vez iludido por meus próprios pensamentos. Todos nós já entendemos que esse abrigo não é nada mais do que uma armadilha para sobreviventes desesperados, um lugar para onde os tolos recorrem em busca de um lugar seguro para se viver. Mesmo pensando que talvez a culpa não seja toda minha, eu me culpo por não ter pressionado meu pai a esperar mais um pouco para depois aparecermos por aqui. Por puro desespero e falta de precaução, agora estamos todos aqui, trancados e ser saber qual será o nosso destino.

Uma das coisas mais estranhas que nos aconteceram nesse tempo foi que os moradores desse Santuário nos trouxeram uma caixa de leite em pó e algumas garrafas de água. Essa foi a única vez que tivemos um pequeno contato com essas pessoas, depois do incidente que nos prendeu dentro deste vagão. Ninguém falou nada, na verdade, não havia nem tempo de falar, já que na mesma hora em que a porta foi aberta, a mesma foi fechada.

As únicas que tocaram no ''alimento'' foram Maggie e outra sobrevivente, Tara. Sinto que todos aqui não confiam muito nessa mulher, pelo fato dela ter estado ao lado do Governador no ataque a prisão. Mesmo sabendo que ela não foi a culpada por tudo que aconteceu, sinto que ela teve uma pequena parte na execução do plano do Governador, mas ele teria conseguido o que conseguiu com o sem ajuda dela. Já nem me importo mais. Antes, eu gostaria de viver em um pequeno grupo, mas agora percebo que isso é um pouco ridículo. Quanto mais sobreviventes, mais pessoas para ajudar e para, bem, sobreviver.

Nesses dias, me permiti dormir somente uma vez, pois foi inevitável. Ainda estou morto de cansaço, mas não quero simplesmente desmaiar e perder tudo que pode acontecer. A qualquer momento aqueles homens podem vir e nos matar, por mais que eu ache um pouco improvável.

Antes que eu possa pensar em qualquer coisa, somos surpreendidos pela porta, que é aberta por completo. Do lado de fora havia uma garota ruiva, devia ter no máximo uns 13 anos. Mesmo sendo pequena e frágil, parecia carregar muita dor e sofrimento, como todos nós. Seus olhos, verdes como a grama de nossa antiga casa em Cynthiana, irradiavam uma luz escura, fazendo com que, por mais estranho que pareça, sentíssemos um receio pela presença dela.

— Gareth solicita a presença de todos vocês. — a menina falou, com uma voz muito firme, como se tivesse treinado durante um bom tempo antes de vir falar conosco. — E não pensem em tentar qualquer tipo de coisa. Vocês já devem ter visto o tamanho desse lugar e a segurança que possuímos.

Nem mesmos loucos como a gente teriam coragem de tentar algo. Enquanto andávamos, estávamos sendo escoltados por uns vinte homens bastante armados. O número grande de soldados devia ser devido ao nosso grande grupo, mas algo me dizia que aquele não era o real motivo. Eles não estavam ali somente para assegurar que não tentaríamos fugir, mas também para proteger a garota ruiva.

— Amigos, amigos. Que bom vê-los. — disse o líder, Gareth, assim que chegamos a sua sala. — Nunca imaginei que vocês foram tão idiotas de tentar fugir daqui. Vocês não viram que é, tipo, impossível?

— Por que ficamos trancados naquele lugar? — começou meu pai. Por incrível que pareça, sua voz parecia firme, como do verdadeiro líder que ele sempre foi.

— Hum, o vagão. Belo lugar, não é? Sei que tem alguns probleminhas, mas foi o lar de muitas pessoas durante, bem, algum tempo... — notei que um sorriso se formava no canto dos lábios de Gareth, se divertindo com alguma piada ou realidade pessoal. — Sinto muito por ter deixado vocês por...Dois dias? Ah, não importa. Enfim, tivemos alguns probleminhas para serem tratados antes e, por Deus, vocês causaram o maior estrago naquela tentativa de fuga. Nós tínhamos que manter vocês por mais algum tempo, para não haver mais problemas.

— Você está enrolando de mais, Gath. — pronunciou a menininha ruiva, que fez a melhor cara de sono possível.

— Não me chame de Gath na frente de... Desculpe. — ele passou a mão pelos cabelos médios da... irmã? — Vocês já devem ter conhecido essa princesa. Ela é minha irmã, Emma. Foi a única que sobrou da minha famí.. Esqueçam. Não sei porque comecei a dizer isso. Droga. Bom, onde estávamos? Ah, sim, sim. Vou direto ao ponto porque não gosto de enrolação.

Não mesmo, pensei.

— Nunca demos nenhum tipo de opção as pessoas que chegam até aqui, mas hoje temos um caso especial. Vocês provaram que não são do tipo de sobreviventes tolos que viviam aparecendo por aqui. Vocês pensam, pelo menos um pouco. — enquanto falava, Gareth dava voltas pela sala, parecia estar nervoso ou simplesmente queria analisar as palavras antes de pronunciá-las. — Não é fácil abrigar todo mundo que chega aqui. Estaria tudo extremamente lotado. Então, vamos dar duas escolhas pra vocês, duas opções, nos dois casos elas serão horríveis, mas não posso fazer nada.

— Qual é a ''proposta'', seu imbecil? — perguntou Daryl, como sempre, da melhor forma que pode.

— Sua educação me inveja. O que eu estava falando mesmo? Ah, sim, as opções. — atrás dele, consegui ver Emma revirando os olhos, como se também achasse o irmão um completo imbecil. — Possuímos aqui um lugar onde aqueles zumbis miseráveis se aglomeram, devido ao barulho. Podemos jogar vocês pra cima deles, o que seria uma pena, ou vocês poderiam ficar aqui e provar da melhor hospedagem que o Terminus pode oferecer.

Ele disse tudo com um sorriso malicioso nos lábios, compartilhando um enorme segredo com seu fiéis soldados. A garota, Emma, saiu pisando duro para fora do local, como se tivesse se estressado. Não pude deixar de pensar do que se tratava realmente essa hospedagem, mas algo me dizia que demoraria um pouco para descobrirmos.

Mesmo Gareth, com todas suas armas e seu pequeno exército, não me intimidou. O que pareceu estranho. Geralmente, tudo dava certo para nós. Bom, quase tudo. Já passamos por tanta coisa, sofremos por tantas pessoas, nos salvamos tantas vezes. Não vai ser agora que, de frente a um imbecil como esse homem, vamos desistir. Vamos lutar, como sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Já posso adiantar que Carl terá várias narrações, já que ele também é como um personagem principal dessa fanfic. Comentem por favor, preciso saber que vocês realmente estão lendo essa história. Até o próximo capítulo.
Bjs, xoxo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Walkers (Hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.