Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 6
Esgotado


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vão? Enfim, nesse capítulo vocês irão ver o lado inconsequente e irresponsável de uma criança de 11 anos rsrs. O título não se refere a nenhum personagem, mas sim aos suprimentos.



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— Vamos, crianças, quero voltar antes do anoitecer! — mamãe grita na porta da sala, onde está nos aguardando.

Estamos indo a um vilarejo próximo daqui em busca de suprimentos, já que os nossos acabaram. Cassie eu também vamos dessa vez, pois mamãe não quer que fiquemos sozinhas aqui depois do incidente de dois dias atrás.

Desço as escadas amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo, já que ele está realmente muito sujo. A água encanada também se esgotou, o que até demorou muito para acontecer, visto que estamos aqui há tantas semanas.

Seth surge da cozinha segurando duas sacolas de pano, seu machado já em no coldre improvisado. A camiseta laranja e a calça surrada que está usando estão sujas, igual à roupa de todos aqui. Ele me vê encarando e sorri alegremente, como se estar no apocalipse não afetasse seu intenso bom humor.

Sorrio de volta, e Cassie bufa impaciente ao lado de minha mãe. Reviro os olhos e vou até a porta, parando ao lado das duas.

— Pegaram tudo? — questiona mamãe. Concordo com a cabeça e levo a mão ao bolso da calça jeans, onde estão nossas últimas balas. Estendo a mão fechada em sua direção e ela recolhe-as de mim e guarda em sua mochila.

Cassie começa a caminhar na frente após fecharmos a porta, seu tênis rosa encardido batendo com força na terra. Começamos a segui-la, os três lado a lado em silêncio. Nossa gasolina acabou há algum tempo, então somos obrigados a irmos à pé hoje.

O sol está alto e brilhante no céu, indicando que é aproximadamente meio dia. Há vários pássaros cantando também, o que me alegra.

Olho para a cerca ainda destruída, uma vez que ainda não encontramos madeira para restaurá-la. Retiramos os corpos mortos, mas ainda consigo vê-los em minha mente, o que não é nada agradável.

Cassie abre a cancela e fica nos esperando. Aparentemente ela mudou de ideia e não quer ir sozinha. Depois de todos nós passarmos, Seth a fecha novamente, como uma precaução anti-infectados.

Ouço os gemidos de alguns deles na fossa próxima, o que me causa um frio da espinha. Ousei ir lá uma vez há alguns meses, mas depois de quase cair lá dentro não arrisquei voltar mais.

— Temos que procurar alguns fósforos também — Seth diz, olhando em direção à fossa como se lesse meus pensamentos.

—------------ ↜ ↝ -------------

Estamos andando há pelo menos duas horas, e não sinto mais meus pés. Tento não reclamar e me contentar com a perspectiva de encontrar coisas legais, mas isso está se tornando mais difícil a cada minuto que se passa.

Cassie faz questão de deixar claro o quão incomodada está com os mosquitos que tentam picá-la, e me controlo para não rir da situação. Estaria mentindo se dissesse que não estou me divertindo em vê-la tão irritada.

Minha mãe também não está muito feliz com os mosquitos, e seu mau-humor também é claro, apesar de tentar manter-se controlada por nós. Seth é o mais tranquilo de todos, estando totalmente ocupado olhando as árvores ao nosso redor.

Ouvimos o barulho de passos arrastados à esquerda e apressamos em desviar do percurso dos mordedores em silêncio. Apesar de estarmos relativamente seguros, meu coração dispara a cada som suspeito.

— Falta muito para chegarmos, tia Maddie? — questiona Cassie desviando de um gambá morto no chão.

— Não, querida, só mais alguns minutos — mamãe responde sorrindo, tentando alegrá-la também.

Mamãe estava certa, já que dez minutos depois saímos em uma rua pavimentada. É um vilarejo bem pequeno, mas que deve ter o que necessitamos. As casas são um tanto antigas, e há muitos detalhes de madeira.

— Onde é o bar? — pergunto, enquanto paro de andar para procurar a garrafinha de água na mochila.

— Um ou dois quarteirões de distância — responde mamãe olhando em volta, checando se há algum perigo evidente.

Planejamos vir até aqui principalmente para buscar mais munição, pois de acordo com Maddison os donos de bares guardavam armas escondidas para o caso de acontecer alguma briga entre clientes.

— E vamos lá primeiro? — dessa vez quem pergunta é Seth, pegando a garrafa de minha mão.

— Vamos antes a uma farmácia que é no caminho — minha mãe responde bebendo um gole de água também.

Depois de terminarmos de beber a água retomamos a caminhada em silêncio. Mantenho-me entretida olhando as construções abandonadas em volta, e vemos poucos infectados ao longe, o que é um tanto estranho.

Viramos em uma rua que aparentemente era o centro do pequeno vilarejo, onde há várias lojas com vidros quebrados de roubos anteriores. Mamãe para em frente a uma delas, e vejo que é a tal farmácia que tinha mencionado.

— Fiquem aqui fora. Cuidado e não saiam daqui — ordena minha mãe olhando para mim e para Cassie. Estava demorando para ela começar a tratar-nos como crianças. — Qualquer coisa gritem.

— Ok, mãe — respondo cruzando os braços um tanto emburrada. Ela me lança um olhar de repreensão, e logo se vira para entrar junto a Seth na farmácia.

Começo a olhar a paisagem e meu olhar se prende em uma construção de madeira, e reconheço como sendo o bar. Tudo está em completo silêncio, a não ser pelo barulho do vento.

— Quer ir lá? — pergunto para Cassie, apontando o bar. Ela vira para olhar na direção em que estou indicando.

— Tia Maddison mandou ficarmos aqui — ela responde convicta.

— Então eu vou sozinha — aviso, começando a caminhar pela rua. Dou aproximadamente quatro passos antes que Cassie me mande esperar.

— Espero não me arrepender — Cassie murmura, olhando ao redor. Sorrio vitoriosa, e continuamos a andar.

Paramos em frente à porta dupla de madeira do bar. Ele está bem acabado, e é estranha a sensação da textura áspera do puxador em contato com minha pele.

— Espere, pode ter algum deles aí! — sussurra Cassie quando percebe que irei abrir a porta, porém não me importo com isso. Se tivesse infectados aqui dentro eles já teriam dado sinais de “vida”.

Empurro a porta com um pouco de esforço e logo o cheiro de álcool misturado com madeira invade minhas narinas. Olho lá dentro e vejo que está um tanto escuro. Há várias garrafas de bebidas alcoólicas atrás do balcão e até algumas em cima do mesmo, ao lado de copos pela metade.

Viro-me para trás, onde Cassie está me encarando com uma expressão ansiosa e apreensiva.

— Viu? Não tem na... — Paro de falar quando ouço um barulho atrás de mim, que interrompe o antigo silêncio. O barulho de uma arma sendo destravada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que essa pessoa é boa? Má? O que acharam que irá acontecer?

Enfim, estou totalmente sem criatividade para perguntas hoje, mas vamos lá.

Pergunta de hoje: Qual sua música favorita? E sua banda/cantor?

Minha resposta: Bom, a cada momento eu tenho uma música favorita, mas a que mais estou ouvindo agora é My Medicine. Não tenho um cantor/banda favorita, porém os que mais gosto no momento é Pretty Reckless, Coldplay, Jake Bugg, Imagine Dragons e Skrillex.