Traidores Interativa escrita por Absolute Beginners


Capítulo 9
Ethan Ives - Sem emoção, sem humanidade


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos. Obrigada por comentarem e acompanharem a histórias. Seus elogios e opiniões são o que me incentivam a escrever.
—> O capítulo de hoje é o último das apresentações. No começo estava pensando em fazer um último com meus dois personagens (Alexia e Nicholas), mas acredito que apresenta-los com o decorrer da história será melhor. Parece que estamos todos ansiosos com a chegada da verdadeira história.
—> Sobre a personagem de hoje, acredito que possa ter errado em algumas partes. Este foi o mais impessoal e difícil de escrever, então estou já me desculpando se por algum motivo não ficou legal ou apresenta muitas... eu não sei, apenas digam suas opiniões.
—> Como vocês sabem, eu queria dividir está história em Arcos, da mesma maneira que são feita com os mangás. Então por isso agora que acabamos o Arco das apresentações que é o Todo mundo está fugindo, vamos para o nosso segundo que se chamara: Você aceita qualquer mão, quando está na escuridão. Eu acho que já deu para perceber que a maioria dos nomes são como metáforas ou frases que explicam o que está acontecendo. Eu usarei muito isso na história, como acho que já deu para perceber também nestas apresentações.
—> Estou escolhendo uma trilha sonora para a história. Me digam, vocês tem alguma ideia para a música?
—> Os capítulos da história que passaram agora, serão multi pontos de vista. Teremos pelo menos três em cada capítulo, já que serão bem maiores do que as apresentações.
Eu acho que é apenas isso que eu tenho para falar com vocês. Beijos e até os próximos capítulos ou respostas nos review. Sayonara.



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Havia sido ele quem começaram. Era culpa deles o porque de estarem agora deitados em uma poça de seu próprio sangue. Eu não havia feito nada demais, a não ser retribuir o que já fizeram. Não era isso as regras da sociedade? Você dá o que recebe.

Travei a arma do meu pai e a guardei no coldre. Havia sangue respingado em algumas partes e eu teria que limpa-las quando chegasse em casa. Será que eles não podiam morrer sem sujar as armas dos outros?

Vire-me para ir embora, pulando a janela do pequeno cômodo em direção a rua escura. Não era incomum houver assassinatos (ou massacres, que a polícia chame do que quiser.) neste local, mas isto não queria dizer que não atraía a atenção dos oficiais. E eu não estava com a cabeça para jogar de "bom garoto vingador".

Continuei o caminho pelas ruas, passando por prostitutas, ladrões e coisas piores. Meu rosto não se alterou por qualquer atrocidade que estava pelo caminho, não senti nada por ver aquelas pessoas que tinham suas vidas jogadas fora. Raiva, tristeza, saudade, dor, luxúria, uma amarga felicidade...Tudo isso era emoções, expostas no rosto de cada ser humano naquele local. Menos no meu. Eu não poderia sentir aquelas emoções, mas podia entende-las. O quê eu acredito já ser bom o bastante.

Um prédio auto e decrepito se erguia na minha frente. Minha moradia temporária, enquanto eu terminava o trabalho daquela noite. Subi as escadas em direção ao último andar onde ficava. Algumas prostitutas me paravam no caminho, mas era fácil passar por elas, quando viam o sangue em minha blusa.

Abri a porta do quarto e sentei-me na cama. Em uma mesa a meu lado esquerdo, se encontrava os papeis que levaram ao acontecimento de hoje. Várias pilhas de informações sobre quem era, onde trabalhava, o que fazia, com que estava aliado, etc. Milhares de palavras que descreviam o homem que matou meu pai.

Coloquei a arma do meu pai sobre a mão e a observei em silêncio. Eu não era um vingador. Nem justiceiro, heróis ou qualquer coisa desse estilo. Dificilmente poderia até ser um assassino. O quê eu fiz não pode ser um ato atrás de meu orgulho, minha dor ou qualquer coisa dessa. Eu apenas o matei, porque ele pediu isso. Havia atirado em meu pai, traído seu chefe. Então eu fiz o mesmo com ele. Trabalhei para ele, o traí e o matei. Era apenas por causa da lei do universo que ele havia morrido. Não era minha culpa, e se fosse eu não me importaria.

Olhei para o velho relógio na cabeceira e comecei a arrumar as coisas. Já estava tarde e eu precisava estar fora o mais rápido possível. Guardei as coisas em um uma mochila e parei de frente ao espelho. O que uma pessoa sentiria por estar indo fugir? Quais seriam os pensamentos de alguém que estava partindo do lugar que conhecia desde pequeno?

Angústia, solidão, tristeza, saudade. Pensei sobre as emoções em minha cabeça e olhei para o espelho. Olhos para baixo, dentes apertados, lábios curvados em uma careta tremendo levemente. A expressão que me olhava no espelho poderia ser colocada com a das outras pessoas. Emoções conflitantes que não podiam ser escondidas, orgulho que as forçava para baixo e medo que embaçava tudo.

Entretanto, havia um erro. Meus olhos continuavam frios e impassíveis. Minha careta era agora verdadeira. Aquela parte do meu rosto era a mais importante. Olhos são a janela da alma, ou algo assim diziam as pessoas. Se o azul que me encarava era impassível e cruel, como poderia me fazer olhar como uma pessoa normal?

O som dos carros de policia chegando ressoou até mim e eu massageei as têmporas. Não tinha tempo para pensar em emoções estúpidas. Era melhor que eu as não tivesse mesmo. Iriam apenas atrapalhar meus planos e pensamento. Qual era a importância de sentir dor ou angústia? Só causavam desconforto para quem os sentia.

Sai para fora do apartamento, sem olhar para trás ou me preocupar com a minha expressão fria. Estoico era bom. Salvava pessoas com mais facilidade que emoções estúpidas. Não importava o que aquela voz feminina murmurava no fundo da minha mente, eu estava muito bem do jeito que estava.

"As emoções fazem o homem ser humano. Se você é vazio por dentro, com um coração negro e uma alma podre, então não pode ser considerado humano. O que é você então, Ethan?"


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