O resto das aulas se passou, e eu fui bem recebida pelos alunos. Pelo menos não vou ser considerada aquelas professoras chatas e insuportáveis que os alunos odeiam.

Voltei para a casa. O dia seria tediante como todos os outros.

–Cheguei. –gritei.

Sentei-me no sofá e todos já estavam a minha volta. Todos curiosos.

–Meu dia foi ótimo.

–Bella, fico feliz por isso. –Esme disse com sinceridade.

–Obrigada, Esme. –digo. –Alice, posso falar com você a sós?

–Não vai adiantar, Bellinha. –Emmett falou. –Aqui todos irão escutar.

–Certo. –Alice disse. –Nós podemos ir a uma Starbucks. Aí nós conversamos.

–Tudo bem.

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–O que foi, Bella? –Alice perguntou.

–Hoje na escola, encontrei com um garoto... –eu não sabia como continuar.

–E... –ela esperou.

–Ele é... Muito parecido com Edward.

–Como assim? Fisicamente ou mentalmente?

–Acho que... Os dois.

Ela ergueu os olhos para mim.

–Como?

–Ele não é tão parecido com Edward. Fisicamente. Mas mentalmente, é inacreditável.

–Bella... Desculpe desapontá-la, mas Edward morreu. Não é ele.

–Eu sei. –suspirei. –Mas queria acreditar que fosse.

–Quantos anos ele tem?

–Dezesseis. –respondi.

–É. Não é ele mesmo. –ela suspirou. –Bom, então isso não é nada importante.

–Nada? Como assim nada? Alice, eu estou te falando que o garoto lembra o Edward. Na aparência e no jeito de ser. É claro que... Algo...

–Algo? –Ela pediu para eu continuar.

–Alguma coisa está acontecendo. Alice eu me senti da mesma forma que sempre me senti com Edward.

–Bella, esse garoto não parece tanto com Edward. E além do mais, não é ele. Não se iluda Bella. Não é ele.

–Eu sei. Mas, alguma coisa me liga com ele. –insisto.

–Você acha que ele pode ser uma de suas almas gêmeas? –ela pergunta confusa.

–Não foi isso o que eu quis dizer. Mas isso me faz pensar.

–Para com isso, Bella. Bom, pode ser que ele seja sua alma gêmea. –Ela diz pensando melhor.

Essa conversa estava começando a me deixar confusa.

–Alice, o que eu faço?

–Se comporte naturalmente. Até porque você é professora dele. –Ela da uma risadinha.

–Se você não for ajudar, não atrapalha.

–Bella, eu não posso fazer nada. –Ela diz.

–Tudo bem. Mas me conte se tiver mais alguma visão relacionada à... Você sabe. –peço.

–Claro que sim.

Ela olha para o chá a sua frente, completamente intocado. Como o meu.

–Podemos ir embora? –ela pergunta.

–Claro. Vamos.

Abrimos a porta e... Estava nevando. Sorri.

–Acho que teremos guerra de bolas de neve. –digo para Alice.

–Emmett, já deve estar com tudo pronto. –ela completa.

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Desço do carro, e já sou atingida na cabeça, por uma bola de neve.

–Emmett. –digo irritada.

Ele da sua risada estrondosa.

–Olá, Bella.

E então sou atingida mais uma vez.

–Emmett. Não é justo, eu ainda não tenho munição.

Ele sorriu.

–Então arrume alguma depressa. Só estou aproveitando isso.

E esse foi o nosso passatempo de hoje.

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Já estava na sala de aula. Pois é. Hoje era meu segundo dia.

Alguns alunos entraram depois de mim. E quando já estavam todos na sala, comecei com a minha aula.

–Hoje, eu gostaria de conhecer melhor vocês. Desculpem-me por não fazer isso ontem. Agora, começando daqui. –apontei para o menino da carteira da frente. –Diga seu nome.

–Cody.

–Melissa.

–Carrie.

–Natan.

–Claire.

–Eduardo. –disse o garoto que conheci ontem. Ele estava de cabeça baixa, e muito quieto.

Fingi que nada havia acontecido e dei permissão para os alunos prosseguirem.

Depois das apresentações, dei continuação à minha aula. Parecia que os alunos gostavam daquela matéria.

–Bella. –Natan chamou.

–Diga.

–Você tem mesmo vinte e quatro anos? –ele perguntou com certa curiosidade.

–Tenho sim.

Por eles não me deixam em paz? Eles vivem perguntando se eu tenho mesmo a idade que digo ter.

O sinal bateu, e agora era hora de outros alunos chegarem.

–Ed. - chamei o garoto triste que passava pela minha mesa.

Ele olhou para mim.

–Me encontre na biblioteca, no final das aulas. Quero conversar com você.

–Eu fiz algo de errado?

–Não, não é isso. Quero saber o que está acontecendo com você. Se você quiser, pode me contar tudo.

Ele parou, parecia estar pensando. E depois concordou com a cabeça, saindo da sala.

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Eu estava na biblioteca, esperando Ed. E por um momento me perguntei se ele viria.

E então minha resposta apareceu. Neste momento ele entrava pela porta da biblioteca.

Ele sentou-se em uma cadeira de frente para a minha.

–Quer me contar? –perguntei.

–Quero, mas sei que você não poderá me ajudar em nada.

–Apenas conte. Vai se sentir melhor, apenas soltando para fora tudo o que sente.

Ele olhou para mim semicerrando os olhos.

–Tudo bem. É o seguinte. Meu pai quer que eu seja o filho perfeito. Ele não aceita minhas escolhas. Ele quer decidir a minha faculdade. Sabe? Eu queria escolher, o que eu quero cursar. Mas não concordamos em nada. E ele está me enchendo a três anos.

–E sua mãe. Ela não diz nada? –pergunto.

–Não. Porque ela está morta.

Por essa eu não esperava. Podia imaginar a dor de Ed.

–O que aconteceu? –perguntei.

–Complicações de parto. Ela morreu assim que nasci. E acho que meu pai me culpa por isso.

–Isso é horrível. –digo sentida.

–Você não imagina o quanto. Você não sabe o que é crescer sem mãe, e o seu pai sempre lhe culpando.

–Você está irritado comigo? –pergunto.

–Não. Desculpe-me. –ele diz arrependido. –E você? Tem algo para me contar?

Na verdade há muitas coisas acontecendo comigo. Mas não há nada, que eu possa contar para ele.

–Não.

–Tem sim. –ele conclui. Como ele sabe? –Pode confiar em mim.

–Deixa isso pra lá Ed.

–Poxa. Eu lhe contei tudo. Você podia ao menos contar alguma coisa para mim. Ah, e você não precisa se preocupar. Eu não contarei nada, para nenhum aluno.

–Contar o que? –fico confusa e com medo ao mesmo tempo.

–Você anda mentindo para todos, Bella. Mas eu sei que é por uma boa razão.

–O que? –pedi especificidade.

Então ele prossegue, e fico assustada com sua conclusão.

–Eu sei o que você é.