Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 16
Capítulo 15 - Sendo Descoberta?


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey Cupcakeees!! Como vão??

Sim! Eu consegui dar uma fugidinha e postar um cap pra vocês no meio da minha viagem!! Sintam-se felizes por isso, ok? Um aviso: Não sei se vou ter tempo de responder os comentários de vocês :( Então, caso eu fique sumida, desculpe...

Musica do CAP: 5 Seconds Of Summer - Amnesia (Melhor musica EVEEEER!!).
Beijooocas!!



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Acordo no domingo com uma baita dor de cabeça, mesmo sendo Andrew que bebeu a noite passada. Argh! Eu não consigo tirar ele da cabeça!

Será que é verdade o que eu ouvi saindo da boca dele ontem? Não consigo imaginar Andrew sem as suas cantadas idiotas. Nem mesmo sem seus sorrisos de lado, seus olhos azuis e seu cabelo loiro perfeito. Na verdade, eu não consigo não imaginar ele.

Depois de muito esforço me levanto e tomo um banho demorado. Coloco uma roupa qualquer e desço em direção à cozinha. São 11:55 da manha e eu estou morrendo de fome.

– Bom dia, bela adormecida. – Gin cantarola sorrindo de orelha a orelha. Nós duas estamos sozinhas na cozinha, então eu reviro os olhos.

– Pode ir parando por ai, Ginna. Não aconteceu nada ontem. – falo indo em direção à geladeira e a abrindo. Pego um suco de laranja.

– Nada mesmo? – pergunta decepcionada. Eu assinto com a cabeça e ela suspira pesado. – Acho que vamos ter que ter umas aulas de paquera. Meu Deus, você precisa urgentemente de um namorado!

– Eu não preciso de um namorado, ok? – sento-me ao seu lado e roubo uma de suas bolachas de chocolate. – Sabe onde está o meu pai?

– Ele e a minha mãe foram no supermercado. – fala depois de dar uma golada em seu leite. Pega uma maça bem vermelha e a morde.

– Nossa Gin! Que apetite!

– Acho que é por causa do bebê. – responde dando os ombros. – Mamãe disse que eu preciso me alimentar por duas pessoas.

– Isso é verdade.

Assim que acabo de dizer isso ouço a porta da frente sendo aberta. Logo Sara entra cheia de sacolas nos braços e me dá um beijo estalado na testa.

– Seu pai quer falar com você. – declara indicando a sala com a cabeça. Minha respiração para. Para completamente.

Em passos lentos e pesados acabo frente a frente com o moreno de olhos verdes. Ele sorri, mas ainda sim estou medo. Será que Gin pode ter falado alguma coisa sobre a minha fugidinha de ontem? Ou ele já sabe que fugi e vai testar a minha honestidade?

– Queria conversar? – pergunto dando os ombros. Ele assente e me faz sentar no sofá ao seu lado. – Então...

– Sabe Jane, eu sempre acreditei em você. – Ferrou. – Desde pequena sabe o que é certo e errado. – Ferrou. – E agora acho que não é diferente. – Fe... Oi? – Então quero lhe dar mais uma chance.

– O que? – solto o ar que estava perdendo de uma vez só.

– Você não está mais de castigo. – sorrio como o coringa quando ele fala isso e, por impulso, lhe dou um abraço apertado. – Espere! Quero que você saiba que isso é como um teste. Você não pode me decepcionar mais, ok?

– Sim senhor! – levo a mão na testa e faço um sinal de entendido, como os militares. Depois lhe dou um beijo estalado na bochecha e subo para o meu quarto.

Assim que chego lá começo a arrumar as coisas necessárias. Bloco de papel, câmera fotográfica, documentos (nunca mais vou sair sem documentos), celular, carteira e o mais importante: A foto de Julian.

Quando desço as escadas novamente Ginna está saindo de casa. Faço um sinal para que espere e ela me obedece.

– Aonde vai? – pergunto levantando a sobrancelha.

– Estava pensando em pegar um cinema. Quer ir? – me convida com um sorriso amigável no rosto. Assinto com a cabeça e aviso Sara e meu pai que vou sair com Gin. Eles dizem para que voltemos antes das 19:00 horas, já que são por voltas das 13:00 horas.

Eu insisto em dirigir, já que os meus planos não envolvem ir ao cinema. Gin reclama quando eu a deixo sozinha no shopping, mas eu culpo uma dor de cabeça repentina. Com o olhar desconfiado fala:

– Espero que não esteja me trocando pelo Andrew. – e bate a porta do Fusca. Eu rio sozinha dentro do carro e rumo para a casa da família de Bob.

***

Há uma pequena escada antes que o prédio de tijolos realmente comece. A porta tem um vidro e eu consigo ver o hall de entrada o qual é seguido por uma escada. O prédio tem quatro andares e, segundo o endereço que peguei na internet, Bob morava no segundo andar.

Subo os degraus e toco o interfone. Espero cerca de dois minutos antes de tocar novamente. Nada.

– Com licença. – uma voz fala atrás de mim. Viro-me e me deparo com uma senhora de cabelos brancos que anda com a ajuda de um andador. Ao seu lado uma mulher jovem, por volta de 40 anos de idade, veste roupas brancas, como se fosse de uma enfermeira. As duas sorriem amigavelmente.

– Boa tarde. – falo abaixando a cabeça em sinal de respeito. A velinha sobe devagar os degraus e abre a porta com uma chave. – É... A senhora conhece alguém que mora no apartamento 24?

– Claro querida! – a senhora mais velha exclama sorrindo. – Está olhando para ela!

– Será que a senhora poderia me dar um minuto da sua atenção? – pergunto aliviada por ter achado alguém. – Eu queria saber mais sobre Bob. Bob Junior.

O rosto da senhora fica sério de repente. Ao seu lado a enfermeira troca um olhar demorado comigo, me avaliando. Depois se vira para a senhora com os olhos esbugalhados.

– Ela não se parece com a... – a moça mais velha a corta com a voz áspera. Um vento frio bate em minhas costas.

– Sim. Se parece e muito. – ela passa os olhos por todo o meu corpo e depois ergue a mão para me complementar. – Sou Susana, ex-mulher de Bob. Vamos entrando.

A sigo sem ao menos ter chance de me apresentar. Na parte da escada demoramos um pouco pela dificuldade da senhora de andar, ainda mais com o andador. Quando chegamos ao segundo andar a enfermeira abre a porta.

O apartamento é bem arrumado, com cores vivas e coisas que se parecem, realmente, da casa de uma senhora de 70 anos. Ela me convida para sentar e pede para que Ruty, a enfermeira, vá fazer um chá.

– Qual o seu nome, querida? – pergunta-me com as mãos sobre o colo. Ela está sentada em uma poltrona e eu estou no sofá principal da sala.

– Jane Morgan.

– É uma Morgan. Como eu imaginava. – ela passa a mão pelo queixo, como se estivesse falando com si própria. – O que quer tanto falar comigo?

– Eu fiquei sabendo da morte de Julian, o ultimo caso que o seu marido cobriu. Julian era melhor amigo da minha mãe e do meu pai. Eu queria saber se a senhora poderia me contar mais sobre o caso.

– Acha que é assim? – pergunta-me Susana com sobrancelha esquerda levantada. – Eu não sou uma daquelas maquinas que vocês usam hoje em dia! Não é só colocar um titulo para pesquisa que eu vou te falar tudo!

– Me desculpe, eu achei que...

– Sabe Jane, eu sofri muito com a morte do meu marido. Mais ela foi esperada, entende? – agora quem levanta as sobrancelhas sou eu. – Bob ficou maníaco por esse caso. Ele não dormia, não comia e quando desapareceu... Só foi questão de tempo.

– Tempo para que? – Ruty volta com o chá em mãos e eu agradeço com a cabeça. Espero até ela sair da sala para continuar. – O que houve?

– Sua mãe apareceu aqui. – Susana conclui depois de tomar um grande gole de seu chá. Minhas mãos começam a tremer. O que a minha mãe veio fazer aqui? – Ela chegou do mesmo jeito que você, inocente e com uma duvida cruel. Disse que perder Julian foi muito doloroso. Que não podia ser assim.

– O que mais? O que ela queria? – pergunto deixando a xícara na mesa de centro da sala. Fico sentada o mais próximo da ponta do sofá, ansiosa pela resposta.

– Saber mais sobre o caso. Mas pode acreditar que eu não disse nem uma palavra pra ela. – depois de mais um gole no chá começo a ficar irritada com Susana. – Já acabou?

– Eu preciso saber o que houve! – falo com dor na voz. – Sabe o que aconteceu dois anos depois da morte de Julian? Minha mãe foi assassinada. E até hoje o meu pai me esconde alguma coisa sobre isso e tudo o que tem a ver com ela.

– Sua mãe morreu? – a senhora em minha frente parece chocada. – Como?

– Alguém entrou na nossa casa. Alguém que conhecia ela. – declaro segurando o meu pingente no colar. – Eu vi tudo. Ele disse que a amava e a matou.

– Como chegou até mim?

Conto tudo para Susana. Da parte da discussão de meu pai com Sara, a foto, as pesquisas e até a ida até a universidade. Ela me ouve calada.

– Foi isso. – declaro passando a mão na testa, exausta de falar.

– Essa historia está mal explicada... – depois de um tempo esperando Susana volta a falar com a voz calma. – Acho que você deve ter o seu passado desvendado. Venha comigo.

Ela pega o seu andador e me guia pela casa. Viramos em um corredor estreito que leva ao fundo do apartamento. Entramos na cozinha e depois seguimos para a lavanderia. Uma porta meio escondida está trancada com um cadeado.

Susana tira o seu colar, o qual eu não havia notado, e abre a porta com uma chave que estava lá no lugar de um pingente. A porta faz barulho e ela me deixa entrar primeiro.

Cheira a mofo e é apertado. Depois de dois passos paro com medo de bater em algo, já que o cômodo está escuro. Susana entra e fecha a porta, deixando tudo ainda mais claustrofóbico. Logo ela acende uma lâmpada no alto do cômodo.

– Esse era o local onde Bob trabalhava. – declara com a mão na mesa de escritório que está contra a parede do lado direito. Há uma cadeira a qual eu ajudo Susana a sentar.

– Por que me trouxe aqui? – pergunto olhando em volta. Há varias prateleiras com troféus, medalhas, certificados e alguns livros.

– Você não queria informações? – pergunta olhando para baixo. Susana parece evitar as coisas que eram do marido, como se ainda sofresse com a sua morte.

– Posso...? – aponto para todos os papeis em cima da mesa e as gavetas que parecem guardar todas as minhas respostas. Está tudo desarrumado, como se Bob pensasse que voltaria logo e que não precisaria arrumaras coisas.

– É todo seu.

Remexo em tudo, sem deixar passar nada. Encontro alguns documentos, como certidões, depoimentos e algumas coisas da pericia, que avaliou o corpo. Nada que eu não tenha achado na internet:

“O rosto da vitima estava irreconhecível, mas, pelo exame de sangue, podemos ver que era realmente Julian Fernandes. As manchas roxas no corpo estavam na parte da barriga e das pernas, o que deixa clara a acusação de agressão. Não há tiro de bala de fogo e o possível objeto usado para a agressão foi um bastão de beisebol ou algo de madeira.”

Há fotos no meio dos documentos, algumas de Julian e outras de possíveis agressores. Nos depoimentos acho a palavra de um colega de trabalho chamado Philipe. Ele não diz uma palavra sobre a minha mãe.

Então algo me chama a atenção. No fundo de uma gaveta há um papel escrito a mão com uma caneta preta. Mas não é o papel velho que me chama a atenção. E sim o nome em cima dele: Windy Morgan.

“Eu e Julian nos conhecemos na Faculdade, cursando Direito. Eu o odiei de primeira. Não conseguia olhar na cara dele sem ter um ataque de raiva ou coisa parecida. Mas depois, por meio de meu namorado, Richard, nos aproximamos. Richard e Julian eram melhores amigos, não se separavam por nada, então eu tinha que pelo menos tentar ser agradável com ele.”

Paro de ler. Então Richard, meu pai, era melhor amigo de Julian? E minha mãe o odiava? Então por que minha mãe veio aqui depois de sua morte?

“Bom deu certo. Até demais. Eu... Eu me apaixonei por Julian. Falamos para Richard, que ficou mal no começo, mas depois entendeu nosso lado. Eu e Julian ficamos juntos por 6 meses. Mas as coisas começaram a ficar estranhas. Julian ficou ciumento, possessivo e sempre que via Richard pirava.”

Aperto os punho contra a mesa. Agora.

“Ele acabou com tudo que tínhamos. Eu percebi que não amava o Julian que havia se transformado. Então terminei tudo com ele.
As férias de verão logo vieram e isso me deu um tempo pra pensar. Eu e Richard saímos de novo e acabamos reatando o nosso namoro. Descobri que realmente o amava.
Então Julian ficou sabendo. As ameaças começaram a partir daí. Eu não tinha medo dele, mas Richard sempre insistiu para que eu procurasse a policia. Às vezes eu o sentia me seguindo na rua, tentando invadir os meus sonhos e me observando nas aulas.
Foi tão de repente. Nunca imaginei que ele morreria.”

A ultima linha tem um risco, como se quem estivesse escrevendo percebesse que a caneta iria falhar a qualquer momento e começasse a testa-la. Mais não há mais nada escrito. Nenhum outro papel, nada.

– E então? – eu até tinha me esquecido da presença de Susana, então me assusto quando ela fala isso. – Achou alguma coisa?

– Acho que sim. É a minha mãe, ela veio até aqui falar com Bob. – conto a senhora em minha frente sobre o que acabei de ler.

– Pode ser que isso seja o final, querida. – Susana me reconforta com um sorriso amigável no rosto. – Sua mãe deveria ser uma mulher incrível por ainda se preocupar com esse Julian depois de todas as coisas que ele fez pra ela.

– Não pode ser o final. – falo mais pra mim do que para Susana. Abro mais gavetas, as mesmas que eu já procurei uma centena de vezes. – Bob não tinha nenhuma pasta ou computador?

– Vá para a casa. Está ficando tarde. – a senhora se levanta com uma cara de arrependida. Ela deve estar me achando maluca, procurando um passado que eu nunca vou achar.

– Será que a senhora não sabe nada sobre a família de Julian? – é a minha ultima esperança. Minha ultima tacada.

– Não. – ela parece pensar. – Bob sempre estranhou isso. A família dele nem se quer deu depoimento e insistiu que o velório fosse fechado, até mesmo para a policia. Além do que, o corpo foi interado no interior, um lugar meio deserto.

–Pode me dar o nome do cemitério? – pergunto tirando o bloco de papel da minha mochila.

– O que você vai aprontar menina? – ela aponta para mim com o dedo indicador.

– Prometo não fazer nada. Por favor, só me dê isso.

Depois de insistir muito Susana me dá o nome, o qual eu anoto rápido e com letras cursivas. Saio de lá logo depois, parando no shopping para buscar Ginna. Ela falou o caminho inteirinho, mas não prestei atenção. Minha cabeça estava naquele papel velho, naquela foto e agora naquele cemitério.


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Notas finais do capítulo

Mais uma descoberta... o que acham que isso vai dar hein?? Será que a nossa querida Jane está chegando perto do seu Passado Obscuro?? Cenas dos próximos capítulos... Hahahaha!!

Beijooocas!!



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