“Eram assim, memórias antigas, lembranças sem fim.”

— Clara Brandão.

O navio partiria em dez minutos.

Enquanto o movimento da cidade aumentava cada vez mais – por parte dos bruxos, e claro – muitos deles corriam para a partida do navio.

Carros chegavam, e paravam ao frente do porto da cidade – onde o navio se encontrava ancorado, escondido dos olhos trouxas, a construção era antiga e bem conservada para apenas 250 anos em funcionamento. A cidade de Portland é a cidade mais populosa e mais densamente povoada do estado americano do Maine – que é localizado na área da Nova Inglaterra –, no Condado de Cumberland. Atrai muitos turistas, devido ao antigo porto histórico, à arquitetura das construções e do centro agitado, mas havia um movimento incomum naquele atípico dia 1° de setembro.

E muitos dos moradores locais estavam acostumados a verem pessoas daquele gênero ao menos duas vezes no ano com aquelas estranhas roupas, estavam acostumados com os figurões da alta sociedade que mandava seus filhos para um conhecido Internato Elitista – enquanto eles desapareciam na antiga loja de penhores, ao qual o dono é um bruxo que zelava pela proteção do portão (e um excêntrico vendedor de bugigangas trouxas que segundo alguns frequentadores era extremamente estranho). O menino de cabelos escuros apenas parou ali, ao seu lado, seu pai apenas apertou firme o seu ombro enquanto passavam para o outro lado onde havia dúzias de alunos entrando enquanto os carregadores colocavam para dentro as bagagens.

Alguns alunos da Academia Thompson – os novatos ao menos que chamavam atenção pelas roupas recém-adquiridas e os casacos negros que cobriam o uniforme em questão – corriam pela cidade Portland acompanhados dos pais e responsáveis, alguns bruxos acenavam em reconhecimento aos antigos colegas dos tempos de escola enquanto ouvia-se miados e grunhidos indignados de alguns animais de estimação.

As corujas piando indignadas aos respectivos donos que se afastavam para poderem ficar na fila, onde eram demarcados por monitores do sexto ano – os carregadores empurravam os carrinhos para dentro do navio da Academia de Magia e Bruxaria Thompson, que trazia o nome em latim bem perceptível, Draconis (que no latim significava Dragão) enquanto os primeiranista estavam inquietos enquanto os mais velhos subiam lentamente pela rampa principal do navio Draconis numa animação visível e conversas paralelas sobre o novo ano letivo que se iniciaria na manhã seguinte aquele 1° de setembro.

“Ele por aqui...”.

Era o que todos pensavam assim que percebera a pessoa que se encontrava entre eles para despedisse dos familiares. Os bruxos pararam assim que viram o homem em questão, ele usava roupas neutras para um bruxo comum, enquanto os olhos verdes se estreitaram com as pessoas que observavam e reconhecendo a figura de cabelos grisalhos que mantinhas as mãos nos ombros de dois bruxos de idades respectivas de 11 para 12 anos.

Ele beijou a testa da menor enquanto a mesma apertava firmemente um boneco em seus braços, e se afastou. O homem mais velho apenas se despediu com um aceno para os netos que entravam no navio Draconis, enquanto muitas pessoas faziam o mesmo para os seus respectivos filhos, sobrinhos e netos – sempre de olho no Ministro da Magia da América do Norte, e em cada passo dele, afinal Willian McQueen tinha fama de coração de ferro por sua dureza e secura enquanto o mesmo apertou os olhos.

O sinal soou, enquanto o navio desatracou para uma nova jornada aos alunos.