The Other Side escrita por Kuchiki Gaby


Capítulo 2
1.Parece um Pouco Mais Escuro do Outro Lado


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capitulo para vocês, meus caros n-n
Boa Leitura e Enjoy! :3



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'' It seems a little darker on the other side
[Parece um pouco mais escuro do outro lado]
And I get a spotlight for some peace of mind
[E eu uso um holofote para ter alguma paz de espírito]''

– Tem certeza que não vai ficar? - Byakuya expressava decepção no rosto.

– É que eu queria dar uma passada lá em casa sabe? Ver como as coisas estão. - Renji coçou a cabeleira ruiva, num gesto típico. - Eu fico tanto tempo aqui que minha casa parece até abandonada. - sorriu, levando uma mão ao ombro de Byakuya. - Amanhã eu fico, prometo.

Um sorriso surgiu no rosto do moreno. Despediram-se, com um beijo singelo, em frente ao portão da mansão Kuchiki. Byakuya entrou, avistando o enorme jardim, que parecia ainda maior quando estava sozinho. Fora tão mimado com a presença do ruivo, que um simples dia longe dele já o fazia se sentir solitário, as coisas até perdiam as cores. Mas sorriu, se conformando, pois amanhã o teria ao seu lado outra vez. Atravessou o jardim devagar, até chegar a porta, onde foi recepcionado pelo serviçal.

– Kuchiki-Sama. - o velho abaixou o olhar, numa leve reverência. - Há uma...visita para o Senhor...

– Visita? - o moreno não esperava uma visita naquele sábado, na verdade tinha o intuito de descansar, e só. Não queria ficar fazendo sala para ninguém, mas agora teria. Com sorte, deveria de ser rápido. - Da próxima vez, diga que não estou. - repreendeu o velho, suspirando em seguida.

– Perdão, Kuchiki-Sama. - o velho levantou a cabeça, encontrando seu olhar trêmulo com os olhos estreitos de Byakuya. - Eu não podia dizer não a ela. - o homem se abaixou numa leve reverência. - Com licença. - em seguida, se afastou alguns passos, se retirando.

Byakuya continuou parado mesmo lugar, completamente intrigado. Em anos de trabalho ali, nunca vira o serviçal agir daquela maneira. A quem o velho, que seguia fielmente as suas ordens, que o conhecia bem, não poderia dizer não? Ainda mais para uma mulher. Movido pela curiosidade, o moreno seguiu sorrateiramente até a sala de estar, tentando ver quem estava ali, mas a distância o impedia. Respirou fundo então, abriu o fusuma e adentrou o cômodo.

Assim que entrou, avistou a tal mulher, parada diante da janela, de costas para a porta. Ela parecia tão distraída com o jardim lá fora, que nem mesmo percebeu a sua presença. Tentou rastrear algum tipo de reiatsu nela, mas não encontrou, então apenas fez uma rápida análise. Ela era baixa estatura, de pele tão branca quanto a própria e cabelos negros e longos. Estava bem vestida. O haori que usava era branco, com motivos dourados de cerejeira. Era estranho como havia em si uma certeza que já tinha visto aquela roupa, como um de já-vú. Sentia uma áurea estranha pairando no ar, com a presença daquela mulher. Não via sequer o rosto dela.

– Posso ajudá-la? - Byakuya indagou seriamente, esperando que ela se virasse e dissesse o que queria.

– Estava esperando por você, Byakuya-Sama.

O moreno congelou no mesmo instante. "Aquela voz...", pensou assim ela chegou aos seus ouvidos. Ela era tão familiar. Na verdade, Byakuya não queria admitir que soubesse de quem era aquela voz.

Era dela. Agora mais do que nunca queria ver o rosto daquela mulher.

Ela se virou devagar, revelando sua face, os orbes violetas encarando o nobre diretamente. Um pequeno sorriso surgiu nos lábios dela, enquanto Byakuya a encarava completamente perplexo. O coração do moreno saltava pela boca, de tanto desespero ao se deparar com a aquela cena, foi um choque que se espalhou por todo o corpo, desde os fios do cabelo negro até a ponta do pé, deixando-o paralisado.

– Você está bem, Byakuya-Sama? - ela se aproximou tocando os dedos no braço dele.

Ao sentir o toque, todo o corpo de Byakuya se arrepiou instintivamente. O leve roçar dos dedos em sua pele, o calor... Então aquilo era real?

– H-Hisana...? - o nobre perguntou, respirando atravessado. Ela não o respondeu, apenas sorriu. Byakuya tomou fôlego novamente. - Como você...?

– Não sei. Acordei em um lugar estranho e decidi voltar para casa antes que ficasse preocupado. - ela o encarou, como se o analisasse, sem se incomodar com as feições incrédulas. - Você está diferente Byakuya-Sama, parece... Mais velho. - esticou a mão em direção ao rosto dele, mas foi impedida pelo moreno.

– Você não é a Hisana. - suspirou fundo, estreitando os olhos. - Não pode ser.

– Sou sim, a sua Hisana. - franziu o cenho, parecendo indignada. - Só voltei para casa, voltei para você, Byakuya-Sama. Não estou entendendo porque tudo parece diferente.

– Não, não, não... - Byakuya levou à mão a cabeça. - Você está morta!

– Estava. - ela sorriu ao corrigi-lo. - Agora estou de volta para você.

– Então por que não voltou antes? - perguntou intrigado.

– Não sei, não depende do meu querer. Por mim, eu nunca o teria deixado Byakuya-Sama.

A cabeça de Byakuya estava a milhão. Não sabia o que pensar, ou dizer. A desejou tanto de volta, com tanto fervor, para ela só aparecer agora? Logo agora que seu sofrimento acabou e que reconstruira a réstia de vida que tinha ao lado de Renji? Não podia simplesmente descartar tudo o que conseguira porque ela estava ali, na sua frente. Sentiu as pernas fraquejarem, então se sentou no estofado, respirando fundo.

– Eu sofri muito depois que você se foi, Hisana. Todos os dias eu implorava para te ter de volta. E eu só consegui continuar a minha vida depois de 50 anos. 50 longos anos. Eu não posso jogar fora tudo o que construí. Então quero que entenda que as coisas não podem e não vão ser como antes. - ele finalmente a encarou, observando a feição intrigante que ela mantinha no rosto.

– Mas eu ainda sou a sua esposa. Seu amor por mim... Acabou?

– Você era minha esposa, afinal, você está morta. Ou pelo menos estava. - o moreno a encarou friamente e ela arregalou os orbes violeta de leve. - E o amor que eu sinto por você, está guardado dentro do meu coração, de uma forma que eu não pretendo tirar. Eu infelizmente já me acostumei com a sua ausência.

– Mas...

– Shinjirou. - Byakuya a interrompeu. Alguns segundos depois o velho serviçal apareceu, fazendo uma leve reverência. - Prepare o quarto de hospedes, por favor. - pediu, encarando um ponto qualquer. O empregado o reverenciou mais uma vez e deixou o cômodo. - Você pode ficar até que decida o que fazer. - deu uma última olhada para o rosto tristonho dela e se retirou, caminhando apressado até a sua sala. Se não tivesse sentido o toque das mãos dela não acreditaria em tudo aquilo. Mas era real, e agora tinha de pensar nas consequências dessa aparição inesperada.


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Notas finais do capítulo

Misteriosa não? A forma como Hisana reapareceu...
Pois é, meus caros, é ai que o mistério começa ;)
Beijos e até,
Gaby ~