Kaos - A Filha de Simbad escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 6
A Bússola


Notas iniciais do capítulo

Jack conseguiu alguns marujos para compor seu navio para irem atrás do Pérola Negra, entre os marujos, Kaos encontra alguém que lhe parece bem familiar? Seria possível que alguém de seu antigo navio tenha sobrevivido?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515909/chapter/6

Jack Sparrow conversava com o Sr. Gibbs em uma mesa. Decidi me aproximar para saber do que estavam falando. Então Will pegou em meu braço para me impedir.

– Me solte - eu disse olhando para a mão dele que me segurava.

– Eles querem conversar a sós e...

– Foi o que eles disseram pra você, não pra mim.

Me soltei da mão de Will com um sorriso e fui até onde eles estavam. Apoiei uma mão na mesa e a outra na minha cintura.

– E então garotos, do que estão falando? - olhei para eles com um sorriso determinado e sexy.

– Ora, vejamos, Capitã Kaos - Jack afastou para me ver por completo e pegou na sua barba dando um sorriso de aprovação. - A senhorita está muito elegante.

– Obrigada - sorri. - Mas espero que não fuja da minha pergunta.

– O que perguntou mesmo?

– O que estão tramando?

– Nada demais garotinha - disse Gibbs dando uma risada.

Acompanhei sua risada.

– Eu não sou uma garotinha Sr. Gibbs, sou uma pirata e eu sei muito bem que planejam ir atrás do Pérola Negra.

Sr. Gibbs engasgou com o rum quando terminei de falar baixo, de maneira que só os dois ouviam.

– Quem disse tal coisa minha querida? - disse Jack dando uma risadinha.

– Vocês acabaram de confirmar - comecei a rir. - Ok, é o seguinte, tudo o que quero é um navio, vou com vocês atrás do Pérola e o Interceptor se torna meu. Fechado?

Estiquei minha mão para Jack Sparrow.

– Fechado - ele disse sorrindo e apertando a minha mão.

– Ok, vou então conseguir alguns marujos - eu disse animada.

– Desculpe senhorita, mas os homens não confiam em Capitãs, eles se sentem mais seguros e determinados servindo a homens - disse Gibbs.

– Que absurdo, é porque eles não sabem quem eu sou e...

– Exatamente minha querida - disse Jack se levantando e colocando as mãos em meus ombros. - Como você ainda não possui uma certa fama, você não conseguirá marujos, pode deixar que conseguirem alguns para ir com você no Interceptor.

Encarei Jack com o olhar e acabei aceitando, ele tinha plena razão. Fiquei com raiva por ele ter razão, joguei minha capa para o lado, me virei e fui em direção ao navio, não queria nem ver quem iria ou não, ia ficar no navio e esperar pela manhã seguinte.

O dia seguinte chegou, fomos até o porto e havia uma fila grande para ir conosco no Interceptor, revirei os olhos ao saber que não teria conseguido nenhum se fosse eu quem tivesse pedido. Observei todos os marujos, estavam sujos, devo admitir, havia um anão entre eles, um que tinha um papagaio azul maravilhoso e então um alto, forte, moreno e careca me chamou a atenção, ele estava sem camisa, só com uma calça, ele realmente não me era estranho. Eu acho que conhecia aquele porte, ele olhava para o horizonte e era mais alto que Jack e nem olhou para ele quando Jack passou analisando-o. Me aproximei daquele homem, eu batia no meio do peito dele, olhei para o rosto dele que não me olhava, fiquei séria para transmitir respeito.

– Qual é o seu nome? - perguntei de maneira severa.

– Kyle - ele respondeu de maneira severa e sem olhar pra mim.

Aquele nome. Kyle. Fiquei ofegante e não consegui olhar para ele seriamente mais. seria ele o Kyle que eu conheci? Seria ele o Kyle do meu navio?

– Tudo bem com você, pequena Capitã?

Olhei para ele assim que ele disse "pequena Capitã", apenas os marujos do meu pai me chamavam assim. Meus olhos encontraram os dele e ele sorriu para mim, meu coração disparou e meus olhos encheram de lágrimas antes que eu pudesse pensar em chorar. Eu abracei Kyle o mais forte que pude pulando em seus braços. Kyle me segurou pela cintura e fez carinho em meu cabelo, chorei ainda mais.

– Kyle, você está vivo - consegui dizer em meio o choro.

– Claro que estou vivo pequena Capitã, achou mesmo que te abandonaríamos.

Me afastei para ver seu rosto sem sair de seu colo.

– Espera... tem mais alguém vivo? - perguntei enxugando minhas lágrimas.

– Olá pequena Capitana!

Eu reconhecia esse sotaque meio espanhol e meio italiano. Olhei para o lado e vi aquele homem magricelo de cabelos que batiam nos ombros, cavanhaque, com uma faixa na cabeça e apenas de calça.

– Rato! - eu disse super feliz.

Desci do colo de Kyle e o abracei, ele sorriu super feliz e eu também estava, era como se eu estivesse no barco novamente, com meus oito anos de idade ou menos, era como se eu nunca tivesse saído. Eu chorava ainda mais e meus lábios estavam até doloridos de tanto sorrir, mas eu não conseguia parar.

– Ai meu Deus - eu não sabia o que dizer, era emoção demais vê-los vivos.

– Sabia que era la pequena Capitana. Yo te disse Kyle, olhos de Marina, como esquecê-los?

– Com certeza - disse Kyle rindo. - Tive mais certeza ainda quando ela saiu nervosa do bar, idêntica aos modos de Simbad.

Comecei a rir, nem eu sabia que era tão parecida com meus pais, além disso eu não sabia o que falar, estava feliz demais.

– Ok, perdi a história - disse Jack se aproximando de nós.

– Kyle e Rato são marujos do meu antigo navio. Kyle me deu a ideia de fingir que fui capturada, achei que tivessem morrido.

– Que meigo - disse Jack com um sorriso falso. - Bem-vindos a bordo.

Ele saiu para continuar falando com os outros marujos.

– Kaos, nós só servimos a você - disse Kyle ainda encarando Jack Sparrow.

– Nenhum outro Capitano pode nos dar ordens - disse Rato também encarando-o.

– Nenhum outro capitão lhes darão ordens, disso podem ter certeza.

Sorri para eles e então minha atenção voltou para Jack quando ouvi ele levar um tapa na cara bem forte. Eu não queria perder isso e então fui até lá. Cheguei e cruzei os braços.

– Ok, perdi a história - eu disse me divertindo.

– Esse idiota roubou o meu navio - disse uma mulher.

– Na verdade eu peguei ele emprestado sem avisar - disse Jack com um sorriso.

– Roubou! - disse a mulher furiosa. - Não vamos servir um ladrão de navios.

– Ei, vamos com calma, Jack vai lhe dar um navio - disse Will.

– Sim, vou lhe dar - repetiu Jack sorrindo.

– Um melhor - disse Will.

– Um melhor - repetiu Jack.

– Aquele navio - disse Will apontando para o Interceptor.

– Aque... o quê? - disse Jack surpreso.

– O quê? - eu perguntei nervosa.

Will olhou para Jack com severidade.

– Aquele navio - disse Jack sem querer dar o navio.

– O quê? - falei ainda mais alto. - Como ousa dar o meu navio? - empurrei Jack e depois Will.

– Foi ideia dele - ele apontou para Will.

– Não interessa de quem foi a ideia, o navio é meu e vocês não podem dá-lo assim.

Jack e Will me levaram para um canto.

– Kay, nós precisamos dos marujos, se o navio não for dela eles não virão - disse Will.

Eu não queria dar o meu navio, eu queria aquele navio para conseguir um ainda melhor.

– Tudo bem - eu disse por fim. - Mas diga adeus à sua bússola, agora ela nunca será sua - eu disse para Jack, dei um sorriso delicado, me virei e voltei para perto de Kyle e Rato.

Jack ficou me olhando indignado e eu o encarei com um sorriso maléfico. Jack balançou a cabeça, mas sabia que não podia me negar aquilo depois de dar meu navio a outra mulher.

Fomos todos para o navio, Kyle e Rato trabalhavam com os outros e eu ainda estava um pouco nervosa por ter perdido o meu navio. Jack então se aproximou de mim enquanto eu estava apoiada na madeira olhando o mar.

– Eu preciso da bússola - ele disse apoiando de lado e me olhando.

– Não precisa não, ela não está quebrada? - eu disse me apoiando de lado também.

– Olha, eu realmente preciso - ele se aproximou de mim com um sorriso.

– Então vai ficar precisando - empurrei ele com um dedo para se afastar de mim.

– Sem ela não podemos chegar à Isla de Muerta.

– Ela aponta para Isla de Muerta?

– Não... me empreste a bússola então - ele esticou a mão e eu a afastei dele.

– Me diga os segredos dessa bússola Capitão, ou não vou usá-la para chegar em Isla de Muerta.

– Kaos, me entregue...

– Não. Me diga Jack, você só tem a ganhar me dizendo.

Jack revirou os olhos e se aproximou de mim, manti as mãos na bússola para que ele não roubasse de mim.

– A bússola não aponta para o norte.

– Eu sei disso.

– Ela aponta para o que você mais deseja - ele disse realmente baixo para que só eu escutasse. - E eu sei que você não deseja ir à Isla de Muerta.

Olhei para a bússola, ela então apontava para o que eu mais desejava, fazia sentindo ela apontar para o mar quando a peguei pela primeira vez. Fiquei olhando para a bússola fechada.

– O que eu mais desejo - disse para mim mesma olhando para a bússola com um sorriso malicioso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kaos - A Filha de Simbad" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.