Edward e eu tínhamos voltado para a bela casa branca após juras de amor eterno e beijos quentes. Eu podia sentir o clima de Natal entrar em cada centímetro do meu corpo, graças ao dom “vamos-fazer-uma-festa-bombante” da Alice.

Luzinhas piscavam em cada árvore, algumas coloridas, outras brancas, outras só azuis, ou vermelhas, ou verdes. A escadaria estava circulada de uma fita vermelha sedosa. A porta tinha uma bela guirlanda decorada de galhos secos e frutinhas vermelhas.

Algo em Edward me mostrou que o clima da casa não estava tão festivo assim. Não precisamos abrir a porta. Carlisle esperava-nos com uma expressão de confusão. Todos da família estavam lá, em um semi-círculo observando algo entre eles. Gritando com Rosalie, estava Seth.

Ele parou bruscamente, me encarando com seus olhos cor da noite. Um sorriso de alívio apareceu em sua face e mal deu tempo para eu poder respirar antes que seus braços me envolvessem e seus lábios apressados buscassem os meus.

“Oh Meu Deus!” ele exclamou, afagando meu rosto. “Como você some assim? A matilha e os Cullen passaram a tarde te procurando!”

Ah. A fuga inconseqüente.

Pensei em uma desculpa qualquer.

“O celular não pegava.” Murmurei, olhando aflita para os olhos de Edward. Ele parecia martirizado.

“Bem, ok então.” Seth disse, com um ar feliz, me abraçando. Foi Alice que  me salvou.

“Seth, largue-a. Ela precisa se arrumar para ceia. Ela não vai sumir!”

“Ah, bem.” Ele parecia envergonhado. “ Sinto muito.” Ele murmurou baixinho me largando,a expressão em seu rosto indecifrável.

Subi as escadas com Alice, enquanto a conversa continuava animada. Escutei a campainha tocando e o barulho de uma voz que eu conhecia bem:

Charlie. A voz veio seguida de muitas, mais altas e rudes que as dos...vampiros.

“Então você finalmente descobriu o que somos.” Alice disse de repente, me guindo para o quarto.

“Pois é.” Respondi envergonhada. Não sabia a etiqueta para falar a uma pessoa que sabia que ela era um vampiro.

Ela sorriu, como se lembrasse de algo muito antigo. Considerando a idade de Edward, era antigo mesmo.

“Você e Edward nasceram no mesmo ano?” perguntei, indecisa.

Ela me sentou na cama e pôs-se a falar.

“Acho que sim. Algo em torno de 1901...” ela riu, analisando um vestido preto de renda. “Não me lembro de muita coisa, sabe?”

Não quis  perguntar isso, com medo dela achar rude. Ela colocou um belo vestido branco em cima da cama, com um par de saltos (Meu sonho de consumo) Laboutin e alguns adereços. Ela por fim saiu do quarto, me deixando com meus pensamentos.

Escutei um bater na porta e a cabeça de Edward apareceu na porta. Parecia que ele estava sofrendo.

“Ei!” murmurei enquanto ele se aproximava. Sua feição foi se suavizando a partir de que ele chagava perto de mim.

“Oi.” Ele murmurou, me empurrando na cama e me beijando.

Separei nossos lábios aflita, olhando em volta paar saber se era milagre de Natal para Edward me agarrar daquele jeito.

“O que foi?” perguntei, sabendo que aquela sessão de “vamos-agarrar-a-amanda-e-jogar-na-cama” foi motivado pela vontade de esquecer da dor.

“Seth.”ele murmurou.

Agora que tínhamos acabado de perceber que éramos apaixonados por motivos completamente malucos, pensar que estava presa a Seth me doía.

“Não sei. Não posso abandoná-lo desse jeito, Edward!” disse, tentando colocar em ordem meus pensamentos.

“Quando ele descobrir, ele vai sofrer.” Ele respondeu, nos girando na cama. Apoiei minha cabeça no seu peito forte.

“Mas ele não vai descobrir.”

“Não podemos continuar vivendo nessa mentira.”

Apertei ele contra mim.

“Você não me quer?” perguntei com a voz abafada pela camisa.

“Não é isso. Eu te quero só pra mim.” Ele suspirou. “Detesto te ver com ele.”

Sorri de leve.

“Mas não há nada que possamos fazer. Eu vi que esses Volturi estão me procurando. Seth ajudará a me defender se isso se tornar necessário.”

Ele não tinha resposta para isso. A verdade nas minhas palavras era duras, mas reais. Seth e o bando me salvariam por ser imprinting e os Cullen me salvariam por ser parte da família.

“Você ficará com ele para sempre.” Edward chorou no meu ouvido.

“Eu não gosto do Para sempre.”

Ele pareceu interessado.

“Por que?”

Suspirei me apertando contra seu corpo de pedra.

“Por que meu para sempre é sem você.”

Parecia triste que eu e Edward nunca fossemos ficar juntos mesmo. Eu não poderia ter seu sobrenome. Eu seria Clearwater. Não poderia aproveitar de uma festança com Emmet e Carlisle. Não poderia ir a uma lua-de-mel em lugares exóticos e chuvosos com Edward. Não poderia ver minha barriga crescer, se tornando cada vez mais grande e saber de que lá  estava o filho dele. Ver as crianças e não ter ele perto de mim me apoiando. Envelhecer e morrer sem ele do meu lado, sua face de anjo eterna.

Meu coração deu uma freada brusca, meus olhos se apertando.Ele não resistiu me beijando com sofreguidão, nossos lábios desesperados mostrando que nosso presente era curto.

Por mais que eu não quisesse criar esperanças, eu sabia que o meu futuro seria com ele.

Troquei de roupa e desci para a festa com o beijo de Edward nos meus lábios e sua mão em minha cintura.