We Are Stars escrita por Akira


Capítulo 5
★ 04. Adeus, responsabilidade.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas~! Dessa vez não demorou, né? Por mais que eu esteja um pouco triste que só teve um comentário no último capítulo (Um comentário que realmente me deu inspiração para escrever esse capítulo, obrigada Mary ♥), mas estou aqui!
Espero que gostem desse capítulo! Eu, particularmente, gostei bastante C:



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We Are Stars — Capítulo 04

Lucy Heartfilia.

Desde pequena sempre fui muito responsável. Não sei se era pelo o fato de que muita coisa tinha ocorrido comigo em tão pouco tempo, ou se simplesmente fazia parte de mim agir de tal maneira. Trabalhos escolares eram entregues antes do prazo válido; meu quarto estava sempre arrumado, assim como meu material de estudo, e, principalmente, ia para festas raramente, já que meu pai odiava que eu saísse de casa durante a noite. Relacionamentos amorosos foram inevitáveis, mas não ia além de selinhos e mãos dadas.

O fato é que, as pessoas raramente influenciavam meus atos. Sempre agi de conta própria, mas justo nessa sexta feira eu escolhi sem pensar. Deixei-me levar pelo o calor do momento, e lá estava eu, no meio de tantas pessoas desconhecidas. A música eletrônica estourava meus tímpanos, e era difícil se comunicar com alguém. Levy segurava minha mão, conduzindo-me para um destino desconhecido, que eu torcia que fosse mais calmo que dentro de sua casa. O que me deixou mais constrangida foi o fato de muitas pessoas estarem se beijando em vários cantos da sala da casa, mas ninguém parecia se incomodar.

Notei que muitas pessoas me encaravam, e eu perguntava o porquê. Olhei para minhas próprias roupas e não percebi nada de errado, e então a ideia de que estavam apenas curiosos para saber quem era a garota desconhecida por muitos surgiu em minha mente. Alguns cochichavam, e negavam com a cabeça. Me senti desconfortável por alguns instantes, mas o sentimento voou para longe quando encontrei rostos conhecidos.

Um grupo de pessoas do lado de fora da casa, perto da piscina, conversavam alegremente. Todos tinham bebidas em suas mãos, e Levy acenou para eles, que olharam sorrindo. Conhecia algumas pessoas, mas outras eu não fazia a mínima ideia de quem era. Erza e Jellal estavam entre eles. Ao lado do casal, uma garota ria como uma bêbada, seu nome é Juvia. Fazia um bom tempo que não conversava com ela devido à minha falta de tempo, fiquei animada ao encontra-la novamente. Junto à ela estava um garoto desconhecido, que encontrava-se completamente molhado – talvez estivesse na piscina, e este seria o motivo de que seu corpo era coberto por apenas uma bermuda –, e ele discutia com um rapaz alto de cabelos negros comprido. Todavia, um cara em especial fez com que eu ficasse com vontade de ficar ali o resto da noite: Natsu Dragneel.

Não sabia exatamente o que estava sentindo. Talvez estivesse com atração por ele? Cada vez que eu encontrava os olhos escuros do rosado sentia meu coração parar. Ele tinha uma aparência tão exótica e muito descontraída. Seu sorriso era encantador, quiçá sua marca registrada. E mesmo que eu tenha o visto tão poucas vezes, gostaria de me aproximar dele.

“Pare de pensar nessas coisas, Heartfilia!”

— Olhem só quem saiu da caverna! — Levy exclamou, finalmente largando minha mão.

— Quem imaginaria que Lucy estivesse viva mesmo — Jellal gargalhava, com o braço em volta dos ombros de Erza.

— Na verdade, pensei que você tivesse ido viajar para outro país — Foi a vez de Juvia contar uma piada a meu respeito.

— Pois é, né. Que loucura. — Eu falei, sem empolgação. Já estava me arrependendo de ter escolhido ficar ali. Eu não estava deixando de fazer muitas coisas para ficar numa festa onde faziam piadinhas sobre mim. Cruzei os braços.

— Qual é, Lucy! Estamos zoando — A ruiva disse, rindo. Pensei em retrucar, mas Levy já havia começado a apresentar os novos membros da panelinha que eles tinham formado. Pelo o que eu entendi, o garoto mais alto com uma aparência assustadora, e estranhamente o atual ficante de Levy, se chamava Gajeel. E o rapaz que ele discutia era Gray. Eu sinceramente não estava muito afim de conhece-los. Admito que se abrisse meu Facebook e tivesse pedidos de amizade vindo de ambos, rejeitaria na hora, apenas por suas aparências.

O tempo passava e eu perdia cada vez mais a noção dos meus atos. Sem que eu me desse conta, já tinha tomado cinco latas de cerveja. Eu ria como nunca tinha rido na minha vida de coisas banais, e de histórias contadas pelos meus colegas, e sentia cada vez mais inveja de não ter vivido momentos hilários como eles. Minha vida era um filme de drama, e eu odiava isso. A última coisa que eu consegui lembrar foi Juvia falando algo.

— Eu desafio você — e o resto foi um borrão preto.

[...]

Levy McGarden.

Eu conhecia Lucy há dois anos, e mesmo nesse meio tempo, nunca a vi tão descontrolada como ela estava. Aliás, nunca imaginaria que Lucy pudesse beber tanto como naquela festa – ou melhor, que a própria Lucy Heartfilia estivesse numa festa. Pensei em controla-la, mas optei por deixar acontecer – talvez eu queria acordar no dia seguinte com a sensação de que não fui a única a beber até cair. Faziam algumas horas desde que a festa tinha dado seu início, e eu não sabia exatamente que horário era.

A loira estava sentada em uma mesa perto da piscina, ao lado de Juvia. Elas estavam em um desafio estúpido, onde a que beberia mais seria a campeã. Não fazia a mínima ideia de qual era o prêmio, e sinceramente não estava afim de descobrir, mas a preocupação de que a bebida pudesse prejudicar Lucy veio à tona.

Dentro de minutos, tinham vários copos vazios sobre a mesa. Ambas não pareciam cansar nunca. Eu apenas observava, bebendo tranquilamente minha cerveja. Alguém iria despertar com muita dor de cabeça, e essa pessoa não seria eu, ri por tal pensamento. Muitos homens gritavam o nome da garota com cabelos azuis, e outros se perguntavam quem era a loira desconhecida. Um rapaz se aproximou de mim e finalmente indagou o nome dela.

— Ela é Lucy Heartfilia. — Eu respondi, sorrindo. O cara saiu correndo exclamando o nome da minha amiga.

— Acho que ela vai ficar nervosa com você por isso — ouvi uma voz grossa ao meu lado. Natsu estava ali, de braços cruzados, sorrindo. Gargalhei e voltei a olhar para as pessoas.

— Ou pode ser que agradeça. Não sei, ela é uma caixa de surpresa — ambos rimos. — Aliás, soube que você encontrou a Lucy no hospital. Como foi?

O rosado ficou em silêncio por alguns instantes e soltou um suspiro. Parecia ter viajado por um momento.

— Ela é bastante simpática. Conversamos bastante, ela parece ser feliz, mesmo com os problemas que vem enfrentando.

Eu sei que era errado ter contado sobre a situação de Lucy com seu pai, mas foi inevitável. Natsu era um dos meus melhores amigos, de extrema confiança, e sei que me ajudaria o máximo para fazer com que a loira possa viver novamente. Ela era minha melhor amiga, fazia o possível e o impossível por conta dos desejos que seu pai tinha em ter uma filha ideal. No entanto, infelizmente, Lucy nunca seria essa garota, e sei que não gostaria de ser. Mas, por conta da saúde de Jude, não teve opções além de aceitar cabisbaixa.

— E sua irmã? Como está? — Arrisquei perguntar, e percebi que o rosado encolheu os ombros. Esse era o ponto fraco dele, e sentia que estava brincando com o perigo sempre que fazia a mesma pergunta. Estava com os olhos distantes mas, mesmo assim, abriu a boca para começar a falar.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, captei o som de algo estilhaçando-se e um grito. Nós dois olhamos para a mesa onde o desafio ocorria, e a visão que tive deixou-me um pouco incomodada com a situação. Uma loira maluca estava em cima da mesa, com um copo na mão, e seu rosto estava completamente avermelhado. Juvia estava com a cabeça pousada sobre a mesa de madeira, provavelmente desmaiada. Lucy apontou para mim, e começou a gargalhar.

— QUEM É UMA BALEIA SOLITÁRIA AGORA, EIN?! — Gritou. Não sabia se ria ou se chorava da situação vergonhosa dela. Natsu parecia ter escolhido rir. Muitos homens gritavam com ela, dizendo algo como “Qual vai ser a penalidade de Juvia?” ou “Tire a roupa!”, coisas do gênero. Lucy colocou a mão livre em sua cabeça, e derrubou o copo que segurava no chão. Isso antes de ela mesma perder o equilíbrio e cair.

Corri até ela, na tentativa de segurá-la – era impossível, já que eu era pequena demais comparada à Lucy –, todavia, Natsu chegou antes de mim. Agradeci aos céus por ela não se machucar. Tirei meu celular do bolso para verificar as horas, já se passava da meia noite.

— Está na hora de você ir pra casa, certo? — Falei, dirigindo minha fala para a loura desmaiada nos braços do rosado. Olhei de relance para Jellal e Gajeel, que pareciam ser os únicos sóbrios além de mim e Natsu, pedindo mentalmente para que cuidassem da minha casa e tivessem certeza de que nenhuma janela sairia quebrada naquela noite. Eles afirmaram com a cabeça. — Natsu, pode me dar uma carona?

— Claro. — Respondeu.

Ajudei ele a levar Lucy até o carro, que não estava muito longe. Era nessas ocasiões que eu considerava fazer minha carteira de motorista e finalmente comprar um automóvel, sem ficar dependendo dos outros. O apartamento da loira era longe, mas talvez pudéssemos chegar antes pela a falta de carros a essa hora da noite.

Ela poderia ser linda, ter um corpo bonito e ser a mais educada entre todas as pessoas, mas puta que pariu, essa mulher roncava alto. Como sua melhor amiga, eu sempre soube que ela tinha esse pequeno problema, mas hoje estava exagerado. Lucy resmungava algumas coisas que eu não conseguia compreender. Senti pena dela, por todas as vezes que tinha que buscar-me nas festas.

Não calculei o tempo exato, mas não demoramos muito para chegar no apartamento da loira. Natsu estacionou o carro e ajudou-me a leva-la para dentro. Uma tarefa difícil, diga-se de passagem, pois ela acordou no meio do caminho. Disse coisas sem sentido e constrangedoras. Peguei sua bolsa, e ela começou a me acusar de furto. Mostrei o dedo do meio para Lucy, e a mesma mostrou a língua para mim. Destranquei a porta e me deparei com um apartamento completamente bagunçado – a nossa bagunça da noite anterior.

— Pode deixa-la em cima do sofá, vou pegar alguma coisa para beber — disse, antes de ir até a cozinha. Abri a geladeira quase vazia de Lucy e grunhi de raiva, só havia água. Ela precisava urgentemente fazer as compras do mês. Peguei um copo d’água e voltei para sala. Quando voltei, uma cena muito desapropriada ocorria no meio do cômodo.

— Tá legal aí? — Perguntei, rindo. Lucy estava em cima de Natsu, os dois caídos no chão.

— Pode me ajudar? — O rosado indagou, irritado.

— Você já viveu muito na sua vida, com certeza sabe se livrar de uma situação assim. Te vira. — Respondi, bebendo a água. Ele resmungou de raiva.

— Você é lindo, sabia? — Lucy desafinava a cada palavra dita. — Tem cachorro de estimação? — Ela perguntou, séria. Anotei mentalmente “Arrume jeitos para levar sua melhor amiga para todas as festas. Ela fica bêbada facilmente e é uma comédia”. Natsu encarou ela, abismado.

— Como? — Disse. — Não, não tenho cachorro. — Lucy o encarou, triste, após escutar a resposta. Eu me segurava para não rir.

— Desculpe, nunca daremos certo — levantou devagar, dando a impressão de que iria cair a qualquer momento. — Não sou eu, é você.

E dito essas palavras, a loira saiu cambaleando até seu banheiro. Pensei em ir até lá e levá-la até o quarto, mas a ideia de uma Lucy com ressaca acordando em uma banheira acabou sendo engraçada para mim. Natsu acompanhou com o olhar os passos dela, e depois olhou para mim.

— Cara, acho que adoro sua amiga. — Ele falou, e nós dois começamos a rir.

— Sim, ela é realmente alguém especial — coloquei o copo vazio sobre a mesa de centro. — Agora entende o porquê eu quero vê-la feliz? — O rosado parou de rir de imediato.

O silêncio passou a reinar no ambiente. Ele sabia sobre o que eu estava, indiretamente, dizendo. Olhou para trás, fitando a porta em que Lucy tinha entrado. Conseguíamos ouvir os sons de uma melodia mal feita que ela cantarolava. Sorri.

— Quero poder transformá-la na pessoa que ela desejava ser. Está disposto à me ajudar a ajudá-la? — Indaguei. Natsu mexeu em suas madeixas rosas.

— Ok, vou te ajudar.

But if you close your eyes
Does it almost feel like
Nothing changed at all?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui!
Espero que tenham gostado ♥



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