We Are Stars escrita por Akira


Capítulo 4
☆ 03. Me sinto bem fazendo algo errado.


Notas iniciais do capítulo

SIM, EU DEMOREI, MAS CÁ ESTOU!
Desculpa MEESMO a demora, mas eu realmente tenho muitos problemas para escrever/pensar nos capítulos, é meio complicado já que eu sou muito perfeccionista, no entanto todavia, aqui está o novo capítulo!
Tá um pouco chatinho, mas o próximo vai estar muito melhor, garanto. (Eu acho... )
Aliás, muito obrigada pelos reviews ♥
Não deixem de ler as notas finais!
Boa leitura~!



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We Are Stars — Capítulo 03

Lucy Heartfilia.

Nunca fui grande fã das rotinas diárias. Sempre me irritei com o repetição de palavras ou até mesmo o déjà-vu. No entanto, minha vida inteira sempre girou em torno dos dias monótonos, que ainda me perseguem. Tirando, claro, a época anterior à morte da minha mãe, que todos os momentos eram inesquecíveis e únicos. Um dia eu brincava de boneca, outro meu pai levava-me para conhecer seu emprego, que havia pessoas maravilhosas que cuidavam muito bem de mim. Outros dias minha mãe preparava biscoitos que só ela conseguia cozinhar, ou até mesmo lia um livro para mim. E todas essas memórias acabaram rapidamente, em um piscar de olhos, com a ida de Layla.

Atualmente, minha vida era dividida em cinco etapas: de casa para o trabalho; do trabalho para o hospital; do hospital para a faculdade e da faculdade para casa. Festas eram estritamente proibidas da minha vida, mesmo que Levy insistisse. Claramente, não foi opção minha, mas foi impossível fugir das responsabilidades. Desde a morte da minha mãe e a doença de meu pai, eu tive que me transformar numa figura adulta aos vinte anos.

“Onde você está? Venha logo! Quero saber de tudo!”

Encarei a tela do meu celular enquanto girava a chave na fechadura da porta de entrada do meu apartamento. Levy parecia bastante... espantada? Bem, até eu estava. Conversar com alguém além daqueles que eu convivia na minha rotina, até mesmo meu pai, era algo extremamente raro. No momento em que entrei, tive encontro com uma menina desesperada, já escrevendo mais uma mensagem para sua amiga anti-social que estava sendo menos anti-social que o normal. Ela olhou para mim, seus olhos brilhavam.

Levy não estava num visual muito agradável para uma quinta feira. Seus fios azuis pareciam soltar de sua cabeça, mas o olhar cansado da manhã tendiam ter sumido. Talvez tivesse faltado no trabalho e usado a tarde para descansar. Estava usando um pijama meu – rosa com bolinhas brancas –, que ficava bastante grande nela.

— Temos muito do que conversar.

Eu me sentia bastante culpada por deixar de ir para a faculdade para ficar conversando com Levy sobre um garoto. Quando eu voltei a ter quinze anos? Sentamos no sofá e ela me fez perguntas que eu não fazia a mínima ideia de como responder – se bem que, nem me deu chance para responde-las.

— Eu sabia que vocês poderiam se dar bem!

Eu senti meu rosto, aos poucos, se avermelhar. Minha intuição do dia anterior estava correta: era tudo um plano da baixinha. Não sabia se ficava irritada ou agradecida, estava bastante confusa. Levy perguntou sobre meu dia, e eu respondi com todos os detalhes, enquanto ela permanecia calada durante a explicação sobre minha rotina. Claro que ela não ficou tão interessada pelo o que tinha acontecido no meu trabalho, mas eu contei de qualquer jeito.

O resto da noite percorreu mais divertida do que eu imaginava. Compramos uma pizza e assistimos filmes de comédia. Insisti para que ela fosse para casa, mas Levy sempre foi mais teimosa que qualquer um, e decidiu que iria dormir novamente no meu apartamento.

No final, fomos dormir uma da manhã, o que não fazia parte da minha rotina, já que estava acostumada em dormir dez da noite.

[...]

Eu sentia como se tivesse dormido por dias, mas mesmo assim o cansaço era predominante em meu corpo – talvez eu fosse mais sedentária do que eu pensava. Forcei minhas pálpebras a se abrirem e pude finalmente notar que as luzes de meu apartamento estavam acesas, mesmo sendo manhã.

Não estava na minha cama – se tivesse dormido lá, provavelmente não estaria com tanta dor nos músculos –, e sim no sofá da sala. Percorri minha visão por toda a extensão do cômodo e finalmente percebi que Levy não estava mais lá. Pensei em levantar para poder preparar um bom café da manhã antes de ir trabalhar. Era sexta feira, eu estava estranhamente mais ativa.

Meus planos foram arruinados ao meus ouvidos captarem o som estridente de meu despertador, que apitava dentro de meu quarto. Por um momento, pensei que talvez realmente tivesse dormido por dias. Levantei num pulo e corri até meu guarda roupa, trocando minhas vestimentas às pressas. Sem que eu me desse conta, já estava à caminho da biblioteca. No final das contas, não estava tão atrasada quanto imaginava.

[...]

Mirajane não reclamou sobre meu atraso, pelo o contrário, apenas acenou para mim com a cabeça. Eu sabia que se chegasse tarde novamente, entraria numa encrenca, então preferi nunca mais arriscar dormir tão tarde como havia feito noite passada. Sentei-me na cadeira que sempre me aconchegava e li a mesma revista que ficava em cima da mesa – estranhamente, nunca era trocada. Já tinha pensado em eu mesma devolvê-la às estantes, mas era uma boa revista, digna de leitura.

Hoje estava um pouco mais animado do que normalmente. Muitos alunos da escola pública próxima da biblioteca se instalavam no ambiente, alguns para aproveitar o ar condicionado, outros para fazerem pesquisas de trabalhos escolares. Nessa pequena multidão de alunos, pude localizar uma pessoa que se destacava entre eles – seu cabelo era vermelho. Dentre instantes, a mulher olhou para o balcão onde eu estava e acenou, andando em minha direção. Poderia reconhece-la à metros de distância.

— Bom dia, Erza — falei, com bom humor. Ela retribuiu o comprimento, sorrindo.

— Por que não esteve ontem na faculdade? — Erza perguntou, depois de segundos. Pensei em mentir, mas não seria descarada o suficiente para descontar verdades da primeira pessoa a qual pude ter o prazer de construir relações após a morte de minha mãe e meu pai adoecido.

— Eu estava com Levy. — Respondi, sem contar muitos detalhes. Não gostaria de várias perguntas vindas da ruiva. Felizmente, Erza é esperta, e notou que eu não estava afim de explicar muita coisa. Ela convidou-me para almoçar após meu período de trabalho, aceitei de prontidão.

Os minutos poderiam ser facilmente confundidos com horas – esse era o efeito de sexta feira, a ansiedade causava a impressão de que o horário passava mais devagar –, mas, finalmente, o meio dia tinha chego. Meu estômago roncava e eu sonhava acordada com um bom prato de comida italiana, o que eu não conseguiria tão cedo, já que tinha de economizar dinheiro.

Marquei de encontrar com a ruiva no restaurante perto da nossa universidade – obviamente, ela escolhera este lugar porque namorava o dono, Jellal, e cobrava menos de nós. Eu, obviamente, me aproveitava disso.

Erza tinha uma mania: falar demais. Em certos casos, isso poderia ser um defeito terrível, mas nessa situação, era ótimo. Eu não estava com tanta vontade de dizer algo, ou manter uma conversa, então deixei com que ela conversasse sozinha – estava me explicando o que havia ocorrido na aula que faltei. Por sorte, nada importante aconteceu.

— E então, Lucy — começou, mantendo um sorriso no rosto. — Você vai na festa de hoje?

Sinceramente, não fazia a mínima ideia do que a ruiva estava falando. Festa? Desde quando eu ao menos sabia as datas destes compromissos? Por um momento imaginei que estava mentindo para mim, já que Levy não dissera nada sobre – normalmente ela me contava sobre tudo.

— Ah... não. — Neguei. — Sabe como é, tenho que estudar. — Ela suspirou e olhou para seu prato, já vazio. Pude notar uma ponta de decepção em seu olhar. — Desculpe.

— Não precisa se desculpar! — Disse, levantando as mãos, voltando a sorrir. Depois de instantes, iniciamos uma conversa monótona.

Terminamos de almoçar, e nos despedimos. Erza contou que tinha compromissos – não me contou quais. Eu nem me dei o esforço de discutir, apenas concordei e fui embora, a caminho do hospital, já que era uma longa caminhada – é nesses momentos em que eu gostaria de estar com meu carro.

Por várias razões, meus pensamentos se voltaram para o garoto de cabelo rosa. Quando eu o veria novamente? Como ele e Levy se conheceram? As perguntas rodeavam minha cabeça e insistiam em manter-se ali. Em alguns minutos, pude ter a sensação de ter quinze anos novamente. Notei que meu rosto estava mais quente que o normal, e não consegui distinguir se estava envergonhada com os devaneios insanos ou com febre. Talvez fosse os dois.

De repente, a imagem de meu pai deitado na cama do hospital invadiu minha mente, e eu senti a culpa cair como uma bigorna em minhas costas. Por que estava pensando em algo tão impróprio em um momento como esse, com meu pai adoentado? Coloquei aos mãos em meu rosto e suspirei três vezes.

“Lucy, sua idiota.”

[...]

Finalmente, as aulas haviam acabado e eu estava livre. Faziam algumas semanas que os resultados foram entregues – obviamente, passei em todas as matérias, sem ficar em dependência no trimestre. Caminhava para fora da universidade, pensando no que fazer pelo o resto da noite. Novamente meu pai não direcionara uma única palavra para mim no hospital, no entanto, me encarou por muito tempo antes de adormecer. Parecia querer chorar, mas pudesse ter sido apenas impressão minha, e o rosto triste dele permaneceu em meus pensamentos pelas últimas cinco horas, desde que saí de seu quarto.

Gostaria de encontrar Levy ou até mesmo Erza, mas as duas surpreendentemente sumiram. Era de se estranhar, já que ambas viviam me enchendo o saco em querer me convidar para milhões de lugares possíveis – mesmo que eu rejeitasse todos os convites –, mas elas não pareciam se importar com isso mais.

Mas de qualquer forma, estranhei não ter visto nenhuma delas. Erza estudava na mesma classe que eu – nós duas cursávamos direito –, no entanto, sumiu no final das aulas. Levy estava cursando literatura, mas sempre deixava de ir em algumas aulas para invadir nossa sala.

Deixei isso de lado e já estava me preparando para pegar um taxi. Eu tinha um carro e carteira de motorista, todavia, gastar em combustível custaria muito mais que um simples taxi. Meu celular vibrou em minha bolsa antes que pudesse fazer qualquer coisa. Era Levy.

“Venha para minha casa, é urgente.” A mensagem dizia. Não pensei duas vezes antes de começar a correr – a casa da baixinha era perto da faculdade, gastar alguns passos não custaria nada. Sinceramente, estava bastante preocupada, Levy nunca me chamou por motivos inúteis para sua casa.

Durante o percurso, imaginei o que poderia ter ocorrido com ela, uma opção se tornando cada vez pior que a outra. Talvez eu estivesse muito cismática com o fato de “perder” pessoas, e desejasse o bem para todos com que eu convivia.

O ódio tomou conta de meu corpo ao chegar em meu destino. A casa de Levy estava completamente iluminada, tocando uma música eletrônica irreconhecível alta, podendo ser ouvida por praticamente todo o bairro. Olhei para as janelas e enxerguei muitas figuras diferentes de pessoas. Pude ouvir o som de algo chocando contra a água da piscina que tinha nos fundos da casa, e o lixo dominava o jardim. Imaginei se os pais da baixinha aceitaram uma festa assim.

Pensei em sair correndo, mas antes de agir, uma figura com cabelo azul surgiu na porta, andando rápido até a mim e segurando minha mão. Meus instintos mandaram eu gritar com ela e iniciar uma briga por mentir e deixar-me preocupada, no entanto, continuei a acompanhando até onde acontecia uma festa – que, a propósito, parecia realmente estar muito animada.

— Hoje você vai se divertir! — Exclamou, por conta da música alta. Concordei com a cabeça, mesmo sabendo que ela não veria. Estava um pouco incerta sobre minha decisão, já que era a primeira vez em muito tempo que não ia para um lugar amontoado de pessoas – que eram, por muitas, desconhecidas.

Não sabia ao certo o que tinha dado em mim. Talvez o espírito jovial ainda corresse em minhas veias, ou até mesmo estava ficando louca. Relembrei todos os meus passos durante o dia, e conclui que realmente não havia consumido nada anormal para chegar num nível tão irresponsável. Pela a segunda vez naquela noite, fitei para uma das janelas da casa de Levy, e me toquei de qual era o motivo para eu concordar em ir para a festa. Tinha um rapaz lá, rindo. Um homem de cabelo rosa. E, pela a primeira vez, me senti feliz por estar fazendo a coisa errada.

I feel something so wrong
Doing the right thing


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao fim~
Bem, tenho um aviso para os leitores que acompanhavam a minha antiga fanfic "Waking up in Vegas": ela voltará. Não sei ao certo quando, mas pretendo deixar alguns capítulos prontos antes de realmente anunciar a data. Espero que nada me impeça de continuá-la dessa vez ♥
Espero que tenham gostado, até~!



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