Fairy tales escrita por MatheusGreca


Capítulo 14
A Troca.


Notas iniciais do capítulo

[DICA: NESTE CAPITULO COLOQUEM MUSICAS TENSAS, FICA MAIS LEGAL!!]

MEU DEUS! Parece que faz anos que não escrevo uma nota inicial. Que saudades eu estava de vocês! Sério. Gente, fiquei muito feliz que nessa "pausa" da F.T algumas pessoas começaram a acompanhar... Me mandaram mensagens pedindo para postar e tudo! Eu agradeço de verdade ♥ Vocês são tops! Bom, eu sei que devem estar ansiosos por esse capítulo, então boa leitura! Falo com vocês nas notas finais.



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POV – Melody

“Eu estou sonhando, quando eu acordar eu vou correr para o quarto dos meus pais. Vou dormir entre eles e agradecer por estar nos braços de minha mãe. Por favor, eu não quero morrer! Jason, você não fez isso comigo… Eu sei que não, por favor diga-me que isto é apenas um pesadelo”. - Enquanto as lembranças do que havia acontecido vinham em minha mente, eu mantinha as pálpebras fechadas. Sabia que aquilo era real, mas negava-me a aceitar. A única coisa que conseguia ouvir eram murmúrios de no mínimo cinco pessoas que estariam a minha volta. Suspirei, amedrontada.

Tomei coragem para abrir os olhos, mas não conseguia enxergar nitidamente. Via apenas vultos negros que rodeavam-me como se estivessem esperando para me matar. Minha cabeça doía fazendo-me ter a sensação que tinha sido pisoteada por elefantes. O que mais me deixou intrigada foi o cheio de sangue presente no ar. Ela havia me cortado, meus pulsos formigavam como se a pele nestes estivessem costuradas por linhas finas.

– Ja-ason! - Tentei ignorar minha garganta seca doer com o tremer de minhas cordas vocais. Precisava sair dali, e esperava que o meu Jason pudesse me salvar.

– Ora, ora, ora… Olhem quem finalmente acordou. - Úrsula, reconheci a voz em meio aos presentes. Ela andou até mim, soando seus saltos contra o assoalho de pedra. Naquele momento me toquei que estava amarrada, e além disto seca na minha forma sereia. Ela provavelmente estava me desidratando pouco a pouco, ou tentando me torturar. - Teve bons sonhos? Hahaha! Seus clamores por meu filho foram impagáveis. - Sua gargalhada foi acompanhada pelos outros.

Pisquei algumas vezes tentando fazer-me enxergar algo, mas não adiantava. Uma luz forte e branca cegava-me. Era como se estivesse olhando para o sol, vendo apenas as sombras ao meio da luz. Rotacionei os globos oculares entre as órbitas, buscando o vulto de Úrsula. Notando a movimentação destes, ela se pronunciou.

– Ups! Pelo jeito alguém está cega. Sente como é ruim? Não conseguir ver os rostos dos seus inimigos? - Seu tom sarcástico modificou-se para ódio, era notável a raiva em suas palavras. - Sente o que seus pais fizeram a mim? RESPONDA-ME! - Ela fincou as unhas em minhas bochechas, perfurando minha pele, direcionou meu olhar ao dela e me soltou. O sangue escorreu. - Você é tão patética, Melody. E tudo pelo verdadeiro amor… Você consegue imaginar estar presa num corpo metálico por anos? Ouvindo que aqueles que causaram sua infelicidade estavam comemorando, dando festas e vivendo uma vida que não merecem?

– Úrsula, vá com calma. - Uma voz grossa parecendo um tanto embriagada surgiu ao fundo, o que fez-me tremer.

– Gancho, mantenha seu bico de pirata velho e bêbado fechado! Não perderei tempo de machucá-la, sempre os heróis conseguem ser mais rápidos. Desta vez não! Por isto sempre perde para um garotinho que nunca cresce. Pela falta de ação.

– Arg. - Resmungou “Gancho”, parecendo irritado. Porém, era claro que por algum motivo este era submisso a ela.

– O-o quê você quer? - Engoli em seco, tentando ignorar a ardência em minhas bochechas. Meu coração estava acelerado e eu controlava-me para não chorar. Não daria este “gostinho” a Úrsula e nem aos outros que estariam ali.

– Não é óbvio? Vingança! E é claro que começar pelo lado mais fraco é bem mais fácil. O melhor é quando o lado mais fraco é tão precioso para o peixão de Atlântida. Imagina quando seu vovozinho descobrir que a netinha está nas minhas mãos? Sendo torturada! - Suspirou, parecendo satisfeita. - Ele vai ficar louco, imagine só!

– Vo-ocê va-ai me matar? - Meu desejo era estar em casa com a minha família e amigos. Era doloroso pensar que eu poderia estar morta em alguns minutos e que eles sofreriam. Odeio que os outros sofram por mim, principalmente a minha mãe. Ela lutou tanto a vida inteira para me manter segura, e eu só a desobedeço. Se estivesse na vila com Estrela e Felipe, nada disso teria acontecido.

– Neste instante? Não. Mas eu preciso de uma coisa sua. Quando consegui-la, você estará em segundo plano. Você vai cooperar não vai?

– O que você quer? - Gelei, esperando o pior. Mantive-me com as órbitas cegas abertas, me imaginando encarando-a.

– Sua voz! - Proferiu num tom malicioso, pude sentir um sorriso surgir em seus lábios.

– Minha voz? Mas o que você…

– Cale-se! - Ouve-se um estalo e meus lábios foram selados. - Não há razões para você saber, querida. Eu a quero, basta! Mas, como toda a magia tem suas regras, não posso simplesmente arrancar ela de você, você tem que me dar de boa vontade. E eu conseguirei o que quero! Certo Melody?

O estalo voltou a soar e me senti livre para falar, mas por alguma razão fiquei muda. Eu sabia exatamente o que ocorreria caso eu não a obedecesse. Mais torturas, e possivelmente a chantagem naqueles que mais amo. Conheço meu avô, ele não iria atacá-la, sabendo que caso fizesse eu morreria.

– Eu, eu… Tenho uma condição! Uma troca. - Forcei-me a não gaguejar, queria me mostrar forte.

– Hahahaha. Você me lembra tanto a sua mãe. - A figura de minha mãe veio a tona, o que me fez desabar. As lágrimas quentes escorriam de minhas órbitas, adentrando nas feridas das bochechas. Isto ardia, mas eu não me importava. - Onwt, que gracinha. O que quer princesa?

– Qu-uero a minha visão de volta.

– Ótimo! Eu lhe devolvo a visão, mas primeiro a voz.

– Como posso confiar em você?

– Você não tem escolha, querida.

Obviamente ela estava certa. O que eu podia fazer? Suspirei, rendendo-me.

– O que devo cantar?

– Qualquer coisa, que tenha sentimento, aquilo que passar na sua cabeça. Aquilo que seu coração berra! Consegue fazer isto? - Recuando, a ouvi buscar algum objeto de vidro. Suas unhas, aparentemente grandes, estalavam na superfície deste. Sem a visão, minha audição parecia mais potente.

– Consigo.

Fez-se um silêncio e logo entendi que deveria começar. Mil letras passavam por minha cabeça, letras que me lembravam minha casa, meus pais, minha família… Jason. Era difícil escolher, mas consegui sentir o que cantar. Queria cantar que mesmo que a dor me consumisse eu estava de pé. Queria que Úrsula fosse embora, queria estar sozinha! Prestei atenção em meu corpo, e sim, ele estava morrendo. Minha calda não tinha movimento, mesmo não estando amarrada. Havia cortes nela, e eles ardiam. Eu precisava expressar a minha dor.

[ Música cantada por Melody: https://www.youtube.com/watch?v=5anLPw0Efmo ]

– “Estou tão cansada de estar aqui, suprimida por todos os meus medos infantis. E se você tem que ir. Eu desejo que você apenas vá, porque sua presença permanece aqui e ela não me deixará sozinha! Essas feridas não vão cicatrizar, essa dor é muito real. Há muita coisa que o tempo não pode apagar! - Jason veio em meus pensamentos, fazendo-me novamente desabar em lágrimas. Ainda não podia enxergar, sabia que deveria continuar. Agora, a música se referia a ele. - Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas, quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos. E eu segurei sua mão por todo este ano, mas você ainda tem tudo de mim…”

Uma sensação estranha veio em minha garganta. Sentia como se quisesse vomitar, mas a música não cessava. Houve um impulso estranho dentro desta e algo surgiu por minha boca. Estatelada, podia ouvir minha voz a cantar, mas meus lábios estavam fechados. A luz branca modificava-se, se dividindo nas sete cores do arco-íris. Em segundos, cada cor voltou-se a algo o que fez minha visão retornar.

Quando tive consciência do que estava acontecendo era tarde demais. Úrsula mantinha em suas mãos um colar, onde uma esfera de luz ouro adentrou. No momento em que ela o vestiu ao pescoço, sua estrutura corpórea se modificou. Via-me em frente ao um espelho, pois ela estava idêntica a mim.

– Obrigada Melody! Bons sonhos. - O meu clone bizarro fixou seus olhos aos meus. Aquela era minha voz, aquela era eu. Antes que eu pudesse ter alguma reação, tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

MUHAHAHA. O que será que vai acontecer? E-E Gente, eu gostaria de pedir desculpas por esse tempo que fiquei sem postar. Estou em época de provas finais e está meio complicado. Prometo tentar voltar a postar toda semana. Até o próximo, e deixe seu comentário do que achou do cap. Quero mto saber !!! Abraços.



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