As Cicatrizes Mentem escrita por Sereia Literária


Capítulo 11
Capítulo 11




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(Marina)

Levantei-me e fui seguindo o som da batalha usando as árvores como apoio. Estava mais longe do que eu esperava. Tropecei em alguma coisa, e já estava morta de medo. A princípio, pensei que fosse um kraul e quase gritei, mas o meu Legado de visão noturna me ajudou. Era Adam, quase morrendo, afogando-se no próprio sangue. Levei a mão à boca.

–Adam!...-deixei escapar. Ele abriu os olhos lentamente e me focou.

Rapidamente abri seu paletó e comecei o trabalho de cura. Sua pele pálida era tão gelada quanto o frio partia que de meus dedos, lentamente fechando seus machucados. A espada havia atravessado seu peito, quase pegando o coração. Estava com hemorragia e se eu o houvesse encontrado um minuto mais tarde, ele estaria morto. Seu peito subia e descia rapidamente, e eu tinha medo de que ele não sobrevivesse. Sangue jorrava dos machucados, e por um momento pensei que o meu Legado estava apenas piorando o corte profundo e mortal.

Seus olhos se abriram e foram se fechando lentamente...

–Adam... Aguente! Aguente!...-estava ficando desesperada, e lágrimas de preocupação brotavam em meus olhos.

(Adam)

Acordei naquela mesma praia... Naquela em que vi Um. Quando abri os olhos, minha cabeça estava em seu colo e ela passava as mãos em meus cabelos.

–Eu te disse.

–Sim, eu sei- respondi.

Ela soltou um suspiro.

–Então, eu morri?-perguntei.

Ela sorriu e balançou a cabeça em sentido negativo.

–Não.

De repente, tudo começou a esfriar, e a imagem foi ficando distante.

–QUANDO PODEREI VÊ-LA NOVAMENTE?-gritei, mas não tive resposta. Acordei de sobressalto, o que fez Marina se assustar.

(Marina)

–Desculpe, não quis te assustar... - disse, tirando rapidamente as mãos do machucado, agora curado.

–Não, não foi culpa sua–Adam disse, ainda meio zonzo.

Eu estava cansada. A pouca força que tinha ganhado havia se esvaecido quando curei Adam. Respirava com dificuldade e me sentia tonta. Levei a mão à cabeça e Adam se sentou.

–Você está bem?-ele perguntou.

–Só um pouco zonza- admiti.

Ele então se levantou e estendeu a mão, que eu segurei. Ele me ajudou a levantar, e eu me apoiei na árvore mais próxima.

Respirei fundo e perguntei se realmente uma batalha ocorria. Nem sei por que perguntei se a resposta já era óbvia.

–Sim, e temos que ajuda-los.

Fiz que sim, então me lembrei de Ella. Mas sabia que ela estaria mais segura escondida do que em meio a uma batalha, então decidi ir assim mesmo. Não a iriam machucar, mas com certeza, não pensariam duas vezes antes de matar qualquer outro Garde.

–Vamos.

(John)

Morgadorianos não paravam de surgir. Parecia que eles brotavam do chão. Eram muitos e estávamos ficando sem forças. Foi então que um canhão me acertou. O mundo ficou branco, em câmera lenta... Fui jogado contra uma árvore, e ouvia apenas Seis gritando meu nome, mas muito ao longe... Não conseguia me levantar até que um morg apareceu sorrindo. Levantei-me cambaleante, e ele riu. Lembro-me de que, nesse mundo, meus Legados são reduzidos e surtem efeito mínimo. Quando ele veio para cima de mim, três garras o partiram ao meio, e foi então que voltei ao mundo real. BK o tinha transformado em cinzas. Agradeci brevemente enquanto BK voltava à batalha. De repente, alguma coisa toca em meu ferimento no braço. Agarro-a e quase a jogo para longe, mas me dou conta de que é apenas Marina tentando me curar. Seus olhos estão arregalados pela a minha reação, mas eu sorrio sem jeito para mostrar que foi um engano. Ela sorri de volta e começa o trabalho de cura.

(Marina)

A pele de John está queimada, muito mesmo. Muito mais profunda que uma queimadura de terceiro grau.

(John)

É reconfortante sentir o frio tomando conta da minha pele queimada, e por um segundo, minha dor passa. Até que, claro, a queimadura começa a cicatrizar. É então que a dor de verdade dá as caras. Respiro freneticamente, e Marina está concentradíssima.

(Nove)

O maior e mais bronzeado morg se aproxima. Acho que é o pai de Adam. Esse sim me dá trabalho. O cara é um poste, é rápido e forte. Ele desvia de meus golpes com facilidade, e me acerta tantas vezes que perco a conta. Estou acabado. Caio do chão quando ele me dá um enorme gancho, do qual mal consigo me recuperar. Ele se aproxima de mim com a espada erguida. Quando vai me acertar, uma enorme parede de gelo sólido se forma entre nós. ´Valeu Marina!`, penso, enquanto tomo forças e me levanto.

(John)

Agora que Marina chegou com o seu poder de gelo, tudo se equilibra. Ela consegue controla-lo muito bem e muito facilmente. Estalagmites se formam, paredes de gelo se erguem nos protegendo e cristais pontudos acertam tudo o que ela mandar.

–ISSO AÍ MARINA-Oito grita com a voz distorcida por estar no corpo de seus avatares.

(Marina)

Depois que entrei na batalha, começamos a ganhar. Quando estamos prestes a vencer, ouço um grito agudo.

–MARINA!

Viro-me imediatamente, reconhecendo a voz de Ella. O pai de Adam a está segurando, com a espada em seu pescoço. Arregalo os olhos e a batalha ao nosso redor para. O general sorri.

–Quer a sua amiguinha viva? Rendam-se.

Engulo o seco.

´Não acredite nele` ouço Seis em meu pensamento.

´É, eles a querem viva` emenda John.

´Não posso arriscar` respondo.

Respiro fundo e solto o ar lentamente, erguendo as mãos em um gesto de rendição. Todos fazem isso; Oito volta à forma do adolescente indiano; Seis fica visível e solta às armas assim como Nove; Quatro leva as mãos à cabeça; BK volta a ser um Beagle, que agora está um pouco machucado. Morgs tiram as armas de perto de nós, estamos desarmados, rendidos.

É nesse momento que Ella começa a ter convulsões e se transforma em um ser horrendo. Arregalo os olhos quando ele atira em mim. Tarde demais. Não posso desviar.

(Oito)

Me teleporto para o lado de Marina, a agarro e nos teleporto para outro lado do gramado. Ela cai em cima de mim.

(Marina)

Tudo acontece muito rápido. A única coisa que eu tinha certeza era de que Oito tinha me salvado... Então percebo que o tiro o acertou de raspão, e suas costas sangram muito.

–Oito...-digo, saindo de cima dele e ajudando-o a virar-se.

Enquanto isso, a batalha continuava.

Curei-o rapidamente.

Quando ele se sentou, eu o abracei.

–Obrigada-disse. Oito arriscou a vida... Por mim!

Ele sorriu e me beijou na testa.

–O que eu poderia fazer? Deixá-la morrer? Nunca, enfermeira Marina.

Fiquei ruborizada, mas esse momento romântico durou pouco, por que outro tiro de canhão passou fino de nós, e caímos mais uma vez.

Levantamos-nos e Oito nos teleporta de volta para a batalha.

(Seis)

Enquanto atiro em um morg, Cinco vem por trás de mim voando, me dá um soco e eu caio alguns metros adiante, com o rosto no chão. Antes que eu possa me levantar, ele agarra meus cabelos e me levanta, logo investindo em contra mim com mais um soco. Caio novamente e ele me prende com telecinesia. Ele é muito forte.

–Achou realmente que venceria de mim?-Ele diz com deboche.

Sinto seus dedos começando a me estrangular, enquanto ele prepara o punho de aço. Não tenho mais para onde fugir. Mas, assim q ue seu punho vai me atingir, Cinco leva um tiro. De quem? Viro-me a tempo de ver Sam com um canhão morgadoriano, sorrindo para mim.

–SAM!-Grito, enquanto corro ao seu encontro. É nesse segundo que uma van invade o buffet, passando por cima da belíssima cerca viva que o separa do mundo. Descem dessa van Sarah e Malcolm, armados também com canhões morgs e todos os chimaeras que estavam antes à beira da morte. Agora, fortes e recuperados, estão transformados em todos os tipos de animais que podem nos ajudar... Leões, dentes de sabre, ursos, e até mesmo rinocerontes e elefantes. Agora assim essa história vai ficar boa.


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