Até o fim escrita por Isabella Cullen


Capítulo 21
Uma outra fuga


Notas iniciais do capítulo

Lindas eu estou postando rápido porque a fic está finalizada no meu computador ok? De noite tem mais então aguardem!
Obrigada pelos comentários eu fico feliz que estejam gostando!



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Uma semana se passaram sem que Isabella ficasse muitas horas acordada, os médicos julgavam seu estado frágil demais para emoções e a sedavam logo depois de refeições. Ela comia e falava com muita dificuldade, Edward a proibiu de falar qualquer coisa sobre passado ou futuro. Ela deveria pensar no presente, ficar melhor. Por vezes fingia que não estava ouvindo ela dando explicações, fazendo perguntas e colocava mais comida na boca antes que chegasse a hora dos remédios. Tê-lo ali, tão perto, tão preocupado era agradável, era um sonho ou um delírio de sua cabeça.

Quando acordou Edward precisou de um tempo para convencê-la que o encontro, a conversa e o hospital inclusive eram verdades. Ela falava muito emocionada e isso deixava os médicos preocupados no início, foi depois disso que Edward decidiu acabar com conversas, apesar dele mesmo querer falar e ouvir. Ter a conversa que poderia colocar tudo nos trilhos certos novamente. Ela sentia as mãos dele acariciando seu rosto, sentia sua preocupação quando os médicos o chamavam, via seus olhos esperançosos com a quantidade maior de comida que ela conseguia ingerir e por fim, o amor latente em seus olhos. Ela não podia fazer muito, mas tentava colocar nos olhos o amor que sentia. Teve que confessar que estava irritada com aquela história de não conversar, por vezes respirava fundo e soltava um palavrão. Edward não dava atenção a nada daquilo, só dizia que teriam muito tempo para conversar depois que ela melhorasse.

– Já perdemos tempo demais. – ela disse uma vez numa voz melosa.

Ficou emocionada quando ele se aproximou do ouvido dela e murmurou.

– Vamos recuperar cada segundo, eu prometo. Só melhore.

Aquilo a tranquilizou, aquilo a fez querer ter alta o mais rápido possível. Ela sorriu quando os monitores apontaram a aceleração cardíaca.

– Se eu estivesse no seu lugar, provavelmente isso estaria frenético. Agora descanse, a enfermeira já vai trazer outros remédios.

Depois de alguns minutos lá estavam os remédios novamente, agora ela ficava mais tempo acordada, mas ainda era pouco. Quando a sonolência venceu Edward foi tentar comer alguma coisa, estava emagrecendo com aquela comida esquisita, comia correndo para voltar e ver Isabella. Quando chegou perto da porta do quarto viu a pessoa mais inesperada e nervosa que poderia existir.

– Mãe? O que você está fazendo aqui?

– Charlie disse o que está acontecendo... e que mensagem foi aquela Volto quando puder você enlouqueceu?

–Mãe... Charlie te contou...

– Contou tudo, achei uma loucura inacreditável. Ela está viva mesmo?

Ele abriu a porta do quarto, ela estava adormecida e eles se aproximaram rapidamente, uns minutos depois que Edward fechou a porta delicadamente.

–Meu Deus isso é inacreditável. – Ela estava atordoada com a visão de Isabella ali. – Filho ela está tão magra, Charlie me falou do estado dela, mas sinceramente nunca pensei que estaria assim.

– É.. parece que o corpo pagou pela mente.

– E como você está? Ele me mandou vir imediatamente, disse que você não saia daqui e que precisava de alguém para cuidar de você.

– Não sou criança mãe!

– Mas está agindo de maneira irresponsável, se não se cuidar vocês vão trocar de papel rapidinho. Vamos para o hotel e depois eu volto e fico um pouco com ela, durma numa cama pelo menos essa noite!

– Não posso, ela fica nervosa sem mim aqui.

– Ela vai precisar se conformar comigo hoje, sei que ela vai entender perfeitamente, ela sempre foi muito responsável.

Esme foi puxando Edward para fora do quarto e foi conduzindo ele para fora do hospital rapidamente. Ele não gostou nada da ideia, achava aquilo desnecessário e Charlie, aquele francês estúpido, um verdadeiro exagerado mandando a mãe dele para lá.

– Você chegou a muito tempo mãe?

– Cheguei há umas horas, isso é longe. Ele escolheu um país bem distante.

– E mesmo assim eu a encontrei. – Um brilho nos seus olhos fez Esme sorrir.

– Que bom que foi depois que ele morreu, o pai dela, eu digo. Ou vocês estariam correndo perigo ainda. Nem quero lembrar daquele tempo, me arrepio só de pensar naquilo.

– Eu também. Charlie te contou que ela ia se entregar? Que ela se entregou?

– Contou. E eu sempre vou ser grata aos dois por ainda ter você. Mais a Charlie do que a ela, mas ainda assim ela tentou. Todos mandaram beijos e Giana está entrando com um processo contra você, mesmo depois de eu passar o apartamento para o nome dela e deixar todas coisas para ela.

– Ela não vai aceitar muito bem isso.

– Isabella?

– Isso também.

– Charlie está no Califórnia, disse que precisava ajeitar algumas coisas para a volta de vocês. Pediu a chave da casa, eu dei.

– Da casa? Mãe!

– Queria que eu fizesse o que? Ela está viva, você não precisa de lembranças agora. Tem ela.

Edward pensou sobre aquilo, ele a tinha, e sorriu quando entrava no taxi com a mãe. Esme fez o filho comer algo decente e deixou claro que não queria ele naquele hospital antes do meio-dia do outro dia, o fuso horário ainda mexia com ela, mas sabia que podia aguentar mais algumas horas sem dormir.

Ele alertou ela sobre conversas, disse que Isabella não podia se exaltar e que era para ela fofocar ou fazer tricô, menos falar do passado. Esme achou que isso seria um tanto complicado e se perguntou como ele fazia isso, se ela estava curiosa imagina ele. Mas enfim, prometeu e deixou ele tomando um banho. Chegando no hospital ela estava dormindo, ela se ajeitou no sofá em frente a cama e tirou umas revistas da bolsa grande que carregava. Isabella só acordou algumas horas depois, abriu os olhos e viu Esme na frente dela. Uma outra visão ou um sonho dessa vez, mas Esme foi logo se levantando e indo mais perto de Isabella.

– Oi minha querida. – a voz doce de Esme a vez quase chorar de tanta saudade. Ela percebeu isso. – Não é hora disso, vamos ter tempo para matar a saudades. Eu também senti muito a sua falta, mas agora tudo vai ficar bem.

– Esme... quantas saudades!

– Isabella, Edward disse para não ter emoções fortes, por favor...

– Você entrou nessa também?

– E na história sobre nada de passado!

Isabella ficou irritada com aquilo, queria conversar, queria saber. Ficaram um tempo ali sem saber o que dizer uma para outra, constrangedor, mas necessário também. Esme não diria nada que ela não pudesse.

– Como vai Alice?

– Morando em Nova York, ela resolveu isso depois de terminar um namoro de três anos.

– Sério?

– Muito sério, não gostei nada da ideia, mas ela realmente precisava de novos ares. Está fazendo um curso de especialização.

– Ela se formou em quê?

– Em moda, seja lá o que for isso. – Esme riu – Era o que ela queria e apoiamos, fez estágio numa revista e depois foi com umas amigas fazer cursos fora e resolveram morar lá quando ela finalmente terminou com aquele grudento do Riley.

– Você não gostava dele?

– Era bom garoto... mas muito grudento, não sei como ela conseguiu aguentar tanto tempo. Você conhece Alice, espírito livre, falante e agitada.

Isabella se entristeceu ao pensar que perdera tanto, amava Alice e tinha certeza de que ela seria uma mulher corajosa e cheia de vida. Esme percebeu o olhar distante de Isabella.

– Não fique assim, vocês vão voltar a se falar e vão descobrir mais uma da outra. Ela se inspirou muito em você, foi uma adolescente maravilhosa, não tenho do que reclamar. Tenho certeza que ela vai ficar muito feliz em rever você.

– Ela mudou tanto.

– Não mudou nada! Continua falando o que quer e fazendo o que vem na mente!

Elas riram juntas com aquela afirmação, Alice era realmente alguém inesquecível.

– Ela mudou muito?

– Tenho uma foto aqui, trouxe para você mesmo. Saí de casa rápido, mas pensei que seria agradável. Promete não chorar?

– Prometo. – Isabella precisava se controlar, emoções geralmente causavam mais transtornos e ela não queria ficar mais uma semana naquele hospital. Respirou fundo controlando emoções fortes enquanto Esme procurava na bolsa a tal foto.

– Veja aqui, essa ela me enviou mês passado.

Isabella analisou as mudanças daquela menina que ela deixou, o cabelo não era mais enrolado, estava liso e ela estava muito mais bonita. As feições mais finas do que se lembrava e o sorriso continuava lindo. Ela estava com duas amigas na foto, mas ela com certeza se ressaltava.

– Ela está linda Esme, cada vez mais bonita.

– Eu sei. Não canso de babar. Minha filha agora é uma mulher.

– Conheço esse lugar.

– Central Park. Acho que estou causando emoções, vamos mudar de assunto.

– Não... vamos colocar a conversa em dia.

– Acho que tenho mais algumas coisas então, mas não se exalte.

Elas ficaram conversando durante um bom tempo e Esme tentava fofocar mais que outra coisa, não dava informações que achava que Edward gostaria de dar pessoalmente apesar de quase não conseguir se controlar quando Isabella tentava dar uma de esperta e ela quase respondia.

Edward acordou desorientado, não sabia quanto tempo tinha dormido e levantou rapidamente para se aprontar. Ver Isabella, saber se tinha conseguido comer mais, falar com ela e talvez roubar um beijo dela se ela estivesse dormindo. Tinha feito isso algumas vezes, só tocado seus lábios com os seus, sentir eles e depois se envergonhar de fazer isso. Depois de umas três vezes, já não ligava mais. Lembrou de pedir comida e foi para o banheiro, comeu o mais rápido possível depois que o serviço de quarto lento demais para o seu gosto trouxe algo que ele achou delicioso. Entrou no hospital com um ar menos pesado, lembrou de comprar flores, achou que ela iria gostar de tê-las por perto. Algo pequeno e bonito para ver o sorriso dela. Quando chegou no quarto a cama estava vazia e sua mãe estava lendo um jornal calmamente.

– Mãe, o que houve?

– Oi meu amor, Isabella está caminhando. Os médicos acharam melhor...

– Como assim? Estão malucos? Ela fica tonta só de se levantar para comer.

– É para isso acabar que eles estão fazendo ela caminhar pelo hospital.

– Com risco de pegar alguma coisa? O sistema imunológico..

– Já sei.. já sei... Mas eles me pareceram bem confiantes. Olha...

Antes dela terminar ele saiu pelos corredores, não conseguiu achar ela em nenhuma andar e então voltou com as flores nas mãos. Ela estava sendo colocada na cama por uma enfermeira.

– Oi. Descansou?

Ele se aproximou rapidamente analisando cada centímetro de seu corpo frágil.

– Estou bem, uma pequena tontura e falta de ar no início, nada fora do normal. – Já deitada ela olhou as flores, a enfermeira ajustava o soro.

– São lindas.

– Ah... são para você. Onde está a tradutora?

– Não sei, por quê?

– Quero falar sobre essa caminhada, não sei se é uma boa ideia.

– Deixe eles em paz! Estou melhorando.

– Está é fazendo algo que se corpo não consegue.

A enfermeira sorriu e pediu as flores. Edward olhou de cara feia para ela e ela se assustou.

– Ela deve estar querendo colocar num vaso, pare de ser ignorante e trate ela bem. – A voz de Isabella estava mais firme, mais consciente. Edward obedeceu. E ela saiu com as flores nas mãos, apreciando o buquê. – Pare de paranoia, isso está indo longe demais.

– Edward, Isabella melhorou e os médicos devem acreditar que ela precise mesmo de um ar fresco.- Esme tentou ajudar.

– Ar fresco? Você não disse nada disso! – ele disse isso olhando furiosamente para sua mãe.

– Fui num jardim aqui perto.

– Naquele jardim? – Ele apontou para a janela. Isabella não tinha percebido a vista até aquele momento.

– Esse mesmo!

Nos dias que se seguiram ele não perdia as tais caminhadas, é claro que nem todos os dias ela estava se sentindo bem para aquilo. A anemia não parecia melhorar apesar dos remédios e o sistema imunológico não reagia diferente. Ela ficou resfriada e falou-se em pneumonia depois de três dias sem muitas informações dos médicos, o inverno não ajudava muito. Chovia muito e nevava ocasionalmente. Uma semana sem notícias agradáveis, Isabella escorria pelas suas mãos. Edward não queria perder ela, não queria outra separação daquelas. Esme tinha quase certeza que dessa vez ele sucumbiria, já foi difícil refazer a vida da outra vez, dessa vez ela tinha certeza que seria impossível.

A porta estava um pouco aberta, a voz de Edward estava alterada de novo. De início ela pensou que ele deveria estar brigando com os médicos novamente, mas ouviu uma voz diferente. Esme parecia angustiada, era a única que dava para ver daquele ângulo. Começou a ficar preocupada, não entendia nada com muita clareza, só umas poucas frases sem sentindo. Precisou se concentrar para ouvir a última parte.

– Ela não está em condições disso seu maluco!

– Estamos correndo perigo, é isso ou a cadeia.

– Edward... – a voz suplicante de Esme fez Isabella querer estar mais perto para ouvir melhor. Ela se ajeitou na cama, tentando não alarmar nada para ouvir mais.

– Todos os documentos dela são falsos, estão começando a desconfiar. Já foram muitas traduções feitas para se entender que ela não está legalmente aqui.

– Como assim? Dê seu jeito!

– Não posso! – Charlie estava nervoso. E ela compreendeu tudo rapidamente.

– Edward! – Gritou, tossiu e todos entraram rapidamente no quarto. Charlie foi o último.

– O que foi meu amor? – ele olhava para os monitores, analisava sua expressão, não encontrou nada demais, nada que não estivesse ali antes dela dormir.

– Precisamos ir, não vou colocar Ho e Xiaoli em perigo. – Tossiu mais dessa vez, colocou as mãos na boca e se sentou num esforço mundo grande.

– PARE DE TENTAR SALVAR O MUNDO.- ele gritou desesperado.

– Não vou colocar a vida deles em risco. Aqui as pessoas morrem.

– CHEGA DE HEROISMO.

–Chega de colocar gente em risco. – Ela olhou Edward vermelho de raiva.

– Vamos nos acalmar. – Charlie se aproximou de Isabella calmamente. Beijou sua testa e acariciou seus cabelos com olhos fixou no seu rosto. – Senti sua falta.

– Também senti a sua. Obrigada por tudo.

– Quando foi...

– Um tempo depois. Nada que já não foi perdoado ou esquecido.

– Achei mesmo que estava fazendo o melhor. Não podia permitir que ele a matasse.

O coração dela disparou e ela precisou recolocar a máscara de oxigênio. Edward olhou raivoso para Charlie, ele ignorou.

– Edward precisamos repensar isso, estamos em risco aqui. – Esme disse nervosa.

– Está tudo pronto, temos um avião com enfermeiros e tudo que Isabella precisar até voltarmos.

– ELA NÃO ESTÁ EM CONDIÇÕES!

–Ela vai acabar morrendo nesse inverno desgraçado garoto!

– Nós vamos. – Isabella disse depois de afastar a máscara.

– Isabella...

– Eu vou viver, eu vou aguentar. Preciso ir Edward, lá eu juro me comportar. – A voz calma de Isabella fez Edward vacilar. Ele iria ceder, era questão de tempo.

– Vá retirar suas coisas do hotel Edward. Você e sua mãe têm apenas algumas horas, volte de taxi para cá e vamos juntos para o aeroporto.


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Notas finais do capítulo

E aviso aos navegantes.. voltar vai ser complicado, são oito anos e não oito dias.



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