– Mas é sério. – a hora da verdade tinha chegado, ela deveria contar tudo. – Edward, Renné não é nem de perto parente minha.

– Eu sei você foi adotada.

– Sim...mas não sou filha de uma prima dela, a mãe de Renné era filha única, isso seria quase impossível.

– Então...

– Eu sou filha de James Masarof.

Aquele nome era conhecido, era um dos homens mais ricos do mundo, seu pai o conhecia de longe. Ele sempre evitou contatos com ele.

– Soube que ele é muito rico.

– Sim, e muito perigoso. Ele estuprou uma empregada há uns anos atrás e eu sou filha desse acidente. Ele matou minha mãe depois que ela me teve, mas por sorte eu já estava longe demais para ele fazer o mesmo comigo.

– Como assim?

– Por causa desse acidente, Victória a noiva dele na época terminou tudo com ele e destruiu os planos dele de fazer uma fusão multimilionária com o pai dela. Sem falar nos planos do casamento. Ele sempre culpou minha mãe e eu.

– Ele...

– Ele me procura desde então. Procura incessantemente, ele não é do tipo que esquece. Charlie e Renné gastaram muito dinheiro me protegendo dele, na verdade, ele quase chega perto, mas Charlie é esperto. A única ligação que tínhamos era o fato de eu ter desaparecido depois que minha mãe me teve, essa é a única pista. Charlie sempre coloca pista e nomes falsos, contrata empresas internacionais para despistar as empresas dele, algo cinematográfico. Califórnia, nunca foi opção, até Renné morrer e eu vir visitar Sue, mesmo sabendo dos riscos.

– Você precisa voltar para Londres! – ele quase grita.

– Edward eu realmente acho que o dia em que me descobrir, não vai haver buraco na terra que me esconda.

– Precisa haver um buraco! Charlie provavelmente cavou pessoalmente.

– Acredite em mim, acho que não poderia me esconder em lugar nenhum. Por isso não vejo motivo de me mudar.

– Londres... James.. – ele repensava na história e tentava juntar com as conversas que ouviu sobre James. Sua mãe nunca gostou dele, seu pai evitava negócios que o envolvesse... e agora a filha biológica dele estava ali na sua frente.

– Edward vamos aproveitar o dia, sim? Foi tudo tão maravilhoso, quero aproveitar.

As palavras dela o encantaram, ele não poderia ignorar o apelo dela por paz. Ele a levou para umas praias. Ficaram o dia inteiro fora, antes de dormir ele pegou o telefone de Charlie na agenda do celular dela, iria se entender com ele, Isabella voltaria para Londres. O mais rápido possível.

Depois de tantas emoções voltar ao dia-a-dia poderia ser algo impossível, mas se forçaram a trabalhar e estudar. Isabella e Edward queria estar juntos em quase todos os momentos, almoçavam juntos, dormiam juntos e também quase não tinham vida social além do seu próprio circulo particular. Ele era dela e ela era completamente dele.

Ela poderia ceder se ele insistisse mais um pouco sobre Londres, não era uma má ideia afinal. Acalmaria os ânimos de todos, mas qual o propósito daquilo? Ainda havia muito Califórnia para ser explorado. Ouviu um pouco de tudo na casa de Edward, Esme era alguém apaixonada pela própria terra, só viajou uma vez para a Argentina e foi só! Ela dizia que para conhecer o mundo precisaria conhecer a própria terra e ainda não tinha se cansado de conhecer a Califórnia. Isabella ouvia as histórias das pessoas e dos lugares que ela e o marido já haviam estado com muito interesse, encantava como a diversidade estava a cada metro de distancia, era algo quase inédito. E a cultura... a linguagem... ela não sabia o que mais a encantava. Depois de somente algumas semanas ela se viu num carro com Edward para Nova Jersey, passaram dias e dias somente visitando restaurantes e igrejas históricas, o guia tinha um certo trabalho com as perguntas constante de Isabella e Edward ria toda vez que outro casal do grupo fazia uma cara feia para as constantes interrupções de Isabella. Era um deleite como o tempo era bem gasto com ela, ria e se divertia tanto que o mundo tinha novas cores para ele, novas palavras, novos olhares.

Jacob passou uns dias com eles num mês qualquer para trazer o vestido de Alice. Realmente tinha ficado uma obra prima e eles insistiram em vê-lo em Isabella e havia um evento, claro que Jacob já tinha isso em sua mente diabólica como Isabella disse uma tarde. Era um evento beneficente no Hotel Park Aviara, e Edward até aprendeu alguns passos com Jacob sem Isabella saber. Dessa vez ele iria dançar com ela e iria aproveitar cada segundo dessa dança, a primeira de muitas. Com Jacob tudo parecia fácil, ele sabia fazer tanto o papel de homem como mulher e ele fazia piadas o tempo todo sobre isso.

– Você está divina. Nunca a vi tão bonita. E não é pelo vestido, que é maravilhoso, é pela vida nos seus olhos Isabella. Como seu amigo eu digo... o amor lhe cai bem!

Isabella estava de frente para o grande espelho no seu quarto vendo o vestido desenhado por Alice, era algo magnífico. Os cristais swarovski estavam cintilando na parte mais escura do vestido longo e na parte mais clara pequenos cristais complementavam o visual. Ela colocou os brincos que Jacob tinha emprestado na festa anterior e não precisou de mais acessório além da pequena bolsa de cristais.

– Agora deixa eu descer e depois você me segue, tudo bem? Não desça até eu falar.

– Isso é muita palhaçada!

– Eu quero essa palhaçada! E quero ver a cara de Edward quando te ver assim... Deslumbrante!

Jacob saiu do quarto deixando a porta aberta e logo se junta a Edward no andar de baixo. Ele estava ansioso, ela estava a mais de uma hora se arrumando. Os dois ajeitaram os smokings quando ele gritou bem alto. Ela estava tímida, era muita cena para ela. Quando ele a viu o mundo parou, os cabelos ondulados, o vestido, tudo que poderia complementar a sua beleza estava ali.

Ela precisou segurar um pouco o vestido para descer e logo Edward a ajudou nos últimos degraus. Ele a beijou intensamente com ela ainda no último degrau, só depois de uns segundo perceberam que Jacob estava com uma máquina fotográfica preparada. Exatamente no momento perfeito, seria quase impossível fingir tanto sentimento. Ele sabia o que queria e tinha conseguido.

– Perfeito! Lindo vocês dois! Agora vamos... tanta preparação merece elogios e inveja! Vamos arrasar!

O carro já estava lá fora esperando por eles, Alec com roupa de gala também, ele com certeza tinha o seu convite, pesou Isabella rapidamente, mas sorriu gentilmente para ele. Não havia espaço para raiva ou qualquer outro sentimento negativo. O medo desapareceu há muito tempo, estaria segura enquanto Edward estivesse ali.

Jacob entrou na frente e eles entraram em seguida chamando atenção dos convidados, apesar dos vestidos serem tão bonitos quanto o dela, Isabella tinha uma presença marcante e isso chamava atenção. Sua postura, seu toque refinado e elegante demais. Ela atendia a todos com muitos sorrisos e simpatia, podia-se dizer que era alguém da realeza, fala na língua natural da maioria dos convidados importantes. Fazendo menção as belezas e encantos de cada país, é claro que eles eram apresentados, a maioria queria conhecê-los de perto. Sue estava lá para fazer as honras, não gostando muito da atenção que chamavam. Só que os repórteres não podiam fotografá-los e como os celulares foram confiscados na entrada nada do que não podia ser revelado seria. Mas uma sombra negra se formou diante dos olhos de todos na mesa.

– Isabella – disse uma senhora na mesa sentada – você é muito linda. Eu lho para você e lembro de minha sobrinha. Charlotte. Posso estar ficando velha e caduca, mas você me lembra tanto ela minha querida.

Isabella corou um pouco com aquilo, o nome não era nem um pouco conhecido. Mas Sue ficou rígida na mesa e Edward percebeu.

– Pessoas se parecem mesmo sem parentesco, que coisa interessante! – ela sorri amigavelmente.

Jacob estava alheio a conversa observando os dançarinos na pista. E Edward a chamou para dançar uns minutos depois.

Os dois valsaram elegantemente e apaixonadamente. Ele esqueceu completamente do mundo nos braços dela, era um sonho desde daquela festa, um sonho lindo.

– Jacob te ensinou?

– Gostou?

– Precisamos fazer isso mais vezes não acha?

Eles saíram rindo da pista de dança e voltaram a se sentar na mesa, mas agora o clima era outro. Alec, como convidado, havia se sentado no lugar vago da senhora com o olhar mais assustador do mundo.

– Vamos embora agora.

– O quê? Mas... – Isabella olha atordoada para Alec.

– Vamos agora.

O alerta real tirou todos do clima festivo e animado. Eles entraram no carro imediatamente após isso e foram embora. Alec dirigindo rápido e no telefone com alguém, ela não sabia exatamente se com Charlie ou com alguém da casa.

– Alec o que aconteceu? – Perguntou Edward quando ele desligou o telefone no carro.

– Charlotte, a tia de Isabella. Irmã de James.

O coração dos dois dispararam imediatamente, ela nunca ficou tão perto da realidade, nunca ficou tão perto do perigo. A mão de Isabella suava e Edward logo percebeu e acariciou ela de maneira tensa.

– O que...

– A semelhança, não percebi de início, mas busquei nos arquivos e depois entendi.

– Alec você acha... – a voz de Edward cautelosa aos pensamentos.

– Não é um perigo muito real, ele não estava na festa. Mas acho melhor voltarmos para Londres Isabella, tudo está se intensificando.

– Claro... claro.. Charlie..

– Ele já foi informado, está vindo para a Califórnia. Chega pela manhã e vai acompanhar você até... – ele não poderia dizer o local.

– Onde? – Edward quis saber.

– Vamos levar Isabella para um lugar seguro até que tenhamos certeza de que ele não sabe de nada.