Oujisama no Kiss HIATUS escrita por Tsutsu


Capítulo 5
Yatagarasu.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura*o*



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A decoração estava maravilhosa. Aparentemente, todos os funcionários haviam se empenhado muito para realizar a festa e todos estavam elegantemente trajados em seus melhores quimonos, até mesmo Castiel estava mais sorridente e escondia seu presente dentro do fogão. A ideia era que Nathaniel procurasse pelos presentes mais tarde. Falando nele, Oujisama o mantinha consigo no seu quarto, algo sobre “não ter entendido a lição de casa direito”, tudo era apenas uma distração para que o restante de nós decorasse e deixasse tudo pronto para sua vinda. Seria uma festa animada. De alguma forma, a seriedade e rigidez de Nathaniel não se equiparavam ao seu lado dócil e amado por muitos. Incrivelmente até Ambre–san, irmã dele, estava ajudando — mesmo eles não tendo o melhor relacionamento do universo.

Eu estava ajudando Willi e Wenka a colocarem a mesa, deixando-a pronta para vinda do bolo, que logo Charli–san trouxe e colocou bem no meio. Parecia incrivelmente delicioso.

— Ah, bom trabalho, Charli. — elogiou Armin fazendo um positivo com o polegar para Charli–san, que se curvou agradecendo.

Nee-chan ♥. — chamou-me Alexy balançando seu rabo azul e as orelhas de gato mexiam-se constantemente, e eu conhecia aquele olhar pidão. — Será que posso escondê-la?

— Como assim me esconder? — perguntei confusa e olhando-o; ele se aproximou mais de mim e sussurrou no meu ouvido:

— Eu quero requisitá-la e dá-la de presente para o Nath–kun. — sorriu, se afastando um pouco e me olhou.

...

Como assim me dar de presente? Corei nessa hora.

— Como assim, Alexy? — questionei olhando-o.

— Vai me dizer que não percebeu? — ele dizia aquilo como se fosse óbvio.

— Não percebi o quê?

— Nathaniel–sensei ama você.

Já é a segunda vez que escuto isso no mesmo dia, ao invés de ficar feliz, acho que acabei dando um sorriso triste, que não deixou de ser notado por Alexy, pois rapidamente ele mudou sua expressão divertida para uma confusa e também um pouco triste.

— O que... — antes que Alexy pudesse formular qualquer frase, Armin o puxou pelo punho para perto de si.

— Hei sobre o que vocês estão conversando? — de alguma forma ele soou desentendido.

— Sobre o Nathaniel–san. — falei, já que Alexy parecia muito corado e surpreso com a ação do irmão.

— Então, você deveria fazer o que tem a fazer sobre o Nath–kun. — ele disse se aproximando de mim, e me beijou.

— Quê?! — soltou Alexy.

Apenas fiquei paralisada, sentindo o simples roçar de lábios sobre os meus... O que ele está fazendo?

— Você está me traindo com a Ai–nee-chan, Armin–nii-san? — choramingou Alexy.

Armin se soltou de mim, nem tinha percebido que ele colocara a mão direita livre dele, pois a outra segurava o punho de Alexy, sob minha cintura.

— É claro que não, você é minha alma gêmea, Alexy. — falou Armin olhando Alexy e depois o beijou.

Só que aquilo estava muito intenso para eu ficar olhando...

Ano... Eu vou ver se Castiel–san precisa de ajuda. Tchau. — falei saindo rapidamente daqui e senti minhas arderem fortemente.

Eu já sabia que eles estavam juntos e que eram irmãos de sangue, mas isso não é da minha conta, então, nunca comentei nada e nem parei para pensar sobre isso. Na verdade, nunca parei para pensar na vida de ninguém aqui, porque sempre aprendi que cada um tem que cuidar do que é seu, porém, estranhamente, eles sabiam da minha vida e fui eu que lhes disse, enquanto o que eu sei deles...

Parei de andar. Não, eu não parei de andar. Simplesmente não consigo me mover mais, porque... Porque tudo o que sei sobre eles é por terceiros. Nathaniel me contou sobre Alexy e Armin, e eles me contaram um pouco sobre Nathaniel e Castiel. Íris–san também me contou um pouco. Armin me falou um pouco sobre o Lysandre. Mas nenhum deles me disse sobre eles mesmos.

Será que eu não deixei que eles me contassem?

Quantas vezes vou deixar meu egoísmo falar mais alto?

“Você quer saber por que está aqui?”

— O quê? — soltei olhando para os lados, mas não encontrei quem disse aquilo.

— Chiba–dono. — vir-me-ei para fitá-lo.

— Nathaniel... –san...? — soltei. Não pode ter sido ele, pode?

— Você está bem? Está meio pálida. — ele dizia preocupado e aproximou nossas testas, ele segurou minhas mãos.

“Por que você está aqui?”

— Você está queimando de febre!

“Eu lhe direi o porquê.”

— Chiba–dono, você está me ouvindo?

“Você só precisa me seguir.”

Oe, Ai! — senti as mãos de Nathaniel apertando meus braços e finalmente olhei em seus olhos.

Eu não conseguia ver direito, tudo estava embaçado e senti-me tonta.

— Olhe para mim! — ele falava alto ou será que meus ouvidos estavam sensíveis? — Somente para mim, olhe apenas para mim! — eu bem que queria, mas você está sumindo aos poucos... — Ai, há quanto tempo ele está te seguindo?

— Quem?

— O Yatagarasu, ele é um youkai.

Senti que estava caindo e Nathaniel me pegou no colo.

— Não deixe ele te levar. — ele suplicou. — Fique comigo.

— Ela não precisa mais de você, raposa de nove caudas. — essa voz... Era ele. — Ai–chan, eu a levarei comigo.

Não consegui me lembrar de como aquilo aconteceu, foi tudo muito rápido e minha febre parecia piorar, porém, eu estava nos braços de um garoto que não era Nathaniel, nem qualquer outro que eu conhecesse aqui.

Mas fui completamente tomada por seus olhos verdes e seus lábios.

Ele foi à última coisa que vi.

~*~

— Ai. — ele chamou-me e dei um pulo de susto, estava quase dormindo sentada, esperando por ele. — Desculpa por fazê-la esperar.

— Imagina, Viktor–kun. — falei e ele me esticou a mão para que eu pudesse me levantar e, acabamos saindo de mãos dadas da clínica do pai dele.

Esse é Viktor Makashita. Está prestando vestibular. Ele é dois anos mais velho do que eu. Era meu senpai na antiga escola que eu estudava, mas como me mudei para a casa de minha avó no interior, ficamos separados.

Em todos os meus dezoito anos de vida, tive apenas um único namorado e mesmo assim não fora um relacionamento de verdade.

Eu sempre gostei dele e, aparentemente, ele gostava de mim mesmo nunca tendo dito isso. Seu pai era dentista. E hoje seria um daqueles dias que sairemos juntos, não sei se poderia chamar de encontro, afinal, não somos oficialmente namorados e nos beijamos uma única vez em todas as vezes que nos vimos. Honestamente, não sei o que ele quer comigo.

Como em qualquer um daqueles dias fizemos tudo o que eu queria. Fomos ao parque de diversões, comemos coisas doces, salgadas e tiramos várias fotos que unicamente serão mostradas para nós mesmo. Não que meus pais não soubessem dele, eles sabem. E os pais de Viktor–kun sabiam sobre mim, mas não é oficial o nosso namoro e isso dispensa mais algumas coisas. Porém, gostaria muito que fosse oficial e queria que ele me dissesse isso.

— Ai. — sua doce voz sempre me despertava dos meus devaneios. — Tem alguma coisa que você gostaria de ouvir de mim? — nós paramos.

Um silêncio se fez entre nós, apenas escutávamos o barulho das ruas de Ikebukuro e das pessoas que nela viviam suas vidas. Ele me olhava, eu tinha certeza que sim, mesmo estando apenas fitando nossas mãos dadas. Estando eu frente a frente com ele. Corei. Tenho certeza que corei naquele dia que nunca existiu.

— Isso não é real, certo?

— É. Isto não é real.

— Se eu olhar para você, o que irei ouvir?

— O que você desejar. — ele sussurrou em meu ouvido esquerdo, mas não era mais a voz de Viktor e sim, do Yatagarasu.

Olhei-o séria. Era um rapaz um pouco mais velho do que eu, olhos verdes e cabelo castanho claro. Ele trajava um quimono verde e me olhava sorrindo divertido.

— O que você fez com o Nathaniel? — praticamente gritei.

— Eu não fiz nada com ele, apenas o coloquei para dormir, mas logo ele despertará e se tornará um deus também. Deveria agradecer a minha Mestra, foi ela que não me permitiu matá-lo, afinal, odeio raposas, mas não tanto quanto dragões. — falou-me.

— Me leve de volta! — continuei gritando e me soltei da sua mão.

— Calma, não precisa ficar alterada. — ele dizia com desdém. — Eu a levarei de volta.

Ele me puxou pelo punho para perto de seu corpo, ficamos praticamente colados e mesmo eu me debatendo e, batendo nele, era inútil, então, ele me beijou pela segunda vez.

De repente estávamos de volta no mundo que não era meu e quando me soltei dele, desequilibrei-me e teria caído direto para a morte se não fosse por ele me segurar, e acabei me segurando nele também. Olhei para baixo estávamos no telhado, na ponta dele. As pessoas pareciam felizes comemorando alguma coisa lá embaixo que eu não tinha certeza o que era, pois a única coisa que conseguia escutar direito era o som da respiração do corvo.

— Me leve de volta para Ragnarok! — gritei.

— Será que você só sabe gritar? — ele também estava gritando.

— SIM!

— VOCÊ É MESMO CHATA!

— FOI VOCÊ QUE ME SEQUESTROU!

— EU NÃO TE SEQUESTREI PORQUE QUIS!

— ENTÃO, POR QUÊ?

— PORQUE EU ESTOU APENAS CUMPRINDO ORDENS!

— DE QUEM?

— EU ESTOU TENTANDO TE LEVAR ATÉ ELA!

— ELA QUEM, DROGA?

— A MINHA MESTRA, A FADA QUE TE TROUXE AQUI!

Parei de gritar imediatamente e apenas o olhei surpresa, não imaginei que seria ela a responsável e muito menos que a veria novamente. Se fossem alguns dias atrás eu diria que ainda estou sonhando, mas a cada segundo tudo é mais real.

— SE ACALMOU AGORA, É?! — ele ainda estava meio alterado, acho que perdeu completamente a paciência comigo; ele respirou fundo. — Merda! Eu estava te levando numa boa, deixando você sonhar com seu namorado e daí você simplesmente descobre que aquilo não é real, aliás, como soube? — ele me olhava indignado, olhei-o e sorri de canto um pouco triste.

— Ele jamais me deixaria esperando na recepção do consultório do pai dele e muito menos diria o que eu queria ouvir, ele apenas perguntaria o que eu gostaria de fazer e faríamos de forma egoísta todas as minhas vontades. Nunca soube o que ele realmente queria. — disse.

— Humanos são incrivelmente egoístas. Você é tão humana. — ele falou colocando a mão livre na cintura e inclinou um pouco a cabeça.

Sorri.

— É por isso que ela me trouxe aqui, não é? Porque sou uma humana egoísta e mesmo agora estou sendo egoísta, porque quero proteger os meus amigos do hotel e, por isso que me deixarei ser levada por você até sua mestra.

— Não acredito que querer proteger os seus amigos seja egoísmo. — ele me encarava sério e ao mesmo tempo curioso.

— É claro que é, estou pensando apenas no meu bem-estar, se meus amigos se machucarem, jamais irei me perdoar.

— Hm, de repente, você ficou menos chata e mais interessante. — ele sorriu de canto. — Vamos.

Quando me dei conta ele tinha nos jogado do telhado, mas logo eu estava em cima de um corvo gigante com três patas. Não sabia se deveria gritar. Permaneci em estado de choque. Era a primeira vez que via uma transformação assim, tão completa.

“A propósito, meu nome é Kentin.”

— Você também usa telepatia como os Maneki Nekos?

“Não, a minha telepatia é diferente das deles. Eles conseguem ler os sentimentos das pessoas, eu apenas converso.”

— Kentin?

“Sim.”

— Alguém te deu esse nome ou coisa parecida?

“Sim, minha Mestra deu-me esse nome.”

— Ken...? — fiquei pensativa, me lembrando do namorado da Barbie.

“Não me chame de Ken, isso é vergonhoso!”

Estranhamente o corpo dele ficou quente e como eu estava sentada nele, era possível perceber que ele ficou constrangido, dei uma leve risada.

“Não ria!”

— Desculpa. — segurei o riso.

“Mas... Se você quiser... Pode me chamar de Ken.”

Ele estava incrivelmente envergonhado, era possível ver isto na sua voz que ecoava pela minha mente e achei fofo.

— Já que você me chama de Ai, te chamarei de Ken em troca. — sorri e ele pareceu ficar mais quente. Apenas ri.

~*~

Logo chegamos a um lugar bem afastado da cidade, onde tinha apenas uma simples casa no meio do nada, era possível vê-la assim que Ken pousou e eu desci dele. Ele ficou no tamanho de um corvo normal e foi direto pousar no ombro da sua Mestra, a fada de cabelo rosa e olhos azuis, que estava estendendo seus lençóis estupidamente brancos. Eu não sabia exatamente o que dizer ou pensar; ela apenas me olhou rapidamente e depois continuou a pregar os lençóis.

O que será que ela está planejando?

— Não seja tímida, Ai–chan. Pode entrar na casa. Há alguém lhe esperando. — ela disse e depois começou a cantarolar algo que não pude compreender, acho que era outra língua.

— Me esperando? — perguntei, mas ela não disse mais nada, então, caminhei e entrei na casa.

Era igualmente simples por dentro, a entrada dava diretamente para a cozinha e vi que tinha um belo rapaz sentando a mesa costurando um vestido que parecia ser de noiva, seus olhos cinza estavam fixos no que fazia, um pequeno sorriso de canto era formado em seus lábios finos e os cabelos negros eram opostos de sua pele clara. Estava vestido um quimono preto com detalhes em roxo e dourado. Na verdade, ele me lembra alguém... Poderia ser...

— Chiba–san, por que não se senta? — sua voz suave e doce me convidara, acabei me aproximando e sentando-me a cadeira ao seu lado, tomando cuidado para não pisar no belo vestido.

— Leigh...-sama...? — chamei.

— Então, a senhorita descobriu. — ele falou, ainda sem me olhar. — É realmente muito esperta, Chiba–san.

— Leigh–sama, o que tudo isso significa? O senhor sabe por que estou aqui? — exaltei-me um pouco, eu o olhava e necessitava que ele me olhasse também.

Por que aquele olhar me lembrava tanto ele?

— Acalme-se, por favor. Irei explicar-lhe tudo com detalhes. — ele dizia ainda sem me fitar, eu não estava gostando nada disso. — Só mais alguns ajustes e estará tudo pronto.

— O senhor fala do vestido? — questionei na esperança que ele me olhasse.

— Não, não é sobre o vestido. É sobre meu otouto-chan, Nath–chan e Cast–chan. Daqui a pouco eles vão estar vindo para cá, lhe resgatar, Chiba–san.

Chan...? Resgatar-me...? Ele ainda não me olha.

— Mas eu vim por vontade própria.

— Eles não sabem disso.

— Leigh–sama... — sussurrei.

Nani?

— Por que me trouxe aqui? — perguntei cabisbaixa e olhando a mesa.

Não foi a fada que me trouxe, isso ficara claro para mim, foi ele: Leigh–sama. Pude sentir o olhar dele sob mim, e decidi também olhá-lo. O formato do sorriso, dos olhos e também aquela aura reconfortante... Isso me lembrava daquele idiota do Lysandre.

— Eu sabia... — ele disse, olhei-o confusa. — Você tem belos olhos verdes. — corei e ele parou de costurar o vestido. — Está bem. Irei dizer-lhe tudo agora, não queria ter que repetir para eles, por isso estava esperando-os, mas você parece estar muito curiosa e não quero que me odeie por estar enrolando tanto.

O encarei séria, pronta para escutar os motivos dele de me trazer aqui e também por que tinha que ser eu. Apesar de tudo, ainda tinha medo das respostas.

— Sim. Fui que te trouxe aqui, aliás, pedi para Morgana lhe trazer.

— Morgana?

— A Fada do Lago. Dona dessa casa.

— Então, esse é o nome dela. — ele assentiu. — Por que eu?

— Porque você já foi destinada há muito tempo.

— Como assim? — ainda estava muito confusa.

Destinada para quê? Só sou uma universitária.

— Você nasceu para salvar Lysandre. Simples assim.

— Salvá-lo? Salvá-lo de quê? — ele ficara sério.

— De cometer o maior erro da vida dele.

— Que erro?

Antes que ele pudesse responder-me, ele se jogou em cima de mim, nos levando para o chão, tinha acabado de desviar de um golpe de espada dada pelo Castiel. Foi tão rápido que não consegui acompanhar, mas logo o ruivo tinha destruído toda a mesa e incluindo o teto. Como ele veio até aqui?

— Seu traidor...! — rosnou Castiel para Leigh–sama que se levantou e me ajudou a levantar.

— Francamente, vou ter que costurar outro. — Leigh–sama dizia olhando o vestido.

É COM ISSO QUE ELE ESTÁ PREOCUPADO?!

— Devolva-a! — ele apontou a espada para o moreno.

— Vejo que conseguiu sua kusanagi de volta, meu otouto-chan deve estar libertando-os aos poucos, porque você veio voando até aqui, não é, Cast–chan?

— Maldito! — ele rangia os dentes. — Você fala como se soubesse tudo sobre o Oujisama, não vou perdoá-lo por isso!

— Você é o último da sua espécie, por que ainda está com Lys–chan, Cast–chan?

— Não me chame de “chan”! E o que eu faço ou deixo de fazer, não é da sua conta! — ele quase gritava. — Eu estou sendo paciente, devolva a Ai agora!

— Pare! — soltei olhando-o. Ele me olhou surpreso. — Tenho certeza que Lysandre não gostaria que você machucasse o irmão dele, Castiel. — andei até ele e aos poucos ele foi abaixando a espada até ficar completamente ao lado do seu corpo e, eu encostei a testa no seu peito olhando assim para os seus pés que estavam sujos com o pó da madeira do telhado e da mesa. — Ele me trouxe aqui. Leigh–sama disse que estou destinada a salvar o Oujisama. — consegui escutar o coração dele batendo mais forte. — Eu vim por vontade própria e eu acredito nele.

— Mas... Como assim... Destinada? — ele me olhava e me afastei para fitá-lo também.

— Também não sei direito, mas sinto que é verdade o que ele fala, então, por favor, escute-o. — supliquei pousando minha mão no seu peito.

Ele me olhava inquieto, mas suspirou e assentiu um pouco a contragosto.

— Tch. — Castiel estalou a língua e eu acabei sorrindo.

— Não acredito nisso. — uma voz feminina soou pela casa e olhamos a porta, lá estava à fada que me trouxe aqui, Morgana, e Ken estava vestido ao seu lado. — Meu vestido.

É sério que eles estão preocupados com o vestido?!

— Não se preocupe, okaa-san, eu vou fazer outro para a senhora. — disse Leigh–sama.

Okaa-san você diz? — perguntei olhando-o.

— Morgana é mãe adotiva da minha esposa, Rosalya.

Arregalei os olhos surpresa.

— Você realmente veio? — disse Ken para Castiel.

— Sim. Vejo que você tem uma Mestra agora. — disse Castiel olhando Morgana.

— Vocês se conhecem? — perguntei para eles e eles assentiram.

— Acho que chegou a hora da Ai–chan saber de tudo o que está acontecendo e também saber um pouco mais sobre nós. — disse Morgana sorrindo para mim.

— Prevejo que isso vai levar um tempo. — comentou Castiel.

Morgana foi até a mesa e o teto, disse algumas coisas indecifráveis para mim e de repente, como mágica, o teto e a mesa estavam intactos novamente.

— Por que os meninos não se sentam e começam a contar tudo? Enquanto isso, eu preparo um chá. — ela disse e logo foi para fora com um balde.

— Por favor, deixe-me ajudá-la, Mestra. — disse Ken pegando o balde das mãos dela, a rosada assentiu e os dois saíram.

Nós três sentamo-nos a mesa novamente, Leigh–sama olhou o que restou do vestido e enrolou-o em cima de seu colo.

O moreno estava sentado na ponta, Castiel estava do seu lado direito e eu do esquerdo. Alguns minutos de silêncio foram necessários, eu acho. Leigh–sama parecia reformular sua história para contá-la de forma detalhada ou estava mesmo preocupado com o vestido. Castiel estava de braços cruzados, esperando-o, assim como eu.

Em um piscar de olhos meu, uma xícara de chá no pires estava na minha frente, olhei confusa para aquilo, mas escutei alguém do meu lado bebê-lo. Quando olhei não acreditei no que vi.

— Nathaniel... — soltei e sorri, ele estava mesmo bem.

— Morgana–sama, seu chá está maravilhoso como sempre. — ele disse olhando a rosada que estava sentada a sua frente, ao lado de Castiel e na outra ponta estava Ken.

Todos já tínhamos sido servidos, mas como eu não vi isso?

Arigato, Nath–kun. — ela respondeu.

— Como isso? — perguntei.

— Leigh é um deus do tempo, digamos assim, ele acelerou um pouco as coisas para que eu pudesse chegar a tempo dele me contar com os seus próprios lábios aquilo que fiquei sabendo alguns minutos atrás. — disse Nathaniel pousando a xícara no pires sem olhar-me e fitando diretamente Leigh–sama.

— O que você sabe raposa maldita? — esbravejou Castiel.

— Só para sua informação fiquei mais surpreso do que você quando soube sobre a Ai e seu destino, aliás, eu consegui esta nova habilidade. — explicou-se.

— Isso se chama onisciência, Nath–chan. — disse Leigh–sama. — Omedetou.

— Acho que já podemos parar com essas brincadeirinhas e contar tudo a Ai. — disse Ken e eu o olhei.

— Ai... ? — soltou Castiel olhando-o com uma veia saltando da testa, acho que ele não gostou disso.

O relógio da sala deu sua badalada da décima segunda hora da noite e Leigh-sama começou a contar-me sua história, e também sobre meu destino e de todos que estavam ali sentados.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*

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Alguns significados:

* Yatagarasu = http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2013/11/yatagarasu.html
* Senpai = http://pt.wikipedia.org/wiki/Senpai
* Ikebukuro = https://www.airbnb.com.br/locations/tokyo/ikebukuro
* Nani? = O quê?
* Morgana = Lenda arthuriana.
* Kusanagi = http://pt.wikipedia.org/wiki/Kusanagi_%28espada%29
* Okaa-san = É uma forma casual para a palavra "mãe".
* Omedetou = Parabéns.

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Capítulo revisado.



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