O Vampiro da Minha Vida escrita por konan facinelli


Capítulo 7
Capítulo 7 - Não vou te matar




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Naquele dia a noite, Julian ligou e no dia seguinte ligou duas vezes, acho que ele ficou com preocupado deu tentar me matar novamente. O humor de qualquer pessoa melhora conversando com aquela voz linda do Julian, ficou falando coisas idiotas, como feitos engraçados do seculo passado que constatei que ele inventou tudo e piadinhas sem graça, que do jeito que ele contorce a voz perfeita a deixando ridícula para fazer as vozes dos personagens já me fazem rir. Gina também ligou, ficou zoando da cara da Estephane. Imitando a voz da loira: “ Ai gente! Como ela tá? Estou muito preocupada colenga!”. A Estephane não fala colega e sim colenga. E também contava o que respondia: “ É porque você é só uma colenga, não amiga”. Estephane ficou toda estérica por isso, tive que rir.

 

Hoje acordei melhor. Eram seis horas da manhã, resolvi que iria para a escola hoje. Me levantei cama e fui ao banheiro. Olhei para o espelho, Gina tinha razão, eu estava horrível: olheiras enormes e a pele do rosto estava ressecada por causa das lagrimas.

- Que droga – resmunguei.

Tomei um banho, vesti meu uniforme, tomei café. E esperei Isabel acordar no meu quarto como sempre fazia, sentada na cama do a mochila no meu colo.

Aproveitei esse tempo para pensar nos últimos dias. Sobe Marcos, sobre mim, sobre meu pai nervoso esperando noticias. Me deu uma dor no coração.

- O quintal iria ficar legal com a caminhonete... - constatei triste. Respirei fundo.

- O que está fazendo? - perguntou na minha orelha.

Ele estava sentado na cama, olhando para mim com uma cara curiosa e feliz.

- O que faz aqui? - olhei para a porta rapidamente, depois voltei a fuzila-lo com os olhos – Como chegou até aqui?

- Janela – disse com um sorriso torto. - O que está fazendo?

Abalancei a cabeça perplexa.

- Como entrou aqui?

- Já disse antes e digo de novo: janela. - parecia estar se divertindo.

- Se fosse pela janela eu notaria.

- Sou veloz – disse satisfeito de si mesmo.

Fiquei encarando ele como uma idiota.

- O que você é Julian?

O sorriso dele desapareceu totalmente.

- Você não respondeu minha pergunta – disse tirando os olhos de mim.

- Nem você a minha – rebati.

Ele pensou por uns estantes.

- É, mas eu perguntei primeiro – voltou a sorrir.

Respirei fundo.

- Esperando minha tia acordar para ela me levar no colégio.

A animação dele acabou, pensou por uns estantes e sorriu.

- Quer que eu te leve?

- Como? - fiquei curiosa. - De carro? Não tem idade o suficiente para dirigir.

- Andando – disse alargando o sorriso.

Dei uma risada dura.

- Só se eu quiser chegar só no segundo horário. Aqui até a escola é longe.

- Olhe pelo lado bom: terá o horário escolar reduzido hoje.

Pensei por uns estantes e sorri, isso era mesmo bom. Ele pegou a mochila de meu colo e a jogou em suas costas a segurando com só um braço.

- Pode deixar que eu carrego – disse a ele secamente.

Não me respondeu.

 

Andávamos calados, eu emborrada por não poder carregar minha própria mochila e ele não puxava conversa por que não queria que eu começasse o assunto que mais detesta: ele mesmo. A rua estava desertar, só tinha eu e Julian andando lá, sem carros e nem pessoas.

Estávamos na metade do caminho deu sete horas.

- O primeiro horário já deve estar começando – resmunguei.

Ele revirou os olhos.

Enquanto andávamos, eu não tirava os olhos dele, não por que ele é a coisa, acho que esse é o termo certo, mais linda que já vi, mas sim por que ele tem me ajudado muito esses dias. Me alegrando, me amparando, me deixando desabafar e me impedindo da fazer besteiras, como me matar. Senti a obrigação de dizer:

- Obrigada – disse tirando meu olhar dele corada.

Me olhou confuso.

- Pelo o que?

- Por estar comigo nesses momentos difíceis – disse ainda olhando para frete.

- Nossa, que frase profunda! – debochou. Respirou fundo, seu sorriso sumiu – de nada.

Olhei para ele confusa, ele estava com a mesma cara daquele dia no sofá, a mesma expressão de dor, só que não tremia. E, como antes, meu coração apertou por vê-lo assim.

- Julian o que foi?

Ele balançou a cabeça.

- Você está me entendendo errado...

Como assim entendendo errado?

- O que?

Olhou para baixo, e respirou fundo.

- Anda, vamos andar mais rápido. Nesse passo, nem no segundo horário você vai entrar.

Ele acelerou o passo. Julian está esquisito. Não aguento mais isso, esse rosto melancólico... mas o que me incomoda mais é que ele sempre tenta manter uma distancia entre nós. Parece que ele tem medo de mim, se sente incomodado com a minha presença...

- Julian... - parei de andar.

Ele não parou, continuou andando, sem olhar para traz. Fiquei nervosa. Andei batendo o pé ate ele e puxei ele pelo braço para ele olhar para mim. Era como tenar deslocar uma muralha do lugar. Ele se virou por conta própria, ficou me encarando com uma cara triste.

- O que é?

Não pude falar nada, ele estava sofrendo, eu estava como uma boba olhando para ele querendo ajudar. Mas como?!

- Julian...

A cabeça dele caiu no meu ombro, mas seus pés ainda eram firmes no chão. Ele soutou a mochila, que caiu no chão. A respiração dele era acelerada e irregular. No máximo que consegui fazer por ele era lhe dar um abraço.

- Eu quero te matar Clara... Quero te matar com nunca desejei matar uma pessoa. Quero você...

O Que... ele disse? Querer me matar? Não conseguia me mexer, meu corpo não obedecia.

- Mentira.

Ele rosnou.

- Já tentei antes.

Teve um estalo em minha mente. Aquela vez no sofá... ele iria... ele ia me matar?!

Ordenei para meu corpo da um passo para traz. Quando meu pé esquerdo tirou a sola do chão, Julian colocou as mão em minhas costas, não me permitindo sair dali. Ele vai me matar! - gritou minha mente, mas eu não estava com medo, não quanto deveria estar.

Ele arrastou o nariz do meu obro até meu pescoço. Ficou rosando seu nariz no meu pescoço, respirando fundo. Depois senti o toque gélido de seus lábios. Julian começou a beijar meu pescoço. Sua linguá gélida passava em minha pele como uma pessoa lambendo seu sorvete preferido.

- O que faz você querer ver meu sangue escorrer? - perguntei. Troquei o me matar por ver meu sangue escorrer involuntariamente.

- Não deixaria nem se quer uma gota de seu sangue ser desperdiçada – disse em meu pescoço.

Deu outro estalo e minha cabeça. Julian queria o meu sangue, me matar. Ele é frio como gelo, duro como mármore, forte e veloz como nada existente e quer meu sangue.

- Vampiro – minha boba falou sem minha permissão.

Ele, em menos de um segundo, estava olhando para mim com o rosto cuidadoso e sofredor a poucos centímetros do meu, suas mãos agora estavam em meus ombros, os segurando com firmeza, mas sem me machucar. Sua respiração estava rápida e irregular.

- Está com medo? - perguntou triste.

- Não.

Seus rosto era de raiva e confuso. Engoli em seco.

- Se quisesse me matar já teria feito... - expliquei.

Ele rosnou, trinquei os dentes.

- Você me ajudou...

- Ainda acha isso? - perguntou com raiva.

Engoli em seco novamente.

- Você me impediu que eu me matasse... - disse com um sorriso esperançoso que foi arrancado do meu rosto por outro rosado dele.

- Para que eu mesmo o fizesse.

Isso foi uma faca em meu coração. Então era isso...

- Não minta pra mim! - gemi triste – Quer me matar? Não há chance melhor que essa agora. - o desafiei já pronta pra morrer.

Ele ficou em choque. Suas mãos caíram de meu ombro. Se distanciou e sentou no meio fio, onde ficou parado como pedra. Fiquei ali em pé olhando para ele por minutos, ele estava sofrendo. Peguei minha mochila e fui sentar ao seu lado. Ele não olhou para mim. Estava absorto em seus pensamentos.

- Desculpe – sussurrei.

Ele me olhou pelo canto dos olhos e soltou um sorriso.

- Não era você que deveria estar pedindo desculpas – o sorriso desapareceu.

- Sou eu sim. Sou eu que te faço sofrer – disse triste.

Ele suspirou.

- A culpa não é sua – disse já calmo.

- Nem sua.

Voltou o olhar para o nada. Ficamos um tempo sem falar. O silencio estava tenso, eu queria quebrar esse gelo.

- Agora eu acredito, está feliz? - disse arrogante com um sorrizinho.

Olhou para mim confuso.

- Do que está falando? - pensou por uns estantes - Do fato deu ser perigoso. - deduziu.

- Não. Nem chegou perto. - dei um sorriso torto.

Ficou me olhando confuso, levantou uma sobrancelha.

- Duzentos e trinta e sete anos – disse rindo – Vovô.

Ele deu um sorriso pra mim que logo desapareceu. Ficou quieto por um tempo.

- Você é louca de não ter medo – Voltou o olhar pro nada.

- Louca? - bufei – Minha mãe acha. - conversei. Pensei por uns estantes – Rá! Olha quem fala. Pelo menos não sou eu que quebro a janela do meu quarto.

Ele sorriu sem olhar pra mim.

Ficamos em silencio por minutos. Ele estava absorto em seus pensamentos, as vezes sorria com o que pensava, as vezes ficava bravo, as vezes triste.

Se virou para mim e disse:

- Não vou te matar. - deu um sorriso triste.

Ficamos nos encarando.

- Por que? - perguntei curiosa e, não sei explicar o por quê, também meio ofendida.

Ele respirou fundo.

- Nos últimos trezentos anos, minha vida, se é que estou vivo, se englobava em matar gente – ele se aproximou –, eu vivia nas trevas. – se aproximou mais – E agora, estou aqui com você – encostou as costas da mão em meu rosto – uma mortal, minha presa. - ele encostou a testa na minha. - E nunca fui tão feliz.

Ele tocou os lábios frios como gelo nos meus. Ele me beijou com delicadeza. Seus lábios encostavam-se com os meus com cuidado, com medo se si mesmo. Era a melhor sensação que já tive. Esqueci onde e o porquê estava lá, só sabia que estava com ele. Rodeei seu pescoço com meus braços, o prendendo perto de mim. Julian colocou uma das mãos em minha cintura. De repente ele ficou todo duro e recuou com rapidez, mesmo eu usando toda minha força para mante-lo onde estava.

Seu rosto era de dor, estava tremendo. Mordia o lábio inferior. As mãos agarradas ao meio fio, fazendo a calçada trincar. Queria fazer algo pra ajuda-lo, mas sabia que se eu fizesse qualquer coisa só iria fazer ele sofrer mais.

Depois de alguns minutos ele suavizou o rosto.

- É melhor eu te levar para a escola. - disse levantando.

- Escola – concordei meio contrariada levantando – terceiro horário aí vou eu. Se bem que é perda de tempo. O porteiro não vai me deixar entra – parei em sua frente.

- Permita-me a honra de lhe levar ao colégio, senhorita? - falou cordialmente, erguendo a mão para mim como um cavalheiro.

Dei um risinho por causa sua atitude e lhe dei a mão. Senti um puxão e em um milésimo de segundo eu estava em suas costas.

- Confortável aí atras?

- Nem um pouco.

Julian ele riu e começou a correr. Era como voar, não sentia seus passos no chão, em nossa volta só tinham borrões por causa da velocidade. Senti ele pular e pousar, parando de correr. Estávamos em pleno patio da escola em menos de dois minutos, o que de carro, pegando todos os sinais abertos e ultrapassando muito o limite de velocidade uns sete.

- Nossa! - exclamei.

Me desceu de suas costas com cuidado. Ele sorria orgulhoso de si mesmo.

- Resolvido o problema do porteiro.

Assenti.

- Te vejo depois. - deu um beijo na minha testa e sumiu.

- Nossa! - exclamei de novo.

Corri para sala de aula para ver se chegava antes da professora do terceiro horário. Minha mente falou comigo: e o Marcos?

- Foi bom com ele, mas está morto – respondi.


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