O Vampiro da Minha Vida escrita por konan facinelli


Capítulo 6
Capítulo 6 - quero morrer




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Passaram-se cinco dias dês da morte de Marcos. Ele se foi e levou minha vida com ele. Não paro de pensar quando ele falou: “já sei o que vai ter no quintal de nossa casa. Uma caminhonete enferrujada” eu lembro de seu sorriso que via pela tela do computador.

Chorar? Pra que chorar? Não traria aquele idiota de volta. O idiota que acabou com a própria vida que eu tanto amava. A coisa que mais queria era morrer para quem sabe encontrar ele, nunca acreditei nisso. Para mim era o fim.

Minha mãe entrou no quarto com um prato com minha comida preferida, lasanha. Sentou do meu lado na cama. Não olhava para ela só continuava olhando para o nada, lembrando dele.

- Filha por favor, coma alguma coisa, você está aí nessa cama cinco dias sem comer nada deve esta com fome. - ela esperou eu responder, quando viu que eu não dava a minima continuou. - Ah tá bom eu confesso – deu um sorriso forçado – foi sua tia quem fez. Era por isso que não quer comer, não? A comida minha comida é uma gororoba, como você diz. - Raquel forçou uma risada esperando que eu risse com ela, como sempre fazia, mas ela só fez eu me sentir pior. Como ela pode rir? Tenho vontade de dar um soco em sua cara, mas isso não traria ele de volta, então por que fazer? - Essa é a famosa Lasanha-da-titia-Isabel – tentou novamente sem sucesso.

- A comida preferida dele era lasanha também – sussurrei para mim mesma melancolicamente sem tirar os olhos do nada.

Raquel ficou me olhando por um tempo. Feliz por eu ter falado pela primeira vez em cinco dias e triste por achar que a lasanha só pioraria meu estado.

- Vladimir está louco querendo noticias suas – ela me encarou por um tempo. Já tinha parado de forçar aquele sorriso irritante – Ele está preocupado – ela exitou por um estante – e também bravo por você nunca ter comentado nada com ele sobre ter um namorado, ainda mais pela internet.

Raquel e Isabel também ficaram bravas, mas não me castigaram. Quem castigaria alguem no meu estado?

Vladimir. Meu pai está longe de mim. Marcos também estava e morreu. Não quero que Vladimir morra também! Comecei a chorar.

 

Já tinha parado de chorar quatro horas depois e voltado para meu estado morto. Agora eram uma hora da tarde.

A campainha tocou. Visitas. Com certeza não era ele. Mesmo que ele só viesse para me levar junto para a morte eu iria com ele. QUERO MORRER!! - gritei em minha mente.

Raquel tinha deixado o preto de lasanha com garfo e faca na mesinha do lado da minha cama. Faca...

Estendi o braço, a peguei e comecei a observa-la. Isabel tinha a mania de deixar todas as facas aviadas ao máximo possível. Ela odeia quando a faca não corta a comida.

Posicionei a faca em cima do meu ombro, a centímetros do meu pescoço.

 

- Adeus, pai – sussurrei.

 

Fechei os olhos e forcei meu braço a fazer o movimento. O ultimo movimento que farei nesse mundo sem Marcos.

 

Uma coisa me acertou com um impacto muito violento, me fazendo largar a faca antes de me matar, empurrando-me para fora da cama numa velocidade surpreendente e um decimo de segundo depois bati as costas na parede com força.

- Ai! - gemi.

Abri os olhos e dei cara com dois olhos vermelhos furiosos de me olhavam por cima da minha cabeça. Seus cabelos negros caiam sobre os olhos o deixando ainda mais medonho.

- Julian? - estava incrédula.

Ele não espondeu, continuou a me fuzilar com os olhos. Olhei para traz como auto-reflexo para fugir de seu olhar medonho e vi que não tinha sido na parede que bati e sim no peito dele. Ele estava com as costas na parede. Eu estava com as costas em seu peito, sentada entre suas pernas. Me envolvia com um braço me deixando imovel perto de si e com o outro braço segurava a faca tendo o cuidado de deixa-la o mais distante de mim possível.

Tentei me soutar, mas isso só vez ele me apertar mais e o vez... rosnar?! Um rosnado furioso saiu de debaixo de seu peito. Isso me fez tremer de medo, mas também de frio, ele era gelado. Tentei me soutar novamente, ele rosnou de novo e me apertou mais, tão apertado que chegava a doer, comecei a achar que iria quebrar uma costela minha.

- Julian... Ai! Pode me soutar agora! - gemi.

Ele me soltou de imediato. Sua cara agora era ajustada. Acho que ele estava com medo de ter me quebrado. Olhou atentamente para mim e mostrei linguá pra ele de raiva. Suspirou de alivio.

Um decimo de segundo depois já estavamos de pé. Ele estava na minha frente me encarando, segurando meus dois ombros com firmeza.

Estava me sentindo como uma boneca de pano. Sem nenhum local do corpo de não esteja doendo. Olhei para a faca que estava no chão. Lembrando do motivo por ela esta lá, lembrando do por que dela estar lá.

Explodi. Comecei a chorar escandalosa dando socos no peito de Julian.

- Maldito! Por que não de deixa?! - gemi – Por que não me deixa morrer?!

Ele agarrou meus punhos, tentei me soltar e ele me puxou para um abraço. Tentei resistir, mas correspondi o abraço no final. Eu precisava disso agora, acho.

- Você não sabe como estou me sentindo agora – disse no meio do choro.

- É, não sei.

Abracei ele com toda força que tinha, pressionando minha cabeça em seu peito de pedra. E do nada ele desapareceu.

Sozinha de novo. Sozinha. Como sempre estive, nunca com alguem para me amparar. Julian desapareceu... Marcos se foi para sempre... morreu... meu choro se intensificou.

- Marcos... - sussurrei melancolicamente.

Houveram duas batidinhas na porta e minha mãe entrou com um sorriso não-falso.

- Filha olha quem veio te.... O que esta fazendo em pé ai? E, por Deus, por que a faca esta jogada no chão? - acho que ela capitou a motivo.

Começou a me encarar incrédula.

- Filha...

Mostrei a linguá pra ela e me joguei na cama metendo a cara no travesseiro. Por que ninguém me deixa sozinha?! Parei de chorar. Para que chorar?...

- Oi Clara – disse uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar, mas estava diferente, não estava tão alegre. Gina.

Sem mexer o resto do corpo, virei a cabeça para olhar seu rosto. Estava com um sorriso triste.

- Como ela está disse outra voz semelhante. Jane.

- Burra é claro que ela está mal! - sussurrou Gina com violência.

Dei um risinho fraco, mas depois voltei ao meu rosto morto.

- Você está um digino fantasma Clara! - brincou Gina, já tentando fez um lado engraçado na situação.

Jane a cutucou com o cotovelo.

- Só vai fazer ela piorar, sua “burra” – vez sinal de aspas com os dedos.

Arrancaram outra risadinha de mim.

Vi que Raquel ainda olhava para mim daquele jeito. Isso derramou uma lagrima minha.

- A Estephane quis vir, mas não deixamos.

Franzi a testa.

- Por que não?

- Por que ela iria começar a chorar com você. - disse Jane fazendo uma careta.

- Você faltou muitos dias na escola. Ligamos para cá pra saber de você – Gina bufou – Estephane quase chorou quando sua mãe contou que o Marcos morreu de overdose. - ela falou brincando mas suas palavras doeram como um soco no estomago. Mais uma lagrima saiu, mordi meu lábio inferior.

- Vocês não estão ajudando em nada. - a voz grave ecoou na minha cabeça. Com toda a tristeza que sinto, a voz me deu um pequeno faixo de alegria. Julian.

Olhei em minha volta e não o achei. Sentei na cama para procura-lo. Estava encostado porta, olhando para mim, com um sorriso cuidadoso no rosto. Fiquei olhando para ele como uma idiota, esperando que ele falace alguma coisa. Ele notou isso depois de alguns segundos, respirou fundo e falou:

- Já ouviu as musicas do CD? - perguntou com um sorriso um porco maior.

- Não. - abaixei a cabeça triste. Pensei por um estante: se algum dia eu voltar a ser feliz, iria rir muito de mim agora, por ser tão depressiva. Dei uma risadinha dura.

Ele andou pelo quarto e achou o CD em cima de minha comoda, do lado do meu aparelho de som.

- Posso?

Assenti. Ele ajeitou o som e apertou play. A musica começou. Ele se sentou ao meu lado na cama com um enorme sorriso lindo.

Dei um sorriso torto, eu conhecia a musica: Who let you go? de The killers. Prestei atenção na letra:

 



Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?
I feel it inside, down in my soul
And I just can't hide things that I know

We could be friends
And I promise that it won't get bad
But hopefully that story ends
But you ain't got nothing I never had
So let's take it slow

Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?

Someone must have loved you
Not the way that I do...
You're missing what I'm trying to say
Ain't nothing getting in my way

So tell me that's fantastic
And promise me, you'll always sigh
I find it so romantic
When you look into my beautiful eyes
And lose control

Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?
Who let you go? Who let you go?

I don't know what it means
But I've been wondering
Who let you go?

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Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?


Eu senti isso dentro de mim, no fundo de minha alma
Eu não consigo esconder as coisas que sei
Nós poderíamos ser amigos
E eu prometo que não vai ficar ruim
Mas com sorte essa história termina
Mas você não tem nada que eu nunca tenha tido
Então vamos com calma

Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?

Alguém já deve ter te amado
Não como eu te amo..
Você está perdendo o que eu estou dizer
Nada vai ficar em meu caminho

Então me diga que é fantástico
E me prometa, você sempre irá suspirar
Eu acho isso tão romântico
Quando você olha nos meus belos olhos
E perde o controle

Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?
Quem te deixou partir? Quem te deixou partir?

Eu não sei o que isso significa
Mas eu estive pensando
Quem te deixou partir?



--------------

 

Essa musica me tocou um pouco, me fazendo chorar. Abracei Julian com toda força que tinha, ele me abraçou delicadamente.

- Promete que vai tentar ficar melhor? - perguntou com uma voz triste. Todos estavam tristes.

Não respondi, apenas o abracei com mais força.


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Notas finais do capítulo

o que acharam?
O capitulo satisfez suas expectativas? Tentei deixar bem claro como a Clara se sentia. Peço que deixem um reviews me contando sua opinião. Obrigada a todos que estão acompanhando minha fic, isso me deixa muito feliz



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