Estávamos correndo outra vez, num lindo jardim com grama alta, cheio de flores silvestres e girassóis. A luz do sol tocava nossa pele, e um mundo de crianças corria ao nosso redor. Todas com pele tão branca quanto a minha, e cabelos negros, cheios de cachos bem definidos. Eram lindos demais para serem reais, com seus olhos ametistas.

O céu mudou, de repente ficou coberto de nuvens negras, indicando uma forte tempestade. Um relâmpago chamou minha atenção e eu olhei para trás. Sombras começavam a nos rodear, encapuzados. Eu não conseguia ver seus rostos, apenas os olhos vermelhos brilhando na escuridão que tomou o local.

Fogo...

As folhas verdes começavam a se tornar chamas amarelas, e eu tentava cercas a crianças, protegê-las do mal que estava nos ameaçando.

-SOCORRO!

Acordei gritando. Estava sentada na cama, tremendo um pouco, com Jacob do meu lado, tão apavorado quanto eu. Minha respiração falhou, e eu comecei a ficar ofegante.

-Nessie...

Ele me chamou e eu me atirei em seu peito, chorando. Aquele sonho era tal real, aquelas pobres crianças estavam correndo um perigo mortal e eu não podia fazer nada para ajudá-los. Provavelmente existiam em algum lugar longe daqui... Argh! Eu juro que era real!

-Nessie... Você... –Jake parecia desconcertado, enquanto me apertava contra seu corpo, abafando meus soluços.

-Filha... -a voz de Edward era confortante. –Você passou o sonho para todos nós, e principalmente para Jacob.

-Ah, que ótimo, agora além de invadir minha mente, tenho meus sonhos compartilhados com toda família. –resmunguei, enquanto tentava me acalmar.

-Foi só um sonho, meu amor. –Jacob sorriu, passando a mão por meu rosto, retirando as lágrimas que escorriam.

-Não... Não! Não foi só um sonho! Era real, eu juro que era! –percebi o tom de reprovação em alguns muxoxos no andar de baixo, e até mesmo de Jacob. –Pai!

-Como não, Nessie? Se alguma coisa ruim estivesse para acontecer sua tia teria visto.

É verdade, se a-mulher-do-futuro-Alice não viu, era sinal que nada iria acontecer, vai ver era mesmo só um sonho esquisito. Jacob me puxou para outro abraço, e seu calor foi me confortando aos poucos, me deixando tranqüila. Estar ao lado dele, sabendo que me ama era a melhor coisa do mundo.

Fique tranqüila, baixinha, nada ruim vai te acontecer. Eu prometo.

O olhei confusa, outra vez essa história de ler pensamentos, eu vou acabar pirando se meus poderes continuarem evoluindo desta forma! Sacudi a cabeça, tentando me livrar das palavras confusas que invadiram minha mente, junto com esta frase. Como Edward agüentava tudo aquilo? A mente das pessoas era algo impossível de traduzir, com tantas palavras soltas e frases perdidas, para mim, tudo era completamente sem sentido.

-Com o tempo você se acostume, e as coisas parecem ter mais sentido, filha. –ele me respondeu do andar de baixo, havia me esquecido como é irritante alguém dentro da sua cabeça.

-Amor. –Jacob me colocou de volta à realidade. –Preciso ir à La Push, Billy precisa do filho algumas vezes.

-E Rachel não está lá? –falei automaticamente, ele riu.

-Prometo que não vou demorar... Aproveite o tempo para caçar com sua mãe, Bella está com cara de faminta.

Eu sorri de volta e assenti, não queria perder nenhum minuto de nosso tempo eterno, mas o que podia fazer? Minha família estava ao meu lado o tempo inteiro, e Jacob deixara a sua, tanto Billy, quanto os lobos, para poder viver comigo. Que pessoa neste mundo se sacrificaria tanta por alguém? ... Talvez papai e mamãe.

Jacob se levantou, a caminho do banheiro, e eu continuei deitada, com os braços atrás da cabeça, olhando o céu estrelado no teto do quarto. Nossa, há tanto tempo que eu não encosto num pincel que estou até com saudades. Talvez possa aproveitar esse domingo chato sem meu lindo-lobo-desgrenhado para pintar alguma coisa.

Edward pigarreou, droga, esquecendo de controlar os pensamentos outra vez. Jake saiu do banheiro após alguns minutos, com os cabelos molhados, e ainda mais bagunçados. Será que ele conhecia a palavra pente?

-Jake, vem cá. –chamei.

Ele se aproximou, e eu o fiz sentar na cama, de costas para mim. Abri a gaveta e peguei um pente de madeira e dentes largos, mesmo que doesse, eu ia acabar com aquela zona, antes que um passarinho decidisse usar de ninho.

Após alguns “ais” e “uis” finalmente Jacob estava com os lindos cabelos lisos penteados, sorri, orgulhosa do trabalho duro. Edward gargalhou, provavelmente vendo a cena se passar pela minha mente. Ouvi algumas pessoas perguntando o que estava acontecendo, e pouco depois rindo também. Jake rosnou baixinho.

-Posso ir agora? –perguntou emburrado, como uma criança.

-Claro, mas antes...

Fiz beiçinho, pedindo um beijo desesperado, antes que ele fugisse de meus braços para encontrar Billy. É claro que eu iria junto, se ainda não tivesse naquele castigo infernal que meu pai havia me colocado. Definitivamente ficar sem ir a La Push era péssimo, ainda mais quando eu queria alguma notícia de Seth.

-Por que você não pergunta ao Jacob, ele sabe do garoto. –meu pai propôs.

-Ah, tinha esquecido... Hey, Jake, como está o Seth.

-Bem. –pela expressão de Jacob, não era tão bem assim. –Melhor que antes, está se acostumando com a idéia.

Pelo visto, a dor não era somente de Seth e minha. Jake estava sofrendo com a angústia do amigo, provavelmente pela ligação mental que estabeleciam quando estavam transformados. Além disso, pelo que ele mesmo disse um dia desses, já esteve no lugar de Seth, e sabe como é sentir-se rejeitado. Mordi o lábio, a curiosidade parecia um gato arranhando meu interior lentamente.

Desci as escadas agarrada ao braço dele, e passando pela sala, tia Rose fez um som desagradável de nojo, e tio Emmett riu, passando a mão enorme pelos cabelos louros da mulher. Dei língua para os dois, brincando. Bella me olhou como se eu ainda tivesse seis anos (bom, de alguma forma eu tinha), achei aquilo engraçado. Tia Alice estava ao canto, com os olhos brilhando e um sorriso cheio de esperanças, fiquei assustada com aquilo, e percebi que Jacob lhe lançou um olhar de repreensão.

Epa! Estavam armando alguma coisa.

Papai lançou um olhar a tio Jazz, se meio milésimo depois toda minha curiosidade passou, estava relaxada e feliz como nunca, não apenas pelos poderes dele. Jake sorriu, como se estivesse agradecendo. Fiquei curiosa por este motivo, e a atmosfera se consolidou amena. Droga! Eles estavam destruindo minhas emoções.

Fomos até o jardim, que não era bem um jardim, e depois de um profundo e demorado beijo de despedida, meu amado lobo (agora não-desgrenhado) subiu em sua BMW e desapareceu de minha vista. Entrei em casa outra vez.

-Nessie. –tia Alice estava armando outra vez. –Vamos caçar? Apenas as mulheres! Hoje teremos um dia especial de compras!

Ela deu pulinhos graciosos de alegria, quem em sã consciência conseguia negar alguma coisa àquele pingo de gente maravilhoso. Tia Alice era uma das melhores coisas de minha vida. Mamãe se pôs de pé, sorridente, e eu estranhei imediatamente, ela e vó Esme pareciam muito mais alegre que o de costume, enquanto tia Rosalia parecia mais irritada. Isso sim era bizarro, pois o humor dela sempre melhorava quando os “cachorros” não estavam pela casa.

Fomos caçar às pressas, juro que não conseguia entender porque tanta correria. Simplesmente comemos o primeiro herbívoro que cruzou nosso caminho, pois Alice disse que “estávamos sem tempo”, gostaria de saber pra quê, afinal, tínhamos o dia inteiro livre, eu não podia sair mesmo...

Compras.

Acredite ou não, nós corremos até Vancouver! E a melhor parte era nem estar suando por isso. Obvio que paramos para ajeitar os cabelos.

Dona Esme decidiu ficar em casa (ela odiava quando eu a chamava assim, desculpem, mas eu sou uma Cullen, tenho necessidade de implicar), disse que ia tinha que arrumar a casa e depois sairia com vovô Carlisle, que estava de plantão no hospital e só voltaria mais tarde.

-Nessie, querida, vamos ver alguns vestidos. –a baixinha estava me implorando!

-Claro. –respondi desanimada.

-Ah, que isso, filha, você fica tão bonita com eles, vamos vê-los, você vai gostar de algum. –mamãe, como sempre coruja.

-Ela realmente fica linda, mas não sei pra que tudo isso. –tia Rose estava mesmo de mau humor.

-O que aconteceu, tia? –perguntei. –Você não me parece muito bem hoje.

-Emmett a contrariou. –Bella respondeu imediatamente.

-Ah. –murmurei.

Entramos na loja, e eu parei para ler o nome antes Prada. Meu Deus, ela estava realmente fora de controle! Entrar numa loja dessas apenas pra comprar um vestido para mim era totalmente sem sentido. Não pude evitar, as três pareciam loucas dentro da loja, pegando vários vestidos para experimentar, a menos animada era Bella, talvez por falta de costume.

No final escolhi um vestido diferente, o corte lembrava o de uma blusa de meia-manga comprida demais, (e para um vestido era curto demais) todo preto, e cheio com desenhos feitos com paetês prateados e pontilhado branco. Era realmente muito bonito, e discreto, em comparação ao longuete vermelho cheio de bicos, com decote abusivo e alças finas que tia Rose escolheu. Alice pegou um tomara-que-caia branco, de um tecido leve e saia soltinha, combinando-o com um cinto preto largo e um bolero também preto. E mamãe preferiu sua cor favorita, azul-escuro balonê, com uma faixa na cintura. Aproveitaram para escolher um para vovó Esme, era um vestido-envelope marfim, com flores (apenas o contorno) na barra da saia.

Sapatos, essa foi a hora do pavor, para mim. Eu sempre estive acostumada com tênis e sapatos rasteiros, mas elas me convenceram a comprar um de salto. Escolhi um escarpin preto, básico. Enquanto tia Rose e tia Alice combinavam as cores com os vestidos, sandálias com amarras e saltos acima de dez centímetros, por Deus, como se equilibravam naquilo? Mamãe não abusou, pegou um sapato meia-pata preto, de salto médio.

Graças a Deus aquilo estava acabando.

Acredite ou não, fazer compra com aquelas vampiras maravilhosas era desesperador. Alice queria comprar (literalmente) tudo que via pela frente, e Rosalie não ficava muito atrás. Por sorte eu não era tão fanática como elas.

De volta a Forks.

Definitivamente eu estava me sentindo perfeitamente bem em casa, exceto pela ausência de Jacob e Seth. Aquela mansão branca parecia tão vazia sem o “vermelho” dos dois. Era como gelo, fria, sem graça, pois o fogo estava longe demais.

-Renesmee, filha, vá se arrumar.

-Hã? –perguntei confusa quando mamãe me despertou de meus pensamentos.

-Não pergunte, apenas vá, Alice está te esperando no quarto.

Com a cabeça cheia de pontos de interrogação, caminhei até meu quarto, e dei de cara com aquela anã de cabelos negros espetados. Sorrindo, radiante, já trajando o vestido Prada que havíamos acabado de comprar.

-Alice, estranhei você aceitar que todos nós comprássemos as roupas na mesma loja. –tagarelei, enquanto ela colocava o meu vestido sobre a cama.

-É a pressa, querida. Agora vá tomar banho, que eu já te explico. Você vai sentir cheiro de outras pessoas na casa, mas não se assuste. Teremos uma reunião importante.

Reunião importante? Não tinha nenhuma desculpa pior? Entrei no banho, e a atmosfera da casa estava completamente tranqüila, tio Jazz, agindo, para que eu não perguntasse demais. Era meu aniversário? Não, já passou. O que era afinal? E porque Jacob estava demorando tanto? Minha cabeça estava cheia de perguntas e Edward não respondia nenhuma, até isso me soava estranho.

Cada vez que eu pensava demais, Jasper usava seus poderes para me deixar totalmente calma, e nem ficar irritada com aquilo eu conseguia. Respirei fundo, e demorei o máximo que pude sob a água quente (a qual doeria na pele de qualquer humano comum, por sorte, eu não conseguiria me queimar graças a minha temperatura).

Saí do banho, ouvindo um falatório no andar inferior. Suspirei, enquanto Alice me vestia, deixando as roupas perfeitamente arrumadas (não que tivesse o que arrumar, era colocar aquele vestido-blusa, e pronto). Maquiagem nos olhos e lábios, cabelos arrumados e soltos e unhas pintadas. Me senti uma princesa sendo tratada por ela. De fato Alice era a melhor pessoa para cuidar da beleza de alguém. Aquilo era até relaxante.

Cheiros diferentes começavam a invadir meu nariz. Tio Billy, Jacob, tia Sue, vovô Charlie, Quil e Claire, Embry... O que esse povo todo estava fazendo aqui? Acho que perdi alguma data especial, sei lá, aniversário de casamento dos meus pais, ou algo do tipo.

-Tia Alice, o que está acontecendo.

-Você já vai ver.

Enfim eu estava pronta. Alice realmente fazia mágica com sombras e brilhos nas mãos. Eu nunca pensei que conseguisse ficar tão bonita quanto ela havia me deixado. Sorri, sem jeito ao olhar no espelho, e agradeci imediatamente pelos minutos que ela gastou me deixando perfeita.

-Oh, Nessie, você já é perfeita por natureza, acredite, eu só passei lápis, delineador, sombra e rímel, o resto o seu rosto lindo deu conta.

Virei os olhos, que família mais coruja!

Comecei a calçar os sapatos e meio segundo depois estava de pé, com um salto (que quase me jogou no chão). Cambaleei um pouco, e acabei me apoiando na porta do closet, Alice riu, com os dedos cobrindo os lábios, e eu não pude deixar de rir também.

-Nessie, machucou? –Edward finalmente lembrou de falar.

-Não, pai, eu só tropecei.

Ele nem ao menos me respondeu! Seja lá o que estavam fazendo era sério demais para ser compartilhado comigo. Aquilo estava me irritando, e eu mal conseguia esperar para descer as escadas e descobri o que estavam tramando. Caminhei em passos rápidos para fora do quarto, mas, de repente, meus olhos foram cobertos por uma venda negra e tecido grosso, enquanto minha tia dizia em meu ouvido:

-Eu vou te guiar, mas espere chegar lá em baixo para descobrir o que está acontecendo.

Resmunguei com um rosnado, mas o que podia fazer? Mesmo se corresse, aquele projeto de gente ia me alcançar e amarrar. Não lutei, eram apenas alguns segundos. Jasper estava mexendo um pouco nos meus sentimentos, contudo, não tanto quanto antes, ele deixou que eu sentisse a maldita ansiedade.

Depois de alguns tropeços e cuidados excessivos, chegamos ao andar de baixo. Inflei as narinas, e não notei nenhuma diferença, eram realmente apenas eles, e eu senti uma falta imensa do meu melhor amigo, Seth (Jacob se tornou o melhor namorado agora rsrs).

Alice desamarrou aquele pano negro sob meus olhos, e acabei deixando o queixo cair ao perceber que todos estavam bem vestidos, inclusive Jacob! Fato que aquilo era obra da anã-vampira-de-cabelo-espetado, já que meu namorado usava uma blusa branca de botões, com um colete preto e calça jeans preta também. Abri ainda mais a boca ao ver sapatos em seus pés, nada de tênis, eram sapatos de verdade!

-O que foi isso? Alice deu banho de loja em todo mundo?

-Na verdade sim. –ela sorriu orgulhosa. –A ocasião merecia algo do tipo.

-Tá, então contem logo o que eu perdi, pois não me lembro de nenhuma celebração hoje.

Edward suspirou, numa mistura de felicidade e desistência, enquanto minha mãe o abraçava pela cintura, sorrindo de orelha à orelha. Franzi a testa, ao perceber que Rosalie estava com uma carranca no lugar do rosto, posso jurar que senti um arrepio de medo percorrer meu corpo quando ela encarava a mim e à Jake.

Todos os homens da família estavam de blusa social e calça social, apenas com cores e modelos diferentes, exceto Emmett, que, assim como os lobos, ele tinha preferido um jeans. Sorri, para cumprimentar os Quileutes presentes. Dei alguns passos para abraçar os mais velhos, Charlie, Billy e Sue.

-Nessie. –Jacob colocou a mão no meu ombro, e eu me virei, sorridente. Estava me sentindo muito melhor com ele por perto.

-Sim?

-Olha, quero que entenda que não foi idéia minha fazer uma festa como essa, na verdade, eu queria apenas uma coisa simples, só entre nós. Mas sua tia e seu pai descobriram e bom, estamos aqui.

Estreitei os olhos, aquilo era muito suspeito.

-Do que está falando, Jacob?

-Acalme-se, eu vou te explicar. –ele respirou fundo, estava feliz, mas eu conseguia sentir uma tensão em sua voz. –Bom eu teria te perguntado como os casais comuns fazem, mas Edward me deu certeza total que você aceitaria então...

Minha boca fez forma de “o” enquanto uma ruga formava entre meus olhos, aquela conversa estava muito estranha para meu gosto. Juro que não conseguia entender nada, e como assim Edward tinha dado alguma resposta por mim?

-Desculpe filha, mas sua tia viu a festa então mandou que eu dissesse ao Jacob.

-Dissesse o que? Vocês estão me assustando! –e estavam mesmo.

-Renesmee... –Jacob me chamou pelo meu nome, é, a coisa estava séria. –Você sabe o quanto eu te amo, eu já disse milhões de vezes que você é a coisa mais importante na minha vida, e que nada me faz mais feliz do que te ver feliz. E como essa história de impressão não tem erro, aceitei a resposta positiva de Edward. Isso aqui tudo foi armado para você, sua mãe também não queria deixar passar em branco, da forma que foi com ela e na verdade a festa só vai começar depois da sua resposta... Nada é mais sério para mim do que o seu amor, então...

Ele fez uma pausa, e tirou uma coisa do bolso, mas era pequena (principalmente em relação à mão do lobo) e ficou facilmente escondida entre seus dedos. Forcei os olhos e entortei a cabeça, enquanto ele abria uma caixinha preta de veludo, bem pequena.

Agora sim meu queixo caiu, e estava muito além de minha capacidade colocá-lo de volta no lugar. O que estava ali dentro era a coisa mais linda do mundo. Um pequeno círculo, de diamante lapidado com extremo cuidado, e graças a minha visão privilegiada pude ler o que estava escrito: Forever.

-Jake... –o nome dele fugiu de meus lábios.

-Renesmee Carlie Cullen... –percebi que ele prendeu um sorriso torto. –Você quer casar comigo, e se tornar a senhora Black?

Fiquei abobalhada por mais alguns minutos, enquanto a cena se repetia incansavelmente na minha cabeça. Uma, duas, três, quatro vezes! Eu não cansava daquilo, era simplesmente o momento mais perfeito e feliz de toda minha vida. Jacob e eu nos casaríamos? E seríamos felizes para sempre? Como eu podia recusar algo assim? Nós nascemos um para o outro, e nosso amor era muito maior que o universo, nada mais justo que nos tornarmos um do outro oficialmente.

-E como eu poderia recusar, Jake? Você nem precisava perguntar ao Edward.

Ele abriu o sorriso de lobo, enquanto colocava o anel em meu dedo, lentamente, enquanto as mulheres da família faziam um pequeno escândalo, e os lobos, amigos de Jake, assoviavam e aplaudiam. Fiquei envergonhada e senti meu rosto esquentar, e antes de poder dizer qualquer coisa, o lobo me beijou, de forma calorosa.

Parecia um sonho! Eu estava tão feliz que não pude conter as lágrimas! Ouvi um pequeno coro fazendo “oh” e logo em seguida pulei no pescoço dele, enchendo meu amado com pequenos beijos.

-Eu te amo. –sussurrei.

-Não mais que eu. –respondeu, com um sorriso maravilhoso nos lábios.

________________