Rotina escrita por lisis
Notas iniciais do capítulo
Bem, a fic é um presente para a Ju, que faz aniversário dia 15. Era para ser uma surpresa, mas como eu sou bocuda e não controlo a minha língua, a fic presente será dada com 15 dias de antecedencia, fazer o que. rs
Espero não te decepcionar muito com isso aqui. ;D
Se lhe tivessem perguntado antes, diria ser impossível, e jamais lhe teria passado pela cabeça a situação atual.
De todo modo, não era mais incomum aos dois, encontrarem-se em um quarto de um hotel qualquer, num momento em que nenhum teria compromisso com suas respectivas bandas.
Kenji observava, encostado no batente da porta do banheiro, o guitarrista do MUCC fumar um cigarro, silencioso enquanto olhava a rua, exalando lentamente a fumaça e alheio ao que acontecia a seu redor.
Não era fato incomum, mas ainda algumas vezes sentia-se constrangido por invadir dessa maneira a privacidade do outro, mesmo que, claramente compartilhassem de algo muito mais íntimo que isso.
"O banheiro está livre".
O homem observado virou lentamente a cabeça em direção ao outro, assentindo levemente e esmagando a xepa do cigarro num cinzeiro próximo. Sem se preocupar em levar a muda de roupa, pegou a toalha em cima de um balcão do quarto, e se trancou no cubículo onde encontraria o chuveiro.
Depois de o outro homem sair do banho, a seqüência dos atos seria a de descer, ir ao bar do hotel tomar um drinque, saírem para o boliche e depois cada um de volta a sua casa. Uns meses sem se verem, uma chamada telefônica por parte de Miya, um hotel mais afastado, o banho, o drinque, o boliche, cada um para sua casa, uns dois meses sem se verem, a chamada telefônica do guitarrista, um hotel afastado, o banho e...
Se Tsukasa bem lembrava, a rotina teve início em umas das exageradas festas que o vocalista do MUCC organizou. Festas regadas a tequila e outras bebidas com alto grau de teor alcoólico, boa música e amigos de longa data. Uns e outros desfilando com as namoradas belíssimas, uns e outros desfilando com uma garrafa de álcool nas mãos. Uns desses outros que se encontravam desfilando com uma garrafa de uísque nas mãos era o baterista do D'espairs Ray.
Num momento de lúdica embriagues, subira ao terraço do prédio, onde morava o dono da festa, tropeçando nos próprios pés, sendo acompanhado apenas visualmente por Masaaki.
Tsukasa se apoiara na grade de segurança, cantando uma canção popular, girando a garrafa que tinha em mãos de um lado para o outro, alternando a brincadeira com goles generosos.
O guitarrista, também razoavelmente ébrio, aproximara-se tranqüilo, deixando o outro ver que também havia surrupiado uma das garrafas do destilado que havia na festa.
Um sorriso enviesado e satisfeito por parte do baterista.
Talvez pudesse dizer, hoje, que naquele momento havia mais que o fator etílico e que certa tensão, anteriormente criada, era palpável, mas no momento em que Miya sentou-se ao seu lado, encostado também na grade, a única coisa que pensara era que o guitarrista era alguém bastante agradável para se ter ao redor.
E se lhe tivessem perguntado antes, jamais diria esperar algum dia, o mais baixo, num rompante, pudesse lhe puxar os cabelos e lhe beijar numa fúria desnecessária, e num furor bastante curioso. Também lhe seria pouco provável dizer que aceitaria o ataque e que pudesse retribuir com bastante semelhança.
O certo é que nos minutos subseqüentes a freqüência dos movimentos erráticos caindo, o suspiro final e a saída de Masaaki do corpo de Kenji, o embaraço e certo desconforto era praticamente palpável.
O baterista não tinha muita certeza de como contornou a situação, apenas lembrava vagamente de ter algo a ver com as garrafas pela metade que haviam sido deixadas jogadas no chão, e uma aposta boba sobre quem acabaria com elas primeiro.
Mais embriagados do que haviam chegado, os dois desceram à festa novamente, e qualquer possível embaraço anterior havia deixado de existir. Talvez por isso, Tsukasa havia recebido uma ligação de Miya algumas poucas semanas depois.
Deitado na cama do hotel, o baterista só percebeu a presença do outro homem quando sentiu o colchão afundar com seu peso. Na TV, ligada apenas para fazer algum tipo de barulho, um filme policial hollywoodiano passava, produzindo ruídos de tiros e freadas bruscas que seriam irritantes, caso o volume do áudio não estive baixo.
“Pronto para descer?” O baterista perguntara distraído, observando a silhueta de uma atriz popular e bastante atraente que aparecia em cena no momento.
“Pensei em ficar aqui mais um pouco.” Miya mais resmungou que falou, aconchegando-se melhor na cama, conseguindo ganhar um sorriso por parte do outro.
“Posso buscar um drinque...” Tsukasa nunca sabia reagir a esses raros momentos de aparente tranqüilidade, sem o desespero de sair do quarto alugado de uma vez, e irem se divertir em um ambiente menos íntimo. O comentário era mais para saber se poderia também ficar, que propriamente pela vontade de beber.
“O mesmo de sempre, para mim.” Com um sorriso de lado, pegou a carteira e desceu para pedir as bebidas. Poderia ter pedido que trouxessem até eles, mas o moreno preferia sair do quarto e caminhar um pouco.
Quando voltou, encontrou o outro homem dormindo, atravessado na cama que lhe era reservada. Deixou as bebidas e uns petiscos que encontrara no bar, numa mesa, a carteira e a jaqueta em outra, e se aproximou do rapaz, abaixando um pouco o corpo para chamar o amigo.
Miya resmungou qualquer coisa, afastando o outro com uma de suas mãos.
Talvez desistindo de acordar o guitarrista, Kenji sentou-se na mesa, num suspiro entre resignado e meio risonho, acendeu um cigarro, tragando o fumo, olhando o outro sem saber realmente o que fazer.
Não estava realmente cansado, mas Masaaki não parecia mesmo querer acordar. Bebeu um gole da bebida que havia trazido para si, encaminhando-se com o copo na mão esquerda, até sua mochila. Em uns dos bolsos encontrou a câmera digital que sempre levava consigo, sorrindo malicioso.
Deixando o copo na mesa, deu mais uma tragada no cigarro, e ligou a máquina. Um minuto depois, o guitarrista acordava meio emburrado e sem saber o que estava acontecendo realmente. Quando acordou totalmente, encontrou o baterista lhe encarando com o maior sorriso triunfal que já vira alguém fazer. Franzindo a testa, observou o objeto ordinário, mas pouco comum de se encontrar nas mãos de alguém num quarto fechado de hotel. Levou apenas mais um minuto para então compreender o que havia acontecido, e bater a mão na testa, não acreditando no que ouviria depois:
“Essa aqui vai para o blog, Masaaki-san”.
Gargalhando ainda da cara que o outro fizera, Tsukasa apenas teve pouco tempo para saber o que estava acontecendo, até ser atirado na cama antes ocupada, ser despido pelas mãos ágeis do outro, para então sentir o corpo do moreno em cima do seu.
No momento em que o tempo voltava a correr normalmente, o baterista foi capaz de perceber a respiração compassada do outro em seu pescoço, e o ressoar baixinho que este produzia, deixando claro que já havia voltado a dormir, novamente.
FIM.
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Bem, Ju, eu me inspirei mesmo na idéia da tua fic, espero que me perdoe a falta de criatividade, mas tu bem sabes como andava em falta por aqui. rs
Espero ter conseguido te entreter pelo menos um pouquinho.
Parabéns mega adiantado, mas o presente é de coração. XD
E para os outros possíveis leitores, obrigada por ter lido até aqui. ^^