O salão estava lotado e cada vez mais barulhento. Caçadores de Sombras e Seres do Submundo conversando e procurando por um companheiro não notaram - ou se importavam com - Magnus, o Alto Feiticeiro do Brooklyn, parado em um canto do grande salão procurando por Alexander Lightwood, o mais velho dos Lightwood. Eles estava envolvidos em um relacionamento complicado-quase-romântico-quase-fictício que parecia apenas magoá-los - mas é claro que esse era o tipo de conversa que iria ter que esperar por um momento mais apropriado. Naquele momento, Magnus só gostaria de ter certeza que Alec havia encontrado um bom parceiro, de preferência uma garota, para lutar com ele na iminente batalha.

Depois de procurar pelo que pareceram horas, ele encontrou aquele par de incríveis olhos azuis. Mas eles carregavam ansiedade. Magnus sentiu seu coração de séculos de idade diminuir pela metade de seu tamanho em preocupação. Mas em seguida, quando viu Alec olhando em sua direção, um sorriso discreto e uma espécie de alívio passavam pelos olhos do Caçador. Ele iniciou uma caminhada rápida em direção ao feiticeiro. Magnus pode sentir os próprios olhos de arregalando de surpresa à abordagem de Alec.

“Magnus” ele cumprimentou suavemente. "Estava procurando por você. Preciso te perguntar uma coisa."

"Ótimo mas não acha que deveria fazer isso, hm, eu não sei, talvez em um beco escuro?" Magnus respondeu, um sorriso brincalhão em seu rosto. Mas Alec não pareceu estar no clima para piadas.

"Eu não quero que pense que eu não valorizo o que nós temos." ele disse, delicadamente encostando sua mão na de Magnus. "Ou que tenho vergonha de você." Magnus olhou para os olhos de Alec que estavam graves e percebeu que ele estava falando sério. A cabeça de Alec estava inclinada na direção do feiticeiro, seu cabelo negro caindo e cobrindo-lhe as laterais do rosto.

"Alexander, por mais que isso soe maravilhoso, eu não acho que agora é o momento mais adequado para esse tipo de coisa." Magnus falou se odiando por estar destroindo aquele momento perfeito de declaração e coragem.

"Na verdade, esse é o momento perfeito." Alec respondeu erguendo seu rosto e olhando Magnus nos olhos. "Magnus Bane, você quer seu meu companheiro de guerra?". Magnus riu encantado antes de responder.

"Ora, ficaria honrado. E não apenas porque você é maravilhosamente lindo mas também porque já o vi em combate e você é fatal."

Alec corou e olhou para baixo procurando por sua estela e Magnus poderia jurar que viu um leve sorriso se desmanchar em sua expressão, que de repente se tornara séria. Ele pegou a mão de Magnus - o simples toque de Alec na pele de Magnus o fazia se arrepiar - e começou a desenhar a runa que Clary havia criado. Quando ele terminou, ele encarou Magnus brevemente antes de fazer a última coisa que o feiticeiro achou que ele faria: ele o beijou.

Magnus, novamente, arregalou os olhos ao ser pego completamente desprevenido pelo gesto. Mas desta vez, ele parou de pensar sobre como Alec estava sendo insano e como aquele era, provavelmente, um dos momentos mais inapropriados para uma exposição pública de afeto - a ordem era: o funeral de Maryse, o funeral de Robert, o funeral de Presidente Miau, e então aquela situação. Mas o toque gentil dos lábios de Alec nos seus; o calor de suas mãos cheias de calos e cicatrizes de batalhas e runas nas costas dele, afirmando que ele era de Magnus da mesma maneira que Magnus era de Alec, fizeram com que Magnus percebesse que aquele era o momento perfeito - já que, literalmente, poderia ser o último. Mas agora, era oficial; todos no Salão de Acordos sabiam que eles pertenciam um ao outro.

Ele fechou os olhos e retribuiu o beijo tentando dizer sem palavras o quanto aquilo significava para ele. Alec finalizou o beijo após alguns segundos e sorriu para Magnus - ignorando os olhares chocados de seus pais e dos Caçadores de Sombras que estavam por perto.

"Vamos lá, companheiro?"