A Ordem dos Nove Reinos - Agents of S.H.I.E.L.D escrita por Jessyhmary


Capítulo 30
Daisy, Daisy


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!! Vamos para mais um capítulo que eu tô bem louca pra comentar, mas... Deixa pras notas finais... rs

#BoaLeitura!!



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Eu era diferente. Sempre soube que era.

Por milhares de anos, o homem passou por transformações em seu DNA. Mutações, adaptações ao frio e ao calor. Evolução. Sempre me intrigou o modo como o ser humano foi capaz de se adequar ao ambiente e como ele conseguiu se desenvolver ao ponto de chegar à deficiência intelectual de hoje. Dominação. Bleh! Por que os governos só pensam nisso? Disputa por poder, território, demonstrações de poderio bélico. Isso é realmente muito atrasado para a atual fase da humanidade. Mas isso está perto de mudar. Muito em breve, acordaremos do sono a que fomos submetidos. Um sono que tem sua data marcada para acabar. E acordaremos diferentes. Melhores. Evoluídos. Mostraremos ao mundo o que somos de verdade. Mostraremos que somos especiais. Que não somos os loucos.

E bom... Quando a hora chegar, nada poderá nos impedir de ser quem somos.


* Hunan, China, 25 anos atrás.


– Graças a Deus você voltou – ele passou a mão trêmula nos cabelos úmidos – Já estava começando a me perguntar se alguma coisa ruim havia acontecido...

– Não pense essas coisas – a mulher respondeu, sua voz carregada de sotaque. – Ele não pode mais nos atacar, você sabe disso há anos.

– Eu sei – Calvin respondeu cansado. – Mas agora temos ela. – ele aconchegou mais ainda a pequena bebê que tinha amparada em seus braços. – Desde que ela nasceu, eu tenho esses pesadelos. Eles invadem nossa vila e a tomam de nós.

– Werner Reinhardt está sob custódia. – ela respondeu suavemente, enquanto tomava a filha delicadamente dos braços do marido. – A boa comandante nos assegurou que ele passaria o resto de seus dias enterrado naquela prisão subterrânea.

– Eu sei, querida. Eu sei. – ele suspirou, levantando-se do chão e seguindo a esposa até o berço. – Não consigo evitar. Homens como ele, não se contentam. Não se fartam. São alimentados pela obsessão. Vocês duas são a minha vida.

Ela sorriu. Chen apenas o olhava, o amor transbordando em seus olhos. Passara boa parte da vida ouvindo histórias sobre anjos azuis e mitos sobre uma raça muito mais antiga do que se pudesse contar. Ouvira de seus pais, que por sua vez ouviram dos seus e assim por diante. Sabia que dentro de si existia algo que a fazia diferente da maioria das pessoas. O tempo. O tempo não passava para ela da mesma forma. Dez anos; dez horas. Seu corpo não se sentia ameaçado pela fartura de dias. Não sentia as pernas fraquejarem pelo cansaço da idade, seus olhos não haviam perdido o brilho. Não existia rixa entre ela e o espelho. Acordava todos os dias, praticamente do mesmo jeito. Isso era algo ambicioso. Ela sabia disso. E Calvin também.

– Nada acontecerá conosco, Cal. – ela pôs a bebê sobre um emaranhado de lençóis que forravam o berço e dirigiu-se ao marido, tocando-lhe o rosto com ambas as mãos. – Daisy é o nosso presente. E ela estará sã e salva. Não importa o que aconteça. Ela sobreviverá a qualquer coisa... Até o dia em que ela receberá os seus dons.

– Você fala com uma fé que eu nunca poderei ter.

Calvin abaixou a cabeça, mas Chen levantou seu rosto novamente.

– Como pode ter tanta certeza? – ele continuou. – Fala como se soubesse o que está para acontecer.

– Eu... Não sei, querido. – ela deixou seu olhar se perder novamente no berço, observando a pequena que dormia tranquilamente. – Eu só sinto isso.

– Ela é linda, não é? – ele disse, abraçando a esposa por trás, enquanto ambos assistiam a pequena Daisy dormir. – Poderia passar a noite toda olhando para ela.

– Sim. – Chen suspirou, com lágrimas nos olhos. – Nossa pequena Daisy.

– Obrigada, Chen. – ele virou a mulher para si e a encarou, enquanto alisava seus cabelos negros. – Por me dar o melhor presente do mundo.

– Vocês são os meus presentes. – A mulher respondeu emocionada, as lágrimas já rolavam pelo seu rosto. – Eu nunca amei ninguém como eu te amo, Cal.

– Eu amo você, Chen. Mais do que a mim mesmo. Eu prometo, meu amor – ele a segurou pelos ombros delicadamente, afastando-se um pouco dela, com os olhos marejados. – Eu viverei por vocês duas. Eu não preciso de mais nada na minha vida. Eu... Eu estou completo.

E então, ele a beijou, sem imaginar que aquela seria a última vez.



(...)



– Mas nem morto eu entro nesse quinjet com você!

Fitz tentava argumentar enquanto Skye tinha as duas mãos repousadas sobre a cintura e uma expressão nada agradável.

– Nossa! – ela estava incrédula. – Que consideração, pessoal!

– Skye, nós queremos ir – Jemma retrucava, sendo nitidamente censurada pelo olhar de Fitz. – Mas você nunca pilotou antes...

– E aquelas duas vezes que eu fui a co-piloto da May? Não conta?

– Aquilo foi diferente – Fitz quase gaguejou de medo. – A única coisa que você fez foi ficar sentada perto dela, olhando as nuvens. Isso não conta como pilotar. Além disso, o que faremos se formos atacados pelo meio do caminho?

– Você conhece aquele quinjet mais do que qualquer outro, Fitz! – Skye rebateu, séria. – Sabe dos comandos automáticos. Você tem a física e eu tenho os músculos. – ela deu um tapa nas costas dele. – Por favor. Preciso de vocês para chegar até a base E.A.R.T.H.

– Tá bom! – ele esbravejou e Simmons deu um sorrisinho para Skye. – Mas se nós três morrermos, você assume a culpa!

– Pode deixar, capitão!

Skye o abraçou, animada e o viu sumir pelo corredor, em direção à garagem.

– Coulson quer falar com você – ela se dirigiu à Simmons. – Com certeza vai te mandar ficar de olho em mim.

– Como se eu já não fizesse isso o tempo todo. – ela respondeu virando os olhos com um meio sorriso.

– Obrigada, Jemma – Skye segurou o braço dela antes que a cientista deixasse a sala. – Por tudo.

– Sabe que não precisa agradecer.

– Eu sei. – ela sorriu. – Mas eu quero.

– De nada.

Simmons sorriu e foi até o escritório de Coulson, antes de preparar suas coisas. Fitz já estava na garagem e alguns minutos depois, Skye se juntava a ele. Ambos estudavam alguns possíveis imprevistos que poderiam acontecer durante o voo, traçando soluções alternativas. May havia sido informada de que Skye estava indo para a base. Pilotando.

– Ela vai o quê?!

A voz de May pareceu alterada pelo telefone.

– É isso mesmo que ouviu. – Coulson detalhava. – Simmons acabou de sair da minha sala, eles partirão para a base E.A.R.T.H. em alguns minutos.

– E Skye disse que podia pilotar?

– Sim. Ela falou que se saiu bem nos treinamentos que fez com você.

– Bem... Isso não é mentira, mas... – A asiática percorreu a sala com os olhos, procurando por Alan. – Isso foi completamente teórico, salvo alguns exercícios com os simuladores, o que devo dizer, foram ótimos. Mas mesmo assim... Não me sinto a vontade sabendo que Skye e Fitz-Simmons estão em um avião sozinhos.

– É um quinjet.

– Dá no mesmo, Phil. Ambos são pesados e estão há mais de trinta mil pés de altitude.

– Skye pode fazer isso.

– Eu sei que ela pode – May encontrou o garoto desenhando super heróis, sentado sobre a mesa de Hill. – Mas isso não impede que eu não me preocupe.

– Acho lindo o jeito que cuida dela.

– Você me conhece, Phil. – ela suspirou. – Avisarei aos agentes para se prepararem para recebê-los, em algumas horas.

– Obrigada, Melinda. – Coulson ficou em silêncio por alguns segundos. – Como está o garoto?

– No momento, ele está desenhando a armadura do Tony. Ele encontrou uma pilha de papéis na mesa da Hill, já gastou meia resma com desenhos dos vingadores.

– Isso soa como a Hill.

– Foi a primeira coisa que pensei quando vi. – ela deu um sorriso triste. – Ela vivia exibindo seus desenhos lá na academia. E eram bons mesmo.

– Nós vamos encontra-la, May. – Coulson prometeu, sabendo como ela deveria estar naquele momento. – Segure as pontas por aí.

– Pode deixar. Tenha cuidado, Coulson.

– Eu terei. Prometo.

Ela desligou o telefone e olhou o garoto por alguns segundos. Loki era mesmo um desgraçado por fazer aquilo. Tudo que ela mais queria no momento era poder apertar o pescoço dele até que ele implorasse pela vida.

– Vamos descobrir o que você quer, desgraçado. – ela jurou silenciosamente. – Seja lá o que raios você está planejando. Isso não vai acabar bem pra você.



(...)



Os corredores escuros eram dominados por um gotejar agoniante. Sangue e água, talvez. O Doutor não costumava manter sempre a compostura, e quando saía do controle, o resultado era simplesmente devastador. A força e a ira habitavam em seus braços e sua mente parecia paralisada em algum evento do passado. Seus olhos transpareciam o nada, mas na verdade, era muito mais lúcido do que o julgavam seus pacientes.

– Ora, ora, ora – ele limpava as mãos com um pano encardido, enquanto puxava duas cadeiras do “consultório”. – A que devo a honra, Raina? E quem são seus amigos? – ele perguntava num misto de curiosidade e ambição.

– Estes são Ian Quinn, daquela empresa rica e este é...

– Permita-me que eu me apresente. – o homem tirou sua capa e estendeu seu cetro que brilhou como uma joia azulada resplandecente no meio daquela escuridão úmida. – Eu sou Loki, de Asgard. Filho de Odin. Vim de muito longe para que pudéssemos negociar e sua cooperação seria muito apreciada por Asgard.

– O que querem comigo? E como pretendem pagar por isso?

– É simples, Cal. – Raina tirou uma foto do bolso e entrou a ele. – Encontramos sua filha.

O homem se apossou da foto e a segurou, seus dedos ainda estavam sujos de sangue. Ele observava cada traço da garota. Aqueles olhos, o cabelo... Ele podia ver sua falecida mulher naquele rosto fino e delicado. Não pôde segurar por muito tempo.

– O que querem em troca dela? – ele levantou-se subitamente, caminhando em direção aos três.

– Uou, uou! Calminha aí, doutor. Não falamos nada ainda. – Quinn apressou-se em falar. – Queremos que nos ajude a fazer fortuna.

– Você já é rico demais.

– O que nosso amigo quis dizer, é – Raina cortou, percebendo quão limitada era a mente de seu parceiro. – Você sabe algo que realmente nos interessa. Um caminho, mais precisamente.

– Seja mais específica! – Cal pediu, sem muita paciência.

– Antes de Garrett desaparecer... Ele me mostrou algo. Ele recebeu uma visão. E eu estou nela, Doutor.

– Que visão?

– De um mundo novo. – Raina pronunciou pausadamente. – E você sabe disso. Sua esposa Xiao Chen sabia disso, não?

– Não toque no nome dela! – ele se enfureceu.

– Calminha, Cal. Só quero retribuir o que você fez por mim. Você me encontrou. E agora estou dando a chance de você reencontrar sua filha.

– Vou perguntar uma última vez antes de perder completamente a paciência. O que você quer?

– Nós sabemos sobre o Artefato – Loki falou dessa vez. – Aquele que apenas alguns tem o direito de tocar. Não sei como o chamam aqui, mas aquilo é a chave para um outro Reino.

– Eu sei – Cal respondeu sem muita animação. – Um lugar para pessoas como minha mulher e filha.

– Attilan. – Loki continuou. – Este é exatamente o lugar.

– E você não pode entrar lá. – Cal concluiu. – Você não é digno, não é mesmo?

– Não. – Loki confirmou. – Eu venho de outra linhagem. Nem mesmo meu poder poderia burlar o código que dá acesso à cidade.

– Então você não pode tocar no Divinador.

– Não.

– Mas Raina pode. – Cal completou.

– Exatamente. – a mulher do vestido florido sorriu para os demais. – Diga-me como conseguir o artefato e eu farei uma visitinha ao meu verdadeiro lar. Preciso de algo que está lá para cumprir um acordo que fiz com este cavalheiro. – ela apontou para Loki, que sorriu cinicamente. – E quando o Divinador estiver sobre o meu domínio... Trarei sua filha para testemunhar esse momento glorioso. Quem sabe nós possamos até ir juntas para Attilan.

– E eu conhecerei minha filha.

– Isso mesmo. E todo mundo sai ganhando. – Ian Quinn completou.

– Bem... Onde eu assino?


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Notas finais do capítulo

AAh!! Amei escrever esse capítulo... Tem muito por onde andar a partir dele...

Obrigada a tod@s que estão curtindo a fic. Vocês são um grande incentivo para mim, de verdade.

P.S.: Amanhã seria dia de AoS né? Mas vamos esperar até Março e olha que coisa boa... Daqui a 8 dias começa Agent Carter!! Yeah!!!

#Itsallconnected #StandWithSHIELD!



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