A Ordem dos Nove Reinos - Agents of S.H.I.E.L.D escrita por Jessyhmary


Capítulo 13
O Lugar Certo


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Desculpem a demora, aqui estamos com mais um capítulo! :)
Espero que curtam!

#BoaLeitura :)



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– Coulson, Coulson! – Skye ainda cruzara com May na saída, antes de entrar na sala do chefe. – Aqui está o que me pediu – a garota estava um pouco ofegante, segurando o enorme arquivo que ficara de avaliar. – Tomei a liberdade para destacar alguns cadetes.

Tomou a liberdade? – o chefe recolheu o arquivo e deu uma leve folheada. – Eu te dei essa permissão, Skye. Você é uma agente da S.H.I.E.L.D. Não se esqueça disso.

A garota sorriu triunfante, enquanto adentrava a sala e sentava-se no sofá. Coulson estava um pouco distante, aquele não era exatamente um dia tranquilo para a equipe. Seus pensamentos se dispersavam entre Sammy, Hill e inevitavelmente, Melinda May.

Hello? Tem alguém aí dentro? – Skye sacudia a mão na frente dos olhos dele, esperando obter alguma reação da parte do chefe.

– Desculpe, Skye – ele piscava os olhos, antes de olhar para ela. – O que dizia?

– Eu dizia: “Hello, tem alguém aí dentro?” – ela respondeu, arregalando os olhos. – Em que mundo você tá? Em Asgard?

– Mais ou menos.

Ela observou o olhar de Phil, enquanto ele abandonava o arquivo em cima da mesa e abria a gaveta para admirar o Corvette em miniatura. Coulson o pegou em suas mãos e girou o carrinho, como se suas lembranças aflorassem repentinamente. Skye apenas arqueou uma das sobrancelhas, afundando mais ainda no sofá em que estava. Ele estava pedindo para que ela lhe interrogasse. No fundo, era isso que Phil precisava para aliviar sua tensão naquele momento. Conversar com Skye.

– Você ama essas coisas velhas – ela comentou, como se não esperasse resposta. – Às vezes eu me pergunto o porquê.

Coulson deixou as palavras percorrerem o seu cérebro. Ela conseguia sentir o que se passava em sua alma de algum modo. Sabia quando o chefe precisava simplesmente ouvi-la ou contar uma história qualquer. Ele já sabia o que responderia, mas ficou calado por um tempo. Skye apenas o encarava, esperando que ele falasse alguma coisa.

– No meu tempo as coisas eram mais simples. Dávamos valor às pequenas coisas.

– Não tem nada de simples em uma miniatura que deve ter custado os olhos da cara.

Coulson sorriu. Sabia que ela comentaria alguma coisa do tipo.

– A simplicidade não está no preço da peça, Skye. Está no valor dos momentos. Antiguidades me trazem boas lembranças. Acho que por entenderem o valor dos bons momentos, as pessoas que vendem essas coisas atribuíram o valor que achavam que elas valiam. Mas na verdade elas valem muito mais do que isso.

– E eu posso saber em que momento tão valioso você ganhou essa miniatura?

Ele sorriu. Conhecendo a Skye, ela não aguentaria a curiosidade.

Isso é confidencial.

– Ah não, Coulson! – ela não se conformou. Obviamente. – Se você fez toda essa enrolação você vai me contar essa história.

– Coulson – a voz de May veio seguida de duas batidas na porta. – Falei com a Hill. Ela já está mais calma e planejando tudo com os agentes que sobraram na Central. Contactei Tripplet e Shaw que estavam na conferência em Toronto, eles já estão pegando um voo para Washington. Tudo está correndo bem e dentro do tempo previsto.

Ele processou todas as informações de uma vez e deu um sorriso para a piloto.

– Bom trabalho, May. Obrigada.

– Com licença – ela respondeu também com sorriso. – Preciso orientar a equipe de apoio tático. Quando Shaw e Trip chegarem, já estaremos com um plano de intervenção.

– Tudo bem.

Ela retirou-se da sala, sem nem mesmo falar com Skye e a garota jogou os braços para o ar quando ela desapareceu pelo corredor, se perguntando se havia feito algo de errado para merecer aquele tratamento.

– Poxa, um “Olá Skye” não ia machucar, ia? – ela falou com desgosto.

– May está compenetrada em ajudar a Hill, Skye. Mais do que uma missão comum, é a vida de um ente muito querido da comandante dessa organização. Melinda conhece Maria e sabe como ela fica instável quando mexem no nome de Samantha.

– Tudo bem, eu tinha acabado de vê-la no corredor mesmo – ela divagou. – Mas deixa ver se eu entendi. Essa Samantha é irmã adotiva da Hill?

– Não adotiva. Tudo aconteceu quando Sam fugiu da casa dos pais para a fazenda onde Maria morava com seu pai, Thomas Hill.

– E quem são os pais dela?

– Samantha nunca revelou para ninguém. Ela dizia que essa era uma parte da sua vida que ela queria esquecer, então, Maria respeitou sua posição e eles a acolheram em casa.

– Que lindo... A Hill tem coração. – Skye brincou e Phil permaneceu sério.

Você não imagina o quanto.



* Massachusetts, treze anos atrás.



A bela jovem de olhos claros apoiava os dois braços na janela enferrujada e seu queixo repousava no cruzamento de suas mãos enquanto arfava, deixando o cansaço sair de seus pulmões. Uma casa tão grande e isolada não era o melhor lugar para uma mulher do seu tipo gastar o dia , então ela treinava em um pequeno espaço no celeiro de seu pai. Alguns ferros, sacos de feno e uma tímida estrutura de treinamento. Maria Hill havia acabado de voltar para casa.

Havia entrado na Academia de Operações há pouco mais de um ano e desde que seu pai havia ficado doente, ela se sacrificava tanto quanto podia para estar em dois lugares ao mesmo tempo, ainda que Thomas insistisse que aquilo não era necessário. Maria era dedicada no treinamento, tão concentrada que chegava a ser estranho. A jovem perdera a mãe logo aos oito anos de idade quando Joanna descobriu que estava com um câncer incurável. Em questão de meses ela definhou e num belo dia de visita ao hospital, Maria encontrou a mãe morta no leito. A pequena então fechou o seu coração para as pessoas, mas encheu-se de uma determinação incalculável. Cresceu fria e calculista, mas tinha um desejo de proteger as pessoas. E bem, ela estava no lugar certo.

Naquele dia depois do treino, a garota foi até a janela para refrescar-se quando viu se aproximar o carro do pai. Ela pegou sua garrafa de água e lavou o rosto, pegando uma toalha e seguindo para a frente da casa a fim de espera-lo. Não demorou muito para que ela notasse uma segunda pessoa dentro do carro. Ao lado de seu pai, uma garota de aparentemente dezessete anos exibia seus longos cabelos cacheados num tom resplandecente como o sol. Maria franziu a testa e caminhou em direção ao carro, tentando reconhecer a figura que estava a sua frente, mas nada chegava à memória.

– Oi papai – ela aproximou-se o suficiente para ajuda-lo a caminhar ate a porta. – O senhor não demorou muito hoje. – ela disse, encarando a garota que estava com o rosto vermelho e um pouco inchado.

– Não, filha. A visita ao senhor Strucker foi muito breve hoje.

– E... Quem é essa daí? – ela perguntou sem maldade, apenas sem cerimônias.

– Meu nome é Samantha. – ela disse timidamente.

Hill não costumava gostar das pessoas de imediato. Com Samantha, no entanto, as coisas foram bem diferentes. A loira estendeu uma das mãos para Maria e tentou sorrir, mesmo com a expressão de dor que estava estampada na sua face. Hill olhou em seus olhos e encontrou um vazio. O mesmo vazio que ela mesma adquirira quando perdeu a mãe. Aquela garota estava realmente com problemas.

– Eu sou a Maria. Maria Hill.

Eu sou só Samantha. – ela falou mais baixo, como se seu tom de voz pudesse escondê-la de alguma coisa.

– E a sua... Família? – Hill arriscou.

– Eu não tenho família. – ela disse, sem evitar uma nova lágrima. – Seu pai teve a generosidade de me tirar daquela casa estranha, com gente estranha. Eu não conheço aquela gente, eles me levaram para lá e me obrigavam a fazer coisas pra eles e eu não... Eu não quero nunca mais...

Hill interrompeu o desespero dela com um abraço. Samantha apenas falava aquilo soluçando, tropeçando em suas lágrimas e em suas palavras. Estava sendo doloroso demais para Maria vê-la desmanchar-se na sua frente, então ela simplesmente a abraçou e deixou que a garota chorasse.

– Não precisa explicar nada, okay? – Hill a abraçava, tentando fazê-la se sentir melhor. – Nós vamos te ajudar. Não se preocupe.

A garota permaneceu chorando e Thomas sorriu ao ver a filha demonstrando novamente algum traço de amor que não fosse com ele. “Essa garota trará de volta a minha Maria.” Pensava, enquanto assistia as duas num abraço demorado.

– Obrigada. – Samantha limpou as lágrimas e respirou fundo. – E me desculpe por...

– Não precisa se desculpar. A vida não tem sido fácil pra mim, também. Eu sei como se sente, acredite. – ela falou compassiva, fazendo a garota sorrir levemente. – Quantos anos você tem?

– Fiz dezessete duas semanas atrás. – Sam respondia, acostumando-se àquela nova relação. – E você?

– Dezoito.

Elas sorriram uma para outra e Thomas as chamou para entrarem.

– Eu fiz panquecas para o almoço, pai. – Hill respondia, animada.

– Panquecas para o almoço? – ele estranhou. – Tudo bem então. Você, gosta de panquecas?

– Gosto sim. – Samantha respondeu, observando cada detalhe da nova casa. – É o meu prato predileto.

– Então vocês duas vão dar é certo! – ele sorriu enquanto Hill retirava os pratos do armário. – Essa garota é louca por panquecas!

– Pai! – Hill reclamou, sorrindo para os dois. – Mas hoje é sábado!

– Tudo bem, contanto que todos se alimentem, isso é o que importa. – ele disse por fim.

– Samantha, quer conhecer onde eu treino? Eu tenho uma pequena academia no celeiro! Eu posso te ensinar algumas coisas, se você quiser, é claro. – Hill se ofereceu.

– Claro! Quero sim! – ela respondeu animada.

– Garotas, nada de trabalho na mesa.

As duas se entreolharam e sorriram.

– Muito obrigada. Eu nunca esquecerei o que estão fazendo por mim. – Sam comentou antes de começar a servir-se.

– Não há o que agradecer. A casa é enorme e só tem nós dois... Fico feliz por ganhar uma irmã mais nova. Eu sempre quis ter uma irmã mais nova.

– E agora eu tenho duas meninas lindas dentro de casa – Thomas respondeu, dando uma mordida na sua panqueca. – Nossa, estão ótimas, Maria! – ele elogiou.

– Sempre estão, papai! – Hill devolveu, convencida.

Os três sorriam enquanto conversavam sobre qualquer coisa na mesa do almoço.


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Notas finais do capítulo

Tão fofi esse momento #Samria *__* rs

— O que acharam?

#itsallconnected #StandWithSHIELD