Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 2
Assustada




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Eu estava assustada, verdadeiramente assustada. Apavorada seria a palavra mais apropriada para descrever como me sentia. Todas as pessoas que eu mais amo no mundo estão em perigo, em risco de morrerem. E de quem é a culpa? Quem provocou esta situação? Eu. Eu serei a culpada da morte deles, eu serei a culpada por eles perderem o amor das suas vidas, eu serei a culpada da separação da nossa família, caso sobrevivesse alguém. E eu serei a culpada se os lobos não voltarem para as suas casas, para as suas famílias, para as suas impressões… Impressão.


Esta palavra fez-me lembrar dele, o meu Jacob. Eu tinha-lhe pedido para não lutar hoje, para ficar comigo, mas claro, ele, sendo o Jacob, não podia ficar de fora numa luta. Mas eu tinha medo, medo que ele não voltasse para mim, medo que ele se magoasse, que algum vampiro o matasse. Só o pensamento dele ferido me magoava, como se me estivessem a magoar a mim, como se fosse a minha vida que eles tirariam. E, de certa forma, era. Eu recusaria viver sem ele, era simplesmente inconcebível a ideia de viver num mundo onde ele não existia.


Senti que alguém se aproximava, mas não me levantei, não me mexi um milímetro. Estava a fazer birra, sabia disso, e também sabia que estavam todos a lutar pela minha segurança, pela minha vida e pela minha felicidade, mas não podia deixar de me sentir excluída. Afinal, eu era quase tão forte como um verdadeiro vampiro, porque é que não posso lutar? Cambada de vampiros super protectores!


- Sabes que é para o teu bem, Nessie. – Assustei-me. Tinha-me esquecido de que alguém se aproximava da minha tenda. Sim, eu estava numa tenda, no meio de uma montanha, bem longe da clareira onde se ia travar a luta contra os Volturi, e, para que estes não sentissem o meu cheiro, eu tinha sido trazida para aqui pelo Seth. O meu objectivo até a luta acabar? Ficar aqui sozinha – bem, não completamente, eu ia ficar com o Collin, mas ele ia estar na sua forma de lobo, por isso não iria ser uma grande companhia – à espera que os Volturi se fossem embora para depois ir recolher os restos mortais da minha família e dos meus amigos.


- E tu sabes que eu já não sou nenhuma criança, pai, eu sei-me defender! – Protestei, apesar de o meu pai já saber os meus argumentos de cor e salteado – Além disso, achas que eu quero ficar aqui sozinha enquanto vocês morrem todos? – Eu disse a ultima parte mais para mim do que para ele, num sussurro.


Em menos de um milissegundo, o meu pai já estava ao meu lado (o que não era muito difícil, visto que a tenda onde estávamos era minúscula), e eu vi-me envolvida pelos seus braços de mármore gelados. O meu pai sabia sempre confortar-me, fazer-me sentir melhor, apesar de nem sempre concordar com as minhas acções. Senti lágrimas quentes escorrerem-me pela face e agarrei-me ainda mais ao meu pai, que me abraçou ainda mais forte.


- Ninguém vai morrer hoje, querida. – Tranquilizou-me – Pelo menos não do nosso lado. Além disso, sabes que vamos tentar chamá-los à razão, vamos tentar tudo por tudo para que não haja uma luta.


Bufei, irritada. Pai, ainda estamos a falar dos Volturi, não estamos? Sabes, aquela família de vampiros que vive em Itália e que tem o dom de nos perturbar e que me queria matar quando eu nasci? Pensei, sabendo que o meu pai iria ouvir-me.


- Eu prometo que vai correr tudo bem, meu amor. – Disse ele, com tanta segurança que eu quase acreditei. Eu queria acreditar, queria acreditar que, logo à tarde, a minha família estaria toda junta, a contar-me todos os pormenores da luta, e estaríamos todos a celebrar a vitória e o meu pai iria dizer-me que os Volturi nunca mais nos iriam incomodar e assustar; queria acreditar que muito brevemente o meu Jacob estaria nos meus braços outra vez, sem as preocupações do confronto; que os meus amigos Quileute estariam todos sãos e salvos junto das suas famílias. Mas uma parte de mim parecia saber, pressentir, que alguma coisa não ia correr bem, que ia acontecer algo mau, algo muito mau, como um aperto no meu coração, que se prolongava por todo o meu corpo, consumindo-me.


Ficámos assim durante o que me pareceu uma eternidade, eu nos braços do meu pai, tentando acalmar-me - o que era ridículo, porque o meu pai é que estava prestes a morrer e estava muito calmo e eu, que ia ficar aqui em segurança é que estava como se fosse para a forca -, e ele a cantar-me uma música de embalar.


Quando estava quase a render-me à calma e ao sono, ouvi alguém a falar e um cheiro muito familiar e agradável encheu-me as narinas. Levantei-me bruscamente do colo do meu pai e saí pela tenda a correr, atirando-me para os braços do meu Jacob com tanta força quanto tinha. Abracei-o forte, o meu coração batia a mil. Recomecei a chorar, abraçada a ele, que tinha parado de andar e agora estava parado comigo ao colo no meio da floresta.


- Shh amor, o que se passa? – Disse ele, afagando-me o cabelo e sussurrando ao meu ouvido. Eu abracei-o com mais força e levei a minha mão direita à bochecha dele, mostrando-lhe em que é que estava a pensar. Eu não quero que me deixes.


Por esta altura, ele tinha voltado a andar e, quando parou outra vez, eu sabia que tínhamos chegado à tenda. Ele pôs-me no chão - o meu corpo ressentiu-se com a distância do corpo dele –, levantou-me o queixo com uma mão, fazendo-me olhá-lo directamente nos olhos, o que trouxe mais lágrimas aos meus olhos, lágrimas que ele secou carinhosamente com o dedo, e disse:


- Isso nunca vai acontecer, meu amor, nunca. – Mais lágrimas escaparam dos meus olhos à medida que ele se inclinava lentamente para me beijar, mantendo contacto visual entre nós. Eu fechei os olhos um segundo antes de sentir os seus lábios quentes nos meus, tão suaves, delicados. A mão dele largou o meu queixo, e os meus braços voaram para o seu pescoço, puxando-o mais para mim, aprofundando o beijo. Os seus braços rodearam-me e percorreram as minhas costas, puxando-me para mais perto, colando os nossos corpos. O beijo, que tinha começado doce e delicado, tinha-se tornado urgente, necessitado. A língua dele invadia a minha boca, explorando cada recanto, cada milímetro, como se quisesse guardá-la na memória. Eu gemia na boca dele, querendo mais, precisando de mais. Eu precisava dele, tanto. Precisava de senti-lo, de tê-lo, para saber que tudo ia correr bem, que ele ia voltar para mim.


Infelizmente, tanto ele como eu precisamos de ar, e, por isso, tudo acabou cedo demais. Os lábios dele afastaram-se dos meus, tão lentamente quanto se tinham aproximado. Ele abraçou-me outra vez, e beijou-me no cimo da cabeça. Amo-te, sussurrei, baixo o suficiente para só ele ouvir, contra o seu peito nu e quente.


- Eu também te amo, Ness, mais do que a minha própria vida. – Sorri e olhei para cima, para os olhos dele. Ele também me olhava, e, quando me viu sorrir, sorriu o meu sorriso preferido, aquele sorriso que me fazia sorrir sempre que estava triste, aquele sorriso que fazia o meu dia sempre que o via, que era impossível não amar, aquele sorriso tão Jake.


- Então fica aqui comigo. – Disse, baixinho, já sabendo a resposta àquele pedido. Mas eu não podia evitar, eu amava-o demasiado para o deixar ir sem uma luta. Eu sabia que, se ele fosse, ele não ia voltar para mim, eu sabia que ia acontecer algo mau, eu sabia.


- Ness… - Ele começou, mas eu interrompi-o.


- Por favor, Jake, por favor, por mim. Fica, fica comigo meu amor, fica. – Eu disse, rápido, engasgando-me entre soluços e palavras. Senti os braços quentes dele envolverem-me pela terceira vez desde que ele tinha chegado, mas afastei-o. – Por favor…


- Eu vou ficar sempre contigo, Ness, sempre.


- Eu estava a referir-me a agora, aqui na tenda, durante a luta. – Eu disse, devagar, escolhendo as palavras com cuidado.


- Vem cá, amor. – Estendeu-me uma mão, que eu aceitei prontamente. Ele sentou-se no chão, perto da tenda, e eu notei que estávamos sozinhos. Sentei-me entre as pernas dele, sendo abraçada por ele logo de seguida. – Tu sabes que eu não posso ficar, Ness. Não é justo estarem todos a lutar por ti e eu ficar aqui. Eu preciso de ir, preciso de lutar, por ti, amor, por mim.


Suspirei, derrotada. Eu sabia que não o conseguiria convencer a ficar, sabia que não o conseguiria demover das suas convicções. Já tínhamos tido aquela conversa antes e ele tinha dito exactamente a mesma coisa. Mesmo assim, decidi tentar uma última vez, desesperada.


- E se eu não quiser que lutes por mim? E se eu quiser que fiques comigo? Eu preciso de ti aqui comigo Jacob, preciso.


Agora foi a vez de ele suspirar. Virou-me para si, segurou-me o rosto com as mãos e disse:


- Renesmee, eu amo-te mais do que tudo nesta vida. Sempre amei e vou amar sempre. Por favor amor, não me peças isto, não me peças para ficar. Eu preciso de fazer isto, por mim e por ti. Preciso de acabar com aquelas sanguessugas que te tentaram magoar, meu amor, preciso de te proteger. Eu prometo que, depois de hoje, eu não saio de ao pé de ti, Ness. Prometo.


Derrotada, revirei os olhos para que ele percebesse, caso ainda não estivesse totalmente claro na minha cara, que eu não concordava nada com aquela ideia.


- Está bem. – Disse – Mas preciso que me prometas mais uma coisa antes de ires.


- O quê? – Perguntou, com uma sobrancelha arqueada, a medo.


Eu pus-me de joelhos, aproximei-me dele, tentando ser sedutora, e beijei-lhe o pescoço, demoradamente, desde os ombros até ao ouvido. Mordi-lhe o lóbulo da orelha e ele gemeu.


- Promete que fazes amor comigo antes de ires embora. – Sussurrei no ouvido dele.


            Afastei-me, à espera da resposta. Tinha medo que ele me rejeitasse, estava insegura. Ele não disse nada, e, quando eu comecei a pensar que ele ia dizer que não, ele puxou-me para perto de si e beijou-me, forte, intensamente. Era um sim.


Ele levantou-se, pegou-me ao colo e andou até à tenda. Entrámos, e ele deitou-me no saco cama. Deitou-se por cima de mim, e eu gemi ao sentir o corpo dele pressionar o meu, colado ao meu. Automaticamente, capturei os seus lábios, num beijo urgente, quase violento. Ambos tínhamos a noção que esta poderia ser a última vez que estaríamos juntos, a última vez que nos poderíamos entregar um ao outro. As minhas mãos estavam na nuca dele, puxando-o mais para mim, as mãos dele estavam nas minhas pernas, enroladas na sua cintura. Continuamos assim, a beijar-nos, até que senti as mãos dele a puxarem a minha camisola, tentando tirá-la. Permiti-me separar-me dos seus lábios apenas o tempo suficiente para a tirar, voltando a beijá-lo logo de seguida, automaticamente. Ele riu, voltando a separar as nossas bocas para beijar toda a extensão do meu pescoço, passando depois a beijar os meus seios, arrancando vários gemidos de mim, depois a minha barriga. Quando não aguentei mais, puxei-o para mim novamente, esmagando os meus lábios nos dele.


Gemi longamente quando o senti dentro de mim, forte, intenso. Era sempre assim quando fazíamos amor, eu era invadida por uma onda de sensações e emoções que me deixavam simplesmente atordoada. Ele fazia-me sentir viva, especial, única. E eu não sabia se conseguia abrir mão de tudo o que tínhamos e viver sem ele.


Olhei-o nos olhos, e nesse momento tive a resposta à minha pergunta. Não, eu não conseguiria viver sem ele, nunca num milhão de anos.


Depois de momentos em silêncio, Jacob falou:


- Quando eu voltar, nós vamos definitivamente fazer uma repetição disto em casa!


Eu ri, só ele para me fazer rir numa hora destas. Eu sabia que ele estava apenas a tentar distrair-me, a tentar com que eu não pensasse que ele teria de ir embora dentro de instantes e que poderia nunca mais voltar. Tentei parecer calma e descontraída.


- Então é bom que voltes depressa. – Disse rindo, e beijei-o. – Amo-te, Jacob.


- Amo-te, Ness. Para sempre.


Ouvimos um uivo perto da tenda, e ambos ficámos tensos. Tinha chegado a hora, era agora que eu e o meu Jacob nos tínhamos de separar. Abracei-o com força, enterrando a cabeça na curva do seu pescoço, e beijei-o. Ele apertou-me contra ele durante um segundo, e depois afastou-se, levantando-se e vestindo-se rapidamente.


- Bem, até já Ness. – Disse, baixando-se. Beijou-me rapidamente nos lábios e saiu da tenda. Antes de sair, eu pude ver os seus lindos olhos negros marejados de lágrimas. Senti um aperto no coração – o meu Jacob estava a sofrer. Ao mesmo tempo, um sentimento de perda e pavor tomaram conta do meu ser, tudo em mim era medo, terror.


Cobri-me com um cobertor e abri o fecho da tenda, mesmo a tempo de vê-lo afastar-se para a floresta e transformar-se no grande lobo castanho-avermelhado que eu tanto amava.


            - Adeus, Jacob. Adeus, meu amor.             


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Notas finais do capítulo

o primeiro capitulo muito dramático, mas espero que gostem
comentem muito e obrigado a todos os que comentaram é muito importante as vossas reviews para mim.

beijos,
R.Cullen



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