Em Meus Olhos escrita por Gabriel Golden Fox


Capítulo 9
Um teste de coragem


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito, mas eu fiquei sem internet por um tempo. Mas aqui está um capítulo cheio de ação e tensão pra vocês!

Música para a leitura: "Blood Hands" - Royal Blood



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– Pessoal, será que eu posso roubar o Lucas um instante? – disse Robson, bem educado.

Eu estava me enturmando com alguns garotos, falando de como descobrimos nossos poderes. Eles fizeram que sim com a cabeça, e eu andei até ele.

– O que foi? – perguntei, suspeitando de algo que eu nem sabia o que era... Sou muito desconfiado.

– Precisa ir pra casa. Vai dar 22 horas no Brasil e você está aqui, em uma cidade subterrânea na Turquia e sua mãe não sabe disso. Ah, e você tem que prometer não dizer nada sobre esse lugar para ela, nem que esteve aqui. Diga apenas que eu teletransportei você para uma floresta do Japão, ou qualquer coisa do gênero, entendeu? – ele disse pra mim, quase sussurrando. Eu faço que sim com a cabeça. Eu entendo os motivos dele. Minha mãe teria feito um chilique se eu disse que eu fui numa cidade noturna da Turquia no meio do Black Out na cidade... E que quem me levou lá foi meu próprio pai! Melhor notícia de todas para qualquer mãe!

– Posso ao menos dizer que estava com você?

E de repente, ele me abraça. Ah, lá vamos nós de novo! ZOOM! Teletransporte! Nem consigo fechar os olhos desta vez. O ambiente de terroso foi para o branco da minha sala em menos de um segundo!

– Pode ao menos avisar a próxima que for fazer essa “coisa”, por favor? – eu disse com raiva.

– Desculpe, eu já estou acostumado a fazer isso com todos.

Ele ficou magoado. Eu comecei a ficar chateado comigo mesmo agora. Não precisava falar daquele jeito com ele...

– O quão longe você pode ir? – eu perguntei, pra me redimir.

– Acho que eu sou capaz de ir para qualquer país. Desde que ele esteja aqui, neste planeta, neste mundo! – ele brincou. Dou um sorriso. E minha mãe, subitamente, apareceu à porta do seu quarto. E no mesmo instante, eu sinto um vento atrás de mim. Ele se foi.

– Lucas? Chegou mais cedo – ela disse.

Geralmente, por estudar a noite, as aulas desse período acabam às 22h50min. Mas por morar longe da escola, eu chego em casa quase dando meia-noite.

– Sim, teve black-out na escola de novo. Deve ser alguns marmanjos que estão apagando a luz do local para poderem assaltar os desatentos... Muita gente fica com o celular ligado e pra cima para poder enxergar.

– Hum, sei! E cadê sua mochila?! – ela perguntou.

Droga! Eu deixei na Toca! O que eu iria falar pra ela?! Ah, já sei!

– Nossa! Eu devo ter esquecido no meio da multidão! – eu disse meio nervoso, mas tentando ao máximo que ela não descobrisse. De repente...

– Ah, Lucas! Você esqueceu sua mochila na Toca... Oi Maria... – meu pai apareceu do meu lado do nada e logo ficou constrangido quando a viu.

– Olá, Robson. Estou muito bem... E que história é essa de Toca, Lucas? Robson? – minha mãe disse, inicialmente em choque com a chegada de Robson e depois brava com o assunto da toca. A primeira coisa que eu fiz foi:

– Bem, vocês devem ter muita “roupa suja pra lavar” ou muitas “cartas para coloca na mesa”, então deixarei os adultos, então boa noite... – eu dizia em tom sarcástico enquanto pegava a mochila da mão de Robson e me dirigia até meu quarto. Mas...

– LUCAS CANDOR, PARADO AGORA! – minha mãe gritou furiosa de repente! Eu parei na mesma hora.

– Maria, eu sei que você está furiosa no momento, mas... – meu “pai” nem teve chance de dizer.

– Furiosa é até pouco! Como você o leva pra esse lugar sem eu saber? E por você não me disse nada? – ela disse olhando pra mim.

– Eu o levei assim que faltou luz na escola. Teletransportei ele para a Turquia...

Nossa, ele disse a palavra Turquia! Agora fodeu tudo!

– Turquia? O que você ai fazer agora? Traficar meu filho e outros garotos para lá?! – ela disse, com sangue nos olhos! Aí eu tive que defender Robson.

– Mãe, eu acho que você assistiu a novela “Salve Jorge” demais! E depois, não esqueça que eu não sou tão indefeso assim... Nem mesmo esse cara.

– Bem, esse cara aí é o seu pai. Que no dia seguinte desapareceu, e eu tive que te criar sozinha!

– Ô, drama! – eu disse sem conseguir evitar revirar os olhos – Podemos não falar nisso?! Mãe, eu fui resgatado por uma garota com poderes como eu. Ela estava para me levar junto dele. Ele queria me mostrar um lugar que tivesse pessoas como eu. E eu me senti tão bem lá, mãe! Tem uma biblioteca gigantesca, parece que foi feita para mim! Estava seguro. Eu me sentia seguro. E tinham pessoas assim como eu, com poderes e tudo mais. Depois ele me trouxe pra cá. Eu estou bem...

Eles me encaravam enquanto eu falava. Depois se entre olharam. Foi uma daquelas conversas telepáticas com os olhos, manja? Então minha mãe me olhou de novo.

– Acha que vai estar seguro com esse cara? – ela disse séria.

Confirmei com a cabeça.

– Maria. Posso falar com você um pouquinho? Sozinhos? – Ele disse pra ela.
E antes que eu pudesse mesmo poder dar um passo para o quarto, ele colocou a mão direita no ombro dela e ZOOM! Se teletransportaram para algum lugar. O que eu fiz? Bem, eu simplesmente fui para o meu quarto e dormi.

Quando acordei, achei estranho o silêncio em casa. Geralmente a televisão estaria ligada. Era meio-dia. Fico acordando nesse horário desde que comecei a estudar de noite. Normalmente minha mãe está na cozinha preparando um almoço gostoso pra mim. Mas desta vez acordei com todos os móveis da casa estavam revirados e destruídos. Pedaços de móveis da sala na cozinha e coisas da área de serviço na sala. A primeira coisa que eu pensei foi que alguém invadiu a casa e destruiu tudo, mas pensando bem, minha mãe trancava tudo em casa, então seria meio difícil essa possibilidade. Sem falar que eu teria acordado com tudo aquilo. Foi quando olhei para cima: TINHA UM BURACO GIGANTESCO NO TELHADO! Tinha até uns pardais piando em volta. O espanto foi tão grande que eu acabei pisando num caco de vidro. Era de um copo ou sei lá. Fui tentar ver o que ainda não estava destruído e para minha surpresa as coisas que sumiram foram: a televisão, a máquina de lavar roupa, o fogão, o microondas, a privada (?), a geladeira, as facas e o sofá da sala. Tirando essas coisas, tudo estava em casa. Em cacos, pedaços e fiapos, mas estavam ali. Tinham coisas que até estavam queimadas. Nenhum objeto saiu ileso.

E depois de um bom tempo, olhei para meu quarto e quem diria: as páginas dos meus livros estavam parecendo confete pelo chão, minha porta sumiu, minhas roupas rasgadas e meu computador, assim como minha cama, foi quebrado ao meio. Comecei a chorar. A chorar muito. A infância de uma criança reservada em casa foi destruída. Meus amigos literários foram dizimados por alguém ou alguma coisa. E sem falar da minha janela, que agora era uma cratera. Comecei a gritar:

– MÃE! MÃE! MÃE! CADÊ VOCÊ?!

Nada! Minha mãe não estava em casa. Fui no quarto dela e assim como a porta, a cama dela não estava mais ali. Comecei a chorar mais ainda. De repente BOOM! Sinto um forte tremor no chão como se fosse um terremoto que quase me fez cair! Olho para todos os lados com o corpo todo trêmulo de medo e pânico. Outro tremor, muito mais forte e mais alto desta vez, fez com que eu caísse. Estava desesperado. O que estava provocando aquilo? E foi então que eu me liguei: Por que ninguém está gritando? Onde estão as pessoas da vizinhança? Como que ninguém notaria aquilo? E mais uma vez, BOOOM! Um estrondo muito forte vez com que a casa inteira caísse aos pedaços como se uma granada tivesse sido explodida dentro de um castelo de areia. Dei um grito apavorado e na mesma hora, fechei meus olhos. QUE PORRA ESTAVA ACONTECENDO?! POR FAVOR, PARE!

Quando abro meus olhos e olho em volta, começo a perder o senso de realidade: Eu estava sendo sustentado apenas pelo chão da sala no ar. Não, melhor dizendo, EU ESTAVA NO CÉU SENDO SUSTENTADO APENAS PELO CHÃO DO SERIA MINHA SALA!

– Cada vez mais curioso... – eu digo para mim mesmo.

– Lucas! Me ajuda! – eu escuto a voz da minha mãe gritando. Espera aí, minha mãe?

Ela estava a uns cinco metros de distancia de mim, mas num pedestal que ia do chão até onde eu estava. No começo eu olho para ela com alívio de ela estar ali, mas assim como eu, ela estava apavorada, Na verdade, ela estava muito mais apavorada. Minha mãe sempre odiou altura. E ela iria cair, porque o pedestal dela estava se desmanchando. Na mesma hora eu pensei em correr até ela, mas onde eu pisaria? Eu tinha apenas aquele chão. Dei uma breve olhada para baixo. Seria uma queda de 900 metros. Mais alto que o Burj Khalifa. Comecei a contar: Três.

Dois.

Um.

Pulei e fui mergulhando na direção dela enquanto caímos. Eu estava firme como uma flecha, já ela girava, rodopiava e gritava de desespero como uma hélice de um helicóptero. Ela iria ter um treco quando visse o estado do cabelo quando chegasse ao chão... Fui tentando chegar mais perto dela e tentar agarrá-la, mas ela estava cada vez mais longe de mim, não sabia se alcançaria. Faltavam 800 metros e ela cada vez mais longe.

– Pense, Lucas. Pense... – eu disse para mim mesmo.

– LUCAS! SOCORRO! ME AJUDA! – gritou minha mãe, ainda girando e rodopiando no ar.

Então eu usei meus poderes: Estiquei meu braço como o Superman, abri minha mão e me concentrei em puxar minha mãe. Sentia meu olho esquerdo arder, mas ignorei na mesma hora. O que importava era resgatar minha mãe! Faltavam aproximadamente 750 metros.

– Vem! – eu gritei, visualizando minha mãe sendo puxada para minha direção como um ioiô. E assim foi feito! Ela veio até mim mais rápido do que cachorro faminto quando vê um osso de bisteca. Numa colisão violenta eu a abracei, como se fosse a última vez que a veria, que a abraçaria só desta vez. Comecei a chorar mais uma vez. Ela estava gritando mais baixo agora. Na verdade, se eu não fizesse algo logo, seria o nosso fim!

Comecei a pensar comigo mesmo enquanto caia. 500 metros! O que fazer? 450 metros! Pense em algo rápido, Lucas! Salve sua mãe! Salve a si mesmo! 300 metros! Garoto dá pra andar logo?! Você vai morrer, sabia?! 200 metros! Já sei! Meu campo de força! 100 metros! Se imagine numa bolha. Se sinta dentro dela. 44 metros. Foi aí que eu vi o campo de força em volta de nós, exatamente como uma bolha, só que indestrutível. 25 metros! Já dava para ver o chão. Estava na hora de confiar no meu poder. Fechei meus olhos, dei um beijo na minha mãe, que estava assustada com tudo aquilo acontecendo, disse que a amava e de repente... Sinto o impacto de uma bola de demolição sendo jogada com tudo numa altura de 900 metros nas minhas costas. Era libertador. Quando abro meus olhos, estou no meu quarto da Toca. Do meu lado estava Robson, meu pai, Jake retirando a mão lentamente da minha testa e minha mãe, com um olhar curioso que logo mudou para um de alívio. Então Jake disse, bem sorridente:

– Parabéns, Lucas. Você passou no nosso teste!


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi baseado nas simulações que a Tris de "Divergente" e "Insurgente" tem que passar durante o filme. Comentem e me digam o que acharam.



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