Acordei em um quarto de hospital, já estava claro, mas o Sol era ofuscado pelas cortinas, parecia um quarto de UTI, com aparelhagem por todo o lugar, no meu braço esquerdo estava recebendo soro. Sinto certo peso no meu braço direito, volto meu olhar para meu braço e vejo Clint sentado no banco ao lado da cama, com a cabeça deitada em meu braço e sua mão segurando a minha. Mecho minha mão involuntariamente e ele se meche, levantando a cabeça.

–Você acordou. –Ele diz se espreguiçando. –Está melhor?

–Eu acordei e pelo visto você também. –comento. –Eu acho que estou.

–Acho que você merece uma explicação.

Pego em sua mão e escuto um barulho na porta, Clint volta seu olhar para porta e eu me viro um homem de terno preto e meio calvo no centro da cabeça, adentra pela porta, ele tinha uma expressão simpática e já vinha com sorriso no rosto.

–Agente Barton. –Ele diz. –Bom saber que está bem.

–Como está o Brad?

–Apenas uma pata quebrada, mais vai ficar bem. –Clint solta um suspiro de alivio pelo seu Labrador estar bem. –Senhorita Audrey Rivers?

–Sim. –Respondo.

–Sua colega de apartamento foi contatada sobre seu acidente e estará aqui no horário de visita, seu estado de saúde é estável. Logo sairá daqui.

–Como sabe da minha “colega de apartamento”?

Ele dá um sorriso e volta seu olhar para Clint.

–Podemos ter uma conversa?

–Audrey - Clint se levanta. - Eu já volto.

–Tudo bem.

Os dois saem do quarto, eu estava um pouco confusa com o que estava acontecendo, devia ter uma pagina na internet falando de toda minha vida, para um desconhecido saber meu numero e o outro meu nome, saber que eu tenho uma colega de apartamento. Clint volta alguns minutos depois com uma bandeja de café da manhã.

–Talvez você odeie comida de hospital, mas os médicos mandaram.

–Eu acho que não é gosto. –Ele coloca a bandeja na mesinha da cama e se senta na poltrona. –O que foi aquilo?

Ele fica um pouco pensativo e se ajeita na cadeira como se estivesse incomodado e em seguida diz:

–Audrey, você esta se metendo em coisa muito pior do que a vida com um policial.

–Isso eu já notei. - digo. - mas estou disposta a riscar.

–É muita tarde para acabar com isso. –ele diz afogando seu rosto nas mãos e depois levanta seu olhar para mim. – Audrey eu sou um assassino profissional. -Fico boquiaberta e sem ter o que dizer, se eu não tivesse visto tudo o que vi, diria que era mentira, mas eu vi, tive provas o suficiente disso. - Trabalho para uma organização governamental que monitora ameaças em potencial.

–Ameaças em potencial?

–Como o homem que nos fez uma visita ontem.

–Isso é demais para minha cabeça.

Ele fica em silencio.

–Clint, o que acha que devo fazer agora?

Ele volta seu olhar para mim.

–Esquecer tudo o que houve. – ele responde. – e quando digo eu tudo inclui até a mim.

–Você já viu o tamanho do estrago que fez? É impossível.

–Nesse caso deve haver outra solução.

Pego na sua mão e ele continua a olhar para mim.

–Eu sei que sou um desastre, mas não saia da minha vida achando que vai torná-la melhor assim.

–Tenho certeza que eu tornaria.

–Para! –Exclamo. –Tudo o que menos quero agora é minha vida sem você.

–Vão acontecer outras coisas desse tipo e da próxima vez eu não vou conseguir evitar.

–Eu sei, mas eu confio em você. E sei que vai me proteger.

–Você é teimosa. – ele diz com um pequeno sorriso.

–Eu sei.

–Agora sei que ninguém mais vai mexer comigo em becos.

–Não mesmo.

O homem de terno preto entra novamente com algumas pastas de arquivos na mão.

–Achamos a Natasha, Hendriks está solto e aqui está sua missão. - Ele entrega dos arquivos á Clint.

–Quando começo?

–Agora, um jato está te esperando.

–Antes que eu vá, quero ter certeza que ela ficara bem.

–Ela vai ficar. - ele diz. - Dois Agentes ficaram na porta até que ela sai, e quando voltar para casa, ficará no prédio. O cachorro vai precisar de algum lugar.

Clint faz uma cara de preocupado.

–Posso ficar com ele se quiser.

–Mesmo?

–Eu gosto de cachorros.

Ele dá um sorriso.

–Então quando liberarem o cachorro o mandará para sua casa.

–O.K-digo.

–Barton, já está indo?

–Carona?

–Isso.

–Ta bom, me apenas dois minutos.

–O.K-Ele diz indo até a porta. –Boa recuperação Senhorita Rivers.

Ele sai antes que eu desse uma resposta.

–Obrigado Homem de Preto! –Exclamo.

Clint se levanta e vem até minha cama.

–Não se meta em confusão. –Ele diz.

–Não me meterei. –digo agarrando meu dedinho no seu. –Promessa de dedinho.

Ele ri.

–Isso é coisa de Alison.

–Eu sei. –Digo. –Volta vivo.

–Voltarei. –ele da um meio sorriso. –Isso aqui é simples.

Clint se abaixa e me dá um beijo na testa.

–Adeus, Clint.

–Adeus, Audrey.

Ele sai do quarto e sobra apenas eu e meus pensamentos.