Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 23
Silencie


Notas iniciais do capítulo

oooooooooooooi meu povo, cheguei. Aqui esta mais um capitulo para vocês, e espero que gostem por que eu sinceramente adorei escreve-lo, estou pensando na possibilidade de terminar a fic no capitulo 30 e ter mais um de bonus, mas é só uma possibilidade. Boa leitura e Beijo, só na esqueçam de comentar tbm (claro se puderem)



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Lembro-me de quando tinha 16 anos, contava estrelas com meu avô no Hawaii, era o céu mais lindo que já vi e o de Nova York nessa noite de outono estava praticamente igual, faltando algumas constelações, mas estava. Esse dia foi uma tremenda decepção, primeiro eu encontrei com ele no elevador e aquilo me deixou nervosa, ver Clint me deixava nervosa. Segundo, o projeto do novo reator não havia dado certo e eu já estava pressentindo que Tony já havia desistido de mim e terceiro eu tinha que ver ele com outra depois de quase um mês.

Observava as estrelas do Sky Garden, o jardim suspenso de Nova York, o qual eu invadi às duas da manhã e eu não estava com sono, há muito tempo não tinha sono como tinha antes, muita coisa havia mudado. Algumas luzes na cidade que nunca dormem se apagavam, mas o Sky Garden não, ele continuava aceso, como um presente para mim, parecia ser um enorme teatro ao ar livre, só que sem os atores e sem o público, apenas eu de figurante lá, era como se o mundo parasse e estivesse apenas eu em um lugar vazio. Em um mundo vazio. O mundo parou e só eu percebi?

A dor de cabeça. A velha amiga voltou com mais intensidade dessa vez, eu não agüentara o peso que ela provocou no meu crânio e afogo meu rosto em minhas mãos que estavam apoiadas com os cotovelos no joelho, gradativamente vou fechando os olhos e fazendo massagem nas têmporas.

...

“Tudo que eu conseguia era ficar deitada, havia chegado de mais um treinamento pesado e semana que vem faria parte de uma missão em campo, fazia duas semanas que eu não veria meus pais e estava me acostumando com essas condições, para mim não eram as piores do mundo. Estava trabalhando para um propósito, que era o de todos aqui.

Fecho meus olhos por alguns segundos tentando aliviar a dor, eu aprendi a controlar essa velha amiga. Escuto a porta se abrir, mas não abro os olhos, alguém se senta em minha cama e sinto uma mão acariciar meu tornozelo, era minha mãe.

–Você está bem? –Ela pergunta e eu abro os olhos. –Parece cansada.

–Eu estou. –Sorrio. –Aguento coisas piores, mamãe. –Eu tinha essa velha mania de chamá-la de mamãe.

–Eu sei minha pequena, mas eu me preocupo. –Minha mãe carregava uma expressão cansada e sofrida, mas ainda assim era linda.

Ajeito-me na cama, sentando e vou abraçá-la, um abraço quente e aconchegante, muito perfeito. Aquele único abraço de mãe.”

...

Cada lembrança para mim, era uma busca por esse passado tão obscuro. Enterro meu rosto em minhas mãos novamente e sinto falta de ar, não havia usado o cilindro desde que sai de casa, mas rapidamente a brisa de outono me enche de energia, sentia vontade de chorar e muitas emoções em apenas poucos segundos, mas eu contive minha lagrimas.

Mal noto que estou sendo observada, meus pensamentos havia tomado conta de mim. Olho para o inicio da escada e não me surpreendo por Clint está lá parado observando minha aflição, fico sem reação. Ele era como uma criança que não sabia o que queria e isso me irritava. Levanto-me e caminho até a escada, decidida há ir embora sem ao menos dizer nenhuma palavra a ele, passo por ele e sinto aquele perfume que era somente dele. Clint agarra meu braço e me puxa para perto de seu corpo, eu sabia que estava sendo usada, eu sabia que isso era patético, que a minha situação era patética, mas eu não agüentava, eu não queria me controlar perto dele. Eu o amava.

–Quis ter certeza de que estava bem. –Ele sussurra. –Ainda me preocupo com você.

–Eu notei. –Reviro os olhos caindo em mim novamente, pude sentir o gosto amargo de eu passei. –Se preocupou quando eu estava respirando por um oxigênio e quando tive as duas paradas cardio-respiratorias. Você estava lá do meu lado e esta do meu lado agora que respiro por um oxigênio. –Falo sarcástica.

–Eu sei o que está pensando, mas fiz isso para seu bem.

–E que tipo de “bem” você me deseja? –Seguro minhas lagrimas. –Eu não sou feliz sem você e nem estou bem sem você.

–Por que está dizendo isso? –Pergunta cético. –Te vi feliz ao lado daquele cara. Você precisa de alguém como ele.

A raiva me subiu ao corpo, como ele podia dizer aquilo? Como se todos esses últimos meses não tivessem existido. Tento dar um tapa em seu rosto, mas em um movimento ligeiro ele segura meu pulso, antes de atingi-lo. “Por que me apaixonei por um assassino treinado?” penso. Mal podia mais, conter minhas lagrimas.

–Cretino! –Exclamo chorando. –Primeiro você me deixa em um hospital... Depois faz aquela ceninha na minha frente e por fim isso... Eu te odeio. –Estava com tanta raiva que se eu o matasse nesse momento não me sentiria arrependida agora. Talvez só amanhã. Tento me soltar da armadilha que ele havia me prendido, mas ele me prensava ainda mais na parede.

–Audrey, eu te amo. –Sussurra em meu ouvido, suas palavras me fez estremecer. –Mas eu não posso te colocar em risco, não posso ver você sofrer...

–E como não se cansou de me ver assim? –O interrompo com uma voz fraca que mal sai por causa das lagrimas. –Eu cansei de ser sua boneca, cansei de ver você brincar comigo, eu simplesmente cansei. E o que foi aquilo? Parte dos seus joguinhos? Ou alguma outra boneca?

Vou perdendo o ar aos poucos e depois de segundo consigo sentir a dor no meu peito, sinto meu corpo ficando leve e eu lutava contra a vontade de me entregar há escuridão.

–Audrey? –Ele me olhava em desespero. –Por favor, respire.

Eu sentia raiva dele naquele momento, mas aos poucos eu conseguia me concentrar nos meus pulmões, eu fui retomando meu ritmo em poucos segundos, mas eu ainda chorava mesmo achando que já havia superado, entrelacei meus braços em suas costas e o abracei, eu precisava daquilo. Precisava dele.

–Você nunca foi uma boneca. –Ele fala baixinho, suas palavras saiam desesperadas, mas sendo sufocadas em meus cabelos. –Mas eu prefiro ver você com outro do que á sete palmos da terra.

“Silencie seus pensamentos e ouça a dor que me causou.” Pensei.

A partir daquele momento queria que tudo fosse diferente. Mas não seria. Nós não voltaríamos a ter o amor que tínhamos. Quando sinto que ele “baixou a guarda” e não me segurava mais, achei que tinha fugir que não tinha que enfrentar tudo sozinha novamente. Eu o empurro e desço escada a baixo correndo, o escuto gritando meu nome e sinto meus pulmões exigindo ar, mas eu precisava fugir ou não sairia daqueles braços nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Proximo capitulo possivelmente Quinta