Eu não tinha mais escolha, estava na frente dele com a “bomba” na mão, eu decidi que se eu não o contasse iria descobrir e todo esse “Conto de fadas” quase perfeito iria acabar.

–Contar o que?

Levantei a mão deixando os soros à mostra, ele me olha surpreso como se tentasse adivinhar e quando finalmente, Clint chegou a uma conclusão, ele se levanta espanto e diz:

–Isso é o que estou pensando?

–Sim.

–Audrey, como achou isso?

–Estava no meu sótão, junto com um monte de coisa deles, meus pais. Eles fizeram isso.

–Temos que entregar isso para SHIELD.

–Não! – Eu grito. –Isso não pode cair em mãos erradas se cair uma guerra está feita.

–É por isso que a SHIELD precisa saber. –Audrey, isso pode salvar vidas.

–Arruiná-las também, como as dos meus pais. –Seguro as lagrimas que brotaram em meus olhos. –A SHIELD pode estar nisso também, como a HIDRA por que até onde sei todos querem isso.

–Do que está falando?

Olho para a cama e lá está um caderno que eu lia, vou até ele e pego, procurando a pagina.

–Isso aqui não te prova?- Mostro á ele o caderno que falava do envolvimento da SHIELD com a HIDRA. Ele tira o caderno da minha mão e analisa por alguns momentos eu pude respirar aliviada.

–Isso já aconteceu, Audrey, a SHIELD esta limpa agora e acredite-os estão atrás disso mais que nunca.

–Eu não confio nisso, não confio neles, acha que se estivesse tudo bem você teria recebido ordens falsas? Clint pare de seu um idiota e confiar neles por que são seus superiores, todos querem isso e quando digo todos são realmente todos. Seu governo e a SHIELD não são nada limpos e você sabe disso.

–Olha só para você, Audrey, se eu confio em um governo sujo você esta confiando em cadernos e duas pessoas que mentiram para você e contribuíram com o caos no mundo.

Aquelas palavras foi como cortes, ele não podia falar isso, colocar meus pais no meio disso.

–Fizeram isso por mim, não mentiram e eu sei no que estou confiando.

–Em um caderno?!

Vou até o Closet novamente e pego a caixa no armário, ele ainda estava lá totalmente frustrado. Jogo a caixa no chão e ele á olha.

–Em muitos cadernos. –Coloco a mão na cintura e a outra no cabelo, não era possível como ele fazia tudo ser perfeito e acabava com isso em menos de minutos. Ele podia destruir meu mundo em minutos e construir outro em segundos. –Por que não pode confiar em mim uma vez?! Você sabe que eu confio minha vida em suas mãos e não duvido que você não fosse conseguir me salvar se fosse preciso, mas quando é comigo, você duvida de mim, como consegue isso?

Clint fica sem ter o que dizer pela primeira vez eu consegui deixa-lo sem palavras.

–Não tem mais nada para me dizer?

–Audrey, você não entende que eu não quero te meter em mais problemas, eu não quero que você leve a vida tendo que se esconder e isso que tem em mãos vão trazer muitos problemas.

–Mas eu sei o que fazer, eu não posso entregar isso para a SHIELD e nem para HIDRA, KGB, ou seja, lá quem for isso é a vida dos meus pais. Minha vida.

Clint parecia bravo e irritado comigo, mas logo volta á sua calma, eu fico observando os soros que estão em minha mão, esperando até que ele diga alguma coisa. Senti que estava se aproximando de mim e segundos depois me abraça e isso eu acho que não foi pensando por ele.

–Eu confio em você. –Ele sussurra em meu ouvido. –Se sabe o que fazer faça.

–Eu não esperava contar com ninguém - Digo soltando-o. - Apenas com você. Não me deixe.

–Cabeça dura, eu vou te ajudar. –ele pega em minhas mãos e me enfeitiça encarando-me com aqueles olhos azuis. –Guarde isso bem então. Confio em você.

Sua palavra me faz sorrir, mas também faz com que eu duvide agora eu sabia que teria que esconder isso aqui em outro lugar, minhas botas não seria o suficiente.

–Não vai contar nada?

–Não, se você não quiser que eu fale.

–Obrigada. –Agradeço aliviada, mas ainda incrédula que ele havia concordado.

–Isso será nosso segredo. – Ele me beija foi até inesperado para mim. –Aonde vai guarda isso?

–Vem comigo. -Digo puxando-o para o closet, chega lá ele ficou parado na porta me observando. –Quando eu era adolescente e ganhava coisas que não devia...

–Presentes de namorados?-Ele me interrompe.

–Garotos nerds que gostavam de mim. –Digo procurando a bota. –eu ganhava e achava que nas minhas botas ninguém iria procurar.

–Botas são o ultimo lugar que pensaria em procurar algo.- Clint se aproxima de mim e pega as botas que eu estava procurando. –Mas guarde as botas em outro lugar também.

–Um lugar menos obvio. –Pego os soros e jogo dentro da bota e depois a coloco junto com as outras.

–Que tal um jogo de basebol? –Propôs ele tirando dois ingressos do bolso da jaqueta. –Giants x Yankees.

–Adorei a idéia.

Fui me arrumar e então fomos para o estádio, o jogo foi incrível Giants ganharam e eu estava muito orgulhosa. Clint me levou para tomar sorvete no Central Park depois e começou a chover, então fomos para dentro do carro que estava estacionado em frente.

–Eu não sabia que era tão competitiva. – Começo a rir não acreditando no que ele disse. –Serio você é pior que a Alison.

–Eu não sou competitiva, mas quatro rodadas perdendo acabou com meu ânimo. –Dou uma colherada no sorvete de frutas, era o meu preferido, ele já havia terminado o sorvete dele e ficou me observando deixando-me sem graça já que eu comia igual uma criança. –Por que está me olhando?

–Estava te imaginando de cabelo grande.

–E gostou?

–Não sei você interrompeu o meu raciocínio. –Ele começa a fazer carinho atrás da minha orelha. –Por que esse cabelo curto?

–Para eu te contar isso tenho que contar do meu ex-namorado... Então, é uma historia longa.

–Eu gosto de historias longas.

Olho para ele sorrindo e começo a me recorda da pior historia de amor que alguém pode ter. Foi a minha.

–Quando me mudei para cá, fui morar em uma republica e lá eu conheci o que eu pensava que fosse o amor da minha vida. Ele fazia fotografia e era um perfeito idiota, mas só eu não vi isso. Ele fala que eu era linda e como não me sentia assim, eu acreditei. Até quem em uma festa eu o vi com uma loira bonita e com 79 quilos bem distribuídos em músculos e peitos e os dois estavam se pegando em um quarto e eu vi. Resolvi me mudar e parar de ser idiota, acabei mudando o visual e hoje estou com cabelo curto.

–Até ai, sua vida era normal?

–Era. Eu tinha problemas normais. Hoje eu tenho que me preocupar se meu namorado vai voltar vivo de alguma missão. -Ele acaricia meu rosto e diz:

–Não pense que não é linda. Você é.

–Para de mentir.

–Não estou mentindo, você é linda de uma maneira diferente.

–Desde quando diferente é bonito?

–Existem certas diferenças que são lindas... Assim como você.

Encosto a cabeça em seu peito e digo:

–Você está tão romântico hoje.

–Eu sempre sou, amor.

–Talvez quando não esta matando pessoas ou fugindo do governo, você seja.

–Você tem razão.

Seu celular toca e ele atende e eu me ajeito no banco.

–Tudo bem, eu já estou indo. –Clint desliga o celular e depois liga o carro. –Vou te deixar em casa, tenho que ir para a Rússia com Steve.

–Ta bom.

Ele me levou para casa, mas não desceu do carro, antes de ir te dou um beijo.

–Volta vivo.

–Voltarei vivo e inteiro.

Sorrio e saio do carro, ainda chovia mais eu senti vontade de ficar ali mesmo, eu vi o carro sumir na esquina e me deu um aperto no coração e foi ai que pensei que sua promessa de voltar vivo, fosse falsa.