POV Bella

4.572 carneirinhos. Essa história de contar carneirinhos não funciona não. É pura balela.

Eu estava deitada na enorme cama da Alice, com ela e a Angie, então dá pra imaginar o quanto a cama é grande. Remexia-me de um lado para o outro desesperada tentando dormir, mas nada adiantava. Como eu disse, essa história de carneirinhos é balela.

É... Exatamente isso eu não parava de pensar naquela conversa na cozinha. Nós quase nós beijamos! E a conversa foi tão... Natural. Tão normal. E eu não me envergonhei, nem mesmo por um segundo, era tão simples,  certo que era o que devia acontecer. A gente se beijar. Eu poderia me perder naqueles lábios. naquele tórax. ah ele sem camisa, era... UAU!

Ai meu deus o que eu estou pensando. Aquele homem me deixa pervertida.

Escondi-me debaixo das cobertas irritada. Eu não conseguia dormir. Eu não parava de pensar nele. E para completar minha mente, meu coração e até meu corpo pareciam sentir que ele estava no quarto ao lado, no MEU quarto. Provavelmente só de cueca. Ah... Lá vou eu de novo.

Antes de enlouquecer eu me levantei. Talvez um copo de água. Ou de vinho. Ajudasse-me a dormir. Levantei-me silenciosamente e sai do quarto.

Tudo estava em silencio. Eu andei lentamente e parei em frente ao outro quarto. Respirei fundo. Era melhor continuar. Eu desci as escadas e fui para a cozinha. Água, decidi por água, se não desse certo apelaria para o vinho.

POV Edward

4.122. Carneirinhos definitivamente não funcionam. Eu não conseguia dormir. O cheiro dela tava impregnado naquele quarto. Eu já olhara seus livros, os CDs, os DVDs, até o banheiro dela eu dei uma olhadinha. Mas... O que eu podia fazer!?

Nada. Era mais forte que eu. Curiosidade não era uma das minhas características, mas, se tratando dela, tudo, absolutamente tudo, era interessante.

E para piorar, as imagens nos acontecimentos da noite vinham até mim como ondas. Nós dois na cozinha, o quase beijo, ela só com a minha blusa. O som dela se trocando ali, pertinho de mim. Grunhi irritado. Eu precisava de um pouco de ar. Levantei e vesti minha calça, desci descalço. Fui para a varanda. Alguns minutos depois escutei um barulho e quando eu olhei para trás, Bella estava entrando na cozinha. Sorri e olhei para o céu.

- muito obrigada. – falei e fui em direção a cozinha.

POV Bella

Eu já estava há alguns segundos ali quando uma voz me interrompeu.

- você não deveria estar dormindo?

Pulei de susto. Quase derrubando o copo. Quando me virei era Edward, ali sem camisa e comum sorriso matreiro no rosto. Meu deus, eu merecia.

- droga Edward! Que me matar. – falei sussurrando

- desculpa. – ele sussurrou também e entrou mais na cozinha – não foi minha intenção. – disse e sorriu de novo. - então? O que faz aqui? – falou e foi para a geladeira.

Apontei para o copo – sede – menti, o que eu não ia dizer, não consegui dormir pensando em você, no seu corpo, na sua boa... Vocês entenderam.

- ah. – ele fez o mesmo que eu, pegou um copo e encheu com água. Ficamos em silencio, eu encarando meu copo e ele a cozinha.

- tá quente mesmo – ele falou distraído.

- hum hum – foi tudo que eu consegui dizer.

Mais minutos de silencio. A tensão estava no ar. Aquele quase beijo pairava entre nós.

- acho melhor eu subir e tentar dormir – eu disse se eu ficasse mais um segundo ali, a noite estaria definitivamente perdida – eu tenho aula amanhã.

- certo.

Eu fui pegar a garrafa que estava na bancada para colocar na geladeira, quando ele fez o mesmo e nossos dedos se tocaram.

Foi como uma combustão, uma urgência sem igual, nossos  corpos se chocaram no meio do caminho, os lábios se uniram como numa tempestade. Meu Deus, que sensação, a língua dele sob a minha, numa dança sincronizada, os lábios macios, gentis dele encaixando perfeitamente nos meus, nossos gostos misturados. Aquela tensão finalmente se rompera. E a faísca foi apenas um roçar de dedos. Ele pressionou meu corpo contra a bancada, agarrou meu quadril e me levantou, me sentado lá. Sem nunca separar nossos  lábios. Nos separamos quando respirar era necessário, nós nos olhamos encarando, admirando, sentindo o desejo um do outro, com respirações pesadas como se o oxigênio tivesse sumido dali.

- infinitivamente melhor – ele falou.-, ainda ofegante

- o que? - perguntei da mesma forma.

- isso. Muito melhor do que eu havia imaginado.

Eu ri. - desde e quando você imagina?

- desde muito tempo. Você não?

- você não tem idéia. - respondi e ele me olhou curioso.

Eu desci da bancada, não entraria naquele assunto agora, se ele soubesse o quanto estava marcado em mim, provavelmente me achasse louca. Eu sorri para ele e ia me aproximando de novo, quando a porta da cozinha se abriu. Jacob entrou bocejando. Nós nos afastamos e olhamos para ele.

- ah... Oi, eu não atrapalhei nada não, atrapalhei?

- não Jake. – Edward me olhou como se dissesse “mentirosa” – o que foi?

- sede, tá quente demais. Ele se aproximou de nós e pego uma garrafa, tomando direto no gargalo, eu e Edward nós olhávamos, eu sorri para ele.

-eu vou subir, acho que o sono tá vindo. Boa noite meninos.

- boa. – eles disseram e em seguida Jake votou a beber água. Eu sai. Quando eu já ia nas escadas senti uma mão segurando meu braço.

- espera, a gente precisa conversar.

- amanhã Edward. Nós temos tempo. – falei. Era tarde e com Jake ali, duvido que teríamos privacidade. A casa estava cheia também.

- eu viajo amanha cedo. Só volto em uma semana.

- então quando você voltar, nós temos tempo. – falei e dei um selinho nele, que ia se aprofundar se não fossem os passos pesados de Jake atrás de nós. Afastamos-nos de novo.

- você num já tinha ido Bella?

- eu a parei, to me despedindo. Eu viajo amanha.

- eita. É mesmo cara.

- mas eu volto – ele falou me olhando.

Eu me aproximei e o abracei. – até a volta Edward. – falei no seu ouvido e me afastei.

- até. – o escutei ainda dizendo.

Quando eu entrei no quarto, eu sorri abobalhada. Enquanto me deitava na cama. Aquela semana seria terrível. Sem ele. Mas o que me acalmava era saber que ele voltaria. E que para mim parecia em longo prazo. A sensação de que ele demoraria a sair da minha ida agora era inteira.  Eu não conseguiria dormir aquela noite. Uma noite definitivamente perdida. Eu não me importava.