Jovens e Heróis II escrita por Gistar


Capítulo 13
Reféns




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“O afeto pessoal é um luxo que você só pode ter depois que todos

os seus inimigos são eliminados. Até então, todos os que você ama são reféns,

solapando sua coragem e corrompendo sua capacidade de julgamento.”

Orson Scott Card

– Edward, há quanto tempo? – Definitivamente era a voz dele – Vejo que conheceu meus irmãozinhos.

Edward estava em silêncio, nem ele nem ninguém mais falava.

– Eles querem saber o quanto você está disposto a cumprir suas ameaças James. – Luke falou.

– Ah, eu estou ansioso pra terminar a minha conversa com a Srta. Swan. - Começou James, despertando em mim novamente meus pesadelos. - É claro que a mãe dela viria depois dela, assim que eu terminasse com a filha na frente dela, fazendo-a sofrer bastante e implorar para morrer também. Depois que eu terminasse com as duas eu cuidaria do namoradinho que me impediu de concluir meus planos, esse eu vou torturar até implorar que eu o mate. Por último, eu faria uma visitinha à vadia da loira que me impediu de acabar com o Cullen e daria a ela todo o prazer que o grandão aí não é capaz de dar...

Eu ainda estava paralisada com as ameaças de James quando houve um estrondo e a ligação ficou muda. Emmett havia atirado o telefone no chão com tanta força que o fizera em cacos.

– Desgraçado! Eu vou caçar esse infeliz até o fim do mundo, nem que seja a última coisa que eu faça na vida! – Emmett disse olhando com fúria para os cacos de telefone.

– Não tente Emmett, você morreria antes de tocá-lo. Acho que foi o bastante. – disse Luke, voltando a olhar para mim. – Então Bella, vai falar com Charlie?

– Vou! – respondi decidida, pois eu não queria que mais ninguém morresse por causa dos erros de Charlie, que acabara caindo no meu conceito.

– Bella você não... – Edward começou a falar, mas eu o interrompi.

– Eu vou fazer isso Edward! Essa história já foi longe demais. Eu quero acabar logo com isso antes que mais alguém saia ferido.

– Muito bem, Bella! – Luke me elogiou sorrindo - Acho que você pode ir ver Charlie nesse fim de semana e terminar logo com isso. Diga a ele que tem exatamente uma semana pra fazer isso.

– Eu vou. – prometi.

– Então acho que a reunião acabou. – disse e se levantou.

Ele e os outros seniores saíram ficando apenas a nossa turma de convocados. Tânia e os outros dois caras também saíram, mas Jane e Alec ficaram conosco. Alec estava abraçando Jess e Jane nos observava assustada.

– Eu me sinto num filme de terror! – falou, quando percebeu que eu a olhava. – Se eu soubesse que entrar pra essa sociedade significaria isso...

– Ninguém sabia Jane, nós todos somos vítimas. – Falou Alec.

– Charlie sabia! – discordei – E mesmo assim, não nos avisou...

– Bella, eu sinto muito! – Edward disse enquanto me abraçava. – E a culpa é minha, eu insisti tanto que você aceitasse entrar pra essa sociedade, devia tê-la ouvido e te deixado ir quando você queria.

– Não se culpe Edward! Mesmo se não entrássemos, eles arrumariam outro jeito de nos pegar. – Alice falou e deu um suspiro alto.

– Vamos sair daqui! – pediu Edward e todos nós levantamos.

Eu não havia percebido que era tão tarde até sairmos para a noite.

Andávamos em silêncio, Edward sempre me abraçando. Passamos pelos alunos do campus, alguns provavelmente indo jantar, outros para a biblioteca ou apenas passeando e aproveitando a noite estrelada e quente demais para o outono. Todos alheios ao nosso grupo, ao desespero e à dor que eu sentia crescendo novamente dentro de mim.

Era estranho e ao mesmo tempo irônico o fato de que uma vez fomos reféns presos dentro de um prédio de tijolos, o que era apenas uma barreira física para a nossa liberdade. Uma barreira que podíamos ver, tocar e sonhar com vários modos de atravessá-la para chegarmos ao outro lado.

Agora, não eram tijolos o que nos tirava a liberdade, não era nada concreto que pudéssemos ver, tocar ou pular. Era algo invisível e por isso intransponível e talvez inatingível, pois quem nos prendia não era um grupo com pouco mais de uma dúzia de terroristas; eram pessoas sem rostos. Era uma prisão sem medidas, sem forma definida, pois não sabíamos até onde ela se estendia, mas sabíamos que se espalhava por todo o país, por todos os lugares.

Nós sabíamos que eles estavam em toda a parte e isso era o que nos impedia de correr e pedir ajuda para a polícia, pois eles eram a polícia. Esse fato tornava a nossa liberdade impossível!

Paramos indecisos na entrada do nosso alojamento. Eu apertei Edward ao meu lado, não queria me separar dele, não agora que eu precisava dele para me manter inteira.

– Edward, fica comigo! – pedi.

– É claro. – ele respondeu e se virou para Jane – Jane você se importa...

– Não, claro que não. – Jane respondeu imediatamente.

– Obrigada. – agradeci enquanto subíamos as escadas.

Não dissemos nada. Chegamos no quarto, ele me puxou para a cama e me aninhou em seus braços e eu recomecei a chorar novamente enquanto ele me consolava. Adormeci depois de algum tempo, exausta demais pra dizer ou fazer algo e um pouco reconfortada porque Edward estava mais uma vez comigo, mais uma vez me segurando para que eu não caísse no buraco negro que se abriu diante de mim.

Acordei com as batidas na porta. Batidas não, pancadas!

Edward levantou-se rápido e abriu a porta. Imediatamente uma multidão invadiu o quarto.

– Precisamos conversar Edward. – Emmett falou enquanto marchava para dentro do quarto rebocando Rosalie. Depois entraram Alice, Jasper, Ang, Ben, Eric, Jess e para meu espanto, Alec e Jane.

Eu sentei na cama para dar espaço para sentarem-se e vi que era só sete da manhã. E pelas olheiras da maioria, quase ninguém havia dormido.

Edward olhou para o grupo atônito.

– Precisamos de um plano! – Respondeu Alice que estava sentada ao meu lado.

– Com certeza que precisamos, alguém tem algum? – perguntou Edward enquanto olhava todos os rostos, um a um.

Mas ninguém disse nada.

– Ótimo! – gemi.

– Não se preocupe Bella, a gente vai sair dessa! – Ângela disse – Vamos dar um jeito.

– Só tem um jeito Ang! – falei – Eu vou falar com Charlie e terminar logo com isso, então estaremos livres... ou quase...

– Ótimo, vamos ter mais um bandido solto! – reclamou Jasper.

– Eu acho que Bella está certa. – Edward disse – Não podemos fazer nada quanto ao Laurent, não podemos nem ir até a polícia.

– Então vamos fazer o que eles querem – Rose disse, sua voz rouca denunciava que estivera chorando – Vamos falar com Charlie e permitir que esse Laurent seja solto e que eles acreditem que estamos conformados. Enquanto isso vamos pensar em um jeito de sair dessa sociedade sem que ninguém seja prejudicado...

– E quanto eles menos esperarem, vamos pegá-los! – Emmett terminou e deu um olhar cúmplice à Rosalie.

– Como vamos fazer isso? – perguntou Ben com preocupação – Eles são muito espertos e nunca foram pegos pelos vários crimes que eles cometeram nem pelas guerras que eles provocaram...

– Eles devem ter um ponto fraco, Ben! – Jasper argumentou – Todo mundo tem e se eles tiverem, nós vamos descobrir e usá-lo a nosso favor.

– Vocês podem contar comigo! – Alec disse – Não quero mais ficar nessa sociedade de criminosos, não vou compactuar com isso, nem permitir que a Jane faça parte disso.

– Obrigada Alec, - Edward agradeceu - a ajuda de vocês será bem-vinda, mas só se precisarmos, pois não sabemos o que teremos que fazer e não queremos que corram riscos por nossa causa.

Alec olhou para Jess que estava com a cabeça encostada em seu ombro e disse determinado.

– Não importa! O que tiver que fazer eu vou fazer, eu assumo todos os riscos, quero ajudá-los.

Ele não precisou dizer mais nada, todos entenderam que ele estava envolvido demais com Jess para ficar de fora só assistindo aos nossos esforços de salvar a nós mesmos.

– Tudo bem! Assim que resolvermos o que vamos fazer, veremos.

– Então eu vou ligar para Charlie hoje e avisá-lo que iremos visitá-lo no fim de semana. – falei olhando para Edward.

– Infelizmente não vou poder ir junto, Bella! Teremos jogo no sábado.

Meu rosto desmoronou.

– Eu vou com você, Bella! – Avisou Alice e imediatamente todas as meninas se ofereceram pra me acompanhar também.

– Obrigada gente! – agradeci.

– Precisamos nos vestir, temos aula daqui a uma hora! – avisou Ang enquanto se levantava.

– Eu acho que não vou hoje! – falei olhando para a cama que nunca pareceu tão convidativa.

– Bella, - Jane disse pegando minhas mãos – não se entregue ao desespero, isso só vai piorar as coisas, você tem que mostrar a eles o quanto é durona...

– Jane tem razão, Bella! – Edward concordou – Precisamos mostrar que está tudo bem e que estamos confiantes, não podemos demonstrar fraqueza, não vamos dar este gosto a eles.

Eu suspirei alto, mas eles tinham razão. Não era hora de mostrar fraqueza, me trancar num quarto não iria mudar nada nem mandar aquilo embora.

– Ok. – respondi.

– Te espero no café. - Edward disse me dando um beijo e depois saiu com os outros.

Tomei um banho e desci com Jane para o refeitório. Não tinha fome, mas Edward me fez engolir uma tigela de cereais.

A aula passou devagar, eu tentava prestar atenção, mas minha mente estava em Charlie e no que eu teria que fazer.

Eu liguei para ele depois da aula, avisando que precisava ter uma conversa importante com ele e que as meninas iriam comigo. Ele ficou preocupado, mas não fez nenhuma pergunta.


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