Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 41
Tenso...


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos leitores! Tudo bem com vocês? Espero que gostem do capítulo!
(Para mais informações, leiam as notas finais)



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POV Lucy

– Você tem certeza que é seguro irmos lá agora? – perguntei novamente a Caleb, mas ele parecia simplesmente não me escutar – Da última vez que viemos aqui, tinham outros membros da Amizade e aquele tal de “Bryan”, o primo de Estela, não me parecia nada amigável. – Irônico, não?!

– Eles já se foram! – disse, parando repentinamente e fazendo com que eu esbarrasse em suas costas.

E realmente era o que parecia. O caminhão não estava mais lá, nem o movimento. Porém também não estava presente aquele ar sereno de Íkaro a brincar no quarto com os dedais. Eu sentia isso assim como sentia quando meus irmãos estavam em perigo, assim como senti quando Gabriel, meu melhor amigo, morreu.

– Vamos! – chamou Caleb, já alguns passos distantes o que me fez pensar se era a primeira vez que sinalizava para que eu o seguisse.

– Não estou com um bom pressentimento... – sussurro para ele, que revira os olhos e responde.

– Pode ficar tranquila, Lu! Vai dar tudo certo!

Espera! Lu?! Desde quando?!

Não podia me dar ao luxo de ficar refletindo quanto a isso enquanto Caleb simplesmente passou pelo portão, sem nem mesmo chamar, e foi em direção a porta. Segui-o com passos largos e apressados.

A primeira visão foi reconfortante assim que abrimos a porta. Em canto, os mesmo móveis singelos da sala e ao outro...

– Droga! – Caleb gritou.

Corri até ele e notei que seu braço sangrava um tanto, marca do que parecia ser um tiro. Como por reflexo, lancei uma faca na direção de Bryan, pelo menos creio eu que o seja, atingindo sua cintura.

– Vamos! – Caleb apoiou o peso em mim para sair, contudo, o essencial altruísmo tomou-lhe conta o sangue que corria nas veias, o que o deixou quase imóvel. Íkaro e Estela ainda deviam estar na casa – Eu prometo que volto para buscá-los!

Ele assentiu. Poderia ser perigoso, mas Bryan estava envolvido demais num monólogo de dor horripilante pelo ferimento que nem se esforçou em pegar a pistola e tentar atirar em nós antes que saíssemos.

Em questão de segundos, já estávamos fora do seu canto de visão, mesmo ainda próximos.

– Pode ficar tranquilo! – dei uma rápida piscadela para ele assim que amarrei uma tala fortemente em seu braço e o vi fazer careta de dor – Foi só de raspão!

– Obrigado! – encarou-me – Mas ainda sim dói.

– Pois é! Da próxima vez, é para me escutar.

Narrador

– Peter? – perguntou Tris – Onde você estava?

Quatro fez um movimento singelo com a cabeça em sinal de que o rapaz, acompanhado por Marcus, fosse até ele.

– Ele me dá arrepios! – cochichou Sarah para Violet.

– Pois é! – concordou a outra, ainda falando baixo, para não chamar atenção dos dois homens que passavam próximos de ambas no momento – Ele não foi um bom marido para minha mãe... – Marcus parecia ter escutado, tanto que a encarou, por uma fração de segundo, que pareceram mais longos minutos – Nem pai...

– Tobias, eu... – iria dizer Marcus, porém Quatro tratou de tomar posição.

– Onde você estava, Peter?

– Isso não importa! O que realmente importa é que tenho notícias da cidade. – respondeu Peter.

– Como assim? – questionou Tris – Você por acaso estava lá esse tempo todo? Se juntou a Jeanine novamente?

– Olha, eu não tenho nada a ver com esse problema de vocês serem Divergentes e com certeza não estou aqui para proteger vocês, mas sim pelos outros, ok?! – replicou o rapaz, aumentando o tom de voz enquanto encarava bem próximo Tris, que mesmo sendo mais baixa que ele, ainda era capaz de ficar quase na mesma altura para um “cara a cara”, chegando a ser constrangedor e arrogante.

– Por favor! – interveio Quatro – Vamos parar com brigas! Depois você me explica onde esteve esse tempo, Peter, mas antes, vamos falar a sós do que você veio aqui tão prontamente disposto a dizer, não é?!

Sendo assim, ainda com olhares distintos, Peter em um deboche sério, e Quatro com um observador e estático, deram mais alguns passos até se perderem não muito distante, atrás de umas poucas árvores.

– O que você acha que Peter veio falar com o seu irmão? – perguntou Sarah – Principalmente depois de todo esse tempo.

– Nada de bom... – murmurou Violet, perdendo-se em ponto de fuga que foi interrompido pelo surgimento de Marcus a sua frente. Qual seria o tanto que o detestava? Primeiro a mãe, depois o próprio filho... A garota não era de sentir raiva plena, e por ele não tanto, tratava-se de pena, pelo ser mal amado que se tornara apesar da postura harmônica e equilibrada que expunha na Abnegação.

POV Tanner

– Tem certeza que ta tudo bem? Eu já pedi desculpas! – repeti para Rose que novamente assentiu.

Qual tinha sido mesmo o motivo da nossa briga? Nem mesmo me lembrava naquele momento. Estava completamente injuriado com o fato dela dizer que estava tudo bem, mas continuando a agir de forma estranha.

– Tanner, eu já falei que estou bem, mas acho que preciso de um tempinho sozinha, ta?! Para repor a cabeça no lugar e...

Aplausos surgiram. Irônicos e medíocres. E eu os reconhecia. Tantas vezes o acompanhei enquanto não sabia seu verdadeiro sentido. Aquelas mãos ativas sempre seguidas de deboche.

– Que fofo! – arfou Katherine – O casal do ano! Meus parabéns! Mas acho que você perdeu o foco e está ficando meloso demais, Tanner.

– O que você quer? – dissemos eu e Rose simultaneamente.

– Nossa! – continuou Katherine – Até as palavras já estão vindo a mesma medida. Sinto dizer, mas parece que o velho e bom Tanner morreu quando o deixei.

– Assim como Robert quando perdeu para Luke, mas a diferença é que eu não tinha chegado ao cúmulo como ele e ainda tinha quem me fizesse sentir vivo. – disse sem parar ou pensar.

– Você nunca foi bom com discursos poéticos, mio amoré. Então, não venha bancar o filósofo para cima de mim, ok?!

– O que você quer? – Rose foi direto ao ponto. Pude sentir suas mãos suadas, mas estranhamente gélidas, entrelaçarem aos poucos nas palmas das minhas.

– Vamos direto ao assunto! – uma voz rouca e também familiar ecoou. Alek!

– Viemos aqui fazer uma última proposta. – proferiu Katherine.

– Não queremos nada com vocês – retrucou Rose de ímpeto.

– Desculpe, mas eu estava falando com o cavalheiro e não com o animal – debochou Katherine, deixando Rose avermelhada.

– Argh! – exclamou Alek naturalmente, para terminar a provocação – Então, nós sabemos muito bem que Scott era da Erudição

– E acima de tudo, tinha uma ligação bem forte com Jeanine. – completou/interrompeu Katherine.

– Sendo assim, quando ele e Alice foram sequestrados é porque queriam alguma coisa que ele possuía. – prosseguiu Alek – Um pen drive! Queremos ele!

– Não fazemos a mínima ideia do que vocês estão falando! – disse Rose em impulso.

Quase não escutei. Estava abismado demais com a história do pen drive. Como será que Katherine e Alek sabem dele?

– Acho que Samantha cumpriu o compromisso dela em avisar vocês que viríamos aqui falar sobre isso. – expôs Katherine.

– Ela só falou que... – Alek interveio com chances nulas de que eu continuasse.

– Ela falou que nós estávamos esperando a hora certa para colocar nosso plano em tática.

– E estamos começando por vocês! – piscou Katherine para mim e pude sentir a mão de Rose se contorcendo em punho, porém tratei de segurá-la.

– Pois saiba que mesmo se tivéssemos esse pen drive que vocês tanto querem, não iríamos entregar tão fácil. – arfou Rose, escondendo sem sucesso a irritação.

– Então pegá-lo será muito mais divertido – gargalhou Katherine – Alek, você não adora quando rola um sanguinho e algumas cabeças aqui e ali?! Pois bem! Amanhã nos encontramos!

POV Violet

– Violet?

– Tobias! – abracei-o.

– Lembra daquela conversa que tivemos?

– Qual delas?

– De talvez eu ter que ir embora.

– Ah, não! – balancei a cabeça negativamente – Eu me recuso a você voltar com toda aquela ladainha. Demorei muito tempo para te encontrar e não quero me afastar de você por nada que seja.

– Violet, escuta! – ele tocou meu ombro – Nem tudo é como queremos e você já é uma moça. Tem treze anos e é capaz de entender muito bem as escolhas que faço, mesmo que não concorde.

– Mas o que você quer dizer?

– Essa noite, eu vou voltar!

Meu corpo gelou. Meu coração pareceu parar de bater ao mesmo instante e retomar aos poucos, bem lentamente, o ritmo das batidas.

– Como assim? Vai voltar pra onde?

– Para Chicago!

– Mas, Tobias, a gente ta sendo procurado lá e... – ele me interrompeu.

– E se ninguém fizer nada, não vai demorar muito para que Jeanine mande algumas tropas atrás de nós aqui que cerquem por completo a cidade. Alguém tem que fazer alguma coisa. Por isso, eu, Tris e Peter vamos voltar.

– Só vocês três? Eu não vou te deixar ir sozinho, Tobias. Você é meu irmão.

– Pois é! Irmão mais velho, tem que respeitar e eu não e peço autorização. Eu vou e preciso que você fique aqui. Sempre que puder eu mantenho contato.

– Mas como vou saber que você está bem?

– Não saberá, mas eu vou saber isso quanto a você – ele direcionou o olhar para Raven e Dean que brincavam com Alyssa no momento, estando juntos de Lena, Miguel e o pequeno Lucian – Eles vão cuidar de você.

– Ah Lena – sorri tristemente para im mesma até tornar a encarar meu irmão nos olhos, mas antes que eu dissesse algo, ele prosseguiu.

– Lena te considera uma irmã, então você sabe que pode contar com ela, já Raven e Dean são responsáveis.

– Mas eu não sou só mais uma criança. Essa luta também é minha!

– Eu sei e por isso mesmo preciso de você aqui, protegendo eles também. – cheguei abrir a boca, contudo ele silenciou com o dedo indicador e uma última frase – Isso não é um pedido, é uma ordem!

Narrador

– Tudo bem? – perguntou repentinamente Luke.

– Oi?! – disse de ímpeto Mia.

– Mia, o que ta acontecendo? Você ta estranha e já tem um bom tempinho.

– Não é isso... É que as coisas parecem estar boas demais.

– Boas?! – indagou o rapaz com tom irônico e ao mesmo tempo surpreso – Eu não diria que as coisas estão boas. Josh morreu!

– Eu sei, mas eu to falando disso mesmo. Ele morreu e mesmo todos estando surpresos, com medo, curiosos e loucos para matar esse desgraçado de vulto que com certeza deve ser o mesmo que sequestrou Alice e Scott, não fizeram muita coisa quanto a tudo isso.

– Tá, né?! – verbalizou Luke sem saber o que dizer – Nessa parte, eu tenho que concordar. Tudo anda muito estranho.

– Você poderia me achar uma doida, e cá entre nós, eu sou um pouquinho, mas acho que concordo com Helena nesse caso.

– Então você acha que Clarissa quem matou Josh? – concluiu Luke.

– Não foi isso que eu disse. – encarou-o com o canto do olho – Mas também não disse que acho que ela foi uma vítima. Ela poderia muito bem ter feito as marcas no próprio pescoço e encenar tudo àquilo para bancar a vítima, ou quem sabe ela mesma tenha lutado com Josh e dali surgiu esses hematomas.

– Tá, mas... – foram interrompidos por pequenos risos que se aproximavam.

– Ah, Oi! – falaram Scott e Alice simultaneamente.

– Oi... – cumprimentaram Luke e Mia, sem tanta sintonia, mas ainda sim juntos.

– Vocês por acaso viram a Sarah? – perguntou a garota.

– Deve estar com Violet, como sempre. – sugeriu Luke, apontando para direção do acampamento.

– Obrigada! – Alice segurou na mão de Scott puxando-o consigo, logo que o rapaz, com o rosto corado, tentando disfarçar, levantou os óculos e a seguiu.

POV Raven

– Raven?! – Rose me chamou.

– O que foi? – perguntei, fazendo sinal para que ela e Tanner, que estava um pouco atrás, aproximassem-se.

– Encontramos Katherine. – disse ela indo direto ao ponto.

– E qual o problema? Ela tentou fazer alguma coisa com vocês, por acaso? – indagou Dean, com a voz um pouco rouca, logo que há alguns minutos estava brincando com Aly modulando a voz de diversas maneiras diferentes.

– Não! – respondeu Tanner – É que... – Rose interveio.

– Você sabe onde o Scott ta?!

– Ele deve estar com Alice. – palpitou Dean.

– É, meio óbvio. – sorri, vendo que eu e Dean não fomos tão diferentes quando estávamos nos acertando.

– Ela descobriu que o Tanner foi lá naquele “acampamento” onde ela e Robert ficavam e pegou aquele notebook que o Scott tava usando escondido para saber o que tinha no pen drive, mas agora ela quer saber o tem nele de tão importante. - esclareceu Rose.

– Não podemos fazer isso. – falei de imediato – Scott já se sente um pouco culpado por ter trabalhado com Jeanine, assim como Caleb. Ele nunca concordaria com isso e nem eu.

– Pior não é isso. – Rose prosseguiu.

– Pois é... Sempre tem como piorar. – arfou Dean, em tom estranho, em meio ao sarcasmo, deboche e frustração.

– Alek estava com ela e não precisa conhecê-la muito para saber que... – novamente interrompi, dessa vez, Tanner.

– Mais uma batalha! Mas dessa vez eu vou participar!

– O que? Não, não! Raven, eu vou se precisar, mas você não.

– Dean, essa briga é minha também.

– Nesse caso, eu concordo com Dean, Alyssa não pode ficar sozinha. – proferiu Tanner, dando para notar certa dor quando falou de Alyssa. Talvez a mágoa de perder a irmã ainda o corroia profundamente.

Tive vontade de continuar e finalmente convencer que ia participar dessa briga custe o que custar, mas preferi ficar calada. Não ia adiantar. Não agora. Com certeza, amo Alyssa mais que tudo, porém antes dela nascer eu era da Audácia, e nós fizemos um juramento de ajudar os outros. Maior que isso, eu sou divergente, e não posso ser controlada.


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Notas finais do capítulo

1- Fico feliz aos que não tenham abandonado a leitura, pois Janeiro foi o mês que menos postei e logo direi o porque.
2- Pretendo terminar a fic pouco após o lançamento do filme Insurgente, para aqueles que não leram o livro, poderem acompanhar a história, ok?!
3- Demorei por dois motivos - Um: tive que retornar de viagem. Pois é, as férias estão acabando e minhas aulas começam semana que vem. Mesmo assim, farei de tudo para continuar postando sempre que der, ok?! Dois: ocorreu, infelizmente, o falecimento do meu avô, então fiquei um tempo sem postar, porque me perdi um pouco nas ideias, então estou recuperando aos poucos o fio da miada para prosseguir, espero não decepcionar.
Bem, acho que é isso. Espero que compreendam. Até o próximo!



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