Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000
Notas iniciais do capítulo
Olá, meus queridos leitores! Tudo bem com vocês? Espero que gostem do capítulo!
(Para mais informações, leiam as notas finais)
POV Lucy
– Você tem certeza que é seguro irmos lá agora? – perguntei novamente a Caleb, mas ele parecia simplesmente não me escutar – Da última vez que viemos aqui, tinham outros membros da Amizade e aquele tal de “Bryan”, o primo de Estela, não me parecia nada amigável. – Irônico, não?!
– Eles já se foram! – disse, parando repentinamente e fazendo com que eu esbarrasse em suas costas.
E realmente era o que parecia. O caminhão não estava mais lá, nem o movimento. Porém também não estava presente aquele ar sereno de Íkaro a brincar no quarto com os dedais. Eu sentia isso assim como sentia quando meus irmãos estavam em perigo, assim como senti quando Gabriel, meu melhor amigo, morreu.
– Vamos! – chamou Caleb, já alguns passos distantes o que me fez pensar se era a primeira vez que sinalizava para que eu o seguisse.
– Não estou com um bom pressentimento... – sussurro para ele, que revira os olhos e responde.
– Pode ficar tranquila, Lu! Vai dar tudo certo!
Espera! Lu?! Desde quando?!
Não podia me dar ao luxo de ficar refletindo quanto a isso enquanto Caleb simplesmente passou pelo portão, sem nem mesmo chamar, e foi em direção a porta. Segui-o com passos largos e apressados.
A primeira visão foi reconfortante assim que abrimos a porta. Em canto, os mesmo móveis singelos da sala e ao outro...
– Droga! – Caleb gritou.
Corri até ele e notei que seu braço sangrava um tanto, marca do que parecia ser um tiro. Como por reflexo, lancei uma faca na direção de Bryan, pelo menos creio eu que o seja, atingindo sua cintura.
– Vamos! – Caleb apoiou o peso em mim para sair, contudo, o essencial altruísmo tomou-lhe conta o sangue que corria nas veias, o que o deixou quase imóvel. Íkaro e Estela ainda deviam estar na casa – Eu prometo que volto para buscá-los!
Ele assentiu. Poderia ser perigoso, mas Bryan estava envolvido demais num monólogo de dor horripilante pelo ferimento que nem se esforçou em pegar a pistola e tentar atirar em nós antes que saíssemos.
Em questão de segundos, já estávamos fora do seu canto de visão, mesmo ainda próximos.
– Pode ficar tranquilo! – dei uma rápida piscadela para ele assim que amarrei uma tala fortemente em seu braço e o vi fazer careta de dor – Foi só de raspão!
– Obrigado! – encarou-me – Mas ainda sim dói.
– Pois é! Da próxima vez, é para me escutar.
Narrador
– Peter? – perguntou Tris – Onde você estava?
Quatro fez um movimento singelo com a cabeça em sinal de que o rapaz, acompanhado por Marcus, fosse até ele.
– Ele me dá arrepios! – cochichou Sarah para Violet.
– Pois é! – concordou a outra, ainda falando baixo, para não chamar atenção dos dois homens que passavam próximos de ambas no momento – Ele não foi um bom marido para minha mãe... – Marcus parecia ter escutado, tanto que a encarou, por uma fração de segundo, que pareceram mais longos minutos – Nem pai...
– Tobias, eu... – iria dizer Marcus, porém Quatro tratou de tomar posição.
– Onde você estava, Peter?
– Isso não importa! O que realmente importa é que tenho notícias da cidade. – respondeu Peter.
– Como assim? – questionou Tris – Você por acaso estava lá esse tempo todo? Se juntou a Jeanine novamente?
– Olha, eu não tenho nada a ver com esse problema de vocês serem Divergentes e com certeza não estou aqui para proteger vocês, mas sim pelos outros, ok?! – replicou o rapaz, aumentando o tom de voz enquanto encarava bem próximo Tris, que mesmo sendo mais baixa que ele, ainda era capaz de ficar quase na mesma altura para um “cara a cara”, chegando a ser constrangedor e arrogante.
– Por favor! – interveio Quatro – Vamos parar com brigas! Depois você me explica onde esteve esse tempo, Peter, mas antes, vamos falar a sós do que você veio aqui tão prontamente disposto a dizer, não é?!
Sendo assim, ainda com olhares distintos, Peter em um deboche sério, e Quatro com um observador e estático, deram mais alguns passos até se perderem não muito distante, atrás de umas poucas árvores.
– O que você acha que Peter veio falar com o seu irmão? – perguntou Sarah – Principalmente depois de todo esse tempo.
– Nada de bom... – murmurou Violet, perdendo-se em ponto de fuga que foi interrompido pelo surgimento de Marcus a sua frente. Qual seria o tanto que o detestava? Primeiro a mãe, depois o próprio filho... A garota não era de sentir raiva plena, e por ele não tanto, tratava-se de pena, pelo ser mal amado que se tornara apesar da postura harmônica e equilibrada que expunha na Abnegação.
POV Tanner
– Tem certeza que ta tudo bem? Eu já pedi desculpas! – repeti para Rose que novamente assentiu.
Qual tinha sido mesmo o motivo da nossa briga? Nem mesmo me lembrava naquele momento. Estava completamente injuriado com o fato dela dizer que estava tudo bem, mas continuando a agir de forma estranha.
– Tanner, eu já falei que estou bem, mas acho que preciso de um tempinho sozinha, ta?! Para repor a cabeça no lugar e...
Aplausos surgiram. Irônicos e medíocres. E eu os reconhecia. Tantas vezes o acompanhei enquanto não sabia seu verdadeiro sentido. Aquelas mãos ativas sempre seguidas de deboche.
– Que fofo! – arfou Katherine – O casal do ano! Meus parabéns! Mas acho que você perdeu o foco e está ficando meloso demais, Tanner.
– O que você quer? – dissemos eu e Rose simultaneamente.
– Nossa! – continuou Katherine – Até as palavras já estão vindo a mesma medida. Sinto dizer, mas parece que o velho e bom Tanner morreu quando o deixei.
– Assim como Robert quando perdeu para Luke, mas a diferença é que eu não tinha chegado ao cúmulo como ele e ainda tinha quem me fizesse sentir vivo. – disse sem parar ou pensar.
– Você nunca foi bom com discursos poéticos, mio amoré. Então, não venha bancar o filósofo para cima de mim, ok?!
– O que você quer? – Rose foi direto ao ponto. Pude sentir suas mãos suadas, mas estranhamente gélidas, entrelaçarem aos poucos nas palmas das minhas.
– Vamos direto ao assunto! – uma voz rouca e também familiar ecoou. Alek!
– Viemos aqui fazer uma última proposta. – proferiu Katherine.
– Não queremos nada com vocês – retrucou Rose de ímpeto.
– Desculpe, mas eu estava falando com o cavalheiro e não com o animal – debochou Katherine, deixando Rose avermelhada.
– Argh! – exclamou Alek naturalmente, para terminar a provocação – Então, nós sabemos muito bem que Scott era da Erudição
– E acima de tudo, tinha uma ligação bem forte com Jeanine. – completou/interrompeu Katherine.
– Sendo assim, quando ele e Alice foram sequestrados é porque queriam alguma coisa que ele possuía. – prosseguiu Alek – Um pen drive! Queremos ele!
– Não fazemos a mínima ideia do que vocês estão falando! – disse Rose em impulso.
Quase não escutei. Estava abismado demais com a história do pen drive. Como será que Katherine e Alek sabem dele?
– Acho que Samantha cumpriu o compromisso dela em avisar vocês que viríamos aqui falar sobre isso. – expôs Katherine.
– Ela só falou que... – Alek interveio com chances nulas de que eu continuasse.
– Ela falou que nós estávamos esperando a hora certa para colocar nosso plano em tática.
– E estamos começando por vocês! – piscou Katherine para mim e pude sentir a mão de Rose se contorcendo em punho, porém tratei de segurá-la.
– Pois saiba que mesmo se tivéssemos esse pen drive que vocês tanto querem, não iríamos entregar tão fácil. – arfou Rose, escondendo sem sucesso a irritação.
– Então pegá-lo será muito mais divertido – gargalhou Katherine – Alek, você não adora quando rola um sanguinho e algumas cabeças aqui e ali?! Pois bem! Amanhã nos encontramos!
POV Violet
– Violet?
– Tobias! – abracei-o.
– Lembra daquela conversa que tivemos?
– Qual delas?
– De talvez eu ter que ir embora.
– Ah, não! – balancei a cabeça negativamente – Eu me recuso a você voltar com toda aquela ladainha. Demorei muito tempo para te encontrar e não quero me afastar de você por nada que seja.
– Violet, escuta! – ele tocou meu ombro – Nem tudo é como queremos e você já é uma moça. Tem treze anos e é capaz de entender muito bem as escolhas que faço, mesmo que não concorde.
– Mas o que você quer dizer?
– Essa noite, eu vou voltar!
Meu corpo gelou. Meu coração pareceu parar de bater ao mesmo instante e retomar aos poucos, bem lentamente, o ritmo das batidas.
– Como assim? Vai voltar pra onde?
– Para Chicago!
– Mas, Tobias, a gente ta sendo procurado lá e... – ele me interrompeu.
– E se ninguém fizer nada, não vai demorar muito para que Jeanine mande algumas tropas atrás de nós aqui que cerquem por completo a cidade. Alguém tem que fazer alguma coisa. Por isso, eu, Tris e Peter vamos voltar.
– Só vocês três? Eu não vou te deixar ir sozinho, Tobias. Você é meu irmão.
– Pois é! Irmão mais velho, tem que respeitar e eu não e peço autorização. Eu vou e preciso que você fique aqui. Sempre que puder eu mantenho contato.
– Mas como vou saber que você está bem?
– Não saberá, mas eu vou saber isso quanto a você – ele direcionou o olhar para Raven e Dean que brincavam com Alyssa no momento, estando juntos de Lena, Miguel e o pequeno Lucian – Eles vão cuidar de você.
– Ah Lena – sorri tristemente para im mesma até tornar a encarar meu irmão nos olhos, mas antes que eu dissesse algo, ele prosseguiu.
– Lena te considera uma irmã, então você sabe que pode contar com ela, já Raven e Dean são responsáveis.
– Mas eu não sou só mais uma criança. Essa luta também é minha!
– Eu sei e por isso mesmo preciso de você aqui, protegendo eles também. – cheguei abrir a boca, contudo ele silenciou com o dedo indicador e uma última frase – Isso não é um pedido, é uma ordem!
Narrador
– Tudo bem? – perguntou repentinamente Luke.
– Oi?! – disse de ímpeto Mia.
– Mia, o que ta acontecendo? Você ta estranha e já tem um bom tempinho.
– Não é isso... É que as coisas parecem estar boas demais.
– Boas?! – indagou o rapaz com tom irônico e ao mesmo tempo surpreso – Eu não diria que as coisas estão boas. Josh morreu!
– Eu sei, mas eu to falando disso mesmo. Ele morreu e mesmo todos estando surpresos, com medo, curiosos e loucos para matar esse desgraçado de vulto que com certeza deve ser o mesmo que sequestrou Alice e Scott, não fizeram muita coisa quanto a tudo isso.
– Tá, né?! – verbalizou Luke sem saber o que dizer – Nessa parte, eu tenho que concordar. Tudo anda muito estranho.
– Você poderia me achar uma doida, e cá entre nós, eu sou um pouquinho, mas acho que concordo com Helena nesse caso.
– Então você acha que Clarissa quem matou Josh? – concluiu Luke.
– Não foi isso que eu disse. – encarou-o com o canto do olho – Mas também não disse que acho que ela foi uma vítima. Ela poderia muito bem ter feito as marcas no próprio pescoço e encenar tudo àquilo para bancar a vítima, ou quem sabe ela mesma tenha lutado com Josh e dali surgiu esses hematomas.
– Tá, mas... – foram interrompidos por pequenos risos que se aproximavam.
– Ah, Oi! – falaram Scott e Alice simultaneamente.
– Oi... – cumprimentaram Luke e Mia, sem tanta sintonia, mas ainda sim juntos.
– Vocês por acaso viram a Sarah? – perguntou a garota.
– Deve estar com Violet, como sempre. – sugeriu Luke, apontando para direção do acampamento.
– Obrigada! – Alice segurou na mão de Scott puxando-o consigo, logo que o rapaz, com o rosto corado, tentando disfarçar, levantou os óculos e a seguiu.
POV Raven
– Raven?! – Rose me chamou.
– O que foi? – perguntei, fazendo sinal para que ela e Tanner, que estava um pouco atrás, aproximassem-se.
– Encontramos Katherine. – disse ela indo direto ao ponto.
– E qual o problema? Ela tentou fazer alguma coisa com vocês, por acaso? – indagou Dean, com a voz um pouco rouca, logo que há alguns minutos estava brincando com Aly modulando a voz de diversas maneiras diferentes.
– Não! – respondeu Tanner – É que... – Rose interveio.
– Você sabe onde o Scott ta?!
– Ele deve estar com Alice. – palpitou Dean.
– É, meio óbvio. – sorri, vendo que eu e Dean não fomos tão diferentes quando estávamos nos acertando.
– Ela descobriu que o Tanner foi lá naquele “acampamento” onde ela e Robert ficavam e pegou aquele notebook que o Scott tava usando escondido para saber o que tinha no pen drive, mas agora ela quer saber o tem nele de tão importante. - esclareceu Rose.
– Não podemos fazer isso. – falei de imediato – Scott já se sente um pouco culpado por ter trabalhado com Jeanine, assim como Caleb. Ele nunca concordaria com isso e nem eu.
– Pior não é isso. – Rose prosseguiu.
– Pois é... Sempre tem como piorar. – arfou Dean, em tom estranho, em meio ao sarcasmo, deboche e frustração.
– Alek estava com ela e não precisa conhecê-la muito para saber que... – novamente interrompi, dessa vez, Tanner.
– Mais uma batalha! Mas dessa vez eu vou participar!
– O que? Não, não! Raven, eu vou se precisar, mas você não.
– Dean, essa briga é minha também.
– Nesse caso, eu concordo com Dean, Alyssa não pode ficar sozinha. – proferiu Tanner, dando para notar certa dor quando falou de Alyssa. Talvez a mágoa de perder a irmã ainda o corroia profundamente.
Tive vontade de continuar e finalmente convencer que ia participar dessa briga custe o que custar, mas preferi ficar calada. Não ia adiantar. Não agora. Com certeza, amo Alyssa mais que tudo, porém antes dela nascer eu era da Audácia, e nós fizemos um juramento de ajudar os outros. Maior que isso, eu sou divergente, e não posso ser controlada.
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1- Fico feliz aos que não tenham abandonado a leitura, pois Janeiro foi o mês que menos postei e logo direi o porque.
2- Pretendo terminar a fic pouco após o lançamento do filme Insurgente, para aqueles que não leram o livro, poderem acompanhar a história, ok?!
3- Demorei por dois motivos - Um: tive que retornar de viagem. Pois é, as férias estão acabando e minhas aulas começam semana que vem. Mesmo assim, farei de tudo para continuar postando sempre que der, ok?! Dois: ocorreu, infelizmente, o falecimento do meu avô, então fiquei um tempo sem postar, porque me perdi um pouco nas ideias, então estou recuperando aos poucos o fio da miada para prosseguir, espero não decepcionar.
Bem, acho que é isso. Espero que compreendam. Até o próximo!