Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 31
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Galerinha! Bem, aviso desde já que talvez só volte a postar em dezembro, pois minhas provas começam semana que vem e irei me dedicar inteiramente a elas.
Boa leitura!



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As carícias persistiam enquanto o pequeno Lucian ainda dava seus primeiros suspiros, tendo ao redor uma infinidade de rostos animados e carinhosos por sua eloquente. Lena e Miguel permaneciam extasiados com os olhinhos do bebê abrindo-se levemente de vez enquanto, porém ainda sim era necessário que se mantivessem fechados devido à claridade, mesmo não sendo muita.

A massa continuava acentuada em proximidades do feto recém-chegado, quando Mia e Luke desmoronaram no chão, pouco afastados, para não interromperem o momento amoroso assim como não serem puxados para este.

– Já está cansado, loirinho?! – perguntou Mia.

– Que nada! Só pegando fôlego para a próxima! – riram.

– Vou ali e volto daqui a pouco. – ele assentiu.

Repentinamente, Sarah abraça Luke pelas costas e tampa seus olhos.

– Quem é?

– Não faço à mínima ideia – brinca e a puxa, fazendo cócegas em sua barriga.

– Tá, para! – ela pediu assim que chegou ao ponto dos olhos lacrimejarem.

– Parei! – levantou as mãos em sinal de defesa ainda rindo.

– O que estava fazendo? – perguntou Violet – Você está todo suado!

– Me deixa adivinhar. Correndo para lá e pra cá com a Mia e fazendo coisas radicais, como aqui não tem trens, suponho que pularam de uma árvore ou coisa parecida. – sugeriu Sarah.

– Coisa parecida. – disse ele.

– Ok, então! Diga: como vão as coisas entre vocês? – Violet pegou em sua mão direita, sentando ao seu lado.

– Bem, eu acho. – levantou a sobrancelha.

– Não, seu bobo! – Sarah segurou a outra mão – Você sabe muito bem do que estamos falando. Como vai o namoro de vocês?

– Calma! Ainda não estamos namorando. Aliás, vocês são muito novinhas para saber disso, não? – ele ri.

– Então! Somos as únicas em sã consciência para ajudara vocês pararem de enrolar e se assumirem logo. – Violet deu de ombros, soltando a mão do rapaz.

– Cupidos! – ambas deram um toque de mão.

– Elucida-me! – ele cruzou os braços contando o riso.

– O ML de vocês é perfeito! Sem contar que ML dá certo, não vê o Miguel e a Lena? Mal ele chegou e os dois já estão juntos. Falta só vocês!

– É sério mesmo isso? – perguntou Luke ainda um tanto incrédulo do que escutava.

– Sim, pode deixar que lhe digamos exatamente o que fazer. – piscou Violet.

POV Helena

Hoje de manhã minha cabeça girava. Eu mal conseguia abrir os olhos, mas como todos estavam dormindo, fiz um esforço para sair de lá. Eu simplesmente não gosto muito de ficar ali junto aos outros.

Em meio caminho andado para nem sei onde, sentei ao lado de Emma sem mesmo ela notar minha presença. Peguei um dos cigarros no maço e ascendi com o isqueiro. Na realidade, nunca fui de fumar, mas que mal faria um? Já tinha acontecido tanta coisa e sempre pode piorar, então um a mais ou um a menos não fará diferença.

– Tá fazendo o que aqui? – finalmente perguntei. Emma olhou para mim de modo desanimado. Seus olhos estavam completamente sem expressão. Os lábios estavam um tanto roxos e a pele ainda mais pálida. Quem não tivesse visto antes, diria que seria uma morta-viva.

– Esperando uma cidadã vir para a luta, mas ela ainda não apareceu.

– Falta de pontualidade e compromisso é detestável né?!

– Exatamente! – tragamos mais uma – Mas o que essa garota quer?

– Uma inimiga de infância. Só estava me divertindo e no final, peguei a mochila dela com mantimentos e tal... Ela disse que voltaria e eu estou à espera.

– Você é doida! – rimos.

– Sou mesmo!

Como se essa fosse à palavra chave, uma garota esguia, alta, com longos cabelos e língua bifurcada caminhou até ficar frente a frente com Emma.

– Seu amiguinho te deu o recado?

– Não! Estava ocupada demais esperando uma cidadã que nem cumpri com o que promete e jurava ainda que vai me matar hoje. – Emma levanta, debochando com ar de indgnada.

Em um piscar de olhos, Emma levou um soco no rosto, retribuindo com uma joelhada na barriga da outra, que deduzi se chamar Kisha, pois era assim que Emma a chamava. Mantive-me quieta observando o espetáculo, vendi ambas se arranharem até o primeiro traço de sangue escorrer do nariz da menina. No entanto, percebi ser a hora de sair de cena quando uma faca surgida de não se onde atingiu a árvore no meu lado, chegando a arrancar um fio de cabelo.

Nem foi tão difícil para eu sair dali, na verdade, pois apesar de estar ficando cada vez mais intensa, aquela briga não surtia sons que atraia um público com sede de sangue. Acho que só eu, ser um pouco psico faz isso (risos).

POV Lucy

Eu estava simplesmente fervente de ódio, tanto quem mesmo conseguia ficar parada. Nem mesmo me render aos olhos castanhos claros e cabelinhos ralos da mesma cor do pequeno Lucian ou as risadinhas de Alyssa tão meigas e... Ai! (me beliscar dói ainda sim) Tenho que manter o foco! Alek foi uma insolente comigo e indiferente desde que me conheceu. Além de trair todo o bando ela tirou o meu pai de mim. Por mais que ele não fosse flor que se cheire por completo, sempre foi bom comigo e estava disposto a se arriscar e ceder a Jeanine para me salvar. Mas ela... Urgh! Que ódio!

– Oi! – disse Caleb se aproximando tão despercebido que chegou a me assustar.

– Oi... – coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha para tentar disfarçar a notória crise de consciência que eu estava tendo comigo mesma.

– Tudo bem?

– Sim e você?

– Indo...

– Desde que Hiendi morreu...

– Por favor! Não fala nisso! Sabe?! Minha mãe nunca achou muito legal ficar se lembrando dos mortos, caso sim, eles não descansarão em paz.

– Entendo. Desculpe. – encarei o chão.

– Sem problemas.

– E ai? Como vai com sua irmã?

– Tris? Não desgruda um momento só de Quatro. Não está sendo muito legal ter que dividir ela assim, mas... – rimos – Tenho passado um tempo com Violet. Dei até um presente para ela de aniversário. É hoje, sabia?

– Ah! O colar da... – interrompi-me antes de pronunciar.

– É... Dessa vez a culpa foi minha. O medalhão não era exatamente meu, mas serviu para ela ter mais confiança depois do sonho que ela teve.

– Achei muito estranhos esses sonhos, para dizer a verdade. Mia, Dean, Violet, Miguel e Kylie... Pelo menos eles que me falaram. Cada um juntava com os seus medos e... – um arrepio surreal percorreu minha coluna.

– Você por acaso acha que isso possa ter alguma relação com... – parou de andar por um segundo e só então percebemos que estávamos caminhando – Ah! Esquece!

– Não, fala!

– Sei lá. Alguma coisa a ver com Jeanine.

– Ou com Robert? Com a VaKatherine? – mudei um pouco a voz ao pronunciar o apelido da ex de Tanner dado pelas meninas. Rimos um pouco, tanto que Caleb ficou vermelho, o que causou certo brilho extra em seus olhos.

– O que você acha de... – parou ele por um bom tempo.

– O que foi? – só então percebi que seus olhos estavam fitando algo, que por sinal ficava na direção para qual estávamos seguindo, sem nem mesmo dar conta.

Realmente era um motivo para se estranhar. A copa de uma árvore ligeiramente baixa assumia o posto defronte nós, isolando um pouco nossa visão, mas ainda sim de contrastando do restante. Mais curioso do que eu ser a “descobridora” era ninguém até agora não ter seguido por ali e ter descoberto aqui.

Uma construção não muito grande, caracterizado mais como uma casa de paredes amarelas, uma cerca a separava do espaço livre entre o restante da floresta e altas árvores frutíferas, mesmo ainda tendo bastantes dentro daquele cercado.

Algumas plantações se estendiam, enfileiradas e podadas com todo cuidado. Pude até reconhecer mudas de agrião e pés de chuchu. Se eu não estivesse tão lúcida, diria até que se trataria de pegadinha ou coisa do tipo, porém era real.

Caleb e eu nos aproximamos lentamente, percebendo então num canto, um caminhão com caçamba livre de quaisquer produções, estacionado. Em outra parte, pequeno galinheiro e um recipiente estreito, mas cumprido, repleto de grãos, onde poucas da espécie se propunham a comer.

Como um vulto rápido, uma garota de cabelos castanhos presos em rabo de cavalo frouxo passou pela janela cantarolando.

A casa, os animais, plantação, cores, caminhão, fora de Chicago...

– Isso aqui é...?

– Uma fazenda da Amizade! – conclui me aproximando involuntariamente, sendo que Caleb me seguiu piamente.

– Ei! – gritei percebendo o rosto de Caleb preocupado ao meu lado.

Não demorou muito para uma mesma garota tinha visto há poucos minutos sair com uma bacia que trazia chacoalhante devido às ervilhas contidas. Seus cabelos estavam com o mesmo penteado, apesar de uns fios arrepiados e uma curiosa mecha branca que se estendia no lado esquerdo até as pontas.

– Olá! – ela colocou a bacia no chão, passou agilmente pela cerca e me abraçou, depois a Caleb, tendo ele retribuído, entanto eu não. Acho que é algo muito da Amizade mesmo cumprimentar pessoas com abraços e beijos, não muito algo que se faça ao passar quase a vida toda na Franqueza e depois se mudar para a Audácia, sendo assim tudo muito novo e estranho para mim.

– Oi! – disse Caleb com um sorriso envergonhado e assenti com a cabeça.

– Tudo bem? – perguntou a menina – Sou Estela da Amizade, mas acho que isso vocês já perceberam. Por favor, entrem!

Isso é um estranho costume deles, pelo menos para mim é. A pessoa nem te conhece, você nem a conhece e já chama para dentro de casa e conversam sobre tudo sempre com um sorriso no rosto e tentando ser o mais otimista possível. Desde a escola não entendo o porquê dessa facção, já que não é tão diferente da Abnegação, mas... Sei lá. Aceitei mesmo assim o convite. Não porque Caleb estava louco para entrar, porém pelo cheirinho delicioso que senti. Bolo!

Narrador

– Nossa! – assobiou Scott.

– O que foi? – perguntou Dean que há bastante tempo estava ao seu lado dando o maior apoio moral.

– Jeanine... – as palavras se travaram no nó em sua garganta, tanto que ele somente gesticulava.

– Algum problema com os arquivos? – perguntou Alice – Descobriu o que é? Ou a bateria do notebook está acabando? Ai, minha nossa! – ela colocou o rosto entre as mãos.

– Calma Alice! – Raven riu – Esse aqui é o Scott, tenho certeza que ele consegue decodificar isso facilmente, só precisa de tempo, não é?

– Sim, e Raven tem razão Alice – ele deu uma piscadela para ela por trás dos óculos que escorregavam pelo nariz, arrumando-os – Posso conseguir, o problema é que tive todo um trabalho para reverter o que fiz nas últimas duas semanas para Jeanine e percebi que só fiz foi deixar o arquivo em outro modo de criptografia.

– Você sacou que eu não estou entendendo nada né?! – Luke sentou-se ao seu lado.

– Ok! Calma! – respirou fundo – De alguma forma, ela não sabia o que tinha aqui e acredito que precisava de mim para reverter à decodificação, certo? – todos assentiram – Mas ela criou também outro sistema para que ao decodificar, eu não soubesse o que ela planeja.

– Mas não foi você quem fez essa budega toda? – indagou Mia que até então estava tão calada quem nem mesmo havia sido notada.

– Fiz, contudo tinha um cara enorme ameaçando matar Alice e Sarah. Seria meio difícil em pensar em traduzir tudo e memorizar cada palavra, não é?

– Own *-* Você estava preocupado comigo! – Alice o abraçou pelas costas.

– Tá, mas no final das contas. O que você vai fazer?

– Eu vou ter que desfazer tudo que fiz até agora, ou seja, - olhou no relógio – essas três horas e quarenta e sete minutos o mais rápido possível, o que eu acho que vai dar umas cinco horas, porque terei que entrar e sair de arquivo mais histórico do sistema – parou um minuto pensativo antes de continuar – Depois terei que fazer um esforço em lembrar o que cada ID corresponde a que palavra aqui para tentar reproduzir parcialmente os arquivos, no entanto não estão completos. Sei disso porque eu trabalhado muito nesse período e aqui tem somente trinta e duas laudas.

– Tá, tá, tá! Parou! Esse papo de Nerd é muito estressante. – Mia colocou as mãos sobre as orelhas – Mesmo eu não sabendo por que sou indicativa para Erudição também, mas... – sussurrou para si mesma – Faça o que tem que fazer. Depois diz no que deu.

– É né?! Fazer o que? Vamos lá! – Scott estala os dedos, respira fundo com os olhos fechados, enxuga o suor que começava a escorrer pela face e retorna ao trabalho.


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Notas finais do capítulo

Até!