Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 10
1, 2, 3... Ação


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu gostei muito de escrever esse capítulo e espero que vocês gostem de ler.



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Mia, Hiendi e Violet já estavam soltas e prontas para saírem junto a Tris, Caleb, Alice e Kylie.

– Que nojo! Esse chão é mais pegajoso do que me parecia. – falou Mia.

– Aqui é o cantinho da tortura de Bruce! – respondeu Kylie.

– É repugnante! – disse Violet.

– Você nem imagina! – pronunciou Helena – Bem, é o seguinte! Eu vou sair e ver qual é o motivo da mobilização ali, enquanto isso, vocês vão embora.

– Mas e você? – questionou Kylie.

– Eu sei me virar sozinha. Vão! – ordenou Helena.

Assim se sucedeu, Helena prontamente saiu, observou como estava o ambiente e disfarçando fez o sinal para que eles desaparecerem. Olhou para trás o grupo fugindo. Caminhou até onde se encontrava o movimento maior e reparou o que possivelmente seria uma distração. Uma garota e dois meninos haviam chegado justamente na hora em que Bruce estava preparado para marcar Rose a ferro.

– Quão boa essa recepção hein?! Mas acho que é crueldade demais para essa mocinha! Não precisa disso! – falou a garota se promovendo.

– Quem são vocês e o que fazem aqui? – indagou Bruce.

– Pergunta errada meu caro. O certo seria, porque vocês não estavam aqui. – falou novamente a garota – Sou Alek, esse é Scott e Tyler. Estamos todos unidos, somos divergentes, iguais e mal compreendidos, agora me diga: para que isso que você fará?

– Porque EU sou o chefe aqui e nós não somos iguais. – anunciou Bruce.

– Exato! Por isso eu não estava aqui. “Antes só do que mal acompanhada”, não é mesmo? – articulou Alek em meio a uma risadinha.

– Perdeu seu tempo garotinha. Os três! Prendam-nos! – ordenou Bruce.

P.O.V Alek

Um homem alto, cerca de um metro e noventa de altura, segurou-me pelos braços, voltados para trás, fortemente para que não tivesse a possibilidade de eu fugir. O mesmo foi feito com Scott e Tyler. Fui obrigada a ficar de joelhos, Bruce disse mais meias palavras cercada de metáforas e voltou a pegar a grande pinça com o ferro no formato de um “D” na ponta.

Pude reparar por baixo de suas pernas, mais distante, um rapaz que estava com a mão no rosto. As lágrimas escorriam pelo seu rosto. Sem dúvidas era ele que tinha emanado o grito que ecoou pelo ambiente anteriormente. Sua face no lado esquerdo encontrava-se normal, porém ao direito, a pele estava deformada, parte sem pele, a carne exposta, mal conseguia abrir os olhos.

Fui tirada a atenção do rapaz quando o brutamontes que me segurava, puxou meu braço direito para trás, quase o quebrando. Voltei a olhar para Bruce que estava perante mim novamente. Os demais que tinham se levantado a minha chegada já voltavam para seus respectivos assentou, prontos e alegres para ver o evento.

Bruce igualmente retornou a discursar para todos. Era possível perceber que seu caráter era idêntico ao de Erick. Incrível! Não faltou um senso de vaidade e originalidade em falar de si mesmo. Gargalhava, pensando que tudo estava sobre controle novamente, na realidade como sempre pensou, achando que os derrotados seríamos nós, entretanto, mal podia esperar pelo verdadeiro espetáculo.

Narrador

Helena, vendo que seria melhor não tardar a sair dali, seguiu até a parte a trás do celeiro. Mal pôde ter visão do que a agarrara pelo pescoço e a jogara de cara contra a parede. Ela tentou sair, porém o homem apertava sua garganta cada vez mais, dificultando em grande escala sua respiração.

– Você Helena? Não esperava tamanha traição. – soou a voz conhecida.

– Me solta Robert. – exigiu Helena a muito custo.

– Não, não! A senhora vai ficar aqui e eu mesmo tratarei de marcá-la pela sua malcriação.

Robert apertou seu braço e a virou defronte. Pode perceber que Hiendi e Mia estavam sendo igualmente repreendidas por outros dois homens.

– Seu crápula! Capacho de Bruce! Você é um miserável! – disse Helena.

– Minha cara, você que nunca reparou o quanto era manipulada por nós. Vivia achando que era a mais importante de todas as moças aqui quando na realidade era odiada por todos. – verbalizou Robert com voz serena e baixa, próximo a orelha da garota.

– Eu tenho nojo de você! – proferiu Helena, cuspindo no rosto de Robert.

– Matem-nas! – mandou Robert irritado – Veja agora as consequências de ser fraca.

Robert deu-lhe uma joelhada na coluna que a fez cair de joelhos. Puxou seus cabelos, virando sua cabeça ao máximo para olhar-lhe nos olhos. Deu uma leve risada e chutou sua barriga, fazendo a garota jogar-se para frente e cair de cara com o solo.

– Levem as duas lá para dentro novamente e as acorrentem direito! Não quero mais importunos como esse. – comandou Robert.

Nesse exato momento, o homem que segurava Hiendi pôs-se a rir desesperadamente, seguido do que prendia Mia. Helena cuidadosamente levantou a cabeça, percebeu e as três se entreolharam. Robert percebendo que se tratava do soro, olhou ao redor até avistar acima do celeiro Violet que dando uma risada, disparou o dardo que acertou sua bochecha. Imediatamente o retirou do rosto, porém começou a sofrer com os efeitos de gargalhadas, quando Hiendi e Mia deram uma cotovelada na barriga dos homens que a seguravam, puxaram seus braços e num golpe de judô o lançaram para frente já desacordados.

Robert retirou da cintura uma pequena faca, puxou Helena pelos cabelos a fim de corta-lhe a garganta. Entretanto, a moça, ágil, afastou a faca de si e deu uma rasteira nele. Ambos se levantaram, Hiendi e Mia quiseram interferir, todavia foram interrompidas pelo sinal de Helena que deixou nítido que poderia dar conta de absolutamente tudo sozinha. Robert chegou mais perto para agarrar o braço dela, porém Helena deu um chute em sua parte genital, o qual o fez cair de joelhos e por fim deu uma voadora que o empurrou para o lado, acertando a cabeça numa pedra.

– Bom trabalho! – parabenizou Hiendi batendo palmas. Mia assentiu com um sorriso no rosto.

– Obrigado! – agradeceu Helena ofegante, olhou para cima e viu Violet com a arma disparadora de dardos. – Valeu pequena!

– Nada! – retrucou Violet com um risinho.

– Eles vão ficar um bom tempinho assim, pelo menos espero. Cadê o rapaz e as outras duas garotas que vieram buscar vocês? – perguntou Helena.

– Estamos aqui! – disse Alice e Caleb.

– E a outra? – questionou Helena.

– Saiu agora. Mudou de posição. Precisamos ter uma vista “aérea” da situação. Nós seremos o reforço. – advertiu Caleb.

– Bem pensado gatinho! – agradeceu Mia a Caleb, recebendo leve olhar de Hiendi, um tanto enciumado, porém cortado por um barulho maior.

– O que foi isso? – inquiriu Hiendi.

– Veremos. – murmurou Helena e as três voltaram para frente do celeiro para observar o que acontecia.

Bruce rasgou a manga da camisa de Rose e preparou para marcá-la, quando foi atingido por uma flecha no ombro da mão em que segurava a pinça com o “D”. Olhou para os lados e percebeu que alguns começavam a rir, não do acontecido, mas sim pelo fato da cooperação de Tris, Caleb, Violet e Alice que se separam por árvores altas cobrindo a situação.

– Seus imbecis! Do que riem? – berrou Bruce.

Tyler tirou do bolso uma faca e fincou na barriga do homem que o segurava, afastando-o. Virou e deu um soco no rosto. Scott fizera pouco diferente, pegou a adaga e com dificuldade passou pela nuca do homem, que mexeu-se e acabou por perder a orelha. Este tentou revidar, porém foi atingido por uma flecha de Lena, que saia do esconderijo, certeira no pescoço. Alek deu uma cabeça no nariz do homem que a prendia. Livrou-se deste pulou em suas costas. O homem ficou em pé e a jogou no chão, pegou a arma, mas num golpe rente, a garota chutou sua canela, quebrando-a e o fazendo cair de vez. Este só não se levantou novamente pelo fato de ser acertado pelo dardo de Alice.

Scott ouviu um tiro muito próximo e se virou. Por pouco não é atingido por uma jovem de cabelos castanhos claros. Esta se aproximou e prevendo outro ataque, tentou dar-lhe um murro, entretanto, a garota facilmente refez o curso do braço do rapaz, quase encostando sua mão no ombro, resultando em grande dor.

– Deixa de ser burro! Eu to do lado de vocês. Vê se toma cuidado. Quase aquele babaca te pega. – falou a menina apontando para um rapaz atirado no chão.

– Obrigado?! – petiscou Scott.

– Ok! Para todos os casos, sou Reyna. – apresentou-se soltando o rapaz, sendo puxada pelos cabelos por trás.

– Solta ela! Você não tava em coma ou sei lá o que? – ordenou Scott.

– Estou melhor que nunca. - falou Emily que aparentemente não apresentava sinais nenhum de que havia ficado em estado de choque.

A concentração na conversa foi quebrada pela chegada de mais duas mulheres e um homem que tentava os atingir.

– Alyssa, fique aqui! – comandou Tanner.

– Não! Eu quero ajudar! – discutiu Alyssa.

– Escuta, eu sou o mais velho e falei que você ficará aqui, quieta, longe do perigo, e ponto final. – bufou Tanner, saindo e em meio ao caos encontrando Rose e retirando a moça de perto de Bruce que lutava fortemente com Quatro. Assim que ficou de pé, Rose provocou Bruce que empurrou Quatro, caindo no chão, e voltando para pegar a garota, que num pulo, chutou-lhe o peitoral. Quatro o atingiu por trás e tirou a atenção de Rose, a qual Tanner tratou de salvar e levar para junto de Alyssa, contudo a garota já não se encontrava mais ali.

Tanner ficou de pé e tentou achar Alyssa e a encontrou pouco mais a frente, a qual tentou salvar Lucy de ser atingida por um tiro e pulou na garota armada. Esta infelizmente disparou e atingiu o abdômen de Alyssa que logo caiu, sangrando muito com dificuldades para respirar. O irmão atingiu a garota na cintura com uma faca e pegou a irmã nos braços, levando para próximo de Rose.

– Eu falei para você não sair daqui, Alyssa! – brigou Tanner preocupado.

– Calma! Eu to bem! Vai ajudar Lucy, vai?! Ela precisa de você. Foi só de raspão. – falou Alyssa.

– Tá bom, mas fica aqui! Rose, toma conta dela para mim. – pediu Tanner e Rose assentiu. O rapaz logo levantou-se e saiu.

– Por quê? – interrogou Rose com uma lágrima escorrendo pelo rosto, percebendo o agravamento fatal da respiração ofegante de Alyssa.

– Se eu falasse, ele não ia. – respondeu Alyssa triste – Cuide dele pra mim! – implorou nas últimas palavras.

Hiendi, Helena e Mia se revezavam a fim de proteger tanto os outros, quanto a si mesmas. Isabela se aproximou das três.

– Vocês estão bem? – perguntou entre um soco e outro, pois as três estavam ocupadas também.

– Sim! - responderam em coro.

– Onde está Violet? – inquiriu Isa.

– Está fazendo um ótimo trabalho aéreo. – retrucou Hiendi sendo seguida por Mia que falou:

– Olha para cima!

Isabela percebeu uma mão e um sorriso que estavam felizes por estar ali, mesmo sendo ainda inocentes. Emily caiu em cima de Isabela após ser atirada por outra garota.

– Helena, vamos acabar com elas! – disse a garota animada.

– Bora?! – anunciou Helena que se virou e acertou um tapa na garganta da menina, uma tática que aprendera e fazia a pessoa ficar sem ar. Logo a menina caiu com a mão no pescoço tentando, inspirar algum ar que fosse.

Aos poucos, toda a euforia era acalmada, os habitantes daquele acampamento adormeciam e/ou desmaiavam pela luta ou de acordo com o soro dos dardos que os atingia.

Quatro recebeu um forte soco, seguido de chutes. Bruce tirou a pistola que era encoberta pela camisa e engatilhou. Quando estava prestes a puxar gatilho, Alek pegou a adaga de Scott e lançou certeira para atingir a nuca de Bruce. Repentinamente, um rapaz entra na frente e marca Bruce no exato local com o “D”. Era Pedro, que acidentalmente é atingido e cai no chão já morto.

Tyler noutro canto recebe uma paulada na cabeça. Vira-se e se depara com uma jovem muito sedutora e o abraça. O rapaz fica hipnotizado. Enquanto isso, a garota pega uma faca vagarosamente e posiciona a sua garganta. Ao momento do bote, a garota vai ao chão, sendo atingida na mesma hora duas vezes. Ao lado por uma flecha de Lena na cintura e, por na cabeça, por um tiro que por sorte não ultrapassa e o atinge também.

O rapaz deixou o corpo da garota cair e percebeu a presença de outra atrás, de cabelos curtos e lábios vermelhos, com um sorriso de satisfação.

– Por pouco essa vadia não te mata né?! – falou.

– Obrigado! – agradeceu Tyler. – Sou Tyler e você?

Nessa hora, a garota voltou a levantar a arma e mandou um tiro que por três centímetros de distância não acertou o ombro do rapaz.

Emma! Toma mais cuidado. Já é a segunda vez que te salvo em cinco minutos.

– Ok! – disse o Tyler de repente abaixou, deu uma rasteira em Emma e acabou sendo atingido de raspão no braço esquerdo por um rapaz que estava atrás dela. Não foi preciso esforço de Tyler ou Emma, pois Emily com o jeito desajeitado dela o matou por acidente.

– Falta só uma! – cobrou Emma com um risinho respondido com outro pelo rapaz.

Quatro e Bruce eram praticamente os únicos que continuavam a lutar. O restante já estava apagado com o efeito do soro, quando Tris o atingiu com três dardos, um no topo da cabeça, outro no braço e outro nas costas. Hiendi veio por trás e pulou nas costas de Bruce, dando-lhe seis coronhadas seguidas até ele desmaiar.

Os todos se entreolharam até escutarem uma doce voz do topo da árvore anunciando.

– Vencemos essa! – gritou Violet, alegre.

Tanner foi ao encontro de Rose e Alyssa.

– Como ela está? – perguntou.

– Ela... se foi! – respondeu Rose que deixava as lágrimas escorrerem.

– Não pode ser! – negava-se Tanner – Eu falei para ela. Eu falei! Eu falei!

Rose o abraçou tentando consolar o colega. Alice, Caleb, Tris e Violet desceram as árvores e esconderijos onde estavam de tocaia. Alice que viu toda a cena da despedida e morte de Alyssa, aproximou-se de Tanner e mesmo sem conhecê-lo o abraçou. Ela sabia como era. A própria enterrara a mãe e agora tinha que conviver com a incerteza de se um dia voltaria a reencontrar a irmã.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?! Batalha tensa... Assim que der estou postando o próximo! Até!
Personagens dos leitores:
— Reyna Waters
— Emma Tyto
— Lucy Greene