Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 33
Capítulo trinta e dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503506/chapter/33

A casa de Harry era de longe, feita com modéstia e sem luxo aparente. Naquela tarde, os lírios enfeitiçados de Gina não eram tão atraentes quanto seriam em um dia despreocupado. Hermione, com os nós dos dedos, bateu três vezes contra a porta, tão leve e delicadamente que Draco pensou que teria de bater ele mesmo para alguém dentro da casa ouvir. O pensamento foi interrompido por um leve ranger da madeira que se encostava ao assoalho.

—Senti tanto a sua falta! —Gina com a barriga saliente abraçou Hermione com força, soltando-a apenas para balançar a cabeça, cumprimentando Draco parado sobre o capacho em vermelho vinho. —Vamos entrando! Poderia fechar a porta, Draco?

O rapaz realizou o pedido, ouvindo novamente o ranger cruciante.

—Já disse para Harry que temos que descobrir o porquê do assoalho estar assim. Posso jurar que ouvi alguma coisa se mexer em baixo dele há alguns dias.

A ruiva continuava a resmungar o assunto que, nas atuais circunstancias, parecia banal e totalmente desconexo. Entretanto, Draco percebeu que fazia algum tempo que as duas garotas não se viam, e muito menos conversavam. Havia muita coisa a ser esclarecida. Principalmente sobre o futuro Potter que nasceria em pouco tempo.

Após atravessarem o corredor estreito — repleto de fotografias em movimento — em azul claro, passaram por um arco entalhado em madeira de aspecto novo, sendo até mesmo o aroma, ainda fresco. Na sala, Harry estava sentado de frente para Nott que em círculos, mexia uma xícara de café.

—Estava com medo que interceptassem minha coruja! —O rapaz ajeitou os óculos e levantou-se, abraçando rapidamente a garota, como se fosse uma velha reunião de amigos.

Hermione sentou-se entre Rony e Draco, ambos colados aos seus ombros como dois grandes cães de caça.

—Hermione, alguma dúvida sobre o plano? —Harry perguntou, verificando a xícara de café, agora frio.

—Harry, já perdi a conta de quantas vezes revisamos esse plano. Está tudo certo, vamos conseguir! —Confirmou com a voz confiante e firme.

—Acho que você não está entendendo. É perigoso e você pode morrer caso dê errado — Draco estremeceu — e acredite, nenhum de nós quer te perder.

Hermione pôs-se de pé, quase derrubando Rony que continuava escorado em seu ombro.

—Vamos logo com isso, estou pronta!

Harry olhou de esguelha para Rony, assentiu derrotado.

—Estaremos perto de você o tempo todo, apenas desarme-o...

—... E o imobilize! —Piscou para o amigo. —Eu sei, Harry.

Hermione olhou por toda a praça, e constatou que aquela seria a chance perfeita, o lugar estava completamente vazio. Afastou a neve de um dos bancos e ferro e sentou-se, ajeitando o casaco sobre o metal frio. Pegou o livro e o abriu em uma página qualquer, soltou o ar que prendera por impulso.

—Vamos lá. —Sussurrou para si mesma.

Deixou o livro na altura de seu rosto, impossibilitando a visão, iniciou então, a forçada leitura.

Durante o tempo que estava ali, parou para observar o gatilho do bebedor, constatou que algo muito forte o deformara. Da última vez que o vira, estava intacto, agora, o metal prateado jazia retorcido e com um brilho estranho.

O tempo se passava e o céu já começava a se fechar, escurecer, e dar lugar a lua que já surgia no horizonte. As lâmpadas do poste ornamental negro acenderam quando a escuridão tomou conta da praça. Estava prestes a desistir, quanto uma sombra a suas costas lhe fez lançar o livro longe e levantar-se rapidamente. Tateou a varinha para apontar contra a figura encapuzada, mas antes que conseguisse proferir qualquer feitiço foi atingida por trás, ainda lutando contra a sonolência que tomava conta de seu corpo, tudo o que viu entre as piscadas foram os dois comensais olhando por sua blusa, a marca. Seu corpo foi arrastado sem gentileza alguma até o bebedor, abriu os olhos no exato momento em que uma das figuras negras agarrou o gatilho retorcido, na verdade, uma chave de portal. Um grito, mais precisamente um rugido alto e forte irradiou dos arbustos, de repente. Draco corria com a varinha em mãos, lançando-se contra os comensais. Hermione sentiu-se sendo consumida pelo próprio estomago, e adormeceu.

Hermione despertou com o farfalhar de folhas secas, sussurros quase gritados. Sentou-se e sentiu uma forte pontada em sua testa, no limite entre o cabelo revolto. Tocou delicadamente sentindo algo úmido e viscoso. Seus olhos ardiam tanto quanto sua cabeça latejava. As vozes continuavam, não sabia onde estava, e pouco se lembrava do que havia acontecido. Sua visão começou aos poucos, desembaralhar-se, tornando-a mais clara. Sua audição melhorou também, e a voz que ouvia praguejando, tornou-se conhecida.

—Draco? Draco é você? —Piscava, testando a nitidez.

O silêncio a assustou, mas logo percebeu que o rapaz aproximava-se rapidamente.

—Estou aqui! —Segurou seu roto entre as mãos grandes e macias. —Fico feliz que tenha acordado!

Beijou todos os cantos do rosto e Hermione, demorando-se próximo ao lábio seco e rachado.

—Como se sente?

—Com sede! —Resmungou, molhando os lábios com a língua.

Draco capturou uma folha larga e ainda bastante verde, com a varinha pronunciou um feitiço simples, e a encheu de água.

Hermione bebeu lentamente, apreciando os curtos goles da água.

—Onde estamos? —Perguntou curiosa, analisando as árvores grandes e altas.

Draco olhou para cima, procurando a copa das árvores.

—Não sei ainda. —Murmurou. —Tentei aparatar, mas tem um feitiço contra, não podemos sair daqui. Pelo o menos não agora!

Levantou-se e caminhou por entre algumas árvores, olhando para o céu, o sol forte e potente brilhando contra seu rosto.

—Não vá muito longe, não sei o que podemos encontrar. —Balançava a varinha entre os dedos, sentado em uma raiz saliente. —Não sei como vamos sair desse inferno.

Hermione voltou e sentou-se de frente para Draco, uma expressão incompreensível tomava conta de seu rosto.

— O que aconteceu?

Draco desviou o olhar das árvores e encontrou o rosto de Hermione, pálido contrastando com o sangue.

—O plano perfeito deu errado, e você quase foi arrastada para Mérlin sabe onde pelos comensais...

—Mas você interviu! —Bradou com indiferença.

Draco assentiu impassível.

—Foi necessário. —Hermione parecia irritada, e apenas por isso, resolveu explicar exatamente o ocorrido. —Esperávamos apenas um comensal, seria fácil desarmá-lo. Não contávamos com a chave de portal. Um deles te distraiu e o outro lhe acertou com um feitiço

Hermione o interrompeu.

—Qual o feitiço?

—Acredito que tenha sido a maldição Imperius. —Deu de ombros. —Você caiu, mas continuou acordada, foi estranho, como se lutasse contra. Harry e eu achamos que estava tudo sobre controle, quando os dois estavam analisando sua marca, era o momento certo para atacar, mas não o fez. Parecia que você estava nos olhando, conseguindo ver por trás do arbusto, a varinha estava na sua mão. —Suspirou e brincou com os próprios dedos. —Quando percebi o que fariam tentei impedir, mas era tarde, acabei sendo carregado junto pela chave. No caminho eles nos largaram, caímos sobre as árvores.

—Foi assim que eu ganhei esse corte? —Perguntou tocando a testa, o sangue seco unira os fios de cabelo com alguns pedaços de folhas secas.

—Não. —Produziu uma careta. —Lhe segurei e tentei aparatar, mas ricocheteamos e você bateu com a cabeça naquela rocha, não antes de quebrar aquele galho.

Apontou para uma arvore que tinha um longo e grosso galho pendurado na casca.

—Me desculpe por isso. —Segurou o rosto da garota com uma das mãos, atenciosamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Até logo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Insignificantemente, você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.