Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 23
Capítulo vinte e dois




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Aquele dia iniciara com chuva forte, o céu encontrava-se cinza, as nuvens tão espessas quanto concreto. O vento sacudia as copas das árvores mais altas e arrancava brutalmente as últimas folhas. Um dia ventoso e nebuloso. Hermione abrira a cortina de sua sala, e suspirava de maneira pesada. Vestia por cima da roupa um grande cardigan rosa envelhecido, nos pés a pantufa grande e peluda, imitando um gato. Na mão, uma xícara fumegante de café. Observava com atenção os pingos que escorriam pela janela, caminhou lentamente pela casa quente e aconchegante, pessoa alguma em sã consciência gostaria de ter que sair em meio à chuva forte e constante. De repente o som de fracas bicadas lhe desviou o olhar — até então voltado para as chamas — até a janela. Uma coruja-diabo, com as penas molhadas e eriçadas, bicava incansável sua janela. Abriu-a, dando espaço para que a ave entrasse e fugisse do tempo úmido. Desamarrou o pergaminho enrolado na pata e deixou-o sobre a escrivaninha, voltando para a coruja lhe entregou um biscoito quebrado ao meio. Voltou-se para o papel amarelado e desenrolou-o. Percorreu os olhos e rapidamente jogou-o na lareira, tirando as pantufas subiu as escadas, tropeçando nos últimos degraus. Em seu quarto, capturou o primeiro par de sapatos que encontrou. Calçou-os — uma bota de cano curto — e correu para fora de casa, aparatando nos três primeiros passos. Entrou pela vidraça da loja com manequins semivestidos e após a sensação gelada que passou por seu corpo, encontrava-se no agitado St. Mungus.

Harry estava em pé, ao lado do balcão de informações, parecia cansado, os óculos caídos até quase a ponta de seu nariz, o rosto com alguns pequenos cortes nas bochechas. As mangas da camisa haviam sido puxadas até os cotovelos, e a pele exposta, revelada alguns pequenos cortes.

—Harry! —Exclamou mais alto do que realmente gostaria. Em passos apressados chegou até o amigo e abraçou-o,

O rapaz de óculos apertou-a com a mesma intensidade, reconfortando-a. Durante a madrugada, Rony, fora atacado por comensais quando saía do Ministério. O amigo fora informado na primeira hora do dia e logo, enviou uma coruja para Hermione.

—O que está acontecendo, Harry? —Sua voz tinha um timbre e nervosismo, mas estava tão chorosa quanto a de uma criança que se machuca.

Harry por um momento parecia ter congelado, mas voltou a si, e com uma mão gesticulou, informando que entrariam no elevador. Apenas na cantina, onde ambos haviam pedido café, foi que abriu a boca para falar.

—Os Comensais, Hermione. Estão atacando e ninguém conseguiu capturar um. É como se eles fossem invisíveis... É frustrante! —Bateu com o punho na mesa, virando o copo e o líquido.

A garota não se moveu, apenas suspirou e assentiu.

—Hermione, o Rony está com uma marca estranha... —A garota rapidamente levantou a cabeça, e com certo entusiasmo pediu para que continuasse. —Er... É uma espécie de “X”. —Hermione arregalou os olhos e sorriu de lado. — Posso saber por que está sorrindo?

Pediu um minuto com o dedo longo e esticado, logo afundou as mãos e o rosto na bolsa, tirando um longo papel amassado. Avidamente percorreu os olhos pelos pergaminhos repletos de anotações e rabiscos, mordeu os lábios e franziu a testa.

—Aqui!

Esticou o pergaminho para o amigo, mostrando-o. A lista da antiga “Armada de Dumbledore” jazia intacta. Apontou alguns nomes e explicou:

—Todas essas pessoas foram atacadas, e todas elas, estão com um “X” no peito! — Exclamou aflita.

—Tem uma ordem! Quem mais está na lista? —O rapaz puxou o pergaminho.

—Nott, o Sonserino, creio que se lembre... Também ganhou a marca. —Entortou os lábios. —Não é uma ordem... Nott não participou da A.D!

Ambos se olharam por um breve momento.

—Mas ele lutou contra Voldemort!

Aquele nome ainda causava arrepios na pele, mas no momento em questão foi inspirador. Hermione então estalou os lábios rosados, mas foi Harry quem falou:

—Eles estão marcando todos que lutaram na guerra...

—Contra Ele! — Completou a garota. Ambos assentiram.

Harry e Hermione pegaram as anotações de cima da mesa e correram pelos corredores, ansiosos, apertaram diversas vezes os botões do elevador que, lentamente, parou em cada andar. As portas mal se abriram e ambos já explodiram em passos rápidos. Hermione passou por Draco, sem ao menos enxergá-lo. O rapaz loiro apenas observou-a. Os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo baixo mexiam-se nos ombros. Harry chegou ao balcão de informações e rapidamente mostrou o distintivo — prateado, com três varinhas e uma águia esculpidas no metal frio.

—Precisamos a lista de todos que foram atacados por comensais! —Exigiu.

Hermione entrou na frente do amigo.

—De todos que deram entrada no prazo de duas semanas!

A mulher baixa de óculos sacudiu a cabeça, negando.

—Isso é uma missão do Ministério da Magia!

—Só quem tem essas informações é o Curandeiro encarregado desse setor! —Respondeu com a voz esganiçada, deixando bem claro que pouco se importava.

—E quem é o curandeiro responsável? —Perguntou Harry, com uma pontada de ironia na voz.

Uma tosse forçada, um pigarreio suave, imergiu de suas costas de repente. O moreno revirou os olhos, como se fosse algum tipo de brincadeira de mau gosto. Hermione virou-se rapidamente, encontrando um par de olhos cinza azulado e um sorriso tão sarcástico quanto a voz que irrompeu dos lábios em seguida:

—Eu mesmo, Potter!

O rapaz virou-se, cruzando os braços sobre o peito estufado.

—Ouvi bem? Precisa de mim? —Tinha um quê de prazer na voz, ao perceber que Harry Potter, seu rival desde o inicio dos anos em Hogwarts, precisaria de sua ajuda.

Harry respondeu-o com um palavrão e deu as costas ao loiro, porém, foi puxado por uma Hermione que irradiava irritação. Sua testa franzida e seus olhos cheios de raiva.

—Escute aqui, Harry! Vamos pedir sim, a ajuda dele. —Soltou o casaco do amigo, até então enrolada em seu punho. —Você me tirou da minha casa com toda essa chuva para ver Rony e dar fim aos ataques. Agora, se puder engolir seu orgulho por um minuto, eu agradeceria!

Harry ficou quieto, boquiaberto assim como Draco e outros bruxos que prestavam atenção na garota baixa de cabelo armado.

—Tem certeza de que não é ela a chefe do departamento de Aurores? Pois deveria ser nomeada! —Draco rebateu, triunfante.

Hermione caminhava em direção ao corredor, parou de repente em frente ao loiro e encarou-o friamente.

—Não faça piadas, sou tão rápida com a varinha quanto você com seu sarcasmo!

E sem ao menos esperar, seguiu pelo corredor. Harry deu alguns passos, parando ao lado de Draco. Ambos olhavam-na caminhar ao longe.

—Nunca diga que ela dever ser “nomeada”, ela só chegou a sub chefe Aurora porque realmente mereceu. Rony e eu fomos os “nomeados”, logo depois da guerra enquanto ela... Estava em Hogwarts, terminando os estudos. —E então deixou o loiro sozinho, seguindo a amiga.


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Notas finais do capítulo

Olá, espero que tenham gostado!
Até logo