Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 21
Capítulo vinte




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A chuva batia insistente na janela, até mesmo o som cortante contra o vidro e a luz forte que entrava na sala cada vez que um raio caía do céu não deixavam a garota desconcentrar-se, com o abajur aceso na mesa de centro, pergaminhos, penas afundadas no tinteiro e livros empilhados a sua volta faziam parte da sua pesquisa. Tinha a varinha atrás da orelha, gesto o qual, anos antes tanto criticou em Luna Lovegood, o pijama largo em seu corpo contrastava com as meias coloridas em tons vibrantes. Batia com os dedos na mesa em um ritmo próprio, os lábios movimentavam-se em murmúrios. Assustou-se com um trovão que fizera a casa praticamente tremer, com a mão no peito, respirou, mas soltou um guincho quando as batidas em sua porta soaram em seguida.

Caminhou arrastando os pés pelo assoalha e abriu a porta. Na pouca luz que a lua projeta de trás das densas nuvens cinza, puderam-se enxergar os fios ruivos e a pele clara. Protetora, Hermione mandou George — encharcado — entrar e logo trancou a porta em suas costas. Ofereceu uma toalha, mas o rapaz foi capaz de se secar com um floreio da varinha. Agradeceu, não deixando de bagunçar ao cabelo grudado à testa.

—Por que está no escuro? —Reparou que a garota trabalhava em algo, pelos livros espalhados sobre o tapete peludo. Jogou o grosso casaco sobre a poltrona, onde um gato gordo reclamou e voltou a enrolar-se para dormir. —Pensei que havia deixado Bichento na casa de seus pais!

Hermione que preparava café na cozinha, esticou-se para olhar o rapaz. Ajeitou a varinha na orelha e fez um sinal sem importância com a mão, voltando aos afazeres.

—Na verdade, a vizinha teve uma viagem inesperada e pediu para que tomasse conta do gato dela. Bichento continua com meus pais, já tem alguns pelos brancos! —O rapaz ouviu-a rir sozinha, provavelmente imaginara a imagem do gato velho, agora, com pelos brancos entre a pelagem alaranjada. Murmurou um “aposto que sim” e voltou-se para as anotações borradas no pergaminho. —O que disse?

Hermione voltara, equilibrando uma bandeja com duas xícaras e um prato cheio de biscoitos. George a ajudou, afastando tudo sobre a mesinha de centro para o lado. Posicionou a bandeja no centro e sentou-se no tapete peludo, ao lado de Hermione. Só então, reparou nas graciosas meias da garota.

—Que meias são essas? —Deixou-se rir, não aguentaria muito tempo, e provavelmente se tentasse segurar a risada, faria com que pedaços do biscoito voassem da sua boca.

Hermione murmurou um “ah” desconcertado, enquanto capturada com os dedos a alça da xícara.

—Eu ganhei dos meninos antes de ir para Hogwarts fazer o último ano — George não segurou a risada, mas abafou-a como pôde com o café. —, pode parecer um presente meio sem sentido, mas até que gosto delas. Não me sentia tão sozinha. Dei um par igual para cada um deles. Se procurar as de Rony vai ver que estão furadas no calcanhar.

—Tipo aquela coisa de melhores amigos? Só que, meias? —Indagou pensativo, olhando fixamente para o líquido fumegante. Parecia lembrar-se de algo com a história das meias, mas molhou os lábios e voltou a encarar a garota que assentira.

—O que veio fazer aqui, George? —Perguntou sem rodeios, sendo direta. Com a xícara sobre os lábios, bebeu o café amaríssimo e produziu uma careta. George sorriu.

—Bem, você encasquetou com a história daquela marca no meu peito. E achei que deveria saber, Lino foi atacado recentemente, fui visitá-lo hoje. —Receou em falar, com um quê de mistério abaixou a cabeça e sacudiu-a. — Ele tem a mesma marca que eu no peito. Simplesmente levou uma pancada na cabeça e acordou no St. Mungus!

Hermione soltou os lábios, que nem ao menos percebera que mordera. O gosto de ferrugem do sangue espalhou-se rapidamente, mas despareceu com o sabor do café. Largou a xícara e tirou a varinha da orelha, batendo-a na mão, pensava nas coincidências.

—Theodore Nott também está com aquela marca no peito! —Murmurou. —São três até agora! O que isso significa?

—Eu queria saber também. —Levantou-se procurando o casaco. Deixando um silêncio sepulcral pairar na casa. Apenas após algum longo tempo, pronunciou-se novamente. —Vou para casa, qualquer coisa me envie uma coruja!

Hermione murmurou um “até logo” sem atenção e continuou pensando no assunto. As marcas “X” apareceram em seu sonho no restante daquela noite. Na manhã seguinte despertou com a cabeça latejando, despiu-se do pijama e vestiu o uniforme de trabalho. Entrou na lareira de sua biblioteca/escritório, segurou entre os dedos pó de flu e com clareza, pronunciou o local desejado, jogando os minúsculos grãos com força. As chamas verdes lhe engoliram e em um centésimo de segundos já caminhava pelo Átrio do Ministério, dirigindo-se para o elevador. Alguns memorandos interdepartamentais voavam em volta da luz, cumprimentou alguns conhecidos durante o trajeto. A voz firme de uma mulher soou pelo cubículo: Segundo nível, Departamento de Execuções de Leis mágicas, incluindo a Seção de Controle indevido do Uso de magia, o Quartel general dos Aurores e os Serviços administrativos da Suprema Corte dos Bruxos. Saiu com o nariz empinado até a sua sala, a qual dividia com Rony e Harry. Os rapazes ainda não haviam chegado, portanto, sentou-se em sua escrivaninha repleta de pastas e arquivos. Grudado na primeira pasta da pilha, um pequeno aviso: “Treinamento grupo um, sala de treino às 9h”.

Hermione checou o relógio, ainda tinha algum tempo antes do inicio do treino. Pegou o Profeta Diário que sempre estava sobre sua mesa quando chegava, e escondeu o rosto atrás do papel, lendo-o atentamente. A manchete do dia:

Ataques continuam

Nos últimos dias, o mundo mágico tem recebido diversos ataques de Comensais da Morte, alguns foragidos da prisão de Azkaban. O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos recebe pelo o menos um novo paciente por dia, pelos ataques. Os ataques são em locais isolados. O chefe do departamento de Aurores, Harry Potter (24) não se pronunciou quanto aos ataques, achamos que nem mesmo os amigos: Hermione Granger e Ronald Weasley saibam o que fazer nas atuais circunstâncias, já que continuam treinando os novos e futuros integrantes do Ministério da Magia. O Ministro Kingsley Shakeolbolt não quis falar sobre o assunto.

Jogou o jornal diário na lata de lixo, sem ao menos virar mais uma página. Levantou-se ajeitando o casaco e foi decidida até a sala de treinos. Bateu a porta com força ao entrar, estrondo o qual chamou atenção de todos os bruxos e bruxas. Por um momento, lembrou-se de Snape entrando em sua sala sempre escura, batendo a porta e mandando todos se calarem enquanto apontava a varinha para o quadro, fazendo as anotações aparecerem.

—Bom dia! —Todos responderam em uníssono. Sorriu, percorrendo o olhar por cada um dos presentes, o número diminuíra consideravelmente. Arqueou as sobrancelhas surpresa e deu alguns passos. —O grupo diminui bastante, não é? Será que o caos dos Comensais da Morte foi o motivo para tantas desistências?

Uma garota de óculos quadrados, com um laço azul na cabeça se remexeu e falou alto e claramente:

—Acho que alguns perceberam que o trabalho não é tão simples, mas sinto informar que duas garotas estão no St. Mungus! Fui visitá-las ontem, estão bem, devem voltar daqui uns dias.

Hermione a olhou e assentiu em agradecimento. Não explicaria para os jovens aurores coisas que nem mesmo conseguia compreender com total certeza. Tirou a varinha do casaco, mas antes que conseguisse explicar o que fariam naquele dia, fora interrompida pela porta que se abrira.

—E outros estão apenas atrasados, porque saíram do St. Mungus há poucos minutos! —Nott entrava, mancando e segurando as costelas. Seu cabelo havia sido penteado para trás, mas já se desgrenhava. Exalava um aroma diferente de qualquer outro que Hermione já sentira, e de certa forma, aquilo lhe deixava atordoada.

Cumprimentou o rapaz com um aceno da cabeça e um breve sorriso, mascarado pela voz que logo soou, mandando-o juntar-se ao grupo aglomerado no fundo da sala. Andou de um lado para o outros por breves segundos e voltou a si quando o rapaz que já chegara ao seu devido lugar tossira propositalmente.

—Ótimo! —Apressou-se em dizer, nervosa. —Separem-se em duplas e duelem entre si, vou avaliar vocês de longe, anotarei os melhores e os indicarei ao chefe do Departamento de Aurores, os escolhidos farão uma prova. Aconselho aos que passarem que estudem! A prova costuma barrar setenta por cento de vocês. Comecem!


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Notas finais do capítulo

Mil desculpas pela demora!
Até logo



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