Na frente da biblioteca nacional, Luisa estava de pé, com um vestido florido e um cardigan vermelho, esperando Brian, que aparecera poucos minutos depois dela chegar.

– Oi! – sorridente Brian cumprimentou.

– Oi!- Uma tímida Luisa respondeu. – Onde vamos?

– Pensei em passarmos o dia no parque de diversões. Fica bem próximo daqui e imaginei que você não saberia onde ficava.

– Ah sim. Vamos então. – Timidamente, Luisa abraçou o braço esquerdo de Brian, que ficou surpreso e feliz com o gesto da loira. O moreno colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e foram ao parque. Montanha-russa, carrinho de bate-bate, roda gigante, Luisa estava encantada com o parque e se sentindo novamente uma criança.

Harry andava de um lado para o outro, em um beco próximo a livraria do senhor Sheppard. Ele não sabia se a poção polissuco funcionaria, já que ela estava guardada fazia algum tempo. Só precisaria de um fio de cabelo de Brian para o plano.

– Onde você está Luisa? Já devia ter chegado.

– Vamos agora no carrossel?- Luisa pede a Brian.

– Tudo bem, embora eu não goste muito de cavalinhos.

– Voce fica em pé então. Não me importo.- Mostrando a língua, Luisa saiu correndo em direção a fila do carrossel. Os dois subiram no brinquedo e Brian ficou de pé, ao lado de Luisa, que subira em um unicórnio.

– Sabe, eles existem. – olhando para baixo, Luisa disse.

– Eles quem?

– Os unicórnios. São muito raros, mas são os animais mais bonitos de todo o mundo. Eu queria poder vê-los de novo.

Brian se aproximou de Luisa, que ficou envergonhada. –Foi por isso que saiu correndo pra subir nele? - Um aceno na cabeça foi a resposta do moreno.

– Entao, você gosta muito de carrossel?

– Sim. É meu brinquedo favorito de todos desde criança.

– Entao feche os olhos.

– Por...por que?

– Se não, não ganha surpresa.- Sorriu irônico o moreno.

Assim que Luisa fechou os olhos, Brian foi se aproximando, ficando de frente a ela. Luisa sentiu o calor do corpo do garoto se aproximando e seu coração acelerou rapidamente. Ela sentiu uma mão tocando seu rosto, quente, e o cheiro de algodão doce que haviam comido antes. Os lábios de Brian estavam próximos o suficiente e Luisa estendeu seu rosto um pouco mais para frente, obedecendo o toque da mão que estava agora em sua nuca. O sabor do beijo do moreno foi o que fez Luisa se sentir mais nervosa do que antes.

Brian não acreditava que estava mesmo beijando ela. Era diferente de todas as outras. Luisa transmitia uma aura de inocência, talvez por ela ser tão pequena, pensava. Desejava protege-la de todo o mundo e de seu pai. Entao ele se afastou bruscamente, ainda segurando os ombros da garota.

– Luisa. Hoje é dia 30 de Abril.

– O plano. – Entao Luisa Se levantou, puxou o cabelo de Brian e conseguiu alguns fios.

– Ai! Mas o que você ta...

– Desculpe eu preciso disso. – e aparatou para o beco, onde Harry estava sentado, esperando.

– Até que enfim. Mas eu disse um pouco do cabelo dele, não o garoto inteiro.

– Como assim? – Harry apontou para o lado e ela viu Brian segurando seu braço.

– O que está fazendo aqui? Você? Como não está estrunchado?

– Estrunque?

– Anda vamos ver se a poção vai ter efeito mesmo. – Harry pegou os fios de cabelo de Brian que estavam na mão de Luisa e colocou na poção polissuco. Ela borbulhou um pouco e saiu um cheiro apimentado. Então Harry bebeu.

– Ah que nojo. Isso tinha meu cabelo?- entao o rosto de Harry foi mudando de forma e Luisa se viu diante de 2 Brians.

– Voce disse terno certo?- Harry começou a se despir, e Luisa se virou.

– Mas o que? Como assim? Ele sou eu? – Empurrando o garoto para fora do beco, Luisa começou a explicar.

– Brian, essa é uma poção que faz você se transformar em outra pessoa durante 1 hora. O Harry vai ser você, para que, quando Morpheus nos atacar, você não corra perigo. Tivemos sorte de ele não ter ido atrás da gente enquanto estávamos no parque. Mas quero que fique na sua casa hoje. Não posso deixa-lo correr esse perigo.

– E eu não posso deixar você correr esse perigo. Se seu pai é louco como disse, eu não vou deixar você ir sozinha.

– Estou com o Harry. E com os outros.

– Ora, ora. Quem eu encontro por aqui? Filhinha. – Morpheus estava em pé, na calçada, com uma roupa branca, olhando para Luisa alegremente – finalmente encontrei você. Menina danada. Não adianta brincar de esconde- esconde comigo.

– Voce não vai encostar um dedo nela. – Brian ficou na frente da garota, formando um escudo entre eles. Com um movimento de sua varinha, Morpheus fez Brian voar para o beco e cair sobre algumas latas de lixo.

– Onde estávamos? Ah sim. Voce vem comigo.- Luisa deu alguns passos pra trás, mas sabia que não conseguiria fugir dele por muito tempo, entao começou a ataca-lo.

– Diffindo!- O feitiço passou longe, e Morpheus, surpreso disse:

– Quer mesmo lutar? Assim como sua mãezinha? Então vamos lutar. Imperio!

– Expelliarmus! – Harry aparece, atacando Morpheus e protegendo Luisa.

– Não sabia que tinha magia, garoto. Mas tudo bem. Eu consigo derrotar os dois. – alguns feitiços foram disparados e na rua havia destroços por todo lado. Trouxas corriam desesperados, fugindo das luzes. Então Morpheus usou um Expelliarmus e conseguiu desarmar Harry, ainda se parecendo com Brian. E entao ele se transformou em uma fumaça branca.

– Não, essa fumaça de novo? – Luisa disse, se aproximando de Harry. – Onde está sua varinha?

–Não sei. – A fumaça ganhava forma e, ao redor dos dois bruxos, Morpheus apareceu, segurando-os pelos pescoços com uma chave de braço.

– Acho que vou ter que levar ambos. Vamos. – o homem aparatou e Brian, andando com uma mão na cabeça, saiu do beco a tempo de ver Luisa e Harry sumirem.

– Droga. A visão se tornou real.