– Que bom que a trouxe imediatamente, assim podemos trata-la o mais rápido possível.

Harry estava sentado em um bando do hospital, enquanto Luisa fazia alguns exames para comprovar se o que ela tinha era mesmo Febre Reumatica. A garota era examinada com vários aparelhos que não conhecia e achava graça em todos eles. Enquanto era examinada pela enfermeira trouxa, analisava todo o consultório.

– Engraçado, vocês não tem salamandras nem sanguessugas nos consultórios...- pensou em voz alta.

– Como? Acho que você está tendo delírios. Vou chamar o seu acompanhante.

Assim que Potter entrou, Luisa ficou sem jeito. Ela estava com uma fina camisola, que mostrava sua lingerie florida. Harry percebeu e se virou para a parede, para que a garota pudesse se trocar.

– Por que me trouxe a um hospital trouxa? Eles têm tanta coisa estranha pra fazer exames.

– Como você mesma disse, eles têm mais estudos sobre viagens no tempo, e poderiam ter também nessa doença.

– É verdade?

– O que?

– Que eu posso ter morrido... no seu mundo?- nesse momento Harry não se importou se ela estivesse vestida ou não, ele precisava olhar nos olhos de Luisa. Ela estava já com sua roupa, o que se tornou um alivio para o homem.

– A última carta diz apenas que você ficou muito doente. Estava fraca e não conseguia usar seus poderes. Talvez você tenha se recuperado.

– Não acredito nisso. Seria contra as leis da natureza, duas pessoas iguais viverem em um mesmo mundo. – Luisa disse, baixando a cabeça. Harry estendeu sua mão, querendo consolá-la, quando a enfermeira voltou.

– Os resultados vao demorar um pouco, mas tudo indica que você tem mesmo Febre Reumática. O medico me passou aqui uma receita para alguns anti-inflamatórios para amenizar os sintomas enquanto não temos o resultado dos exames. Dentro de alguns dias você deve retornar com o resultado, e se tudo correr bem, você só precisará de algum antibiótico mais forte.

A enfermeira entregou um papel para Luisa e os dois foram embora. Harry a levou a uma farmácia e compraram aspiriras e corticoides que foram prescritos para a garota. E assim que Harry estendeu o braço para aparatarem, Luisa disse:

– Harry, obrigada.

– Ora o que é isso, você não e minha prima? Parentes servem para isso.

– Mas é tao estranho. Pelo que tudo indica eu pertenço a outro mundo e talvez a Luisa desse mundo...

– Não diga mais isso. Vamos voltar para sua casa e depois que você estiver melhor, você voltará para seu mundo.

– Está bem. – Com um sorriso nos lábios, os dois aparataram para uma casinha bem pequena em Bristol. Ao entrarem na casinha, Luisa se surpreendeu com uma mulher idosa, de cabelos brancos, baixinha, magra e de óculos de casco de tartaruga com uma correntinha de perolas pequenas, que a abraçou forte quando a porta foi aberta.

– Oh Deus não acredito que você está aqui, minha menina. – lagrimas molhavam o rosto de Gwen Henrickh, avó de Luisa.

– Vovó? O que foi?

– Bem, enquanto estavam fora, ela chegou. Explicamos mais ou menos a situação.- Hermione explicou, sem jeito.

– Minha netinha linda, não acredito que eu a veria de novo. Mas, está igual da última vez... você, não é a Luisa desse mundo, é?

A senhora Henrickh sabia que aquela garota não era a criança que ela tinha criado a vida inteira. Mas sua alegria por ve-la depois de tantos anos era maior que a dor de saber que sua Luisa não estava mais nesse mundo.

– A senhora pode nos explicar o que está acontecendo?- Gina perguntou, curiosa.

– Bem, primeiramente muito prazer em conhecer você Harry Potter. Demorou mais do que eu imaginava mas finalmente estamos nos conhecendo.

– Prazer, senhora Henrickh.

– Ah, por favor, me chame de Gwen.

– Bem, senhora Gwen, nos conte o que houve com a Luisa que deveria ter nossa idade.- Rony pediu.

– Minha menina faleceu, dois anos depois da derrota de você-sabe-quem.

– Entao isso significa que eu vou...- Luisa saiu correndo para dentro de seu quarto. Chorando. Ela se trancou Harry foi atrás da garota. Queria poder dizer que ficaria tudo bem, mas ele mesmo não acreditava muito.

– luisa. Abra a porta.

– Não Harry, vai embora.

– Alohomora. – Harry procunciou o feitiço e entrou no quarto, vendo Luisa deitada de bruços na cama, chorando e tremendo. O homem se sentou ao pé da cama, passou a sua mão esquerda nos cabelos bagunçados da menina.

– Voce mesma nos disse que em dois mundos iguais acontecem coisas diferentes. A Luisa deste mundo pode ter morrido, mas você está aqui.

– Eu estou doente, Harry.

– Mas já sabemos o que você tem. E você vai se curar. Acredite em mim.

Luisa se virou e se sentou na cama, então a garota abraçou o homem que ficou surpreso com a atitude repentina da loira. Ela permaneceu abraçada por algum tempo e quando se soltou disse, sorrindo:

– Fico triste em saber que nunca poderei ficar com você, Harry. A Gina é uma mulher de sorte.

– Vamos voltar. - Sem jeito, Harry se levantou da cama e a acompanhou de volta á sala.

Gina lançava olhares furiosos sob Luisa, porém a mesma não se importou. Se sentou próxima de sua avó e disse que estava tudo bem, pedindo para que a senhora continuasse a dizer o que tinha acontecido.

– Então, vovó, o que acontece comigo?

– Bem, você fica doente, a principio parecia uma gripe normal, mas nenhum medibruxo descobria o porque de sua gripe não ir embora. Depois de muitos meses descobrimos que você teve Toxic Amet, uma doença sem cura para nos bruxos, mas os trouxas descobriram um tratamento. Mas...- a senhora Gwen parou uns intantes, enxugando as lagrimas que voltaram a molhar seu rosto- você não se curou. Muitos dizem que por termos magia em nosso sangue, nosso organismo não aceita o tratamento trouxa.

– Entao ela vai mesmo morrer? – Rony perguntou.

– Voce e sua falta de sensibilidade. É claro que os medibruxos devem ter achado uma solução pra isso certo? Já faz mais de 20 anos que a Luisa morreu.- Hermione disse, pensando nas possibilidades de um tratamento no futuro para a garota.

– Não sei se percebeu, mas os bruxos não se dedicam tanto á pesquisas como os trouxas. – Gina comentou, percebendo a evolução tecnológica dos trouxas.

– Se fizer o tratamento agora poderá melhorar logo. – Gwen disse, dando esperanças- você está com quantos anos, minha menina?

– 18. No meu tempo, estaríamos no meio do ano, maio. Um ano depois que você-sabe-quem foi derrotado.

– Entao talvez exista uma cura. – Luisa começou a tossir e se sentiu fraca, então Gina a levou para o quarto, ficando com ela até que a garota adormecesse.

– Senhora Gwen, pode nos dizer um pouco mais sobre Luisa? – Harry perguntou, impaciente.

– Bem, depois que seus amigos me contaram que receberam as cartas de Luisa, não posso mais esconder. Eu as interceptava.

– A senhora? – Harry ficou incrédulo por um momento.

– Sim, deixe-me explicar.