A Filha da Magia escrita por Felipe Stark


Capítulo 4
Annabeth Chase, a filha de Atena.


Notas iniciais do capítulo

Uma história comovente sobre o rumo de personagens anteriores e membros dos Sete, além de novas habilidades concedidas às criaturas gregas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501039/chapter/4

O pátio principal do Acampamento se estendia por quilômetros, muito maior do que Carol imaginara ao vê-lo de longe. Enormes chalés se erguiam de ambos os lados enquanto ela e Percy caminhavam por entre centenas de campistas.

– Uau! Este lugar é enorme!

– Você não viu nada ainda. – Percy abriu um sorriso. – A floresta é enorme, mas tem criaturas perigosas. Aconselho que não vá lá a não ser quando estivermos praticando caça à bandeira. Isso pode não dar muito certo.

– Você foi?

– Algumas vezes. Admito não ser muito bom em obedecer a regras. – ele piscou para ela e levou um dedo a boca. – Shiu! – os dois riram.

– É aqui. – Percy parou em frente a um enorme chalé velho com a pintura completamente desbotada. – É aqui que ficam todos os semideuses não reclamados. Tenha calma e espere. Você vai ser reclamada logo.

– Vou? – perguntou ela. – Quanto... Quanto tempo demorou para ele te reclamar?

– Cerca de duas semanas. – ele abaixou a cabeça. – Parece muito, eu sei. Mas pros deuses isso não é nada. São imortais Carol. Não veem duas semanas como nós vemos.

– Então... Vou ficar tanto tempo sem saber quem é minha mãe?

– Isso não é uma regra Carol. Para alguns, demoram semanas, para outros, dias, e outros ficam sabendo somente no outro verão.

– Entendo... Queria conhecer minha mãe. Digo, pessoalmente. Ela nunca falou comigo.

– Os deuses não nem sempre se preocupam conosco. Eles são ocupados demais. Olhe em volta, é raro aquele que viu seu pai ou mãe mais do que uma vez. E existem também aqueles que nem uma única vez o viram. Ele são deuses, e deuses têm muitos afazeres.

– Sei... Alguma vez você viu seu pai? Ou algum outro deus?

– Já, já vi. Meu pai fala comigo as vezes, e já veio me ver três vezes. E já vi outros deuses também. Conheci os Olimpianos quando fui ao Olimpo. Encontrei Hefesto na sua caverna há alguns anos. Hermes veio me falar cerca de cinco vezes. E Hera já me fez passar por muita coisa. Atena veio me falar algumas vezes sobre me distanciar da sua filha, Annabeth Chase. E veio até minha casa este ano para partilhar minha dor. Conheci Calipso na sua prisão quando as Parcas me mandaram para lá. E Conheci Ártemis e as Caçadoras quando o Manticore capturou Annabeth. E conheci Héstia há uns dois anos. Entre outras ocasiões e deuses.

– Uaaau! Não acredito! Você conhece TODOS esses deuses? Já esteve no OLIMPO? –Carol estava admirada com a lista de Percy que, por um momento, não se deu conta do que Percy dissera entre tanto entusiasmo. – Espera... Você... Você disse que Atena te visitou para partilhar de sua dor. Ela... Ela morreu? A... A filha de Atena? A tal da Annabeth?

– Sim. Ela morreu enquanto lutávamos contra os titãs na Grécia no último ano. Alcioneu a esmagou com seu punho no meio da luta. – Carol levou a mão à boca enquanto Percy contava o que acontecera.

A mão de ouro do rei-dos-gigante caiu sobre Annabeth e Frank uma e mais outra vez, Annabeth estava deitada no chão, inerte, enquanto Leo e Jason tentavam segurar Percy. Percy se livrou dos amigos e avançou em direção ao inimigo ao lado de Nico, saltando para se desviar de pedras lançadas pelos nascidos-da-terra e de socos dos demais gigantes.

Percy invocou a água e saltou por cima dos ombros de Alcioneu enquanto Nico viajava pelas sombras a fim de distrair e, em certas ocasiões, ferir o gigante. Anaklusmus, ou Contracorrente, a espada de Percy, perfurou o olho direito de Alcioneu, que gritou de dor enquanto socava inutilmente o ar à procura de quem o ferira.

Foi então que Atena desceu dos céus ao lado de Hermes, Ares e Zeus, enquanto Poseidon submergia das águas e Hades aparecia de uma nuvem de névoa negra e, juntos, os cinco deuses e os dois jovens atacaram Alcioneu por todos os lados. O rei-dos-gigantes caiu morto e desfez-se em poeira e semideuses e deuses atacaram os outros gigantes juntos.

– Eu... Eu lamento tanto Percy. – Carol segurou a mão de Percy. – Imagino o quanto foi difícil para você.

– Obrigado Carol. Mas já passou. Não posso continuar sofrendo por ela. Ela está no Elísio agora, Nico viu isso. Ela está feliz. Está com amigos.

Carol sentiu um impulso abraça-lo, mas segurou-se. Ao invés disso, concordou com a cabeça e entrou no Chalé 11.

O Chalé estava completamente abarrotado de campistas de todas as idades. As camas, encostadas nas paredes, não eram suficientes para a quantidade de jovens que viviam ali. Sacos de dormir estavam espalhados pelo chão do local. Vários campistas olharam para ela quando entrou, mas logo voltaram a fazer o que estavam fazendo. Dois garotos castanhos com rostos travessos vieram ao encontro de Carol. Pareciam gêmeos, a única diferença era a altura.

O mais alto deles estendeu a mão para Carol e disse: - Meu nome é Travis Stoll, esse é meu irmão Connor. Somos os Conselheiros do Chalé de Hermes. Bem-vinda.

– Obrigada Travis. Meu nome é Carol.

– Ah! A ισχυρός! – disse Connor. – Então é ela.

– A o que? – Carol fez uma careta.

– Ele disse “ισχυρός“. Mas o significado você vai entender em breve. Venha, vamos procurar um lugar onde você pode ficar. – disse Travis com um sorriso.

Eles a guiaram pelo grande Chalé, à procura de um canto para o saco de dormir que os irmãos lhe deram. Encontraram um local no fundo do local, aonde ela estedeu o saco de dormir e se deitou. “Preciso dar um jeito de pegar minhas coisas.”.

● ● ●

– Mas, eu preciso das minhas coisas. – Carol estava no bosque com a Ninfa Júniper já há algum tempo.

– Você não precisa, as únicas roupas de que você precisa é a camiseta do Acampamento e uma calça ou bermuda, além de que já disse que não posso. Não tenho como me afastar da minha árvore Carol. Morreria se fizesse isso.

– Mas a Julia veio conosco até aqui. Por que ela pode e você não?

– Ela é uma ninfa diferente Carol. Tem poderes que nenhuma de nós tem. Ela é uma das escolhidas de Pã. Uma das poucas ninfas que herdou o direito de agir como Protetora, uma ninfa que pode ir e vir sempre que quiser. Essas ninfas foram abençoadas com esse dom assim que Pã morreu, e foram designadas para ajudar as semideusas, pois uma garota pode se aproximar mais de outra garota do que um garoto o faria.

– Ela... Ela já ajudou alguma garota antes de mim?

– Duas. Duas jovens mais novas que você. Mas vocês duas têm uma ligação forte, mais forte do que o normal. Seus destinos estão unidos.

– Mas, se nossos destinos estão unidos, porque ela não está aqui?

– Ela também tem outras obrigações para com o Conselho Carol. Agora vá. Já é quase hora do jantar. Vá, vá. – Carol saiu correndo em direção ao Pavilhão do Refeitório, um enorme lugar com mesas extremamente compridas.

Ela se sentou junto aos companheiros do Chalé de Hermes assim como Travis e Connor haviam lhe dito. Um prato e um copo foi-lhe posto à frente dela. Um garoto mais velho disse ao seu lado:

– Pense em alguma comida e bebida que você goste e ela vai aparecer ai. – era um garoto alto e esquio, de cabelos castanhos e nariz empinado. Sua voz era grossa e rouca.

Carol agradeceu o conselho e pensou em seu prato favorito, o Cheesecake que seu pai fazia nos fins de semana, e ele se materializou no prato à sua frente. Seu copo se encheu com refrigerante e ela comeu e bebeu ao lado dos outros campistas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste capitulo. Comentem sobre o que acharam e sobre as mudanças que julgam boas. Obrigado desde já.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha da Magia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.