Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 25
Capítulo 24: O roteiro de um marionetista ganancioso


Notas iniciais do capítulo

Yo! Planejava postar o capítulo anteontem, mas problemas ocorreram. Desculpem-me. Espero que curtam o capítulo. Mas o que dizer dele? Isso vai ser o gatilho pra um evento futuro



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Chicletão

Andava encapuzado a trapos pelas estreitas ruas do submundo da cidade grande. Já estava a tempos fora do reino doce. Jazia na maior cidade mercantil da terra de Ooo, e no caso, no mercado negro

Atrás de mim, três corpos caídos. Um brutamontes e dois menores. O mais corpulento, com um braço completamente retorcido, enquanto os outros dois, um com uma das pernas tortas, e o outro com sangue escorrendo pelo ouvido

Caminhava por entre os mercenários, punguistas, capangas de senhores maiores e membros de gangues sem nenhum problema. Quase nenhum gostava de ficar mais de dois segundos encarando-me, não por medo, mas por realmente não ligarem. E eu sabia o por quê

A atmosfera estava tensa. Não tanto nem tão aparente, mas eu podia perceber. Olhares eram trocados muito rapidamente, pois eles não tinham tempo para se fixar muito em uma única pessoa. Estavam procurando alguém, ou pelo menos, com receio desse alguém. Os dizeres do homem com a pinça no lugar da mão, me vieram a cabeça

‘’Por poucos segundos, eu tinha o cara que valeria mais grana no mercado negro na minha visão, e nem imaginava. Quem dera alguém soubesse o que ele quer’’

Estavam todos buscando ele. Querendo saber algo a mais sobre o tal, portanto não perdiam tanto tempo analisando um a um detalhadamente

...

Um ser. Um ‘’marionetista’’ tem sido foco no mercado negro. Um ser, que para aqueles que o conhecem, é espectral. Por que o mercado negro tem se focado nele? Será que este teria realizado ataques lá também? Não era o que parecia... assassinatos aconteciam muito cotidianamente naquele lugar para alguns específicos chamarem atenção. Ataques ao reino doce, criados por um criminoso desconhecido. O marionetista seria esse atacante. Isso já é claro o bastante. Mas seu objetivo? Qual é? Nenhuma informação me foi concebida

Quem este ser é já está dentro do conhecimento. Mas nada sei sobre o que ele quer. Nem nenhuma pista. Que ligação ele teria com Finn? Seu último ataque foi ao garoto, mas por que?

Algumas destas respostas me foram me dadas de bandeja logo após eu sair da área obscura. Um dos maiores senhores comerciantes da cidade grande botou um preço pela cabeça do tal. E isso, antes mesmo dele realizar ataques ao reino doce. Absalom, esse era o nome de quem pôs a recompensa. Iria até ele. Interrogar um rico não seria muito difícil, o único problema, é que não era um rico qualquer... um dos maiores, o segundo mais famoso pelo que ouvi... teria que colher informações nos arredores de seus domínios para ter certeza

...

Corria pelas vielas escuras dos prédios abandonados. Balançava-me por cipós, deslizava por baixo de entulhos e saltava acima de veículos da antiga civilização para fugir. Estava sendo seguido

Um passo após o outro, cada vez mais veloz. Uma vez ou outra olhava para trás, mas não via ninguém. Já saíra de minha visão novamente. Segui por um beco escuro sem saída, saltando para a janela mais próxima, passando por dentro dos cômodos empoeirados. Vi dois esqueletos sentados em um sofá. Me joguei para fora da estrutura por uma parede demolida. Já avistava uma avenida maior. Ouvi uma risada, uma cruel gargalhada logo após. Um estrondo se fez ouvir. O prédio caía em minha direção! Disparei em direção ao campo aberto, escorreguei para fora, e a estrutura tombou, levantando poeira e produzindo um som muito forte

Corri para o meio do ambiente. Duas avenidas paralelas seguiam para os cantos da cidade. Uma delas, para o descampado. Mas eu não conseguiria fugir, não... teria que enfrenta-lo

A lâmina de minha rapieira cortou o ar com velocidade, postando-se a minha frente, em guarda

Outra gargalhada, cruel e ríspida. Eu o ouvia, mas não conseguia perceber de onde vinha

Dois passos à frente, e ele se apresentou. Um jovem, alto, vestindo um sobretudo negro com camisa cinzenta e uma calça jeans dessa mesma cor em tom mais escuro por baixo, com rasgos nos joelhos de tal. Luvas cobriam as palmas de suas mãos, porém... era forçado, como se tivesse sido arrancado os dedos de tal para dar passagem livre para os dedos de quem o usasse. Um gorro de mesma cor da camisa jazia acima de sua cabeça, e seus cabelos negros que mais pareciam chamas incessantes, caíam-lhe pouco acima da cintura

Cintura? O último registro de uma luta com tal, na casa de Finn, seus cabelos atingiam a base de seu pescoço. Então... como?

Mas seu principal fator, eram os olhos. De uma cor verde amarelado, a mesma cor que tingia o interior de sua boca. Sua pele tinha a cor da de Marceline

‘’Foi mal, mas você sabe demais robozinho’’

Sua voz ecoava mais dentro de minha cabeça do que em minha audição. Ele era o tal ‘’marionetista’’? Suas feições eram jovens demais para ser de alguém tão temido no mercado negro, e tão desejado por Absalom. Com a informação que tinha, teria que chegar à princesa para conta-la. E rápido. Teria que vencer essa disputa, o que era algo... impossível

Soltei uma risada. Também era impossível contrariar meu sistema quando Jujuba destruiu meus irmãos...

Veloz demais para ele mesmo acompanhar, cheguei a sua frente. A ponta da espada a milímetros de seu peito

Ele porém, não se assustou. E no segundo seguinte, afastava a espada para o lado com o braço direito, e pousava o esquerdo sobre minha face, com um sorriso sarcástico

Fui lançado a dezenas de metros, chocando-me contra um prédio. Nenhum dano grave quanto ao ‘’empurrão’’, nem com o choque... mas o que fora aquilo? Magia?

Pus-me de pé, apontando a lâmina para frente

Ele, porém, estendeu ambas as mãos a frente do corpo, com os cotovelos ligeiramente dobrados. Em uma remexida de dedos, fez seu movimento. Dos destroços da grande cidade, surgiram nada mais, nada menos, que outros quatro robôs chiclete. Cada qual com lâminas diferentes: um com uma lâmina no lugar da mão, outro com um sabre, com uma cimitarra e outro com um montante maior que o próprio corpo

Todos pareciam tranquilos conforme eu passava a lâmina a frente de cada um sem saber qual atacar, e quem me atacaria

Em um piscar de olhos, estava à frente do braço-lâmina, que por pouco não aparou o golpe, sendo perfurado. Puxei a lâmina e estoquei novamente, acertando seu compartimento de chicletes. Girei a tempo de evitar ser partido ao meio pelo usuário da maior espada, que a retirou do chão e golpeou-me em horizontal, cortando o ar e zunindo perto de meu rosto. Estoquei contra ele, porém a cimitarra de outro adversário bloqueou o golpe, me obrigando a saltar para trás, indo por pouco acima do sabre que mirava meus pés

No ar, estendi meu braço esquerdo a frente e retraí ao máximo meu direito, com minha rapieira rente a meus chicletes

''Estocada sem sombra''

Meu braço se esticou tão rapidamente e minha espada o trespassou com tanta facilidade pelo meio de seus olhos, que a máquina até demorou a perceber, e a cair logo após. Retirei-a de seu rosto, puxando-a e me virando aos outros dois restantes

Era ruim isto. Ter que lutar contra meus irmãos. Mas eu sabia que não era hora de ser sentimental. Eles estavam já mortos, sendo controlados por ele, como marionetes. Eu estava surpreso como eles lutavam, com habilidade. Seu controlador parecia jovem, mas era experiente. Isto estava bem óbvio. Teria que fugir o mais rápido possível. Absalom guardava um segredo perigoso demais para não ser revelado a Jujuba, porém este marionetista não me deixava partir

O montante foi elevado, e se chocou contra o chão com tremenda força que estalagmites se elevaram do chão em minha direção, esquivei-me, partindo em velocidade para a direita, porém o outro me esperava. Sua cimitarra se chocou contra minha rapieira, que perdia em força e me obrigava a recuar

Trocávamos golpes em alta velocidade, cortando o ar, deixando marcas brancas a nossa volta conforme o combate seguia. Aparei um golpe de sua lâmina e estoquei contra seu rosto, porém ele desviou, atacando em diagonal para outro desvio meu

Era estranho o fato de guardas chicletes estarem usando outro tipo de espada. Eles foram feitos para serem exímios lutadores com rapieiras e floretes, não com espadas pesadas como montantes e cimitarras. Sua velocidade era prodigiosa com tais armas. Igualavam a mim facilmente, mesmo estando usando uma arma tão leve. Isso vinha de seu controlador?

Aparei o golpe para cima, a tempo de mover um olhar para o verdadeiro inimigo. O jovem de gorro e cabelos negros. Ele sorria enquanto movia os dedos de apenas uma das mãos. Então ele controlava os quatro robôs com as duas mãos, mas dois deles ele podia faze-lo com apenas uma...

Em vez de aparar o próximo golpe, dei um passo à frente, de forma que nem ele pudesse me atacar, nem eu o pudesse acertar com minha lâmina. Porém, chutei sua perna esquerda para trás, passando por cima dele em um salto e chutando-o por trás

Girei, vendo o usuário do montante saltar em minha direção. Fiquei paralisado no momento, podendo apenas tentar bloquear o golpe. Porém, era forte demais... a espada longa se chocou contra a rapieira, e junto com o peso exercido pela queda e a força do usuário, me choquei contra o chão, batendo e quicando para longe, me chocando contra um pedra, a quebrando e derrubando poeira sobre todo o lugar

Estava com poucas forças. Minha arma jazia longe de mim, jogada durante a fútil tentativa de defesa de um oponente com força superior. Ele era outro robô chiclete, ele deveria ser muito mais fraco que isso... será que... seu controlador o dava forças?

Tentei me levantar, pondo minha palma sobre o joelho. Conseguia fazer isso ainda, pelo menos. O usuário do montante já retirava a espada do chão. O concreto a volta do golpe se rachou, contraindo-se para cima. Eu tinha uma chance. Eu era ligeiramente mais veloz em questão de esquiva. Tinha a chance de fugir, ou incapacitar esse e depois fugir. Qual faria? Encarava meu oponente com cautela, movendo-se para perto de mim

Antes de fazer qualquer coisa, braços me seguraram. Os robôs chicletes da mão-lâmina e do sabre me seguravam com força, e logo vi o marionetista vir caminhando lentamente ao lado do usuário do montante

‘’Você é bom, mas o roteiro tem que continuar sendo o mesmo. Eu sou o marionetista, e vocês se movem de acordo com meu desejo’’

A espada maior se elevou, porém ao olhar para cima, não a encarava. Olhava para o tempo fechado que se estendia. Eu morreria ali mesmo? Sem poder dizer ao reino doce o perigo que toda Ooo corria? Que a ganancia de um tal senhor mercador chamado Absalom traria graves consequências para todos? O papel de um titereiro em tudo isso, e do tão bem escondido Lich?

É, eu morreria ali. E a espada desceu


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam? Todos continuarão a seguir o roteiro do titereiro? Qual a ganância de Absalom? E mais importante... por que isso afeta a todos?



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