Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 17
Capítulo 16: Urrando ao vazio


Notas iniciais do capítulo

Yo! Desculpa pela demora. Semana de provas é importante e-e. Aqui jás o novo capítulo, grandes meninos e pequenas garotas
Espero que gostem :D
Enfim... a batalha... tipo... eu tava remoendo ela direto, e queria bota-la logo, tava demorando pra achar uma brecha pra posta-la



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Finn

Se não estava treinando um duelo de lâminas com Marceline, estava fazendo abdominais e flexões, e se não estava, eu praticava com minha habilidade de ‘’teleportar’’, Blink, como ela havia sugerido. Cada exercício era árduo com a vampira, porém o treinamento nas terras de Ooo pareciam um passeio no parque, comparado a quando íamos faze-lo na Noitosfera. A casa dos demônios não era o lugar mais acolhedor para se fazer as coisas, por conta de seus habitantes nada agradáveis, ou por conta do calor literalmente infernal do lugar. Para piorar ainda mais, durante os intervalos, ela me dava aulas de como utilizar meu ‘’poder espiritual/físico’’ em harmonia para me aprimorar como combatente, ou como eu poderia utiliza-lo para realizar ataques compostos de energia pura, como usar para intimidar inimigos apenas com o olhar, ou até mesmo exercer mais ‘’gravidade’’ ao ambiente a volta, através da pressão exercida por tal poder... e aí que os problemas residiam. A vampira utilizava constantemente sua energia para fazer isso... enquanto eu realizava meu treinamento, então a dificuldade de tais exercícios podia ser duas vezes maior, ou até dez vezes mais

Mas havia lado bom nisso: eu me sentia mais seguro. Passava horas me esforçando, e apesar de não ter um bom senso de tempo na Noitosfera, podia jurar que passara dias sem descanso, porém isso o ajudava bastante. Sentia pouco a pouco suas limitações se esvaindo, sentia-se bem mais forte e ágil desde a primeira vez que lutara desde minha volta, e até aprendera novas maneiras de usar meus poderes. Assim como fazia com o machado, Julgador, também conseguia invocar uma espada, assim como havia feito tempos atrás. A espada sem pomo nem guarda, com o cabo de couro negro e a lâmina afiada e dourada, surgia em mãos após um choque em meu braço, a partir do nada, e quando a largava ou a ‘’mandava de volta’’, ela se desmanchava até sumir. Se a espada tinha nome ou não, eu não sabia. Já podia usar bem o Blink, tanto em batalha, quanto em perseguição, e com a Dark Vision, nome que dei a habilidade que afeta meus olhos, já podia ver e processar com facilidade as formas de desviar de ataques, não todas elas infelizmente, e conseguia ver a energia fluir. Segundo Marceline, ataques que afetam o espirito não podem ser visto a olho nu de pessoas com energia reduzida, mas com isso, eu podia ver as técnicas mais avançadas sem nenhum esforço. A vampira tentou me hipnotizar, para ver se eu poderia sair de tal com a habilidade, mas duvido muito que a hipnose tenha realmente funcionado

Mas os momentos mais ‘’difíceis’’ ou constrangedores, era quando treinávamos em Ooo... mais especificamente, próximos a casa da árvore. Jake por algum motivo resolveu passar a maior parte do tempo longe, com Lady Irís, o que deixava-me com o lugar todo, junto com ela. As vezes, Marceline tinha agido diferente do normal. Seja qualquer que for o motivo, quando me firo, e o sangue escorre, sua atenção é capturada... ela para de falar, passa a encarar a ferida de forma implacável, como uma fera atrás de sua presa, e mesmo que ela apenas sugue a cor, eu tenho evitado bastante tais momentos. Mas quando estava normal, ela me fazia passar por momentos complicados. Fui pego de total surpresa da primeira vez que aconteceu. Logo depois de um banho, troquei de roupa, ficando apenas com as calças por conta do clima de calor; apaguei tudo, e me deitei na cama. Apenas minutos depois pude perceber que havia outro corpo na cama, e quando o fiz, ela já me encarava. Seus olhos vermelhos me encarando, brilhando como brasas em meio a noite escura. A vampira gostava de fazer tais brincadeiras comigo, principalmente para me provocar e me deixar ruborizado, até porque, ela não dorme... ficava até com medo em pensar nela me vigiando durante todo o sono

Porém quando o sol raiava, era minha vez. Conseguia dar um jeito de deixa-la na cama quando o grande astro se levantava no horizonte, prendendo-a de baixo dos cobertores durante todo o dia, ou roubando-a o chapéu, assim ela só poderia dar ordens de dentro da casa, sem usar sua aura, pois para estende-la até o lado de fora, teria que eleva-la o suficiente para começar a prejudicar a estrutura do lugar

De todo jeito, tem sido dias produtivos

...

Eu estava golpeando o vento com socos e chutes. Usava uma calça comprida negra com tiras azuis escuras nos cantos e camisa com mangas até o cotovelo de mesmo material e cor, presentes de Hunson Abadeer, e apesar de estarem colados em mim, e o fato incomodar, eram feitos com alguma coisa fortificada com magia da Noitosfera; estes não rasgariam pela utilização brusca do poder. Mas de todo jeito, usava um short por cima, afinal, Marceline já havia feito piadas o suficiente sobre como eu estava ridículo.Faixas cobriam meus punhos e canelas. Cada ataque estava carregado, poder espiritual e físico em harmonia, ou quase. Eu poderia até ouvir a pressão do vento por conta disso

Repentinamente, senti um arrepio na espinha. Sentia algo... impressão? Não... era energia, energia de alguém que não soube esconde-la de minha sensibilidade a tal. Interrompi o que estava fazendo, e voltei minha visão para as planícies. Via a imensidão vazia vibrar, mas não vinha dali; mudei, e passei a encarar um bosque, a metros da casa. Já havia me aventurado lá. Para pegar atalhos principalmente, e sabia que as coisas vindo de lá não eram boas, mas não a nível de atiçar meus instintos. Eu não podia ver nada entre as altas árvores, que produziam uma intensa sombra mais adentro. O vento bateu, sussurrando em meu ouvido, porém eu continuava focado. Apertei os olhos. Deveria chamar Marceline? Não... talvez tenha ido embora

Como uma explosão, veio a energia em meus sentidos. Alguém poderia senti-la a quilômetros de distância... o ser já havia percebido minha atenção, e respondia de forma violenta. O poder era tamanho, que agora, vento vinha da direção contrária, indo do bosque para as planícies, trazendo o aroma da mata junto. Fechei os olhos; podia sentir o cheiro normal, nada diferente. Assim que os abri, minha visão se alterou. Podia ver a energia fluindo, vindo intensamente forte do bosque até a casa, como uma corrente marítima forte. Me foquei ainda mais. Eu podia ver... ao longe, a fonte disso. Um ser, poderia o ver pouco detalhadamente, mas sabia que tinha forma de humano. Desativando a Dark Vision, avistei de dentro das sombra, um par de olhos com brilho esverdeado, tomando a atenção de tudo. Eles vinham com cautela, e eu os observava com a mesma. Ele já havia me percebido, e eu já havia o percebido. Ambos sabíamos disso, não havia sentido esperar. Pisquei, voltando ao normal

– Marceline! – Chamei, mantendo meus olhos no lugar

– Já sei... – Disse ela

A vampira estava em frente a porta. O dia começara enevoado, então nem serviria vir com o sombreiro. Vestia uma camisa xadrez vermelha de mangas longas, calças jeans e botas rubras. Se apoiando no machado, ela analisava os olhos

– Até o Jake poderia sentir esse cara de longe... ele não tá tentando esconder, quer provocar a gente

– Nem percebi isso... – Caçoei

‘’Ora ora... tem até um comitê de boas-vindas me esperando, que isso gente, não precisava’’

Enquanto ele se fazia visível, sua voz ecoava dentro de minha cabeça. Conhecia ela, e a certeza se confirmava conforme o sobretudo, calças e botas negras apareciam, e a camisa e o gorro verdes surgiam. Todo o ser parecia um espectro instável, e seus cabelos pareciam chamas negras

Em um pensamento, senti o choque correr por meu braço, e logo a espada estava em minha mão direita, e em um movimento, ela cortou o ar, posicionada logo a minha frente

– Vem cá, você vai ficar fazendo isso? - Perguntei

O ser, que encarava-me, virou-se para a vampira por um segundo, e voltando, deu de ombros

– Vai vir aqui só pra causar briga? Nem objetivo você tem?

‘’Ah, eu tenho objetivo sim! Vocês que começaram com essa briga de merda. E eu tô falando especificamente pra você, vampira folgada!

Ela ergueu a sobrancelha de surpresa, encarando-me, esperando uma resposta, esperando para ver o que eu iria fazer. Respirei fundo. Eu teria de lutar, mas sozinho, sem a ajuda de Marceline. Faria isso para provar, tanto para ela, quanto para mim mesmo, que estava pronto, que o treinamento não fora em vão. Apertei minha mão contra o cabo da lâmina. O ser também esperava uma resposta, pois olhava-me, mas não com um olhar enraivecido, e sim um preocupado. Olhei para marca em minha mão direita por um bom tempo, e sorri. Eu e a garota tiveram uma conversa... sobre como liberar a marca

– Marcy, eu vou...

– Tô vazando – Interrompeu ela, flutuando para dentro da casa da árvore – o Finn, vê se termina isso daí logo. Combinou de me ensinar a fazer aquelas mágicas fajutas com cartas

Nesse ponto, poderia até concordar com o ser... vampira folgada

‘’Terminaram a reuniãozinha? Posso falar agora?’’

– Acho que falar não é uma boa opção aqui – Retruquei

‘’Ora, e por que não?’’

De dentro da casa, uma voz se fez ouvir, alta

– Você fez um X no meio do meu peito seu filho da puta! Aquilo doeu pra caralho, sabia?! – Berrou Marceline

‘’Ah, sim, mas isso...

Realizei uma veloz investida, cruzando os metros entre nós em alta velocidade

‘’Tá bom então, se tu quer me fazer de vilão, então eu sou o vilão! Vem com tudo mermão!’’

O ser abriu os braços, como se esperasse o golpe chegar

‘’Olha, até rimou!’’

Saltei, golpeando-o em vertical com a lâmina, e ele desviou com um giro, atacando-me em seguida com as costas do punho esquerdo no embalo do giro. A ação foi parada com apenas minha mão esquerda, e ainda em pleno ar, encaramo-nos por milésimos de segundos. Pude sentir o poder fluindo de ambos nós e se chocando. Outro giro. Juntando as duas mãos em concha, pude perceber sua intenção, e logo recitei

Szoom

Ele desferiu o poderoso golpe com as duas mãos, e um estrondo se fez ouvir no lugar onde foi acertado, movendo o vento violentamente na direção indicada. Porém eu já não estava lá. De olhos arregalados, o ser observava-me atrás dele, atacando-o com um chute giratório, acertando o impacto no canto de seu rosto. Ele foi arremessado, cinquenta metros ao longe. Esperava mais que isso, afinal, o golpe estava embebido em poder espiritual. Sua resistência era potente. E ele demonstrou isso

No meio do trajeto, o ser girou, enterrando primeiro suas mãos enluvadas no solo, depois seus pés, interrompendo o voo, e deixando seu sobretudo negro esvoaçando

‘’Um... bom trabalho garoto, aprendeu a transversal, é uma boa coisa’’

Longe, rapidamente apertei meu punho, recitando outras palavras

Enhanted Aies

Minha visão começou a se alterar, tornando-se ligeiramente mais escura. O ser pareceu perceber isso, mesmo de longe. Ele franziu o cenho

‘’Olhar vazio também?... Não, não, não pode ser’’

Dessa vez, foi ele que avançou, vindo bem mais veloz do que quando eu o fiz. Tão veloz, que nem parecia que dava passadas, mas sim... flutuava. Um único soco com o punho direito foi o que ele fez, mas vi instantaneamente o que ele planejava. Na base de três dedos, finas linhas saíam. Eram as mesmas que havia feito na última luta. Em vez de apenas desviar, coloquei minha espada na frente bloqueando o golpe, e impossibilitando sua continuação. A esse momento, os olhos dele quase saltavam de órbita

‘’Orbe Eterno?! Como pode?’’

Assim que achei uma brecha, deslizei, cortando suas pernas em um momento de descuido. Já atrás, a ponta da lamina mirava no ser, abaixado. Ele se levantou, virando-se conforme chamas negras surgiam do nada e ‘’reformavam’’ o membro perdido

‘’Não sabia que o cara tinha dado tantos presentes pra você. Tá mais preparado do que eu pensei. Sem brincadeiras agora então, que tal?’’

Suas palavras passavam por meus ouvidos, e ficavam em minha mente por pouco tempo. Do que ele estava falando? Não importava. Ele parecia mais um louco que qualquer outra coisa. Transversal? Olhar vazio? Orbe eterno? Que merda é que ele estava falando? Tentava apenas confundi-lo, para não prestar atenção na batalha que travavam? De quem ele se referia quando falava sobre alguém que o dera presentes. Estava falando sobre... o forasteiro?

Meus cabelos dançavam ao sabor da fraca brisa, que refrescava-me. Parecia que aquela neblina duraria por bastante tempo. E agora que parara para pensar, era um tanto sobrenatural o fato de haver tanta sombra na floresta

A elevação do poder de seu adversário o chamou atenção. Em Dark Vision, era como se chamas esverdeadas vazassem de dentro dele, transbordando. Em poucos segundos, quando o solo a sua volta já estava inundado, se expandiu, como se erguesse uma parede de chamas a volta do realizador da ação. Eu encarava tal energia.

Sobre o fato da marca, não importava se eu meditasse por horas, ou até dias, eu não conseguia falar novamente com o forasteiro. Não importa quanto poder evocasse. Porém, achamos uma outra maneira

O ser, já de braços levantados, sorria. Era tanta energia, e as chamas que pareciam vazar cobriam tanto, que poderiam incendiar uma floresta se não fossem espirituais. Sabia o que ele faria. Desativando a Dark Vision, apenas parecia que o curso do vento corria em volta dele, como se formasse um centro gravitacional. Seus cabelos e sobretudo balançavam violentamente, e seu sorriso combinava com os olhos insanos. Apertei meu punho, e a marca brilhou, confiaria no forasteiro. Sentia a pressão exercida pelo inimigo. Sentia o coração pulsando rapidamente, mas não como quando estava com a princesa de fogo. Aqui, a incerteza não queimava-o. A determinação parecia ser abalada com o belo purgatório que se formava com o poder, inundando a alma. Ele puxou o nada para baixo, mas o chão começou a ser destruído. Dez linhas verdes vinham, destroçando e arrancando o solo no trajeto até mim.

Estendi minha mão direita, mandei todos os pensamentos urrando para o vazio


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam? Assim como eu disse, foi complicado achar uma abertura pra colocar a batalha. Achei fera escreve-la, apesar de ter que separar. Agora sim, the big troubles are coming



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