Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 16
Capítulo 15: O primeiro julgamento


Notas iniciais do capítulo

Yo! Dboa? Um cap um tanto grande desta vez, explicativo (infelizmente, talvez...?), mas esse será um dos últimos por um tempinho (provavelmente). Grandes mudanças estão por vir, será que o loiro estará preparado?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/499909/chapter/16

Marceline

Esses dias têm sido estranhos para mim. Passava a maioria do tempo em minha casa, compondo músicas, e quando não, estava assistindo a princesa fazer alguns experimentos. Sensações me invadiam repentinamente, tais que costumava nunca aparecer antes... alguns sentimentos estranhos vinham quando realizava algumas ações, e eu estava estranhamente pensando demais em Finn...

O que ele fizera naquele dia? Logo que fui atacar aquele ser misterioso, quando jogou longe meu machado e me cortou, com algo que eu não pude ver, minha visão havia se tornado turva, embaçada. Podia sentir o sangue sair, e não me lembrava de mais nada, a não ser de acordar depois com o abdômen enfaixado em uma maca

Suguei o vermelho de uma maçã, a deixando cinzenta, e a jogando fora. Estava em caminho a casa de Finn e Jake, afinal, não havia nada a fazer. Ajeitei meu chapéu e girei o guarda-sol... algo estava me atiçando naquele momento. Talvez fosse por uma sensação estranha que eu estivesse sentindo, ou talvez por algum outro motivo, mas eu me sentia insegura; minha energia não havia sido restaurada ainda, e apesar de ter meu machado comigo, não me sentia segura por completo... estava dependendo de algo

Assim que cheguei aos arredores da casa da árvore, pude ouvir sons estranhos. Alguns deles pareciam vozes, enquanto outros parecia algo semelhante a uma lâmina cortando o vento. Chegando mais perto, não tive nenhuma dica: tudo parecia quieto. De onde estaria vindo o som? Dei a volta na casa, e pude vê-los: Os dois irmãos lutando, punho a punho, com Jake se esticando e pegando impulso com rotação para realizar ataques tão velozes que fazia o som laminar, e Finn desviando de tais com simples movimentos, abaixando a cabeça, ou realizando um rolamento para que seus pés não fossem pegos. Cada vez que o loiro chegava perto, e desferia um soco, o cão levava o golpe, e o devolvia, acertando o jovem e o mandando longe

– Aí estão eles – Falei, flutuando para perto

Assim que pousei meus pés no chão, o jovem se virou, e meus olhos ficaram grudados nos de Finn: Eles estavam negros, completamente, e envolta da pupila em fenda, estava um brilho dourado

– Ah... Finn? Jake não te contou que vender sua alma pra algum demônio não é coisa boa?

Sua reação foi engraçada, com uma expressão de não entendimento, e logo após uma risada

– Pode ficar calma, não fiz nada disso – Respondeu ele, apertando o punho, fazendo com que a tatuagem nas costas de sua mão brilhasse, e a negritude de seus olhos se esvair, os deixando como antes – Viu?

– Ah, aprendeu truques novos é... – Disse

– Sim – Em um piscar de olhos, ele estava a meu lado, com o braço esquerdo apoiado em meu ombro. Encarei-o, e o lugar de onde ele veio, arregalando meus olhos

– Como você...

– Legais eles não?

Puxei-o para debaixo de meu braço, e pressionei meu punho contra sua cabeça

– Malditinho você hein garoto? – Comentei, soltando uma risada, retribuída por ele – Afinal, o que estavam fazendo?

O sorriso em seu rosto se esvaiu rapidamente, e senti a frustração correndo por minhas veias, um incômodo estranho. Por causa de um sorriso?

A expressão voltou, um tanto forçada desta vez

– Estou treinando com o Jake – Respondeu ele – Treinando combate corpo a corpo, e esses poderes

Em um veloz movimento, agarrei seu pulso e levantei-o, revelando as mãos enfaixadas, e as manchas avermelhadas por ela

– Chama isso de treinamento? Gostaria de saber o por que de tanto esforço, pode me dizer? – O jovem puxou seu braço de volta violentamente, com o olhar um tanto cabisbaixo. Finn tinha quase a mesma altura que eu, menor por uns pouquíssimos centímetros, e era engraçado alguém daquele jeito, tomar uma bronca

Porém, ele não respondeu, ficando calado olhando para o canto. O suor escorria por seu rosto e tronco, com diversas feridas e alguns poucos hematomas em seu abdômen. Ele vestia, além das faixas na mão esquerda, uma calça longa cinza. Ele acabara de acordar e já treinava? Porque aquilo apenas podia ser um pijama

– Ele tá treinando por conta da princesa de fogo – A voz de Jake veio em meio ao silêncio. Tal, chamou a atenção de Finn, que o encarou – Ela disse que, se ele não ficasse forte, ela mesma iria carbonizar ele todo

Uma ira se encheu dentro de mim, e quase pude sentir meu poder aumentando subitamente, não pela falta de sentido no que foi dito por Jake, mas sim por algo diferente... algo mais interno... Algo que fortalecia-me e apagava minha insegurança, que fazia-me querer sacar meu machado e ir atrás da princesinha de fogo por mim mesma. Fiz o máximo para minha raiva não se tornar aparente, apesar de que, não sei se consegui

– E por que ela vai fazer isso?

Em um instante, chamas azuis se materializaram em volta do braço direito de Finn, e um machado se formou a partir delas; em um piscar, ele arremessou a arma longe, fincando-a no chão e criando uma pequena cratera. Voltei meu olhar do machado para o jovem

– Por causa dessa coisa! – Reclamou ele, esbravejando – Esse machado maldito que só tem trazido merdas pra mim

Flutuei na direção de tal, chegando perto, porém, quando fui encostar no cabo, recuei, vendo a caveira com chifres no topo

– Esse é o...

Analisando melhor, minha espinha gelou. Então aí estava você, velho maldito... Podia sentir a pressão do poder da arma, mesmo sem encostar nela, e me lembrava das histórias contadas sobre esse maldito velhote

– Ei Finn, por que a princesinha quer o Julgador?

O garoto pareceu surpreso com minha pergunta

– Você sabe o nome dele? – Disse o jovem

– Claro que sei, como não vou saber o nome do velhote mais poderoso contado nas histórias do submundo

Ele virou seu rosto para o canto, parecendo bem mais pensativo do que o normal

– Marceline, pode me dizer, por favor, tudo o que sabe sobre o Julgador? – Perguntou ele

– Tudo? Cara, eu sei pouco sobre ele... apenas o conheço, mas não profundamente

– Não importa! Eu apenas quero saber! Pode me contar? – Retrucou

Ele realmente parecia nervoso quanto ao assunto, e apesar de, na maioria das vezes, pediria algo em troca ou coisa parecida, desta vez foi diferente. Eu realmente queria colaborar com ele, algo em meu subconsciente me fazia querer isso, seja o que fosse, e eu segui tal

...

Após entrarmos, e uma longa conversa sobre o assunto se passar, Finn parecia cada vez mais apreensivo sobre o assunto. A cada pergunta que fazia, seu olhar se remexia mais, e seu joelho direito se agitava mais rápido. Agora, com a boca apoiado sobre as duas mãos, ele pensava sobre tudo que eu lhe havia dito

– Fazendo um resumo rápido, Julgador era um demônio fodão que ficava a cargo do rei da Noitosfera, assim como o nome diz, julgando os seres que para lá iam, levando-os para punição eterna, ou para o exército infernal. Os demônios com poderes muito acima dos demais, tinham audiências com o rei, e lá se decidia seu destino, juntar-se, ou ter sua alma sugada e o corpo desintegrado. Geralmente, ambos, o rei e o Julgador, mantinham relações de senhor e servente, porém com as linhagens atuais, os donos da Noitosfera tem afrouxado muito seu controle sobre ele, dado mais liberdade quanto ao uso de seus poderes, e isso tem causado problemas com os seres de fogo, que eram os favoritos dele e favorecidos em seu julgamento. O rei que veio antes de meu pai, viu um futuro cheio de problemas caso ele continuasse desse jeito, e por isso, apertou muito as rédeas do velhote; isso que deixou ele puto, já que o cara só podia agora subjugar os caras. Depois, quando o rei morreu, o Julgador se libertou do que o continha, e como não devia lealdade a mais ninguém, ele fugiu, e nós ficamos sem saber onde ele esteve desde muito tempo... Meu pai teve que assumir tudo sozinho, e por isso que você vê aquela fila gigantesca pra falar com ele quando vai lá – Expliquei

– Ah, faz sentido... vem cá, cê não sente pena dele não?

Soltei uma curta risada

– Pena? Não cara... ele ia ter que fazer o trabalho do mesmo jeito, com ou sem Julgador do lado dele. Eu tenho pena é dos demônios que ficam na fila, mas aí eu me lembro que eles não tem mais pensamentos positivos, nem nada a se agarrar, então pra eles, não tão perdendo nada em ficar lá

A movimentação de Finn parou repentinamente, e ele fechou os olhos, parecendo se acalmar. Se levantando, ele soltou um suspiro

– Não... Tem algo de errado nisso... tem algo muito errado nisso

– O que tem de errado? Essa é a história - Retruquei

– Você disse que não conhecia ele profundamente, não disse?

– Sim. Não sei sua força máxima, não sei o nome de verdade dele, não sei o motivo dele dar tanta bola pros seres de fogo, que pra alguém na posição dele, deviam ser só insetos. Não sei de onde ele veio, muito menos sua história de antes, e também o por que dele ter se transformado em machado, quando tinha conseguido fugir

– Mas eu sinto algo diferente. Algo nessa história tá errado, e não estou falando por falar. Estive com esse cara por um tempinho, e pelo que percebi, não é bem assim – Terminou ele, descendo as escadas e indo para fora

Virei-me para Jake, e percebi que ele também estava curioso

– Por que ele se importa tanto com isso? É só um machado, e a princesa só pode estar blefando

– Não, ela não estava blefando... ela tava bem séria no momento, dizendo que precisava do Julgador, custe o que custasse. Na real, ela parecia saber bem mais dele do que você Marceline

Balancei meus ombros, e suspirei

– Fazer o que, eu realmente nunca procurei saber muito sobre isso. Mas por que estão tão preocupados? A princesa de fogo é tão forte assim?

– Bem... Phoebe tava agindo sério, mas pelo que disse, ela não vai lutar com toda a força. Tirando isso, sim, ela é bem forte. Eu me lembro de algo que a Jujuba disse uma vez, sobre ela conseguir destruir o planeta todo se suas emoções aflorarem muito. Isso por que Phoebe disse que a princesa não sabia sobre toda a sua força. Mas o problema não é esse. O Finn se importa demais com ela, e mesmo que seja uma batalha difícil, ele está tenso porque a luta será contra ela, e tudo que ele pensa está em volta disso agora. Talvez seja até mais simples do que ele acha

Uma sensação estranha me invadia no momento. Eu me sentia estranha quando ele falava sobre Finn pensar na princesa de fogo demais, mas o que seria? Era diferente... será que seria inveja? Não, não poderia ser, afinal, não gostava dele deste jeito, mas... será que era algo mais? Ou será que eu simplesmente não queria aceitar o que era?

Afastei tais pensamentos de minha mente, e flutuei até fora da casa da árvore pela janela, sempre bloqueando a passagem do sol. O jovem estava sentado em frente ao machado, pernas cruzadas e em silêncio; pelo menos, até eu me aproximar, pousando logo atrás dele, produzindo uma sombra sobre tal. Agachei-me e envolvi meus braços sobre seu pescoço, aproximando minhas presas de seu pescoço

– Não tenho tempo para brincadeiras Marcy – Disse ele

– Claro que tem – Sussurrei próximo a seu ouvido – Se tem tempo pra ficar tentando descobrir a história de um machado, tem tempo para brincadeiras também

Deslizei minhas unhas pelo canto de sua face, passando por seu pescoço e lábio. Nenhuma reação. Mudei a rota de seu abdômen para o queixo, mudando sua visão para me encarar; porém ele continuava de olhos fechados. Resmunguei. Se ele fosse ficar quieto sem resolver nada, eu faria isso

Em um pensamento, meu baixo estava sobre minhas mãos, e em um forte movimento, golpeei o chão ao lado de Finn, o surpreendendo

– O que você...

– Se vai ficar de frescura, eu vou te acordar pra realidade. A partir de hoje, eu te treino, até o dia em que a princesinha chegar pra te matar – Afirmei, me virando e caminhando lentamente de volta para a casa da árvore

– Me treinar? – O garoto hesitou a princípio. Esperava isso, ele estava inseguro demais, e apesar de não saber nada sobre essas novas habilidades dele, sabia que ele pelo menos seria algo poderoso, e que poderia ser aproveitado

Parei, porém quando me virei para encara-lo, um sorriso jazia em seu rosto

Não pude fazer nada, e um surgiu em meio ao meu também


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yo dnv! O que acharam? Infelizmente pra mim, terei que tentar aumentar o meu nível, pra estar a altura da homenagem que recebi (quem entende, entendeu). Assim como eu disse, big changes are coming, então pronto ou não, aqui vai o Finn



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Light of Dawn" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.