POV Tris

– Olha, eu tenho que te contar uma coisa, se eu não te contar eu tenho certeza que minha cabeça vai explodir...

E foi assim que Tobias Eaton começou o maior discurso de arrependimento que eu já ouvi em toda a minha vida, o mais engraçado também. Primeiro, ele contou que em uma certa noite ele estava muito estressado e saiu para beber, Nico di Angelo o acompanhou, ele acabou beijando Nico mesmo sem se lembrar muito bem disso, ele disse que nunca chegou a repetir a experiência, mas que ele se arrepende muito por ter feito tal coisa.

E depois que Tobias contou essa história muito triste, ele começou a falar o quanto se arrependia de ter feito isso, e de como ele estava bêbado quando beijou Nico, e de como ele não tinha consciência do que fez. Tobias deve ter usado mais de 100 sinônimos diferentes para a palavra arrependimento durante todo o discurso dele, ele permanecia o tempo todo de cabeça abaixada. Eu tive que segurar para não rir enquanto ele falava.

– ...Eu sei que eu sou um idiota Tris e o que eu fiz foi errado – Tobias continuava a tagarelar – Mas por favor, me perdoa! – Ele finalmente levantou a cabeça e me olhou, e então franziu as sobrancelhas, provavelmente percebendo que eu segurava um sorriso – E então você não está com raiva?

Foi aí que não aguentei mais e gargalhei, Tobias me olhava com uma expressão confusa estampada no rosto, o que deixava toda a situação mais engraçada ainda. Assim que eu recebi aquela mensagem de "A"“ eu procurei saber que segredo de Tobias era esse, foi quando Percy Jackson em toda a sua inocência deixou escapar sobre a conversa de Tobias e Nico, eu havia ficado com raiva em um primeiro momento, mas depois percebi que era isso que “A” queria.

Então eu me acalmei e esperei até Tobias vim me contar, era com isso que eu estava contando, que Tobias me contasse, se ele fosse a pessoa que eu amava ele contaria isso para mim, e para minha felicidade foi exatamente o que ele fez. Eu não estava com raiva dele, mas eu estava feliz por ele ter tomado a atitude de vim me contar.

– E então, você vai me contar qual é a graça? – Tobias disse obviamente muito confuso, provavelmente ele esperava qualquer tipo de reação minha menos essa.

Parei de rir e olhei para ele – É só que você visse a si mesmo tentando se explicar ia ver o quanto você fica fofo e engraçado.

Tobias faz uma careta – Eu acabei de te falar que eu tecnicamente beijei outra pessoa e você me acha fofo e engraçado, Tris você está bem?

– Melhor, impossível – Falei dando uma piscadela a ele e então sentei ao seu lado – Olha, o importante é que você reconheceu que errou e mais importante ainda é que você veio confessar seu erro – Falei passando a mão no cabelo dele – E afinal de contas não significou nada para você, certo? Ou significou nada?

Tobias fez outra careta – É claro que não! – Ele praticamente gritou.

– Tem certeza? Então por que você parece tão nervosinho? – Falei para provoca-lo.

Tobias revirou os olhos e então me puxou para um beijo. Eu não canso de repetir, mas o beijo de Tobias me transporta para outro mundo e a sensação de ter o seus braços me envolvendo é reconfortante, poderia um meteoro cair na terra e eu não iria me importar, se eu estivesse ao lado dele eu sabia que tudo ia ficar bem.

Ele separou o beijo – Seria muito legal poder ficar aqui te beijando o dia todo, mas eu não sei se você se lembra, mas nós temos um pequeno compromisso hoje.

– Compromisso? – Franzi a testa, e então me lembrei do que Tobias falava – Ah sim, definitivamente.

Me levantei e procurei uma roupa adequada para um “encontro” com uma psicopata, ou seja, Bellatrix Lestrange. Jason Grace havia marcado uma sessão junto com Bellatrix para negociar a liberação de Piper, que iria ser executada amanhã, no final da tarde, essa seria uma das últimas tentativas de salvar Piper, se não desse teríamos que partir para o último plano.

Despois de eu estar vestida, eu fui com Tobias me encontrar com Jason, no dormitório dele. Jason podia levar duas pessoas para essa audição, então ele optou por nós dois, Percy era a terceira opção de Jason, mas ele não podia ir para sessão, ele tinha seus próprios compromissos, que provavelmente ou envolviam Samantha, ou envolviam Annabeth.

Jason já estava nos esperando quando chegamos lá, ele apenas nos cumprimento, estava visivelmente nervoso. Nós três seguimos caminho até o prédio da Erudição, que seria onde seria a reunião aconteceria, ninguém se pronunciava, nem eu, nem Tobias e muito menos Jason que já deveria ter comido todas as unhas do dedo. Tá, era oficial, o garoto estava mesmo nervoso.

Finalmente, havíamos chegado ao famoso prédio da Erudição, onde ficava os mais inteligentes, Samantha ficava aqui, Annabeth também, mas eu não cheguei a ver nenhuma delas, mas eu vi Valentim. Na verdade, o que se contava era que Valentim passava muito tempo na Erudição, desde que ele começou a se reaproximar do filho, Jonathan.

Finalmente havíamos chegado ao último do Prédio-sede da Erudição, Nós caminhamos por um corredor cheio de guardas que vinham da Audácia, eu cheguei a reconhecer alguns, a grande maioria dos aliados de Valentim vinha da Audácia.

A sala da reunião ficava no final do corredor, um guarda abriu a porta para nós e entramos, o lugar parecia uma daquelas salas de tribunal onde aconteciam pequenos julgamentos, uma mesa disposta bem no meio da sala, contendo oito cadeiras, quatro de cada lado, Bellatrix estava sentada em uma cadeira, Lúcio Malfoy estava bem ao seu lado, ela apontou para algumas cadeiras e nós nos sentamos.

Lúcio Malfoy pigarreou – Essa reunião foi marcada para negociarmos o futuro de Piper McLean que foi acusada do roubo de um cordão valioso da coleção de Bellatrix Lestrange, certo? – Nós assentimos, então Lúcio Malfoy continuou – Estão cientes de que o crime que a senhorita Piper cometeu foi grave, roubar um objeto de um superior equivale a pena de morte.

– Mas ela não roubou nada! – Jason falou – Foi uma armadilha, ela não roubou o cordão.

Lúcio levantou uma sobrancelha – O cordão de Bellatrix foi encontrado entre os pertences, graças a uma denúncia.

– Uma denúncia? – Perguntei – E de quem foi essa denúncia?

– Foi uma denúncia anônima senhorita Tris – Malfoy falou, havia uma pitada de arrogância no tom de sua voz – Nós não revelamos a identidade de nossos colaboradores.

Por um minuto pensei, de acordo com Leo, “A” havia enviado uma mensagem para ele assim que Piper foi presa, era óbvio que “A” estava por trás dessa prisão e agora Lúcio que o cordão só foi achado graças a uma denúncia anônima. “A” deveria ter feito a denúncia, mas até onde eu sabia as políticas de Chicago diziam que você devia revelar sua identidade se você quisesse colaborar, isso quer dizer que descobrindo quem fez a denúncia, descobria-se também quem era “A”.

– Mas ela não roubou nada – Jason falou num tom mais calmo do que a última vez – Olha, o cordão foi achado debaixo do colchão de Piper, qualquer pessoa poderia ter entrado no quarto e colocado o cordão lá.

Bellatrix, que poucos segundos atrás estampava um sorriso, tomou uma expressão irritada – Não seja burro garoto, é óbvio que foi que essa tal de Piper, ela entrou no meu quarto e roubou o cordão.

– Não há como provar! – Jason falou aumentando o tom de voz.

Lúcio Malfoy pareceu se irritar – O fato de que Piper McLean roubou Bellatrix é incontestável, se você veio provar a inocência dela, então é perda de tempo!

Jason se calou, um silêncio caiu sobre a sala, Bellatrix começou a exibir um sorriso vitorioso e prepotente que me deixou com náuseas, era óbvio que a situação foi de ruim a péssima com apenas algumas palavras, Tobias trocou um olhar comigo.

– Olha, o que nós viemos negociar foi um acordo – Tobias falou – para ser mais exato uma nova pena para Piper.

Lúcio colocou as mãos obre a mesa – E o que seria?

– Nós achamos que uma pena de morte não seria necessário nesse caso – Tobias disse – Piper poderia prestar serviços a Bellatrix como empregada e um fazer uma declaração público dizendo que se arrepende do roubo.

Malfoy pareceu considerar – Hum... isso é bem, interessante.

Bellatrix se levantou de novo – Isso é inaceitável! Eu não quero que todo mundo ache que pode me roubar e sair impune, eu não aceito nada menos que uma pena de morte e se a garota não for morta, então outra pessoa será morta.

Bellatrix saiu como um furacão da sala, e um terrível silêncio caiu sobre a sala, eu ouvi os gritos indignados de Bellatrix do outro lado da porta, também ouvi alguns barulhos de explosões e então risada horrível dela, Lúcio sorriu para nós.

– Eu sinto muito meus queridos, mas a sentença de Piper já está decidida – Lúcio falou – Ela será morta amanhã.

Nós saímos do prédio o mais rápido possível. Ótimo, era isso, “A” estava a um passo de conseguir a morte de mais alguém, eu me sentia frustrada. Jason mantinha as mãos em punhos para evitar de tremer, ele parecia controlado, mas eu conhecia aquela expressão, eu via ás vezes em Tobias, era a expressão de raiva controlada.

– Então nós vamos para o Plano B? – Tobias perguntou meio hesitante.

Jason olhou para nós.

– Sim, nós definitivamente vamos para o plano de fuga.

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POV Samantha

O apartamento de Finnick era bem confortável.

Eu estava sentada na sala, havia uma mesa bem no centro com vários desenhos espalhados por cima, havia também lápis de cor e pinceis jogados pelo chão, em cima da mesa havia um desenho em primeiro plano, era o desenho de um “A” vermelho bem grande, senti um arrepio percorrer o meu corpo.

Finnick não estava no apartamento no momento, ele havia saído em mais uma de suas jornadas em busca de Annie e o filho dele, que até agora não tem dado em nada. Finnick rodeou os limites de Chicago, onde ficava o Domo e não tinha achado nada, Annie Cresta e Finnick Junior pareciam ter simplesmente sumido da face da terra. Ouvi o barulho da porta sendo aberta e eu me levantei.

Finnick entrou no apartamento parecendo cansado, ele estava tão suado que a camisa que ele vestia grudava na pele dele, ele retirou minha camisa e deixou a mostra seu corpo suado, o que eu poderia definir como uma visão perturbadoramente distrativa, mas eu tinha preocupações maiores que essa agora, ele pareceu me notar só agora.

– O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou – Eu podia jurar que eu tinha deixado a porta trancada.

Tirei o grampo do meu bolso – Foi bem fácil abrir com isso, sabe você precisa de uma porta melhor.

– Tá e por que você entrou aqui? – Ele se aproximou e sentou em um sofá oposto a mim.

– Eu precisava conversar contigo... – Falei, mas eu não tinha noção do que eu tinha vindo fazer aqui, talvez eu só quisesse olhar para ele – Finnick, como nós estamos? Digo, o nosso relacionamento.

Ele parecia querer olhar para coisa, menos para mim – Eu não sei que relacionamento, na verdade, acho que nós nunca tivemos um, não é verdade? Nós só transávamos, acho que tudo se resumia a isso – Ele tentava falar com naturalidade, mas ainda dava para notar a pontada de dor na voz dele.

Engoli em seco – Finnick, não é bem assim, você sabe que... o que eu sinto por você é verdade e... – Minha voz tremeu – Merda! Não faz isso comigo.

– Eu não estou fazendo nada com você – Finnick falou com uma calma assustadora.

Bati o pé – Para com isso! Por que você não grita comigo?! – Gritei com ele – Que bosta Finnick, eu te amo!

Então Finnick se levantou num pulo, pegou a mesa a levantou e jogou na direção da cozinha, desenhos, lápis de cor e pinceis voaram para todos os cantos, a mesa se despedaçou totalmente, eu recuei, Finnick tinha um olhar predador ele me pegou pelo braço.

– Você quer que eu grite com Você?! – Finnick gritou apertando os meus braços – Você destruiu minha família, é por sua culpa que eles desapareceram, é tudo sua culpa! – Ele apertou meu braço com mais força, eu tentei me desvencilhar, mas ele era mais forte – Mas eu te amo sua vadia! É só com você que eu consigo me importar.

Ele me puxou para um beijo. Não foi um beijo como os outros que ele já havia me dado, havia muitos sentimentos ruins misturados, ódio, angústia, medo e solidão, eu sentia todo o ar do meu pulmão sair, era como se ele sugasse tudo de mim só me beijando, mas eu sentia que era isso que ele queria, tirar tudo o que eu tinha, ele se separou de mim.

Ele balançou a cabeça – Eu não posso, eu tenho que te esquecer – Finnick apontou para a porta – Saí da minha casa.

Por um minuto eu me senti muito tonta para entender o que ele falava, depois eu entendi que ele queria que eu saísse, eu também sentia que eu tinha que sair de lá, tudo isso me deixou muito assustado, na verdade, eu só queria sair dali, o mais rápido possível. Eu saí de lá quase correndo, desci as escadas do prédio da Franqueza de dois em dois degraus, em alguns minutos eu já estava fora do prédio.

Eu sentia as lágrimas escorrendo pela minha bochecha, as palavras de Finnick ardiam na minha mente. “É tudo culpa sua!”. E eu sabia que era minha culpa, tudo estava sendo destruído graças a mim, se eu simplesmente pudesse acabar com tudo isso, ninguém sentiria minha falta...

Não, eu não podia fazer isso, eu carregava um filho agora, eu não podia ser egoísta e só pensar em mim mesmo, eu tinha que pensar nele e no bem estar dele. Eu tinha que ser forte por ele, limpei as lágrimas do meu rosto com o meu braço e com as mãos, me recompus. Eu tinha uma missão a cumprir agora.

Quando eu cheguei ao prédio do governo, Jonathan já estava esperando por mim na porta, com um sorriso agradável, parecendo perfeitamente calmo. Eu achava incrível como Jonathan disfarçava bem quando estava nervoso, na verdade, ele era um ótimo ator, mas havia pequenos detalhes que entregava os verdadeiros sentimentos dele. Por exemplo, eu sabia que ele estava nervosos, por que ele colocava a mão nos bolsos.

– E então está tudo pronto? – Perguntei a ele.

Jonathan deu uma rápida olhadela apara trás – Sim, Jason e Tobias já estão aí distraindo meu pai e Bellatrix, Tris está distraindo os guardas e aqui está a chave – Jonathan me entregou uma chave – Você terá dez minutos para sair com Piper daqui, leve ela para o Jason no terraço do prédio, depois disso me encontre no armazém perto do prédio da Franqueza certo?

– Só tome cuidado, eu não quero que nada de mal aconteça com você – Jonathan falou – E vê se toma cuidado com essa barriga.

Sorri para ele – Por que você é sempre tão protetor? Sabe, eu acho que me conformaria se você só um pouquinho mais malvado.

Ele riu – Eu protejo as pessoas que eu amo.

Ele me olhou com os olhos verdes brilhando, talvez eu não devesse pensar em Finnick, talvez devesse me importar com pessoas que me amam e que estavam bem debaixo do meu nariz, pisquei para ele.

– Eu vou ficar bem e quem sabe se tudo der certo, no final você não ganha um desse – Eu me aproximei dele e o beijei na bochecha – Só que dessa vez na boca.

Os olhos brilharam e ele abriu um sorriso bobo, mas ele parecia feliz de um jeito que eu nunca havia visto, eu dei um rápido acendo de adeus para ele e entrei no prédio, havia poucas pessoas no prédio, afinal já era a noite, era o melhor horário para invadir qualquer lugar em Chicago.

Passei por alguns guardas e entrei num corredor pouco iluminado, comecei a apertar o passo, quando cheguei ao final do corredor dei de cara com uma escada que ia para o subterrâneo, era lá a prisão que Piper estava sendo mantida, desci as escadas o mais rápido que eu podia, lá embaixo não havia ninguém vigiando as celas.

Passei por uma cela, estava vazia, a outra estava vazia também, a terceira, quarta, quinta e mais um monte de sela continuava vazias, eu continuava andando pelo corredor de cela, meu coração martelava contra meu peito, quando eu finalmente cheguei ao final do corredor, foi que eu achei Piper, ele estava encolhida em uma cama, mal arrumada, quando ela me viu seus olhos se arregalaram.

– Eu vim te tirar daqui – Falei um pouco sem fôlego – Eu vou te levar até o terraço do prédio e Jason vai te levar voando para um esconderijo.

Piper franziu atesta – Vocês não conseguiram negociar a minha sentença de morte?

Balancei a cabeça enquanto eu abria a porta da cela – Bellatrix que você morta.

– Isso não me parece nada bom – Ela falou.

Peguei pelo braço dela e comecei a correr em direção a saída do corredor – E não é nada bom mesmo.

Nós corremos pelo corredor cheios de cela, em uma certa cela eu podia jurar ter visto alguém lá dentro usando uma jaqueta preta e um capuz sobre a cabeça, quando eu olhei de novo, não havia ninguém lá. Continuei a correr, subi as escadas que davam ao corredor acima e logo já estávamos correndo pelo corredor.

Eu abri a porta do corredor e estávamos de volta ao hall de entrada do prédio, eu localizei a escada que dava acesso aos demais andares do prédio e ao terraço. Eu corri para lá e comecei a subir as escadas quase correndo, não havia movimento nenhum pelos andares que nós passamos, mas eu e Piper continuávamos subindo mais rápido, eu sentia meu corpo esgotado de correr.

Finalmente chegamos ao terraço, eu peguei uma barra de ferro e forcei contra maçaneta da porta, caso algum guarda tenha nos seguido, pelo menos isso aguentaria por um tempo, eu analisei o terraço por um minuto, o lugar era bem ventilado e estava tudo escuro.

– Onde está Jason? – Piper perguntou – Achei que ele estaria.

Fui até a beirada do terraço e olhei para baixo, o lugar era bem alto – Ele deveria estar. Mas cadê ele?

Eu sentia que havia algo havia dado errado, nós havíamos combinado de estar em cima do terraço a exatos 10 minutos depois de eu entrara, Jason já deveria estar aqui, comecei a andar de um lado para o outro, havia algo de muito errado, eu podia sentir isso, fui até a porta e com um pequeno esforço tirei a barra de ferro, caso Jason saia por ali não haverá algo para impedir.

– Talvez ele venha voando – Piper opinou.

Eu me virei para ela, pronta para fazer uma piada sobre como Jason é do tipo que gosta de entradas espetaculares, quando eu vi. Piper estava na beirada do prédio de costas para mim, analisando lá embaixo, atrás dela havia uma figura usando calças e botas pretas, um moletom preto com um zíper que ia até a garganta e com um capuz levantado sobre a cabeça, a figura usava uma mascara totalmente preta com uma letra “A” em vermelho bem na testa. A figura levou o dedo indicador até a boca, ou pelo menos onde eu achei que ficava a boca por trás da mascara.

– Piper! – Gritei.

Ela se virou bem no momento em que a figura encapuzada a empurrou. Eu vi a queda dela em câmera lenta, eu vi a expressão dela se transformar de surpresa para horror enquanto ela caia para a escuridão da noite, eu ouvi ela gritar, um grito desesperado e então um barulho de algo fazendo creck! Eu fechei meus olhos bem nesse momento.

Quando eu abri meus olhos de novo, a figura encapuzada já não estava mais lá, no lugar onde ela estava havia um celular jogado no chão, eu fui até lá peguei o celular e dei uma olhada para baixo, eu conseguia ver a silhueta de um corpo jogado no chão, sangue rodeava corpo, era Piper. Liguei o celular e abri a mensagem que eu sabia que estava lá.

“Parabéns Samantha, mais uma vida que você consegue destruir. Isso tudo é culpa sua! –A”

Com um grito de ódio eu joguei o celular o mais longe que minha força permitia.