Opostos - Effie e Haymitch escrita por HeyAnnie


Capítulo 9
Capítulo 9 - Stay alive


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei! Espero que gostem...

Lembrete: Ainda se passa antes da Edição 74 dos Jogos



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Assim que a porta do trem se abriu, senti meu coração acelerar. A ultima vez que vi Haymitch foi a um ano atrás, quando me declarei para ele. Também não o vi na Colheita, provavelmente, estava com uma ressaca muito forte para ir...

Enfim, aquela angustiante sensação de saudade e expectativas voltaram para minha barriga assim que a porta se abriu. Os tributos entraram, me apresentei e lhes desejei boa vinda. Haymitch entrou em seguida, com um sorriso no canto dos lábios. Tive que me controlar para que não o abraçar e beija-lo ali mesmo.

Ele apenas olhou em meus olhos, deu seu típico sorriso e continuou andando, sem falar nada. Engoli a seco e fomos para o vagão-restaurante.

Tentei me impedir de olhar para Haymitch, mas toda vez que eu me focava nos dois jovens tristonhos, aquela saudade voltava. E não ajudou muito o fato que Haymitch saiu o mais rápido possível dali. Em seguida os dois tributos foram para seus quarto, e eu vou embora por último.

Estava um pouco confusa, por que Haymitch não me dirigiu nenhuma palavra? Nem olhou para meu rosto. Eu tinha feito algo de errado?

A serenidade só invade meu corpo quando encontro um bilhete em cima de minha cama. Pego o papel rapidamente, leio e assim que acabo a leitura, aperto ele contra meu peito, deixando um suspiro aliviado escapar da minha boca.

Amada Effie,

Eu PRECISO me encontrar o mais rápido possível, só que teremos que esperar até chegarmos na Capital. É algo muito particular, só posso lhe falar em lugar totalmente seguro... e não sei como ira reagir. Eles voltaram.

Fique viva.

Com amor, Haymitch.

Tudo parece ter ficado mais leve, até que aquelas quatro palavras se repetem na minha mente. Outra sensação incomoda aparece em meu peito.

Eles voltaram. Fique viva.

Seria mais um aviso? O que era tão importante que não poderia ser dito ali? Mas eu não estava querendo me concentrar nisso. O bilhete. Aquele único bilhete valeu todo o tempo de espera. E o cheiro dele ainda estava no quarto, o que me fazia sorrir ainda mais. Durmo mais calma, ansiosa pela chegada na Capital.

***

Ouço batidas na porta, anunciando a chegada de Haymitch. Deixei um bilhete em seu quarto, pedindo para que fosse jantar em minha casa. Corro até a porta e abro ela sem hesitar. Não dá tempo nem de sorrir ao ver Haymitch, ele logo avança e me beija com uma veracidade incrível.

Sinto minhas costas sendo impensadas na parede. Sorrio em meio aquele beijo. Não parecia um beijo de saudade, e sim de necessidade. Haymitch bota uma mão em cada lado da minha cabeça, como se quisesse me impedir de fugir, enlaço seu pescoço com os braços.

– Haymitch – sussurro em seu ouvido, sem conseguir completar, já que voltamos a nos beijar.

Só paramos quando o ar foi necessário, nos dois estávamos ofegantes e rindo. Era engraçado ver um ao outro assim. Assim que nossas respirações voltam ao normal, ficamos nos encarando e sorrindo. Qual foi a ultima vez que tive essa sensação?

– O porteiro não me avisou que você estava subindo - digo, com um olhar desconfiado.

– Eu sei disso - Haymitch dá um sorriso cafajeste.

– Você invadiu meu prédio de novo?! - pergunto, ele assenti com a cabeça.- Não precisava invadir, eu avisei que viria.

– Qual seria a graça?

Damos um riso abafado. O encaro. Sua aparência fica cada vez mais diferente, mais acabada. Culpa das bebidas, talvez. Não me importo com isso. Para mim, o que importa é só ter ele. Mas aquele olhar triste... não foi nenhuma garrafa com acool que fez.

– Senti tanto a sua falta – Haymitch fala, tímido.

– Também senti sua falta, mas você nunca me mandou nada, nem uma carta – antes que ele comece a se defender, sorrio, pego sua mão e o puxo para a mesa – Vem, vamos jantar.

Depois de jantarmos, ele se levanta e fica um tempo me encarando, como se estivesse decidindo se devia ou não falar algo, percebo sua inquietação. Então me lembro do bilhete.

Fique viva.

– Haymitch, o que queria me contar? – pergunto – o que é tão importante que você não podia me dizer lá no trem?

– Effie... eu não podia correr o risco de ser ouvido – Haymitch suspira – os rebeldes, eles voltaram. Estão armando planos e esquemas, estão sedentos por uma rebelião. Ele me convidaram para me juntar a eles, já que fui símbolo de uma revolta. Não posso recusar. Você mesmo me disse, anos atrás, que eu podia acabar com isso e honrar o nome de todos aqueles que morreram.

Me levanto assustada da cadeira. Não pelo os rebeldes ou uma revolução. Muito pelo contrario. Eu esperava, secretamente, por isso a anos. Mas tinha medo da vingança da Capital, eles não iriam ser pacíficos com mais uma revolta.

– Effie, vou ter que me distanciar de você – Haymitch solta.

– O que? – minha voz sai baixa, eu estava quase destruída com aquela simples frase.

– A Capital não vai me perdoar por fazer parte do plano, ela virá atrás de mim – Haymitch olha para baixo - E eles sabem que estamos juntos. Tem câmeras por todo aquele trem. E eles sabem que se te capturarem, vou me render. Você é um alvo fácil, trabalha para eles, seria muito simples te tirarem de mim.

Não era só Haymitch que corria perigo, eu também. Ele só queria me proteger, por que eu ainda estava mal com o fato de querer se afastar? Mordo o lábio inferior e olho para baixo, não queria encarar Haymitch.

– Eles não podem nos separar – sussurro

– O que? – Haymitch pergunta, franzindo a testa

– Eles não podem no separar! – agora grito – A Capital não pode fazer isso! Eu não...

Antes que eu complete a frase, Haymitch me abraça forte, como se não quisesse que eu pensasse naquilo, depois beija minha testa e suspira. Escondo meu rosto no seu pescoço e ficamos assim por um bom tempo, até eu perceber que já era tarde.

– Você precisa ir – digo, apontando para o relógio – Já está tarde.

Vou até a porta e a abro. Não queria que Haymitch fosse embora, mas também não precisava que ele me visse chorando. No entanto, parece que Haymitch não iria sair daqui tão cedo. Ele envolve minha cintura com os braços e beija meu ombro. Meu corpo se arrepia.

– Acho que não preciso ir embora agora. – ele diz, sorrindo maliciosamente

– O que você quer dizer com isso?

Haymitch ri da minha ingenuidade e fecha a porta.

Ele me beija intensamente, apertando meu corpo contra o dele e começa a distribuir beijos pelo meu pescoço. Começamos a andar pelo corredor, rumo ao meu quarto. Só agora entendo o que Haymitch quis dizer.

Eu ainda me sentia envergonhada por fazermos isso, mas estava segura e preparada. Abro a porta do quarto sem parar o nosso beijo, subimos lentamente na cama. Começo a desabotoar sua camiseta e fecho os olhos por um momento, para aproveitar aquele momento só nosso. Ele desce o beijo da minha boca para o meu pescoço. Em seguida para meu ombro, braço, barriga...

– Eu te amo – sussurro.

– Eu também te amo.

O resto... acho que vocês já devem ter uma ideia.

***

Acordo com os gritos de Haymitch.

Estou na cama, ainda embrulhada pelos lençóis brancos, quando Haymitch surta. Ele está coberto apenas com um cobertor grosso, e mesmo assim, parece estar sentindo frio. Haymitch treme, gritando e socando o ar. Joga o abajur no chão, como se encravasse uma espada no peito de alguém. Me levanto, assustada com o estrondo.

Mesmo com medo de qual seria sua reação, corro até ele e o abraço, pensando que ele ria se se acalma, mas isso não acontece. Haymitch se debate e me empurra, fazendo com que eu caia no chão. Acabo me cortando com um pedaço do abajur quebrado, dou um grito de dor e Haymitch parece acordar. Seu rosto fica pálido quando me vê sangrando e percebe o que fez.

O mentor parece ficar desesperado, dispara por todo o apartamento procurando algo que possa me ajudar, enquanto eu o fazer meu braço parar de sangrar, o que só piora tudo.

Haymitch aparece com um kit de primeiros socorros que lembro de ter comprado a alguns anos. Ele examina meu braço com cuidado e carinho, depois começa a fazer o curativo, com o rosto totalmente envergonhado.

– Me desculpe – ele sussurra – estava fora de mim, novamente. -

Tudo bem – digo, mordendo a língua para não gritar quando ele passa o remédio.

– Eu estrago tudo – fala, com um riso abafado e melancólico – depois da nossa primeira noite, te empurro e você se corta. Que romântico.

– Está tudo bem, sério. – não consigo conter o riso da ultima frase de Haymitch - E você é sim muito romântico. Olha o quanto você fica lindo quando passa remédio no braço da sua namorada.

– E você fica sexy com o braço sangrando, tenho até vontade de... - Haymitch para de falar por alguns segundos – namorada?

– Pensei que nos namo... – abaixo a cabeça – esquece.

– Sabe, adoraria que fosse minha namorada – falai Haymitch, me dando um rápido selinho e voltando a atenção para o corte – considere isso um pedido de namoro.

– Considere isso como um sim – após dizer isso, o beijo.

– Viu? Sou muito romântico, estou te pedindo em namoro enquanto enfaixo seu braço sexy! – ele diz, rindo. - sou tão fofo!

– Existe jeito mais meigo de se começar uma relação? – pergunto, começando a rir.

Quando acaba o cuidado com meu braço, Haymitch se levanta e me estende a mão para me ajudar a levantar. Assim que eu estou de pé, ele me dá um beijo rápido e faz uma caricia em meu rosto.

– Melhor eu limpar isso – diz, apontando para os cacos – vá descansar.

Mesmo não gostando da ideia de Haymitch fazer tudo sozinho, me calo e deito na cama . Fico um bom tempo o observando, as costas largas, os cabelos compridos, a cintura vestida apenas pelo cobertor... encaro Haymitch o maior tempo possível, tentando gravar cada detalhe seu em minha mente.

Fecho os olhos, cansada, desejando silenciosamente que Haymitch nunca se distancie em mim, só que sei muito bem que isso é impossível.


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Notas finais do capítulo

Duas palavras que resumem o capítulo: Safados apressados

E ai? Como ficou? Comentem!

Ah, quero pedir desculpas por estar tudo tão rápido na história. Levem em consideração que: 1 - Na minha cabeça, o caso deles não é tão longo. 2 - Estou em época de provas. 3 - Comecei a escrever outra fanfic (yaoi em breve)

P.S.: Não escrevi detalhes da primeira vez da Effie, porque sim huehuehue. Não me matem.



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